Вы находитесь на странице: 1из 6

ESPAÇO-TEMPO E SUAS RELAÇÕES COM VIAGENS ESPACIAIS

SPACE-TIME AND THEIR RELATIONSHIP WITH SPACE TRAVEL

Deivid Schlosser Onório, Faculdades SPEI, deividsonorio@gmail.com

Resumo: As viagens de descobrimento sempre fascinaram o homem através dos séculos, e


atualmente a viagem espacial é um dos maiores desafios da ciência. Entender o que é o
espaço e o tempo, e suas relações, é primordial para a pesquisa e continuidade da
conquista espacial. Neste artigo, através da análise de vídeos e textos, busca-se trazer uma
idéia do conceito espaço-tempo, bem como suas aplicações em viagens espaciais.
Palavras-chave: espaço; tempo; viagem.

Abstract: The voyages of discovery always fascinated man through the centuries, and now
space travel is one of the greatest challenges of science. Understanding what is space and
time, and their relationships, is primary for the research and continuity of space
exploration. In this article, through analysis of texts and videos, we seek to bring an idea of
space-time concept and its applications in space travel.
Keywords: space; time; travel.

Introdução
Um conceito que sempre me fascinou, seja atualmente assistindo à série O
Universo, exibida pelo canal The History, ou lembrando inúmeras outras séries e artigos já
lidos, é a viagem espacial e suas relações com o espaço e tempo.
Durante séculos exploradores, conquistadores, naturalistas e artistas fizeram as mais
extraordinárias jornadas a regiões inexploradas do mundo. O homem sempre se viu
compelido a descobrir o novo e ir onde nunca se foi antes, ampliando os limites do
conhecimento de sua época e inspirando aqueles que os sucederam.
Quando o mundo se tornou conhecido, não havendo mais continentes ou ilhas a
serem descobertas, voltamos nossos olhares aos céus. Eis nosso oceano moderno a ser
desbravado, ainda cheio de mistérios e dificuldades incríveis.
Pode ser que não haja nenhum outro tema que atraia tanto a imaginação quanto
viagens espaciais e as incríveis descobertas a serem feitas. No entanto, este assunto não é
algo somente ligado à ficção científica ou à ciência. Ele está em nossas vidas diariamente,
mais presente do que pensamos. Das estrelas que vemos ao olhar o céu, o GPS que usamos
em nossos carros, ou a tecnologia já desenvolvida a partir da pesquisa de viagens espaciais.
Este artigo tem por objetivo trazer algumas idéias acerca de viagens espaciais e suas
relações com o espaço e tempo. Contudo, está longe de ambicionar ser um artigo científico,
servindo muito mais como um exemplo de conceitos, pensamentos e teorias sobre estes
objetos.

1. Relação Espaço-tempo

O astrônomo Carl Sagan dizia que o tempo é “resistente a uma definição simples”.
Muitos de nós achamos que sabemos o que ele é, mas é difícil defini-lo. Literalmente, não
se pode ver ou tocar o tempo, mas podemos ver seus efeitos. As pessoas envelhecem, as
árvores crescem, as coisas mudam.
Com isso temos a idéia de que o tempo é uma via única de eventos irreversíveis,
algo que conhecemos pelas nossas experiências diárias. No entanto, esse processo não
acontece do mesmo modo para todos.
O tempo seria a quarta dimensão de nosso universo. As outras três dimensões são
espaciais, que podemos notar facilmente: direita-esquerda, frente-trás e acima-abaixo.
Quando nos deslocamos no espaço, fazemos isso através do tempo, ou seja, qualquer
movimento não acontece instantaneamente, mas ocorre através dessa quarta dimensão.
Quando andamos pela rua, por exemplo, além de nos deslocarmos no espaço, também
estamos nos deslocando no tempo. O tempo não pode existir sem o espaço e, da mesma
forma, o espaço não pode existir sem o tempo. Esta relação profunda entre o tempo e o
espaço é chamada de contínuo espaço-tempo, que significa que todo evento que acontece
no universo envolve tanto o espaço como o tempo. A alteração de um reflete-se sobre o
outro.

