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Capítulo 4
Nesses valores não estão computadas as perdas ocasionadas à indústria de laticínios, devido à
queda na qualidade do produto em função da diminuição nos teores de caseína, gordura e lactose, e
aumento nos teores de Cl-, Na+ e albumina sérica, bem como aumento na atividade lipolítica e
proteolítica do leite, cabendo ressaltar que esse é um fator economicamente importante, pois o leite é
pago por sua qualidade. Análises econômicas indicam que o investimento em um programa de controle
de mastite gera um retorno de US$ 6,00 para cada US$ 1,00 investido, conforme pode ser observado
na tabela 2.
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Testes individuais
Exame físico do úbere: alterações físicas, tais como dor, rubor, alteração da consistência do tecido
mamário ou presença de nódulos, edema ou inchaço podem ser indicativos de um quadro de mastite. O
exame deve ser feito por palpação da glândula mamária, e o momento mais adequado para esse
procedimento é imediatamente após a ordenha com o úbere vazio.
Exame das características físicas do leite: esse procedimento deve ser realizado imediatamente antes
de todas as ordenhas, sendo vulgarmente conhecido como teste da caneca de fundo preto. Esse teste
consiste na retirada dos 3-4 primeiros jatos de leite, contrastando com uma superfície de fundo preto,
com a finalidade de observar-se a presença de alterações no leite, tais como grumos ou coágulos, pus,
sangue ou leite aquoso. Cabe destacar que essa prática também traz o benefício do estímulo à ejeção
do leite. Os métodos que podem ser utilizados para esse exame incluem principalmente o uso da
caneca ou coador com fundo escuro, ou mesmo em salas de ordenha, essa prática pode ser realizada
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no chão com o auxílio de piso de borracha ou lajota escura, sobre os quais podem ser retirados os
primeiros jatos de leite, facilitando a identificação das alterações.
CMT (California Mastitis Test): este é um dos testes mais populares e práticos para o diagnóstico da
mastite subclínica. Seu princípio baseia-se na estimativa da contagem de células somáticas no leite.
Para tal, utiliza-se um detergente aniônico neutro que atua rompendo a membrana das células presente
na amostra de leite e liberando o material nucléico (DNA), o qual apresenta alta viscosidade. Dessa
forma, o resultado do teste é avaliado em função do grau de gelatinização ou viscosidade da mistura de
partes iguais de leite e reagente (2 ml), sendo o teste realizado em bandeja apropriada. Os resultados
são expressos em cinco escores: negativo, traços, +, ++ ou +++, os quais apresentam correlação
relativamente boa com a contagem de células somáticas da amostra, conforme demonstrado na
tabelas 3 e 4.
WMT (Wisconsin Mastitis Test): é um teste resultante do aprimoramento do CMT, realizado em um tubo
graduado, com a finalidade de eliminar a subjetividade da interpretação dos resultados do CMT. Esse
teste utiliza o mesmo reagente do CMT diluído em 1:1 em água destilada. Empregam-se 2 ml do
reagente diluído misturado em 2 ml de amostra de leite em um tubo perfurado, cujo orifício apresenta
1,15 mm de diâmetro. Faz-se, então, a homogeneização dessa mistura por meio de 10 movimentos de
rotação desse tubo, deixando-se logo após escoar o líquido por 15 segundos, retornando-se, então, à
posição original do tubo. O resultado do teste é expresso em milímetros, o que por sua vez está
correlacionado com a contagem de células somáticas (tabela 4).
Condutividade elétrica: este teste baseia-se no princípio de que vacas com mastite apresentam
alteração na carga iônica do leite em decorrência de lesão do epitélio secretor e/ou alteração da
permeabilidade vascular. Esse quadro determina aumento na concentração de sódio e cloro no leite e
redução nos níveis de potássio e lactose, gerando, assim, aumento na condutividade elétrica. Esse
teste apresenta algumas limitações, uma vez que existe variação normal individual entre vacas. Sendo
assim, o uso de instrumentos portáteis para avaliação pontual do valor da condutividade elétrica de
cada vaca apresenta sérias limitações práticas. Já o emprego de dispositivos automatizados inseridos
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Já o registro dos casos de mastite subclínica envolve a adoção de um programa que consta da
realização de um dos testes, anteriormente mencionados, para diagnóstico da mastite subclínica (CMT,
WMT, condutividade elétrica e CECS). Esse teste deve ser realizado mensalmente em todas as vacas
em lactação do rebanho individualmente.
