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Cryptosporidium spp. no ambiente aquático:

ARTIGO ARTICLE
aspectos relevantes da disseminação e diagnóstico

Cryptosporidium spp. in aquatic environment:


the principal aspects of dissemination
and diagnostic methods

Erilane de Castro Lima 1


Tânia Lucia Montenegro Stamford 1

Abstract Criptosporidiosis is an important Resumo A criptosporidiose é uma doença de


problem of public health. The role of Cryp- importância para a saúde pública. A via de
tosporidium parvum as a waterborne pathogen transmissão do Cryptosporidium parvum é
has been documented. But epidemiological fea- associada freqüentemente à contaminação de
tures of this parasitic protozoon lead to the as- água. Porém, estudos epidemiológicos revelam
sumption that the incidence of Cryptosporid- que sua incidência no ambiente aquático é
ium spp. in aquatic environmental is under- subestimada. A falta de método apropriado de
estimated. The lack of sensitive detection meth- detecção para a pesquisa dos oocistos em
ods adapted for oocysts detection in water con- amostras de água contribui para isso. O artigo
tributed to this under-reporting. This review discute vários aspectos do tema, dentre eles, a
paper discusses the theme, including the oc- ocorrência desse patógeno no ambiente aquáti-
currence of these pathogens in aquatic envi- co e os avanços nos métodos de detecção. Ape-
ronmental and the available detection meth- sar da existência de técnicas de biologia mo-
ods. Although the molecular biology technique lecular para a identificação do agente, méto-
used for identification of the agent, the para- dos parasitológicos ainda apresentam resul-
sitological diagnostics’ method continue to tados satisfatórios. A reação em cadeia de
show satisfactory results. Polimerase chain re- polimerase (PCR) é um método de detecção
action (PCR) is a promising detection method promissor. A identificação dos oocistos de
and the potencial use in the detection of C. Cryptosporidium spp. na amostra de água é
parvum in water has been described. The influenciada pelo número de oocistos presentes,
Cryptosporidium spp. oocysts identification pela sensibilidade do método e pelo método de
in water samples depends on the number of concentração dos oocistos na amostra, cujo
oocysts, sensibilty of methods, and the con- aperfeiçoamento é fundamental para a pre-
centration technique and this step is funda- cisão da análise e pesquisa do parasito.
mentally to precision of test. Palavras-chave Cryptosporidium spp.,
Key words Cryptosporidium spp., Water- Transmissão hídrica, Métodos de diagnósticos,
borne transmission, Diagnostic methods, Con- Concentração de oocistos
1 Departamento centration of oocysts
de Nutrição, UFPE.
Av. Professor Moraes Rego,
1235, 50670-420,
Recife PE.
erilane@ig.com.br
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Lima, E. C. & Stamford, T. L. M.