2. Velocidade, Gravidade e Teoria da Relatividade

2
Em 2005 comemorou-se cem anos da publicação dos artigos nos quais Albert
Einstein definiu a teoria da relatividade. Para entender melhor esta teoria e sua repercussão,
vou dar um exemplo que a maioria das pessoas deve conhecer, o GPS.
O GPS é uma rede de vários satélites, orbitando a aproximadamente vinte mil
quilômetros de distância da Terra. O receptor que usamos em nossos carros entra em
contato com quatro desses satélites. Três deles, através de um cálculo geométrico de
triangulação com o sinal recebido, calculam a nossa posição.
Os sinais enviados e recebidos para os cálculos viajam próximos da velocidade da
luz, mas ainda assim demoram um pouco para serem recebidos e calculados. Esse é o
trabalho do quarto satélite: acertar com precisão o relógio do nosso GPS. Para isso os
satélites contam com um relógio atômico extremamente exato, tão exato que apenas se
atrasa um milésimo de segundo a cada cem mil anos.
Com isto estaria tudo certo. Comparando os três sinais e a sincronizando o relógio
atômico do satélite e o nosso GPS o sistema deveria encontrar a nossa posição exata no
momento. Entretanto, se tudo fosse feito somente assim o GPS não funcionaria. Mas por
quê?
É aqui que entra a teoria da relatividade de Einstein. Esta teoria afirma que o tempo
passa mais lentamente quanto maior é a velocidade a que nos movemos. Não podemos
sentir isso, pois os meios de transporte que temos são muito lentos. Só perceberíamos isso
em velocidades próximas das da luz. Uma segunda conclusão da teoria da relatividade
afirma que quanto menor for a atração do campo gravitacional, o tempo passa mais
depressa.
Conhecendo estas duas leis e sabendo que os satélites GPS se movimentam a
quatorze mil quilômetros por hora, isto significa que para eles o tempo passa mais devagar.
Além disso, estão a vinte mil quilômetros da Terra, onde a atração da gravidade é menor e,
portanto, isto acelera o tempo em relação a nós.
Calculando as diferenças desses fenômenos obtemos que o tempo para os satélites
passa 39 milionésimos de segundo por dia mais devagar do que para nós que estamos na
Terra. Ou seja, os satélites ao fim de cada dia estão 39 milionésimos de segundo mais
novos que nós.

3
Não parece uma diferença muito grande, mas temos que entender que se usamos a
velocidade dos sinais dos satélites para o cálculo, qualquer milionésimo de segundo que
deixemos para trás se transforma num erro enorme, que pode chegar a até 11 quilômetros.
Os instrumentos dos satélites ajustam automaticamente os seus cálculos através da
teoria da Relatividade, o que lhes permite um erro máximo de, aproximadamente, quinze
metros. Sendo assim tornam-se muito mais confiáveis.

3. Viagens Espaciais

Uma unidade de distância muito usada em Astronomia chama-se ano-luz, que é a


distância que a luz percorre em um ano e equivale a quase 10 trilhões de quilômetros.
Quanto mais distante observamos um objeto, mais no passado estamos vendo-o, devido ao
tempo que a luz gasta para sair do objeto e chegar até nós. Quando avistamos o Sol,
estamos vendo, na realidade, o Sol de oito minutos ou 0,000.016 anos atrás. Quando
observamos a estrela Alfa de Centauro, estamos vendo essa estrela há 4,2 anos atrás.
Quando observamos um objeto que se encontra distante 10 anos-luz de nós, estamos vendo-
o há 10 anos atrás. O diâmetro de nossa galáxia é de 100 mil anos-luz e estamos há 30 mil
anos-luz de seu centro.
Mas o que tudo isso tem a ver com viagens espaciais? Se olharmos estas distâncias
veremos que estamos limitados por duas grandes barreiras: o próprio tamanho do espaço e a
lentidão dos foguetes que temos hoje. Por exemplo, uma viagem a Marte, com as atuais
velocidades, demora vários meses e uma jornada à estrela Alfa de Centauro, levaria
centenas de milhares de anos. As viagens até planetas de outros sistemas solares poderiam
durar milhões de anos. Viagens com velocidades próximas das da luz, caso fossem
tecnicamente possíveis, também não resolveriam todas as dificuldades, devido às enormes
distâncias interestelares, que podem chegar facilmente a milhões ou bilhões de anos luz.
Um dos pré-requisitos para qualquer missão espacial é se estar vivo quando chegar
ao destino. Então essas missões devem ser pequenas se comparadas à expectativa de vida
humana. No momento isso nos limita aos planetas do sistema solar, e possivelmente
cometas e asteróides próximos. Mesmo viagens aos planetas vizinhos poderiam levar meses
ou anos.

