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Histórico da Fisioterapia Respiratória

Andressa Maia Gonçalves


Carina de Oliveira Freire Rodrigues

Escrever sobre a história da Fisioterapia Respiratória é uma tarefa estimulante


por tratar-se da especialidade que mais se desenvolveu em toda a Fisioterapia
brasileira, nas últimas três décadas. Muitos dados sobre a terapêutica
respiratória foram surgindo ao longo dos séculos que, independentemente de
qualquer classificação profissional, serviram para fornecer o embasamento de
muitas teorias e leis empregadas ou contidas em novas técnicas na
Fisioterapia Respiratória. Os exemplos mais significativos foram registrados por
ocasião das guerras mundiais ou dos grandes surtos epidêmicos.

Os primeiros registros de que se têm conhecimento datam do início do século


passado, quando Willian Ewart1 utilizou e documentou a drenagem postural
para o tratamento de bronquiectasias. Nessa época, não havia cura ou
tratamento farmacológico eficiente para tal doença e, portanto, a drenagem
postural era indispensável para promover higiene brônquica e prevenir o
agravamento da saúde respiratória dos indivíduos acometidos por essa
enfermidade.

Durante a Primeira Guerra Mundial (1914/1918), ocorreram grandes avanços


na área da saúde, principalmente devido à necessidade de tratamento dos
milhares de soldados mutilados. Em 1910, Pasteur descobriu que muitos
pacientes apresentavam colapso lobar agudo durante as cirurgias abdominais
(comuns nos acidentes de guerra) e necessitavam da reexpansão pulmonar
pós-operatória. Essa técnica até hoje têm sido utilizada na Fisioterapia
Respiratória. Posteriormente, em 1915, MacMahon escreveu sobre o uso de
exercícios respiratórios para pacientes com lesões pleurais e do diafragma ou
lesões por projétil no tórax de um modo geral, também comuns durante os
combates de guerra.

A princípio, a especialidade da Fisioterapia foi registrada sob a denominação


de Kinesiologia respiratória, especialmente na Europa. Na América do Sul,
sobretudo na Argentina, os chamados neumoKinsiólogos tiveram importante
participação nesse processo evolutivo2. No Brasil, a primeira vez que se citou
oficialmente a Fisioterapia foi em 1919, com a criação do Departamento de
Eletricidade Médica na Universidade de São Paulo (USP). Em 1929, foi
fundado o primeiro Serviço de Fisioterapia do então denominado Instituto do
Radium Arnaldo Vieira de Carvalho (USP), que funcionava em nível técnico.

Apenas em 1951, foi idealizado o projeto de criação do primeiro curso de


graduação em Fisioterapia no país, descrito pelo médico brasileiro Waldo Rolim
de Moraes. O projeto foi aprovado em 1963, pelo parecer nº. 38 do conselho
Federal de Educação e o curso foi criado em 1967, após a regulamentação da
profissão de fisioterapia e terapia ocupacional pela Portaria Ministerial 511 de
19643.
Talvez esse processo, que levou mais de quinze anos, possa exemplificar
como tudo foi lento e muito difícil no início da história da Fisioterapia brasileira.
Mas com certeza não explica o excelente patamar de desenvolvimento em que
a profissão se encontra atualmente no país, sobretudo o alto nível alcançado
pela Fisioterapia Respiratória. Na década de 70, houve o reconhecimento da
importância dessa especialidade nos hospitais. Antes disso, já havia uma
acentuada atuação da Fisioterapia Ortopédica e Neurológica,
predominantemente ambulatorial, em clínicas especializadas.

Pode-se considerar essa época como a mais importante para a inserção da


Fisioterapia Respiratória brasileira que, com o rápido crescimento na década
seguinte, se consolidou como indispensável em todos os hospitais. Foi nessa
época também que a especialidade passou a compor as equipes de terapia
intensiva. A partir de então, a Fisioterapia Respiratória exerce um papel
fundamental nas Unidades e Centros de Terapia Intensiva, absorvendo o
domínio da ventilação mecânica, já desenvolvida por fisioterapeutas em outros
países.

A nova atuação da fisioterapia, sem dúvida, possibilitou uma importante


integração multiprofissional e interdisciplinar, o que passou a exigir também
mais estudos e aprimoramento dos profissionais, para que fosse possível atuar
com mais competência nessa especialidade. Certamente, isso também foi
reflexo de um inquestionável respeito dos demais membros das equipes,
especialmente dos médicos intensivistas, cardiologistas e pneumologistas,
além dos enfermeiros.

No início da década de 1980, os poucos fisioterapeutas respiratórios do país


começaram a se encontrar em reuniões científicas e administrativas para
discutir técnicas e nomenclaturas, além de debaterem temas como os aspectos
que envolviam a filosofia da profissão, o perfil do profissional, entre outros.
Nesse período, foi organizado o I Simpósio Internacional de Fisioterapia
Respiratória, liderado por Carlos Alberto Caetano Azeredo, no Rio de Janeiro4.
Já em 1986, durante o III Simpósio, foi criada a Sociedade Brasileira de
Fisioterapia Respiratória (SOBRAFIR), entidade sem fins lucrativos que agrega
os principais interesses da especialidade no Brasil5. Desse modo, percebe-se
que ao longo dos anos a especialidade foi ganhando solidez, sendo que o
fisioterapeuta respiratório foi também inserido como especialização neonatal
nas Unidades de Terapia Intensiva dessa área.

As Unidades de Terapia Intensiva no Brasil estão cada vez maiores e mais


complexas. Da mesma forma, a inserção do fisioterapeuta se deu de forma
ampla, principalmente após a profissão ser amplamente reconhecida pelo
Ministério da Saúde, o que se exemplifica com a portaria GMMS n.º 432 de
1998, na qual se coloca a obrigatoriedade da presença desse profissional nas
equipes básicas das Unidades de Tratamento Intensivo. Contudo, ainda
estamos muito aquém do desejável patamar de desenvolvimento científico, do
qual muitos países já fazem parte. Ainda é preciso muito estudo e evidências
de nosso trabalho.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1) EWART, W. The treatment of bronchiectasis and chronic bronchial affections by posture and
respiratory exercises. Lancet 2, 1901. p. 70-72
2) COSTA, D. História da Fisioterapia Respiratória. IN: SARMENTO, George Jerre Vieira (org.).
Fisioterapia Respiratória no Paciente Crítico. Editora Manole, 2007. p.1-6.
3) AZEREDO, Carlos Alberto Caetano. Fisioterapia respiratória. Bonsucesso, RJ: Panamed,
1984.
4) Disponível em www.sobrafir.com.br
5) Disponível em www.medicinaintensiva.com.br

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