Introdução águas superficiais do rio Atibaia em Campinas


(SP).
A criptosporidiose é conhecida por sua ocor- A importância do estudo sobre a ocorrên-
rência na população humana e animal, notada- cia de Cryptosporidium spp. no ambiente aquá-
mente naqueles pacientes imunocomprometi- tico foi reforçada pelas citações da portaria
dos (Crawford e Vermund, 1988), pois uma vez 1.469 do Ministério da Saúde (2000), que reco-
estabelecida a infecção, a severidade do quadro menda a inclusão da pesquisa de Cryptospori-
clínico resulta quase sempre em óbito. No Bra- dium spp. para se atingir o padrão de potabili-
sil, 2.842 casos da doença foram detectados no dade da água. Além de que os coliformes fecais,
período de 1980 a 1997 entre os pacientes imu- considerados referência mundial como indica-
nodeprimidos, particularmente nos portadores dor microbiológico para água e alimentos, não
da Sida (Síndrome da Imunodeficiência Adqui- são bons indicadores para protozoários (Ha-
rida) sendo as regiões Nordeste e Sudeste do rich et al., 1999). Isso vem alertar e despertar o
país as áreas mais afetadas (CRT, 1997). Na ci- interesse das empresas de saneamento para o
dade de Recife, a freqüência de infecção pelo seu enquadramento na referida legislação, cu-
Cryptosporidium parvum nesses pacientes che- jos recursos se baseiam na associação da ocor-
gou a um percentual de 21,8%, sendo superior rência do parasito com parâmetros de previsi-
à freqüência de outros patógenos veiculados bilidade, e principalmente na sua pesquisa di-
por água e/ou alimentos (Arcoverde, 2001). No reta em amostras de água. A escolha de um mé-
entanto, o estado imunológico não está relacio- todo de pesquisa a ser empregado em análise
nado à presença da doença, uma vez que a in- de rotina depende de alguns fatores, dentre eles
fecção pode ocorrer em indivíduos saudáveis, o custo-benefício associado às recomendações
os quais apresentam um quadro clínico auto- previstas em normas oficiais para o padrão de
limitante. Isso torna preocupante a ocorrência ausência de Cryptosporidium spp.
de portadores assintomáticos para a saúde pú- É de extrema relevância a padronização de
blica. Outro ponto importante é a ausência de um eficiente método de pesquisa para Cryptos-
uma conduta terapêutica eficaz contra a crip- poridium spp., e a obtenção de dados de ocor-
tosporidiose. rência e distribuição do parasito por região pa-
Dentre as diversas formas de transmissão ra o planejamento e estabelecimento de medi-
da criptosporidiose, destaca-se a veiculação das de controle e vigilância da água para con-
por água e alimentos (Smith, 1993), sendo o sumo humano. Além de que se faz necessário o
mecanismo de transmissão influenciado pelo esclarecimento sobre as espécies existentes em
nível de contaminação ambiental, sobrevivên- mananciais aquáticos, sobre os parâmetros de
cia do oocisto às condições do meio (Robert- previsibilidade e ocorrência sazonal do parasi-
son et al., 1992), e resistência do oocisto aos to para uma avaliação do risco de infecção pelo
mais variados métodos usados em tratamentos Cryptosporidium na população humana.
da água (Korich et al., 1990), seja a cloração, a
ozonização ou a incompleta remoção dos oo-
cistos pelos métodos de filtração. Classificação de Cryptosporidium
Vários surtos da doença foram atribuídos quanto à espécie e genótipo
ao consumo de água contaminada, sejam elas
submetidas ou não ao tratamento por cloro ou O estudo filogenético vem sendo realizado por
outros processos tais como coagulação, sedi- vários grupos de pesquisadores (Tzipori e Grif-
mentação e filtração em areia (Cetesb, 2000). fiths, 1998; Morgan e Thompson, 1998; Xiao et
Um dos problemas para controlar a infecção é al., 1998; 1999), porém ainda há divergências
a escassez de dados sobre a real ocorrência de quanto à taxonomia do Cryptosporidium. Des-
Cryptosporidium spp. em mananciais aquáticos de a descoberta do C. muris e C. parvum em
potáveis, levando a uma subestimação de ca- roedores, em torno de 20 espécies de Cryptos-
sos de criptosporidiose e muitas vezes a asso- poridium têm sido mencionadas em várias es-
ciação de surtos seguidos de óbito com outros pécies de hospedeiros animais (O’Donoghue,
patógenos, particularmente o agente etiológi- 1995). Tzipori et al. (1980) comentam sobre
co da cólera. No Brasil, dados obtidos por uma peculiaridade que distingue o Cryptospo-
Gamba et al. (2000) e Franco et al. (2001) mos- ridium da grande maioria dos outros coccídios,
traram a presença de oocistos em poços locali- a falta de especificidade para hospedeiros. Ar-
zados na cidade de Itaquaquecetuba (SP) e nas cay et al. (1995) reforçam essa idéia ao infectar
