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Furlan
E-mail: ibianchi@terra.com.br; fereribeiro@hotmail.com;
nati.furlan@hotmail.com
Instituição: Universidade de Caxias do Sul (UCS)
Curso: Medicina
Período: Terceiro Semestre
Título do Trabalho: Anatomia do Aparelho Respiratório Superior
Área: Anatomia
1. CAVIDADE ORAL
Reconhecemos boca como sinônimo de cavidade oral.
A boca é a primeira parte do sistema digestório. Delimitada pelos lábios anteriormente e
pelos pilares do istmo da fauce, posteriormente. Pode ser dividida em vestíbulo oral, espaço em
forma de ferradura entre as gengivas e a mucosa das bochechas e lábios, e cavidade própria da
boca ou cavidade oral própria, limitada pelos arcos gengivais. A abertura entre os lábios é
denominada rima da boca ou rima oral. O teto é composto pelo palato duro e o assoalho pela
mucosa que cobre o músculo milo-hióideo.
Comunica-se, posteriormente, com a parte oral da faringe (orofaringe) através do istmo das
fauces, que é limitado pelo palato mole acima e lateralmente (úvula e arcos palatoglossos) e pela
parte pós-sulcal do dorso da língua (base da língua), abaixo.
As estruturas que compõem a cavidade oral são: lábios, bochechas, assoalho da boca,
gengivas, região retromolar, palatos, glândulas salivares, língua e dentes.
1.1 Lábios
Os lábios são duas pregas móveis, musculofibrosas, que circundam a rima oral. Cobertos
por pele e internamente por mucosa. Em seu arcabouço estão os músculos dos lábios
(especialmente o orbicular da boca) e os ramos labiais superiores e inferiores das artérias labiais
que se anastomosam para formar um anel arterial. As pulsações de tais artérias são palpadas
fazendo-se a pegada do lábio levemente entre o indicador e o polegar.
Os lábios são divididos anatomicamente em lábio superior e inferior. São unidos pelas
comissuras dos lábios nas regiões laterais da boca. A face interna de cada lábio se junta com a
mucosa alveolar que marca seu limite com a gengiva através da junção mucogengival. Os lábios
também apresentam prega mediana e pregas laterais da membrana mucosa, que o prendem na
gengiva - os frênulos do lábio superior, do lábio inferior e os frênulos laterais.
As glândulas salivares labiais localizam-se ao redor da rima oral, entre a mucosa e o
músculo orbicular da boca. Essas glândulas pequenas têm uma estrutura semelhante à das
glândulas salivares mucosas. Seus ductos abrem-se no vestíbulo oral. A junção do lábio superior
com a bochecha é claramente demarcada pelo sulco nasolabial, que corre lateralmente da margem
do nariz ao ângulo da boca. O sulco mentolabial indica a junção do lábio inferior com o mento. O
lábio superior tem um sulco vertical, mediano e raso denominado filtro.
A margem vermelha do lábio é uma característica singular dos seres humanos. Ela é
vermelha por causa da presença de alças capilares próximas da superfície, que é composta de pele
fina.
Podemos reconhecer duas regiões no lábio: região externa, correspondente à área cutâneo-
mucosa, onde o revestimento se faz por um epitélio cornificado que continua com a pele; é a parte
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do lábio mais sujeita a traumatismos. E a região interna que corresponde à área da mucosa oral.
Nos lábios, a região interna é sede das neoplasias mais agressivas e com maior índice de
metastatização.
Os nervos sensitivos dos lábios superior e inferior são os nervos infra-orbital e mentual,
ramos dos nervos maxilar (NC V2) e mandibular (NC V3), respectivamente. Os nervos motores
provêm do nervo facial.
1.2 Bochechas
As bochechas são os lados internos da face que formam as paredes laterais da cavidade
oral. Contém um arcabouço muscular (músculos bucinador e masséter) associado a variável, mas
usualmente considerável quantidade de tecido adiposo. As bochechas têm essencialmente a
mesma estrutura que os lábios, com os quais são contínuas.
O músculo da bochecha é o bucinador. Superficialmente à fáscia que cobre o músculo
bucinador está o corpo adiposo da bochecha (antiga bola de Bichat), que confere um contorno
arredondado, particularmente em lactentes. No interior do corpo adiposo da bochecha transita o
ducto parotídeo.
O palato duro constitui o teto da boca e o assoalho da cavidade nasal, separando o nariz e
os seios maxilares da boca. Está arqueado tanto transversalmente quanto ântero-posteriormente,
tendo um formato de uma abóbada. Ele divide o nariz e os seios maxilares da boca. Todo o palato
consiste de duas partes: os dois terços anteriores formam o palato duro, e o terço posterior que
forma o palato mole, pertencente à faringe.