Por fim, a análise dos agentes mais prevalentes no rebanho deve ser feita por meio do exame
microbiológico do leite. Para tal, no início do programa de Controle, sugere-se que sejam selecionadas
20% das vacas que apresentarem maior CCS, coletando-se uma amostra do quarto mais afetado de
cada animal. Com isso, obtém-se o perfil definido das bactérias causadoras da mastite subclínica. Com
relação aos casos clínicos, sugere-se que se mantenha um programa de coleta contínua de amostras.
Dessa forma, deve-se coletar uma amostra de leite de todos os novos casos de mastite clínica antes do
início do tratamento com antibiótico. Essa amostra deve ser armazenada em freezer ou congelador, até
que se acumule um número significativo de amostras para serem enviadas ao laboratório. Assim,
podemos definir um perfil dos agentes causadores de mastite clínica mais prevalentes no rebanho.
De posse dos dados, é importante que sejam feitas análises que permitam a distribuição dos
resultados em função do número de lactações e do estágio de lactação dos animais, de forma a
identificar mais precisamente onde se encontra o problema (início ou final de lactação, animais jovens
ou animais velhos, retiros com problemas específicos etc.). Além disso, é importante que se analise a
dinâmica da doença, visto que o nível de infecção do rebanho é afetado diretamente por duas variáveis:
taxa de novas infecções e duração das infecções.
A taxa de novas infecções está relacionada ao número de casos novos e indica se as medidas
de prevenção da doença estão sendo efetivas ou não. Já a duração das infecções está relacionada à
duração de casos antigos, e indica, principalmente, a eficácia dos tratamentos utilizados, entre outras
medidas. Portanto, para que se possa ter uma análise detalhada e precisa, com o objetivo de controlar
a mastite, faz-se necessário que se disponha de dados confiáveis e coletados de forma sistemática, e
de uma correta análise dos dados obtidos, de forma a reduzir tanto a taxa quanto a duração das
infecções.
Para exemplificar esse fato, podemos considerar a seguinte situação: se uma nova infecção
ocorre a cada semana e essa infecção persiste por uma semana, então a qualquer momento analisado
haverá uma infecção no rebanho. No entanto, se uma nova infecção ocorre a cada semana e apresenta
duração de 10 semanas, a partir de qualquer momento, após 10 semanas, teremos uma taxa de 10
infecções no rebanho.
Dessa forma, fica claro que a dinâmica de ambas as variáveis apresentadas vai determinar a
prevalência da mastite no rebanho em determinado momento. É fácil perceber que se a taxa de novas
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infecções é menor que a taxa de eliminação dos casos antigos, o nível ou a prevalência de mastite irá
decrescer. Por outro lado, a prevalência de mastite irá aumentar caso a taxa de novas infecções seja
superior à taxa de eliminação dos casos antigos.
De forma objetiva, se a taxa de novas infecções ou a duração das infecções de casos antigos for
reduzida em 50%, o nível de infecção cairá em 50%, no entanto, se ambas as variáveis forem reduzidas
a esse percentual a prevalência de mastite irá diminuir em 75%.
a) Mastite Clínica: a coleta de dados necessariamente tem de ser diária, sendo o diagnóstico feito pela
prova da caneca de fundo preto. Sugerimos que as informações coletadas sejam tabuladas na planilha
de Controle de Mastite Clínica (em anexo), apenas assinalando-se um “x" no dia da ocorrência do caso
clínico. Destacamos que é importante assinalar todos os dias em que houver manifestação dos
sintomas (grumos, pus, leite aquoso), independente da duração do caso. Por exemplo, caso um animal
apresente mastite clínica do dia 10 até o dia 17, marca-se efetivamente oito "x" na planilha.
Ao final do mês, conta-se o número total de “x” que equivale ao que chamamos de “dias mastite
clínica”. A partir disso, utiliza-se a seguinte fórmula para calcular a porcentegam de mastite clinica do
mês.