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todas as classes de vertebrados (mamíferos, tudada e divulgada documentando-se a infec-
aves, répteis, anfíbios e peixes) com o C. parvum ção pelo C. parvum. No entanto Katsumata et
isolado do homem, sugerindo a existência de al. (2000) revelaram a suspeita de infecção no
uma única espécie. homem pelo C. muris. Esse fato é bastante rele-
Baseado nessas observações Levine (1984 e vante para alertar sobre a importância da pre-
1986) classificou o parasito e atualmente acre- cisão no diagnóstico da infecção quanto à dife-
dita-se que as seguintes espécies são considera- renciação entre as espécies, seja morfológica
das válidas: Cryptosporidium parvum responsá- (Upton e Current, 1985) ou geneticamente,
vel por doenças clínicas em humanos e outros uma vez que a caracterização do Cryptospori-
mamíferos; o Cryptosporidium muris encontra- dium pela biologia molecular tem evoluído
do em roedores e em outros mamíferos; Cryptos- bastante.
poridium meleagridis e Cryptosporidium baileyi
que infectam aves; Cryptosporidium nasorum
encontrada em peixes e Cryptosporidium ser- Veiculação de Cryptosporidium spp.
pentis em répteis (O’Donoghue, 1995). Estudos por água
subseqüentes adicionaram à lista de espécies
válidas, C. wrairi de cobaias e C. felis de gatos A presença de oocistos de Cryptosporidium spp.
(Xiao et al., 1999). nos mananciais aumenta a preocupação com
Tzipori e Griffiths (1998) baseando-se em a transmissão do parasito, porque enquanto
análises filogenéticas citam que as variações in- ocorre por contato com fômites contaminados,
ter e intra-espécie não permitem ainda desig- de pessoa a pessoa, animal a pessoa, restringe-
nar espécies diferentes de Cryptosporidium, e se o número de pessoas infectadas, no entanto
todos os oocistos do parasito, incluindo aque- quando ocorre por veiculação hídrica pode
las de hospedeiros vertebrados inferiores, po- atingir facilmente um grande contingente da
dem ser perigosos para o homem. Recentes população. Smith (1998) descreve sobre as di-
avanços nesse assunto indicam que há multies- versas razões para Giardia spp. e Cryptospori-
pécies complexas contida em pelo menos qua- dium spp. tornarem-se significantes patógenos
tro espécies de Cryptosporidium: C. parvum, C. de transmissão hídrica: provocam infecções
muris, C. baileyi e C. serpentis, enquanto as re- endógenas com baixa dose infectante, as densi-
feridas espécies como C. wairi, C. felis, C. me- dades de contaminação ambiental com cistos e
leagridis e C. saurophilum estariam agrupadas oocistos infectantes são suficientes para poluir
no C. parvum (as demais espécies não foram o ambiente aquático, e os oocistos são bastante
estudadas). Assim, há vários genótipos diferen- pequenos para atravessar o processo de trata-
tes de C. parvum (genótipo 1, genótipo 2, ge- mento da água além de serem resistentes aos
nótipo guinea pig, genótipo Monkey e Koala) desinfetantes comumente empregados no tra-
de grande importância epidemiológica, uma tamento da água.
vez que o genótipo 1 é a cepa responsável pela O primeiro surto de criptosporidiose, que
maioria das infecções humanas, enquanto o ge- vitimou 79 pessoas, ocorreu em 1984 no Texas
nótipo 2 provavelmente é o que mais ocorre no (EUA), sendo diagnosticado por um estudo
ambiente, podendo infectar animais e homens epidemiológico, portanto sem a confirmação
(Xiao et al., 1998 e 1999). do parasito na água de poço suspeita. A partir
Seguindo a mesma linha de pesquisa, Koch deste outros casos foram descritos, e dentre
et al. (1985) comentam que a existência de dois aqueles de maior impacto estão os casos que
grandes genótipos estaria associada com os ocorreram na Geórgia (EUA) em 1987, onde
dois diferentes ciclos de transmissão, um dos 13.000 pessoas foram afetadas, e em Saitama
quais sendo por transmissão antroponótica e o (Japão), em 1996, quando 8.705 indivíduos fo-
outro por transmissão zoonótica e significati- ram acometidos, sendo o Cryptosporidium de-
vamente do bovino ao homem. Gibbons et al. tectado na água tratada e não-tratada. Em Ore-
(1998), através de estudos de tipificação mole- gon (EUA) houve 15.000 casos de criptospori-
cular, identificaram genótipos humano e ani- diose e o parasito foi detectado na água em
mal, designados de genótipo H (Human) e ge- processo de tratamento, enquanto em Milwau-
nótipo C (Calf ), respectivamente (Morgan e kee e Wisconsin (EUA), em 1993, o Cryptospo-
Thompson, 1998). ridium encontrado na água de gelo infectou
A freqüência de infecção pelo Cryptospori- 403.000 pessoas. Dentre as fontes de contami-
dium na população humana tem sido bem es- nação das águas destaca-se a contaminação
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Lima, E. C. & Stamford, T. L. M.