O palato duro é uma estrutura óssea formada anteriormente pelos processos palatinos das
maxilas (três quartos) e posteriormente pelas lâminas horizontais dos ossos palatinos (um quarto).
É limitado ântero-lateralmente pelas gengivas e pelas arcadas dentárias superiores e
posteriormente pelo palato mole. Longitudinalmente, é percorrido por uma linha mediana e
saliente chamada rafe, que termina anteriormente na papila incisiva. Há um revestimento de
mucosa espessa muito aderente à superfície do periósteo (mucoperiósteo). Não há submucosa.
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1.5 Assoalho da Boca (diafragma oral)
O assoalho da boca é a região limitada pelo bordo gengival da mandíbula, pela face
inferior da língua e pelos pilares anteriores das fauces (arcos palatoglossos). O assoalho está
apoiado profundamente nos músculos milo-hióideos e genio-hióideos, que formam o chamado
diafragma oral. A língua está associada ao assoalho, comunicando-se anatomicamente pelo
frênulo. A extremidade inferior do frênulo da língua apresenta uma elevação em cada lado, as
carúnculas sublinguais, nas quais se abrem os ductos das glândulas submandibulares. O assoalho
da boca tem ligação com os espaços supra-hióideo, submandibular e com as paredes da laringe.
1.6 Língua
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2. CAVIDADE NASAL
O nariz representa a parte superior do sistema respiratório e contém a parte receptora do
trato olfatório.
A cavidade nasal pode ser dividida em parte respiratória e parte olfatória. As funções da
parte respiratória são: filtração, aquecimento e umidificação do ar inspirado e recepção das
secreções dos seios paranasais e dos ductos nasolacrimais. A parte olfatória recebe as moléculas
que desencadeiam a olfação.
A filtração do ar é realizada por pêlos e cílios, além da umidade da mucosa, que retém
partículas sólidas de vários tamanhos. A umidificação do ar é realizada pela secreção da mucosa
nasal, enquanto o aquecimento do ar é feito pelo calor gerado pela intensa circulação sangüínea,
garantida por um plexo cavernoso junto às conchas nasais.
O nariz apresenta sulcos, nas margens laterais, que descem em direção às comissuras dos
lábios, passando lateralmente a elas e formando os chamados sulcos nasolabiais.
O nariz tem duas aberturas ínfero-anteriores, chamadas de narinas. Estas são limitadas
medialmente pelo septo nasal e lateralmente pela asa do nariz. Posteriormente, o nariz é limitado
pelas coanas (ou cóano), aberturas posteriores que dão passagem para a parte nasal da faringe
(nasofaringe). O arcabouço do nariz é ósseo e cartilaginoso.
Chama-se de glabela a região intersuperciliar, no local da sutura nasofrontal; e de columela
à parte do septo formada pelas raízes mediais das cartilagens alares e tecido conjuntivo adjacente.
Este conjunto osteocartilaginoso é revestido por uma camada musculocutânea, que
assegura a mobilidade e a forma do nariz. O músculo prócero mobiliza a pele frontonasal,
enquanto os músculos nasais, dilatadores da narina, levantador do lábio superior e da asa do nariz
atuam sobre a asa do nariz, aumentando o volume de ar inspirado.
O revestimento cutâneo do nariz é rico em glândulas sebáceas e reflete-se sobre a face
interna das asas do nariz, no interior dos vestíbulos nasais.
A Cavidade Nasal
Além da função respiratória e olfatória, a cavidade nasal possui uma ação fonatória ressonantal. A
coluna de ar expirado provoca sons emitidos por vibrações da pregas vocais da laringe. Estas
vibrações chegam à cavidade nasal que atua como caixa de ressonância. Por isso a obstrução dessa
cavidade provoca uma voz anasalada (rinolalia fechada).
A cavidade nasal, dividida pelo septo nasal, possui o vestíbulo do nariz, os meatos nasais e
expansões para os ossos vizinhos, conhecidas como seios paranasais (antes chamados de seios da
face).
Na entrada da cavidade nasal encontramos os vestíbulos nasais direito e esquerdo. Cada
vestíbulo do nariz apresenta uma parede medial, formada pela cartilagem septal e pelo ramo
medial da cartilagem alar, uma parede lateral, formada pela parte interna da asa do nariz e uma
parede anterior, constituindo um fundo de saco na face interna do ápice denominada ventrículo do
ápice do nariz. O vestíbulo apresenta um revestimento cutâneo que não contém glândulas
sudoríparas, mas contém glândulas sebáceas anexas aos pêlos. Esta pele apresenta pêlos
conhecidas como vibrissas (do verbo vibrar) e está sujeita a patologias dermatológicas como
fissuras, impetigo, foliculites, furúnculos e eczemas.