Para efeito de referência, apontamos que o índice desejável deve ser inferior a 1%. Já a média
de mastite clínica encontrada em fazendas produtoras de leite A e B do Brasil gira em torno de 3% a
4%.
b) Mastite subclínica: a coleta de dados pode ser feita mensalmente. Para tal, utiliza-se um teste de
avaliação da CCS de cada vaca. Esse teste pode ser o CMT, WMT ou contagem eletrônica de células.
É importante tabular os dados, distribuindo os resultados em função do número e estágio de lactação
(tabela em anexo), de forma a analisar mais detalhadamente os focos ou origens dos problemas, em
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potencial, do rebanho.
Para efeito de referência, o objetivo de um Programa de Controle de Mastite é chegar a uma
prevalência de mastite subclínica inferior a 15%. Na média, a prevalência de mastite subclínica em
fazendas produtoras de leite A e B no Brasil gira em torno de 40% 5.
c) Perfil Microbiológico dos agentes: além dos dados relativos à mastite clínica e subclínica, é
importante que se avalie com precisão os agentes mais prevalentes no rebanho com o intuito de fechar
um correto diagnóstico e, a partir disso, concentrar os esforços em medidas de controle mais
específicas.
Dessa forma, sugere-se que sejam coletadas amostras de casos clínicos e subclínicos do
rebanho.
Perfil microbiológico dos casos de mastite clínica: deixar em estoque alguns tubos esterilizados, e
sempre que ocorrer um novo caso de mastite clínica, antes de iniciar o tratamento, deve-se coletar uma
amostra de leite e congelar em freezer ou congelador, para que seja remetida posteriormente ao
laboratório, quando já houver um numero maior de amostras coletadas.
Perfil microbiológico dos casos de mastite subclínica: no início do Programa de Controle de Mastite,
devem-se coletar 20% das vacas em lactação do rebanho, selecionando aquelas que apresentarem a
maior CCS. Deve-se coletar amostras de um teto de cada animal, escolhendo-se aquele que apresentar
maior CCS (CMT). As amostras devem ser coletadas em frasco esterilizado e mandadas imediatamente
para o laboratório, resfriadas em isopor com gelo.
Dependendo dos resultados, pode-se repetir o procedimento a cada 2 meses no primeiro
semestre de implantação do Programa de Controle de Mastite e, depois disso, repetir a coleta a cada 6
meses.
d) Ocorrência de casos novos e casos crônicos: esses índices permitem avaliar se as medidas de
controle relacionadas com a prevenção de novos casos e eliminação de casos antigos está sendo
efetiva. Como pode ser observado no exemplo abaixo, o sucesso das medidas visando àredução na
taxa de novos casos bem como na eliminação de casos antigos resultam, logicamente, na diminuição
da prevalência de mastite do rebanho em dado momento.
a) Mastite Clínica
• < 1% de mastite clínica ao mês.
d) Mastite subclínica
• % animais CCS > 300.000 cel/ml: < 15%
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1) FERNANDO, R.S., RINDSIG, R.B., SPAHR, S.L. Electrical conductivity of milk for detection of
mastite. Journal of Dairy Science. 65: 659-664, 1982.
2) MAATJE, K., HUIJSMANS P.J.M., ROSSING, W., HOGEWERF, P.H. The efficacy of in-line
measurement of quarter milk electrical conductivity, milk yield and milk temperature for the detection
of clinical and subclinical mastitis. Livestock Production Science. 30: 239-249, 1992.
3) NATIONAL MASTITIS COUNCIL. Current concepts of bovine mastitis. 4. ed. Madison, 1996, 64 p.
4) PHILPOT, W. N., NICKERSON. S. C. Mastitis: Counter Attack. Naperville, IL, Babson Bros. Co,
1991, 150 p.
5) LARANJA DA FONSECA, L. F. Estudo da prevalência da mastite bovina e sua relação com práticas
de manejo, higiene e terapia em fazendas produtoras de leite tipo B no Estado de São Paulo. Tese
mestrado, ESALQ/USP, 1992.
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Fazenda_______________________________________Data__________Responsável:____________
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