cruzada de águas de poço ou encanada por água vam o parasito (Gamba et al. 2000). Na cidade
de esgoto, falha nos procedimentos operacio- de São Paulo analisando 24 amostras de es-
nais, desvios do filtro de areia, contaminação gotos, Farias et al. (2002) verificaram que o
de águas superficiais por esterco bovino, e in- Cryptosporidium estava presente em todas as
fluências de efluentes industriais e agrícolas nas amostras variando de 80 a 912 oocistos por li-
águas de recreação (Smith, 1998). tro no esgoto doméstico e de 65 a 760 oocistos
A ocorrência de Cryptosporidium spp. no quando a pesquisa foi feita no córrego.
ambiente aquático tem sido verificada em vá- No que se refere ao tratamento da água,
rios países. Amostras de água não-tratada e tra- comparando-se a filtração em que se utiliza o
tada foram avaliadas quanto à ocorrência do filtro de areia, a filtração dupla ou a filtração
Cryptosporidium spp. em 66 estações de trata- mista, LeChevallier et al. (1991) observaram
mento de água de 14 estados e uma província que o número de amostras positivas para os
do Canadá. Quanto à positividade das amos- oocistos de Cryptosporidium spp. é maior quan-
tras da água não-tratada pode-se observar que do se emprega o tratamento com o filtro de
97% (82 de 85) das amostras coletadas de di- areia, e que o problema com a filtração está as-
versos pontos nas 66 estações foram positivas sociado ao tamanho dos oocistos de Cryptos-
para o parasito, com um número médio de oo- poridium spp., que varia de 3 a 6 µm, de forma
cistos de 2,7 por litro, porém com uma varia- que atravessa facilmente as barreiras no proces-
ção de 0,07 a 484 oocistos por litro. Esse resul- so de filtração, principalmente quando encon-
tado revelou um percentual de positividade de tra-se em grande número na água não-tratada.
87% do total das estações avaliadas. Na água As plantas de filtração com carvão ativado são
tratada, diante de 82 amostras analisadas, em freqüentemente usadas quando a qualidade da
22% foi detectado o Cryptosporidium spp. com água é muito precária, e LeChevallier et al.
um número médio de 1,52 oocistos por litro (1991) demonstraram que mais de 60% dos
(LeChevallier et al., 1991). Uma ampla varia- efluentes filtrados por essa planta apresenta-
ção no número de oocistos nas amostras de ram oocistos de Cryptosporidium spp., superior
água também foi verificada por Ongerth e às plantas de tratamento em que se usa o filtro
Stibbs (1987) quando pesquisaram o Cryptos- de areia, nas quais as amostras positivas dos
poridium nas águas de rio em Washington e na efluentes filtrados superaram o valor de 36%.
Califórnia, pois o parasito foi encontrado em Assim verifica-se que pode haver redução do
todas as amostras variando de 2 a 112 oocistos número de oocistos nas águas superficiais com
por litro. Na Costa Rica 14 amostras de águas o tratamento pelo processo de filtração, porém
superficiais foram analisadas, sendo sete de há influência quanto ao tipo de tratamento
água bruta e sete de água tratada sem cloração, simples, duplo ou misto, e quanto ao tipo de
e verificou-se que o parasito estava presente em filtro utilizado.
85,7% das amostras de água não-tratada e em
57% das amostras de água tratada (Luna et al.,
2002). Parâmetros de previsibilidade para
Quanto à pesquisa de Cryptosporidium spp. oocistos de Cryptosporidium spp.
em amostras de água no Brasil os estudos são
recentes, mas alguns trabalhos já foram realiza- A comparação entre os parâmetros de qualida-
dos no Estado de São Paulo, de forma que o pa- de da água com a presença de Cryptosporidium
rasito já foi detectado em águas superficiais e spp. é um subsídio para prever a sua ocorrência
profundas. A identificação de oocistos de no ambiente aquático e com isso orientar quan-
Cryptosporidium spp. nas águas do rio Atibaia to à performance dos tratamentos empregados
em Campinas e a alta turbidez das amostras fo- e aos procedimentos preventivos. Dentre os fa-
ram justificadas pelas intensas chuvas no pe- tores envolvidos na mensuração da qualidade
ríodo (Franco et al. 2001). Em águas de poço da água, a turbidez é um importante parâme-
da cidade de Itaquaquecetuba (SP) a presença tro, pois devido à facilidade de aderência dos
de oocistos pode ter sido resultante de influên- oocistos de Cryptosporidium spp. a compostos
cias da superfície externa, pois havia possibili- orgânicos e inorgânicos (Medema et al., 1998)
dade de infiltrações, pelo grande número de a sua presença tem sido associada ao grau de
animais nas redondezas, além da possibilidade turbidez da amostra, de forma que quanto
de contaminação cruzada com águas oriundas maior o grau de turbidez na amostra de água,
de fossas sépticas, as quais também apresenta- maior a possibilidade de se encontrar o parasi-