O meato nasal comum possui o septo nasal como parede medial e as conchas ósseas como
limite lateral. Estende-se desde a narina até a coana. Seu assoalho é o palato duro e seu teto é
construído pelo osso nasal, frontal, etmóide e esfenóide, no sentido antero-posterior.
O septo nasal é parcialmente ósseo e parcialmente cartilaginoso. A parte óssea está no
plano mediano até aproximadamente oito anos de idade; depois se desvia geralmente um pouco
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para direita. É composta pela lâmina perpendicular do etmóide e pelo vômer. A parte cartilagínea
é formada pela lâmina quadrangular, que preenche o espaço angular compreendido entre a lâmina
perpendicular do etmóide e vômer, e também pelas cartilagens alares, que auxiliam na formação
do septo no ápice do nariz.
A parede lateral é formada por parte da maxila (com o óstio do seio maxilar), ossos nasal,
lacrimal (com o canal lacrimonasal), etmóide, concha nasal inferior, palatino e o processo
pterigóide do osso esfenóide. A parede lateral separa a cavidade nasal da cavidade orbital em cima
e do seio maxilar ao lado. É uma parede irregular devido à projeção medial das conchas nasais.
Sob as conchas e a parede lateral encontram-se três espaços ou meatos, denominados
meato superior, médio e inferior. O meato inferior é o mais amplo e recebe a terminação do ducto
lacrimonasal. No meato superior encontram-se as aberturas do grupo posterior das células
etmoidais.
A porção mais anterior do meato médio é chamada de complexo ostiomeatal. A parte
superior deste meato é ocupada por uma saliência chamada bolha etmoidal, originada das células
etmoidais médias. Ântero-inferiormente à bolha etmoidal, existe uma lâmina fina de osso
chamado processo uncinado, que é um prolongamento da parede medial do seio maxilar. Entre ele
e a bolha etmoidal forma-se um sulco chamado de hiato semilunar que recebe um ou mais
orifícios de drenagem do seio maxilar. Em sua porção mais anterior, o hiato semilunar forma um
fundo de saco chamado infundíbulo, por onde drena o seio frontal.
Variações anatômicas nesta região podem levar a alterações na ventilação e drenagem dos
seios anteriores.
A abertura posterior da cavidade nasal é denominada coana. Medialmente limita-se pela
margem posterior do vômer. Lateralmente pela margem posterior da lâmina medial do processo
pterigóide. Inferiormente pela margem posterior da lâmina horizontal do osso palatino e
superiormente pelo corpo do esfenóide e pela asa do vômer.
As coanas podem ser visualizadas através da rinoscopia posterior, que consiste na
introdução de um espelho pela cavidade oral posteriormente ao palato mole.
São cavidades pneumáticas desenvolvidas nos ossos vizinhos à cavidade nasal. Estes seios
apresentam um revestimento mucoso semelhante ao epitélio respiratório, cuja secreção é drenada
para a cavidade respiratória através de seus óstios. Entretanto esta mucosa é um pouco mais fina,
menos vascularizada, e não tão aderente às paredes ósseas quanto o é a mucosa dentro da cavidade
nasal.
No recém-nascido, os seios paranasais são muito rudimentares (praticamente não existem,
exceto os seios maxilares que possuem um pequeno espaço como um grão de arroz). O seu
crescimento é importante na alteração do tamanho e forma da face durante a lactância e na
segunda infância, e no aumento da ressonância da voz durante a adolescência. O conteúdo aéreo
das cavidades paranasais permite visualizar seus contornos por meio de radiografia. Por volta dos
três anos de idade, é possível visualizar também as células etmoidais. Aos seis anos de idade, todo
o grupo é visível (maxilares, etmoidais, esfenoidais e frontais).
O comprometimento inflamatório da mucosa de um seio paranasal qualquer, geralmente
devido ao comprometimento do seu óstio de drenagem é denominado sinusite. Considerada
crônica quando sua evolução tem mais de quatro meses.
Os seios paranasais são também reconhecidos como seios da face, no entanto, é importante
verificar que as células etmoidais posteriores e os seios esfenoidais pertencem à base do crânio e
não à face.
