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SANTOS, Milton. Pobreza Urbana, São Paulo, Hucitec, 1978.

Seria, portanto necessário reexaminar e renovar nossos conceitos, antes


mesmo de coletar estatísticas. Em outras palavras, são os conceitos, ou
seja, a elaboração teórica, que assumem o papel primordial. A menos
que o pesquisador seja consciente disso, os instrumentos de pesquisa,
e até mesmos os métodos, podem desempenhar um papel
determinante na construção teórica. Isso ocorre, por exemplo, com o
problema da definição de emprego, de desemprego, e de subemprego.
6.
Outro tipo de obstáculo é a definição dos limites urbanos. Os critérios
sobre o que é ‘urbano1, quase tão numerosos quanto os países a que
se referem, são tão diversos que não permitem nenhuma tentativa de
generalização. O mesmo ocorre em relação à noção de ‘terciário’ e
‘terceirização’ 7

O aparelho estatístico é prisioneiro de uma noção geral que não está de


acordo com a realidade. 7
Segundo Bachelard é mais importante compreender um fenômeno do
que medi-lo. A medida da pobreza é dada antes de mais nada pelos
objetivos que a sociedade determinou para si própria. É inútil procurar
uma definição numérica para uma realidade cujas dimensões – agora e
no futuro- serão definidas pela influência recíproca dos fatores
econômicos e sociais peculiares a cada pais. Além do que, um
indivíduo não é mais pobre ou menos pobre porque consome um pouco
menos ou um pouco mais. A definição de pobreza deve ir além dessa
pesquisa estatística para situar o homem na sociedade global à qual
pertence, porquanto a pobreza não é apenas uma categoria econômica
mas também uma categoria política acima de tudo. Estamos lidando
com um problema social. Ora, um fenômeno tão sintético e complexo
não pode ser compreendido através do estudo isolado de fragmentos de
informações. Somente um exame do contexto, responsável num dado
momento por uma determinada combinação , pode ser de alguma
ajuda para a construção de uma teoria coerente e capas de servir como
base para a ação. 10
Há na verdade, diferentes tipos de pobreza, tanto ao nível internacional
quanto dentro de cada pais. Por isso, não tem sentido procurar uma
definição matemática ou estática. Conforme acentuou Buchamam ‘ p
termo pobreza não só implica um estado de privação material como
também um modo de vida – e um conjunto complexo e duradouro de
relações e instituições sociais, econômicas, culturais e políticas criadas
para encontrar segurança dentro de uma situação insegura’. O assunto
exige um tratamento dinâmico, no qual todo o conjunto de fatores é
levado em conta- pois do contrário haverá ênfase em soluções parciais
que são mutuamente contraditórias. O problema essencial está na
estrutura analítica escolhida, ou seja, na tentativa de uma teorização
adequada. 10

Há muitas maneiras de esquivar-se ao problema da pobreza, seja


tratando o assunto como uma questão isolada, seja ignorando que a
sociedade é dividida em classes.12
4) Essa dinâmica de estruturação dos equipamentos infra-estruturais no
nível da produção e reprodução do capital e da força de trabalho, e
particularmente dos equipamentos e serviços coletivos,hierarquiza a
população a partir de suas localidades residenciais, provocando em
relação a maioria da população, constituída dos grupos sociais
posicionados em escalas mais baixas, um processo de segregação
socioespacial, que atinge os desempregados e as frações das classes
trabalhadoras de menor poder aquisitivo e menos qualificadas
profissionalmente, que ocupam empregos intermitentes ou labutam em
serviços sem vinculo empregatício nem qualquer proteção social.
139

5) O processo de estruturação e organização social dos equipamentos e


serviços coletivos pode ser assim visualizado:

- de um lado, a lógica das infra-estruturas e dos serviços públicos


organizados com base em relações de consumo não inteiramente
mercantis, alem do sistema de transporte – rede de rodovias e
transportes coletivos - , que determina o grau de acessibilidade a
equipamentos e a serviços coletivos, a localização dos grandes
equipamentos públicos como universidades, hospitais e centros de
formação profissional, aos serviços de correio, as redes de
telecomunicações e as superinfovias.

- de outro lado a lógica mercantil dos serviços privados que


organiza o consumo mercantil, englobando o sistema bancário, o
sistema comercial – comercio varejista, grandes centros
comerciais, cafés, restaurantes, hotéis, etc. -, o sistema de
medicina liberal, a rede de cinemas e de teatros, as universidades
privadas, e outros. 139

6) A analise das diferentes situações urbanas e sociais, nas quais se


manifestam as praticas de consumo final e de usufruto de serviços
oferecidos por equipamentos e serviços coletivos, como e o caso dos
espaços residenciais, pode contribuir para explicar a lógica de
reprodução das classes sociais, sem desprezar as relações desenvolvidas
no espaço propriamente produtivo – a fabrica e os espaços de produção
externalizados, no conjunto da sociedade, onde se desenvolvem os
momentos do processo ampliado da produção do capital, da circulação,
da troca e do consumo. 140

7) A distribuição seletiva dos diferentes grupos sociais ou das


“categorias sociais”, vinculados as classes fundamentais nas estruturas
urbanas, e própria das relações sociais capitalistas, e resulta num
processo global de segregação sócio espacial, em relação ao acesso a
equipamentos e serviços coletivos. As situações locais, sempre mais
complexas, tendem a reservar as categorias sociais media e superiores
as zonas mais bem equipadas, e a compelir, por uma forma reflexiva, a
classe operaria e as camadas populares, a fazer moradia em áreas
centrais pouco valorizadas, como morros e alagados, periferias e
subúrbios menos favorecidos de meios públicos.
140

8) A progressiva alteração dessa hierarquização das estruturas de


equipamentos e serviços coletivos e da distribuição dos grupos sociais
ou das “categorias sociais”, resultante da reversão da direção social das
políticas urbanas, pode ser o principal objetivo da estratégia de
intervenção popular e de controle social – como, por exemplo, os
conselhos locais – nesses processos de implementação de políticas
locais, a fim de contribuir para a construção do processo contra-
hegemonico, nacional e internacional, de critica e de superação da
sociedade capitalista.
140

O pressuposto fundamental de analise das políticas urbanas envolve os


espaços de exclusão e de marginalização, do ponto de vista
socioeconômico-espacial e cultural, como produtos da lógica do capital
que, em paises como o Brasil, vem assumindo dimensões de barbárie.
No estagio atual de desenvolvimento do capitalismo, essa lógica vem
estruturando, principalmente nas grandes metrópoles, um processo
cada vez mais agudo e amplo de segregação socioespacial.
140

O autor retoma a discussão, com base materialista, sobre a revolução


informacional, opondo aos critérios mercantis, elaborados na revolução
industrial, critérios não-mercantis, decorrentes de uma potencialidade
que vem sendo engendrada.
141

Para Lojkine, alem de a revolução informacional provocar metamorfoses


no processo de produção, também questiona o critério de eficácia
econômica elaborado pela industria capitalista com base na redução do
custo do trabalho e nop aumento da produção.
141

Embora as mudanças estejam apenas começando , pois a revolução


informacional vai dando ainda seus primeiros passos, os efeitos

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