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to, tanto na água não-tratada como na água tra- de métodos de identificação sofisticados para a
tada. De acordo com a portaria 1.469 (Ministé- pesquisa de oocistos de Cryptosporidium spp.
rio da Saúde, 2000), para garantir a qualidade como a biologia molecular, todos são precedi-
microbiológica da água deve-se ter turbidez dos de métodos para a concentração dos oocis-
máxima de 1,0 UT em 95% das amostras anali- tos na amostra.
sadas após o processo de filtração rápida, mas Os métodos empregados para a análise de
no que se refere à remoção de Cryptosporidium amostras de água se subdividem em filtração,
spp. é recomendado um valor máximo de 0,5 eluição, concentração com ou sem purificação,
UT para o grau de turbidez. No entanto tem-se e identificação (Smith, 1998). A filtração pode
observado que os oocistos ainda ocorrem quan- ser considerada uma etapa para extração do
do a turbidez encontra-se com o valor de 0,19 oocisto (Nieminski et al., 1995) ou para con-
UT, de forma que a garantia de efetiva seguran- centração (Barer e Wright, 1990). Segundo La-
ça seria obtida com a turbidez de 0,1 UT (Le- berge et al. (1996) em análise de um grande vo-
Chevallier et al., 1991). lume de água torna-se necessário a utilização
Outro parâmetro relevante que tem sido das etapas de filtração e eluição utilizando
associado com a ocorrência de Cryptospori- membranas (Aldom e Chagla, 1995) ou filtros
dium spp. é a determinação dos coliformes. Le- (Kaucner e Stinear, 1998), porém quando se
Chevallier et al. (1991) demonstraram uma cor- analisa um pequeno volume, essas etapas po-
relação positiva entre a ocorrência de colifor- dem ser omitidas partindo direto para a etapa
mes e de Cryptosporidium spp., porém o fato de concentração por centrifugação (Ongerth e
não está bem elucidado na literatura, e autores Stibbs, 1987) ou por floculação (Vesey et al.,
têm demonstrado o contrário (Gamba et al., 1993a).
2000; Shepherd & Jones, 1996; Silva, 2002). Para o isolamento a extração do oocisto de
Tem-se observado que a pesquisa do para- Cryptosporidium spp. em amostras de água, pre-
sito em animais marinhos é uma forma indire- viamente à concentração por centrifugação das
ta de se verificar a presença de oocistos de amostras, diferentes métodos têm sido desen-
Cryptosporidium spp. em águas de estuários, de volvidos e dentre eles a filtração em membrana
forma que a presença do oocisto em ostras tem e a floculação com carbonato de cálcio, sendo
demonstrado o seu potencial como monitor ainda subestimada a sua eficiência (Vesey et al.,
biológico para a contaminação da água pelo 1993a). A técnica de filtração em membrana foi
parasito, além de servir como um filtro natural originalmente desenvolvida para ser aplicada
(Xiao et al., 1998). Outras espécies de moluscos em água tratada (Aldom e Chagla, 1995), no
bivalves como mexilhões e mariscos têm apre- entanto tem sido particularmente útil para
sentado positividade e grande acúmulo de oo- uma rápida determinação do número de oocis-
cistos de Cryptosporidium spp. em seu organis- tos em água não-tratada (Dawson et al., 1993).
mo (Freire-Santos et al., 2000). Recentemente, O método de floculação tem sido empregado
o parasito foi diagnosticado em peixe-boi ma- por ser simples e econômico e por analisar um
rinho (Marcondes et al., 2002). pequeno volume de água (Vesey et al., 1993a),
porém a elevada concentração dos resíduos
junto aos oocistos pode afetar a interpretação
Métodos de análises para a detecção dos resultados.
de oocistos de Cryptosporidium spp. Segundo Farias et al. (2002), a compactação
das partículas com a filtração em membrana é
Diferentes métodos de diagnóstico têm sido de difícil desagregação, e oocistos podem ser
desenvolvidos para a detecção de Cryptospori- perdidos quando se utiliza procedimentos de
dium spp. em amostras de água, cada qual com centrifugação com gradientes de densidades
suas vantagens e desvantagens, porém ainda para clarificar a amostra, enquanto no método
não há um método universalmente aceito de floculação embora haja formação de partí-
(Smith, 1998). Os métodos utilizados em amos- culas maiores, estas são menos compactadas do
tras de água têm sido os mesmos empregados que as partículas obtidas por filtração, no en-
em análises clínicas, mas a maior preocupação tanto recomendam que outros estudos são ne-
com o procedimento de análise é que, previa- cessários para aprimorar o método e determi-
mente ao método de identificação do parasito, nar sua performance, antes de ser rotineira-
é necessário empregar um método de concen- mente usado.
tração satisfatório, porque apesar da existência
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Lima, E. C. & Stamford, T. L. M.