O seio maxilar, radiologicamente visível desde o nascimento, possui uma expansão
relacionada com a evolução dentária e ocorre na direção ântero-inferior até se tornar o maior dos
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seios paranasais. Por volta dos doze anos, quando termina a erupção da maioria dos dentes
permanentes, o seio atinge seu tamanho definitivo. Possui um formato piramidal e ocupa todo o
corpo da maxila. O seu ápice estende-se para o osso zigomático. O teto do seio é o assoalho da
órbita; o assoalho do seio é estreito é formado pelo processo alveolar da maxila. Este assoalho é
mais baixo que o palato duro e pode apresentar elevações cônicas produzidas pelos dentes
molares. A parede anterior corresponde à bochecha e a fossa canina, abaixo do forame
infraorbital; a parede medial do seio é a parede lateral da cavidade nasal, e contém o óstio de
drenagem que leva ao meato nasal médio, através do hiato semilunar. Outros óstios acessórios
podem ser encontrados. Embora o óstio tenha posição superior no seio, o movimento ciliar da
mucosa arrasta as secreções para o meato. Inicialmente acreditava-se que abrindo o seio na base,
poderia resolver o problema de sinusite maxilar do paciente; não foi assim. É preciso ampliar o
óstio na posição em que se encontra porque é para lá que as secreções são encaminhadas.
A proximidade do seio maxilar com os dentes molares superiores pode facilitar a
propagação de uma infecção para o seio maxilar a partir de um abscesso dentário.
Este seio pode ser abordado tanto por via oral, quanto por via nasal, por punção do meato
nasal inferior.
Os seios frontais, muito variáveis em forma e tamanho, estão localizados entre a lâmina
externa e a lâmina interna do osso frontal. Pode estar ausente em até 4% das pessoas. Começam
sua individualização por volta dos quatro anos de idade e podem crescer até a idade adulta.
Um pequeno septo ósseo, geralmente deslocado da região mediana e incompleto separa os
dois seios. Comumente um seio frontal tem duas partes: uma vertical na porção escamosa do osso
frontal e uma horizontal, na porção orbitária do osso frontal. O tamanho e o desenvolvimento dos
seios frontais são variáveis.
Através de sua parede posterior, o seio frontal se relaciona com as meninges que cobrem o
lobo frontal do cérebro e com a origem do seio sagital superior. Está intimamente relacionado com
a órbita e com a fossa crânica anterior.
Situadas entre a órbita e a cavidade nasal, encontraremos três a dezoito pequenas cavidades
pneumáticas parcialmente desenvolvidas nos labirintos etmoidais – são as células etmoidais.
Podem invadir o osso frontal e também o maxilar. Começam a desenvolver a partir do segundo
ano de vida e completam o desenvolvimento por volta dos doze anos de idade.
As células etmoidais relacionam-se com estruturas importantes como a órbita, o cérebro, o
seio cavernoso e a artéria carótida interna.
Infecções nestes seios (etmoidais) podem romper a parede medial da órbita, causando
graves infecções da órbita, podendo evoluir para cegueira. Além disso, a propagação de infecções
dessas células poderia afetar a bainha nervosa dural do nervo óptico e causar neurite óptica.
O seio esfenoidal está situado no corpo do osso esfenóide, na porção posterior do teto da
cavidade nasal. Seu tamanho é bastante variável, podendo estender-se pelas asas deste osso. É
dividido por um septo, não necessariamente mediano.
Este seio começa a desenvolver aos nove meses e está completamente desenvolvido depois
dos dezesseis anos de idade. Sua drenagem é feita para o meato nasal superior.
Relaciona-se anteriormente com a cavidade nasal, posteriormente com a ponte e a artéria
basilar. Lateralmente relaciona-se com o nervo óptico, o seio cavernoso, a artéria carótida interna
e os nervos oftálmicos e maxilar. Inferiormente está relacionado com a parte nasal da faringe e
superiormente com a sela turca, onde se encontra a hipófise e, acima dela, o quiasma óptico. Por
esta razão, este seio é muito usado como via de acesso para cirurgias da hipófise.
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3. LARINGE
A laringe é um importante órgão do sistema respiratório, altamente diferenciado, que além
de condutor de ar, também possui função esfincteriana e fonatória.
Facilmente palpável através da pele, está situada na linha média anterior do pescoço na
frente da faringe e sobre a traquéia, no nível das vértebras cervicais C3 até C6. Em adultos
masculinos, possui 5 cm de comprimento e 4 cm de largura e está relacionada posteriormente aos
corpos das vértebras C3 a C6.
A laringe está fixada na faringe e no osso hióide através de músculos que formam um
aparelho suspensório, participando de todos os seus movimentos.
O esqueleto da laringe é construído por nove cartilagens reunidas por ligamentos e
membranas.
