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Porque sofremos?

Aluno: Porque sofremos?

Professor: A que tipo de sofrimento você se refere?

Aluno: Ao sofrimento comum, aquelas frustrações do dia a dia.

Professor: Frustrações provem de expectativas não realizadas, e expectativa


provém do desejo, daonde vem o desejo?

Aluno: Creio que vem de mim mesmo.

Professor: Sim, portanto, você tem que concordar que você é o culpado por
sua frustração, e não os outros.

Aluno: Mas e quando os outros são responsáveis por nosso fracasso, e, por
conseqüência, nossa frustração?

Professor: Não muda nada, pois você deve entender que os outros não têm o
dever de agir de acordo com suas expectativas, mas apenas com as deles
próprios.

Aluno: Então ninguém tem culpa se algo dá errado em minha vida.

Professor: Aí já entramos em outro ponto, estávamos discutindo sobre


frustração, não sobre as situações da vida.

Aluno: E não é a mesma coisa?

Professor: Depende de como você olha. Frustração é uma decepção interior,


que tem sua base em um desejo não realizado, que muitas vezes, não foi
realizado porque a realização dependia de ações externas, e não apenas de
você, portanto, havia um fator X na equação, e este fator ocasionou um
resultado não esperado. Quanto a aquilo que você diz que dá errado na vida, já
é uma equação mais complexa, pois envolve não apenas o seu desejo, mas
também o desejo dos outros.

Aluno: Não sei se entendi a diferença.

Professor: Vou explicar de outra maneira. De forma bem resumida, existem


duas causas principais para o que ocorre na sua vida. A primeira é a causa
cuja fonte é você, ou seja, você foi o criador da ação propriamente dita. A
segunda causa, é na verdade um efeito, cuja fonte são os outros seres com os
quais você mantêm contato. Tanto o bem quanto o mal provem sempre de uma
destas duas fontes, ou de você, ou de alguém.

Aluno: Entendo este ponto de vista, mas a dúvida inicial continua, então, o que
fazer com a frustração?

Professor: Se suas frustrações provem da primeira causa, que é você, basta


não criar expectativas. Quando provem da segunda causa, também não
podemos esperar que os outros façam aquilo que queremos, pois eles têm
seus próprios desejos, que muitas vezes, alias, são conflitantes com os seus

Aluno: Vejo que o correto seria viver sem desejos ou expectativas.

Professor: Não.

Aluno: Como assim então? Se nossos desejos são os responsáveis pela


frustração, deveremos continuar nos frustrando?

Professor: Não necessariamente. Os desejos fazem parte de nossa vida assim


como o ar que respiramos. No entanto, a forma como você se relaciona com
esses desejos é que faz a diferença.

Aluno: Entendo. Mas ainda não sei como olhar os desejos de forma diferente.

Professor: Para isso, em primeiro lugar, você deve conhecer quais são esses
desejos, para em seguida olhá-los de forma diferente.

Aluno: Posso aplicar a mesma técnica sobre a qual conversamos dias atrás?

Professor: Basicamente sim. Mas há algumas diferenças. Naquela técnica você


observava principalmente situações da vida. Apesar dos desejos estarem
intimamente relacionados com aquilo que vivemos no dia a dia, você deve
procurar entender dentro de si mesmo a origem dos desejos, e qual sua
expectativa sobre eles.

Aluno: Com isso terei um melhor entendimento sobre o sofrimento humano?

Professor: Talvez. Mas o que quero que compreenda é que não existe técnica
universal. Você encontrará respostas, mas provavelmente, não todas as
respostas. Portanto, novamente repito, não crie expectativas em relação a isso
também, pois do contrário irá obter apenas mais uma frustração na sua vida.

Aluno: Ok. Vamos ver se entendi. Muito do nosso sofrimento vem do fato de
nos sentimos frustrados por não obtermos tudo aquilo que acreditamos ser de
nosso direito, e se entendermos daonde provém esta crença de que temos
direito àquilo, não nos sentiremos frustrados.

Professor: Você entendeu o que tinha que entender, no entanto, deve entender
que há sofrimentos que não serão resolvidos com algo tão simples assim.
Aluno: Entendo este ponto também. Mas continuo não entendendo porque
sofremos tanto.

Professor: Vou lhe explicar de outra forma. Se você tivesse filhos, você os
mandaria à escola?

Aluno: Sim, obviamente.

Professor: Por quê?

Aluno: Para que aprendessem.

Professor: Mesmo sabendo que iriam ter algum tipo de sofrimento, como ter
que sacrificar as brincadeiras, ser obediente ao professor, fazer as tarefas,
serem vítimas de bullying dos amigos, etc.?

Aluno: Sim, porque todos nós passamos por isso, creio que somente assim
eles formariam seu caráter e aprenderiam a se relacionar com o mundo.

Professor: E o que você me diria de um pai ou mãe que evitasse que seus
filhos fossem à escola para não sofrerem tudo aquilo e mais um pouco daquilo
que citei?

Aluno: Creio que apesar de entender as preocupações deste pai ou mãe, não
poderia concordar com a atitude deles, pois estariam prejudicando a vida que
seus filhos teriam no futuro.

Professor: Respondeu corretamente.

Aluno: Mas não compreendo a relação disso com nós mesmos.

Professor: A relação é evidente. Coloque-se no lugar dos filhos do casal que


citei, e no lugar dos pais, coloque seu Ser Superior.

Aluno: Ok. Se eu entendi bem, o mundo é uma escola, e os problemas e


sofrimentos pelos quais passamos aqui fazem parte de nosso aprendizado.
Mas porque é necessário tanto sofrimento? Não há uma maneira mais fácil de
aprender aquilo que precisamos?

Professor: É claro que há. Não quero que pense que concordo com todo o
sofrimento absurdo que existe neste mundo. Não é isso. O que quero dizer, é
que parte deste sofrimento é necessário para que aprendamos certas coisas,
que não seriam aprendidas de outra forma. Infelizmente, muito do sofrimento
existente no mundo não é causado pela necessidade de aprendizado
individual, e sim por interesses ocultos que nada acrescentam à evolução
humana, mas que somente atendem ao desejo desmedido do ego de
indivíduos pouco preocupados com seus semelhantes.
Aluno: Começo a perceber melhor o que quer dizer. Mas sobre nossas
escolhas individuais, acha que com sofrimento inconscientemente escolhido,
aprendemos aquilo que precisamos?

Professor: Não sou capaz de responder isso. Cada qual deve responder por si
próprio, pois é a forma como cada qual se relaciona com este tipo de
sofrimento que pode dizer se algo foi aprendido ou não.

Aluno: E qual a melhor forma, então, de se relacionar ou buscar o


entendimento disso?

Professor: Viver na certeza de que nada ocorre por acaso, e experimentar a


vida como uma infinita rede de possibilidades de aprendizado.

Aluno: Parece simples, mas ao mesmo tempo difícil...

Professor: E assim é. Ninguém disse que viver seria fácil, ou disse?

Aluno: Creio que não. Não me lembro.

Professor: Nem eu, portanto, não se preocupe com a possível dificuldade,


apenas viva, e tenha a certeza de nada é eterno, nem a felicidade, nem o
sofrimento. Tudo passa.

Aluno: Vou pensar sobre o que disse, e tentar aplicar algo no meu dia a dia.
Obrigado.

Professor: De nada.

Paulo Schwirkowski
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