4
Algumas idéias para contornar estes problemas foram propostas. Uma delas é a do
“buraco de minhoca”, que consistiria de atalhos no espaço, para chegar mais rapidamente a
lugares distantes do universo. Os buracos de minhoca são considerados plausíveis com base
na teoria da relatividade de Einstein, que diz que toda massa possui gravidade, e a
gravidade contorce ou curva o espaço-tempo.
Imaginemos que vivemos em um espaço só com duas dimensões, como numa folha
de papel. Nós queremos ir do ponto A ao ponto B. Mas A e B estão tão distantes que
mesmo à velocidade luz levaria mais tempo que uma ou duas gerações para terminar a
viagem. Ao invés disso poderíamos ter um túnel que passa por uma terceira dimensão,
conectando A e B. Pelo túnel a viagem seria muito mais rápida. Uma civilização
extremamente avançada talvez consiga realizar tal proeza.
Abaixo podemos ver uma representação do que seria um buraco de minhoca, numa
viagem hipotética da Terra até Vega, estrela mais brilhante da constelação de Lira e a sexta
estrela mais brilhante do céu, separada do nosso sistema solar por 26 anos-luz.

Como podemos ver o buraco de minhoca abriria um túnel no tecido do espaço-


tempo, formando um atalho e encurtando a enorme distância que teríamos que percorrer de
outra maneira.
Claro que tudo isso não passa de uma teoria, entre muitas outras que foram
propostas para tornar as viagens interestelares possíveis. Não é objetivo deste artigo
mostrar todas as propostas feitas até o momento, mas sim dar uma idéia de quão vasto e
incrível podem ser os pensamentos que envolvem o tema.
Enfim, se tudo mais falhar e não conseguirmos realmente realizar viagens
“rapidamente”, podemos tentar a abordagem mais simples e ao mesmo tempo mais difícil: a
criação de uma espaçonave tão grande, tão cheia de recursos, que levaria milhares de anos
5
para chegar a outro sistema com planetas, mas ao menos os humanos que habitassem essa
nave-mundo viveriam tão bem quanto os que vivem na Terra. Se pensarmos bem não é tão
absurdo. Nosso planeta mesmo pode ser visto como uma imensa espaçonave. Teríamos que
desenvolver sistemas auto-suficientes de ar e alimento, com espaço suficiente para as
gerações sucessivas de humanos, dando condições até a chegada ao destino.

4. Referências

LOBO, F. Túneis no Espaço-Tempo e Viagens Interestelares Hiper-rápidas. Portal do


Astrônomo. Disponível em: <http://www.portaldoastronomo.org/tema6.php>. Acesso em:
22 mai. 2011.

O DESAFIO de Einstein: viajar entre as estrelas. Revista Super Interessante. São Paulo:
Abril Editora, n. 270a, out. 2009.

O UNIVERSO: Velocidade da luz (série). The History Channel, 2009. 42min. son. color.
3ª temporada.

O UNIVERSO: Viagem espacial (série). The History Channel, 2008. 42min. son. color. 2ª
temporada.

O UNIVERSO: Viagem no tempo (série). The History Channel, 2011. 43min. son. color.
5ª temporada.

SAGAN, C. Cosmos: uma viagem pessoal. Viagens no tempo e espaço. PBS, 1980. 60
min. son. color.

Sagan on Time Travel. NOVA Online, 1996. Disponível em:


<http://www.pbs.org/wgbh/nova/time/sagan.html>. Acesso em: 21 mai. 2011.

Вам также может понравиться