Métodos de concentração superfície e para que os resíduos mais pesados


sedimentem.
Em alimentos e em amostras de água tratada Nieminski et al. (1995), pesquisando in-
ou ambiental os oocistos de Cryptosporidium fluências na recuperação dos oocistos em
spp. podem ser encontrados em baixo número amostras de água (água de abastecimento, água
tornando-se importante a seleção dos métodos pré-tratada por floculação e água filtrada), ob-
de concentração da amostra, pois ainda é ine- servaram que os melhores resultados foram
xistente a técnica que possibilita um enriqueci- provenientes da análise do sedimento obtido
mento para esse organismo semelhante às bac- previamente à etapa de flutuação, ao pesquisar
térias alertando para a utilização de métodos os oocistos direto da membrana filtrante após
altamente sensíveis (Laberge et al., 1996). a sua eluição e concentração, detectando um
A concentração de oocistos de Cryptospori- valor de recuperação de 78%. Quando a etapa
dium spp. por centrifugação tem sido realizada de flutuação foi empregada pelos autores hou-
em amostras de água (LeChevallier et al., 1995; ve redução de mais de 50% do número de oo-
Nieminski et al., 1995), associando etapas de cistos recuperados, e verificaram que quanto
sedimentação com uma etapa de flutuação, menor o número de etapas no procedimento,
sendo a pesquisa do oocisto feita em sua maio- menor a probabilidade de perdas de oocistos.
ria no sedimento obtido de uma centrifugação Vesey et al. (1993a) realizaram a concentra-
em que foi usado o volume sobrenadante resul- ção de oocistos em amostras de água apenas
tante da etapa anterior de flutuação, que por por sedimentação, e objetivando avaliar a efi-
sua vez é realizada a partir do sedimento con- ciência na recuperação de oocistos de Cryptos-
centrado. poridium spp. em água desenvolveram um mé-
É importante salientar que as substâncias todo de floculação por decantação de cristais
utilizadas para concentração de oocistos com de carbonato de cálcio (CaCO3) após a mistura
densidades entre 1,050 e 1,300, através de gra- de cloreto de cálcio (CaCl2), bicarbonato de só-
dientes de densidades contínuos ou descontí- dio (NaHCO3) e hidróxido de sódio (NaOH)
nuos, são empregadas com a finalidade de flu- em 1L de amostra inoculada com 608 oocistos,
tuação e clarificação das amostras (Deng & Cli- a qual foi submetida a um repouso de 4 horas.
ver, 1999; 2000; Kuczynska & Shelton, 1999; Os cristais de CaCO3 sedimentados foram dis-
LeChevallier et al., 1995). solvidos em ácido sulfâmico, resultando em
Smith (1998) comenta que as soluções nor- percentual de recuperação de 73,7%, 75,6 e
malmente usadas para flutuação de oocistos 76% para água de abastecimento, água de rio e
são soluções saturadas de sacarose com densi- água deionizada, respectivamente.
dade entre 1,100 e 1,200, porém tem sido em- LeChevallier et al. (1991) relataram que vá-
pregada a solução Sheather com densidade de rios fatores interferem na eficiência de recupe-
1,200 (Deng & Cliver, 1999), MgSO4 (densida- ração de oocistos em água por processos de
de específica de 1,270), ZnSO4 (densidade es- concentração por sedimentação ou flutuação,
pecífica de 1,300), e NaCl (densidade específica dentre eles a variação da densidade do oocisto,
de 1,210) conforme Kuczynska & Shelton pois oocistos de baixa densidade provavelmen-
(1999) para gradientes contínuos e a solução te serão menos recuperados por técnicas de se-
Percoll-sacarose com densidade entre 1,050 a dimentação e os oocistos de maior densidade
1,100 (Nieminski et al., 1995), Percoll (1,130, serão menos eficientemente recuperados por
1,090, 1,050 e 1,010), CsCl (1,400, 1,100 e técnica de flutuação.
1,050) de acordo com Kuczynska & Shelton Segundo Medema et al. (1998) desde que o
(1999) para gradientes descontínuos. meio de flutuação tenha densidade entre 1,090
A centrífugo-flutuação tem a finalidade de e 1,100 provavelmente resultará em perdas in-
separar cistos ou oocistos de protozoários de significantes porque 95% dos oocistos têm
resíduos sólidos na amostra e, quando realiza- densidade menor que 1,090, sendo a densidade
da, os oocistos na amostra devem ser previa- média de 1,045.4 verificada para os oocistos de
mente concentrados por sedimentação através Cryptosporidium spp.
de várias lavagens na ausência do líquido flu- Lima (2001), comparando diversas subs-
tuante para se obter um sedimento (Smith, tâncias (sacarose-densidade de 1,065, NaCl-
1998). LeChevallier et al. (1995) comentam que densidade de 1,155, MgSO4-densidade de
a gravidade específica do gradiente é escolhida 1,300, ZnSO4-densidade de 1,200, AlSOA-den-
para que os microrganismos flutuem em sua sidade de 1,115, NH4SO4 40%-densidade de
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1,115 e NH4SO4 80%-densidade de 1,200) pa- Métodos de identificação
ra a concentração de oocistos de Cryptospori-
dium spp. nas amostras de água e leite, verifi- Devido à ausência de técnicas específicas para
cou que a eficácia dos métodos de detecção a detecção de Cryptosporidium spp. em água e
desse parasito depende da natureza da amostra alimentos, as análises têm sido realizadas por
e da substância para a sua concentração, e ob- adaptação da metodologia empregada para
servou que nas amostras de água o cloreto de análises clínicas. Smith et al. (1989) analisaram
sódio proporcionou uma melhor concentração amostras de água in natura, filtrada e tratada
3
e recuperação de oocistos, porém com a sedi- utilizando um inóculo contendo 10 oocistos
mentação de todos os oocistos. de Cryptosporidium spp. por mililitro (ml) pre-
A densidade do oocisto pode ser alterada viamente purificado e armazenado a 4ºC por
devido a sua facilidade de aderência a outras dois meses. As amostras contaminadas foram
partículas. Medema et al. (1998) comentam armazenadas a 4ºC por duas semanas para pos-
que é mais alta a proporção de oocistos de terior concentração por solução descontínua
Cryptosporidium spp. em águas superficiais ade- de sacarose. Para a identificação dos oocistos
rido às partículas como lodo, areia, plâncton, foram comparados os métodos de coloração
algas e cristais biológicos. Nieminski et al. histoquímica (Ziehl-Nielsen, auramina-fenol,
(1995) relatam que a variação na eficiência de Giemsa e safranina-azul de metileno) e imuno-
recuperação dos oocistos de Cryptosporidium fluorescência indireta com anticorpo monoclo-
spp. em amostras de água por centrífugo-flu- nal (FITC-Mab). Verificaram que os métodos
tuação deve-se à presença de algas e cristais de Ziehl-Nielsen e FITC-Mab foram os melho-
químicos. Kuczynska & Shelton (1999) descre- res na identificação dos oocistos, proporcio-
vem sobre a aderência dos oocistos de Cryptos- nando recuperação de números elevados e se-
poridium spp. em sólidos fecais, e comentam melhantes (86% e 87%, respectivamente), con-
que a análise de amostras fecais estocadas pode siderando os valores-teste da amostra-controle
subestimar os níveis do porcentual de recupe- entre 71 e 89% de recuperação.
ração dependendo do grau de oocistos aderi- Outras técnicas têm sido descritas para a
dos aos sólidos fecais e que experimentalmente detecção de Cryptosporidium spp. em amostras
a análise da amostra deve ser realizada logo de água incluindo o método de Koster modifi-
após a sua inoculação com a suspensão de oo- cado (Luna et al., 2002), a citometria de fluxo
cistos previamente purificada. (Vesey et al., 1993b) e a reação em cadeia de po-
Segundo Smith e Rose (1990) a interação limerase – PCR (Kaucner e Stinear, 1998).
não-covalente entre a superfície negativamente Kaucner & Stinear (1998) comentam que a van-
carregada do oocisto e outras partículas na ma- tagem do PCR é a rapidez, sensibilidade e espe-
triz é reduzida pela adição de soluções deter- cificidade, tornando um método de diagnóstico
gentes como tween 20, tween 80 e duodecil sul- seguro, uma vez que se baseia na amplificação e
fato de sódio que reduzem agregações e man- subseqüente detecção de seqüências específicas
têm os oocistos como organismos individuais. do DNA do parasito. Segundo Taylor e Webster
LeChevalier et al. (1995) verificaram que a au- (1998), os métodos empregados para a identifi-
sência de soluções detergentes para a concen- cação do agente diferem quanto à sensibilidade,
tração por flutuação por Percoll-sacarose das sendo o limite de detecção maior que 50 oocis-
amostras de água de abastecimento não inter- tos por litro para o método de imunofluores-
feriu nos resultados, alcançando 100% de recu- cência, maior que 100 para o método histoquí-
peração quando se utilizou Percoll-sacarose mico e menor que 100 para o PCR.
com densidade igual a 1,150, e apesar de utili-
zarem um inóculo sem prévia purificação para
contaminação das amostras, este foi preparado Fatores que influenciam na
com amostra fecal recente e imediatamente an- detecção e recuperação dos oocistos
terior às análises. A probabilidade de adesão de Cryptosporidium spp.
particularmente depende da característica su-
perficial do oocisto que pode ser por alteração A recuperação experimental de oocistos de
devido aos procedimentos de purificação e es- Cryptosporidium spp. depende da natureza e do
tocagem (Medema et al., 1998). tipo de amostra, do tipo de substâncias de con-
centração e ainda da metodologia para concen-
tração e identificação do oocisto (Vesey et al.,
798
Lima, E. C. & Stamford, T. L. M.

1993a; Nieminski et al., 1995; LeChevallier et exerceu significante efeito na viabilidade dos
al., 1995). Isso reflete e ao mesmo tempo escla- oocistos recuperados, porém o gradiente de
rece a possibilidade de variação nos dados a se- flutuação com sacarose ou sulfato de zinco se-
rem obtidos e vem auxiliar na seleção adequa- letivamente concentraram oocistos viáveis, de
da do método de análise para a pesquisa de forma que a superfície dos oocistos não viáveis
Cryptosporidium spp. é mais susceptível à adesão aos sólidos fecais e,
Nas amostras de água deve-se considerar a conseqüentemente, sedimentam juntos. No en-
turbidez, principalmente no que se refere ao tanto LeChevalier et al. (1995) observaram que
grau de impureza inorgânica (química) con- após o armazenamento de oocistos em água de
forme Nieminski et al. (1995) ou orgânica rio na temperatura ambiente por 30 dias para
(biológica) segundo Medema et al. (1998). Nas o seu envelhecimento, muitos organismos
amostras de alimentos, a influência pode ser morreram e tornaram-se células vazias favore-
observada pela composição da amostra (Smith cendo uma maior eficiência de recuperação
& Rose, 1990; Deng & Cliver, 1999; 2000). comparado aos organismos recentes, sugerin-
Quanto às amostras fecais deve-se observar se do que oocistos vazios são preferivelmente
essas são recentes ou conservadas, seja à tem- concentrados por flutuação em gradiente de
peratura ambiente ou sob refrigeração (Kuc- Percoll-sacarose.
zynska & Shelton, 1999; Smith et al., 1989). Es- De um modo geral, a recuperação ou detec-
tas considerações são justificadas pela facilida- ção de oocistos por determinados métodos ou
de de aderência dos oocistos e por isso a im- substâncias de concentração através da pesqui-
portância de se atentar para o tempo que os sa destes oocistos nos sedimentos pode resultar
oocistos ficam em contato com as partículas na em uma subestimação dos resultados se os oo-
amostra (LeChevallier et al., 1995). cistos flutuam ou contrariamente quando a
Quanto às substâncias de concentração, a pesquisa é feita apenas no sobrenadante e os
influência é verificada pela sua densidade e ca- oocistos sedimentam (LeChevallier et al., 1991).
racterística físico-química geral, pois, de acor- Os resultados ainda podem ser dúbios devido à
do com a densidade e composição das amos- associação de um determinado procedimento
tras analisadas, podem influenciar apenas na de análise com um dos métodos de identifica-
densidade do meio, mas também provocar ção, quando a especificidade do método de-
aglomeração ou dispersão das partículas resul- pende da integridade do oocisto (Vesey et al.,
tando na dualidade entre a flutuação ou sedi- 1993a).
mentação das partículas presentes (Kuczynska Segundo Ongerth & Stibbs (1987) e LeChe-
& Shelton, 1999; Vesey et al., 1993a). vallier et al. (1991) a natureza abrasiva dos mé-
Kuczynska & Shelton (1999) avaliando todos pode causar danos ao oocisto e levar à
substâncias de concentração sugerem que a al- perda de epitopos que são necessários para a
ta recuperação com o NaCl para flutuação po- sua detecção pelos anticorpos monoclonais ou
de ter sido devido à habilidade de cátions mo- tendem a compactar outras partículas ao oo-
novalentes em dispersar partículas permitindo cisto ou ao seu redor que causam futuros pro-
a separação dos oocistos com os resíduos. En- blemas no estágio de detecção.
quanto o baixo número obtido com a solução de Segundo Bukhari et al. (1998), o procedi-
flutuação de ZnSO4 pode ter sido resultante da mento de concentração provoca um acúmulo
ação dos cátions divalentes em precipitar as de resíduos na amostra de água sendo necessá-
partículas e agregar os oocistos levando a sedi- rio o procedimento de clarificação para separá-
mentação de todos presentes. Em relação à so- los dos oocistos e permitir a sua detecção, po-
lução de sacarose, a baixa recuperação obser- rém o grau de purificação pode ser variável e o
vada foi provavelmente devido ao seu baixo pe- material flutuante pode conter, além de oocis-
so específico e a alta viscosidade da solução. tos, inúmeras partículas e células de algas que
Bukhari e Smith (1995) acrescentam que o interferem na identificação dos oocistos por
grau de recuperação de oocistos através de imunofluorescência.
substâncias de concentração depende de sua Conforme Vesey et al. (1993a), um agrega-
influência na viabilidade dos oocistos, pois do de partículas pode causar um bloqueio
avaliando três técnicas de concentração para quando se utiliza a citometria de fluxo para o
recuperação de oocistos de Cryptosporidium diagnóstico de Cryptosporidium, salientando-
parvum de fezes bovina observaram que a con- se que é difícil a desagregação dessas partículas
centração por sedimentação com água-éter não compactadas.
799

Ciência & Saúde Coletiva, 8(3):791-800, 2003


Considerações finais te de detecção de um oocisto por litro. A técni-
ca de biologia molecular tem sido avaliada e o
Os estudos com a metodologia para a pesquisa seu desempenho na identificação de espécies
de Cryptosporidium spp. em amostras de água de Cryptosporidium e na diferenciação entre os
vêm sugerindo mecanismos alternativos para a genótipos do C. parvum pode auxiliar na inves-
otimização dos métodos, e isso é imprescindí- tigação dos casos clínicos da criptosporidiose,
vel uma vez que a legislação atual, referente às enquanto a performance dessa técnica na aná-
normas de qualidade da água para consumo lise de amostras ambientais poderá ser útil no
humano, recomenda o padrão de ausência pa- monitoramento da ocorrência de Cryptospori-
ra oocistos de Cryptosporidium spp., de forma dium spp. em baixo número.
que há a necessidade de uma técnica com limi-

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