A cartilagem tireóide é formada por duas lâminas quadriláteras unidas anteriormente no plano
mediano nos seus dois terços inferiores, formando a proeminência laríngea. A proeminência
laríngea, conhecida popularmente como pomo-de-Adão, é mais pronunciada nos homens porque o
ângulo entre as suas duas lâminas é menor, o que se torna mais evidente com o desenvolvimento
das pregas vocais na puberdade. A borda superior da cartilagem tireóide está fixada ao osso hióide
pela membrana tireo-hióidea. Na face lateral de cada lâmina encontra-se a linha oblíqua, na qual
se insere o músculo constritor superior da faringe e os músculos esternotireóideo e tireo-hióideo.
A Cartilagem epiglótica tem o formato de uma folha com a porção afilada inserida no ângulo
interno da cartilagem tireóide, e sua porção mais alargada elevando-se por trás do osso hióide. É
mencionada como um opérculo (tampa) protetor das vias aéreas inferiores durante os movimentos
de deglutição, no entanto, é importante salientar que a proteção das vias aéreas se deve
principalmente à capacidade de contrair os músculos e aproximar as pregas laríngeas. Um paciente
que tenha ressecada a parte superior da sua epiglote, não perderá sua capacidade de deglutir e
proteger a via aérea mais baixa.
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Além das nove cartilagens citadas, podemos encontrar as cartilagens sesamóides que
também não são constantes.
Essas diferentes cartilagens estão ligadas entre si por ligamentos e articulações (articulação
cricotireóidea e articulação cricoaritenóidea), que permitem o deslizamento de uma cartilagem
sobre a outra, em movimentos ântero-posteriores, de lateralidade e basculares, sob a influência da
ação muscular. Através desses movimentos, a laringe faz variar a abertura entre as pregas vocais,
variando assim a altura dos sons produzidos pela passagem de ar entre elas. Estes sons são
transformados em fonemas por órgãos fonoarticulatórios (lábios, língua, palatos) e de ressonância
(faringe, cavidade oral, nasal e seios paranasais).
A membrana tireo-hióidea possui um orifício por onde passam os vasos laríngeos
superiores e o ramo interno do nervo laríngeo superior.
A membrana cricotireóidea une o arco cricóideo à cartilagem tireóide. É o local
adequado para a realização da cricostomia ou cricotireoidostomia, procedimento que visa a
abertura da via aérea em casos de asfixia.
Uma membrana delgada de tecido conjuntivo que vai das cartilagens aritenóides até a
epiglote é chamada de membrana quadrangular. Sua borda livre, localizada acima da prega vocal,
constitui o ligamento vestibular, recoberto por mucosa. Estes ligamentos e sua mucosa
desempenham um pequeno ou nenhum papel na produção da voz – são as chamadas pregas
vestibulares (antigas falsas pregas vocais). Rima vestibular é o espaço entre as pregas vestibulares
e rima glótica, entre as pregas vocais.
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possui função autônoma e sensitiva, enquanto a porção infraglótica é suprida pelo laríngeo
recorrente.
4. TRAQUÉIA
A traquéia é um longo tubo fibrocartilaginoso de aproximadamente 11 cm e que
se inicia a partir da 6ª vértebra cervical (é um prolongamento da laringe). Desce
anteriormente ao esôfago e ocupa o pescoço e o mediastino superior.É mantida por uma
série de cartilagens traqueais em forma de C. A terminação da traquéia está em nível da
4ª vértebra torácica, no ângulo esternal, onde se divide, na Carina (crista em forma de
quilha), em Brônquio Principal Direito e Esquerdo.
Inicialmente, o arco aórtico posiciona-se anteriormente à traquéia, porém, com o
passar do tempo, ele passar a ficar à esquerda da traquéia.
TRAQUEOTOMIA TRAQUEOSTOMIA
Incisão cirúrgica no pescoço, em fenda, È praticamente o mesmo procedimento,
atingindo a parede anterior da traquéia, a porém é realizado por meio de uma
fim de desobstruir a laringe. Pode ser feita incisão quadrada ou redonda no pescoço.
em caso de emergência ou como um Além disso, a túnica da mucosa traqueal é
processo eletivo. Geralmente, é feita trazida em continuidade com a pele.
quando a intubação endotraqueal é curta. Realiza-se quando as medidas de suporte
para a manutenção da função respiratória
vão demorar mais de 72 horas, como em
pacientes comatosos.
5. FARINGE
A faringe é um conduto musculomembranoso comum aos sistemas digestório e
respiratório, que se estende verticalmente na frente da coluna vertebral cervical e atrás
das cavidades nasais, da cavidade oral e da laringe estendido desde a base do crânio até
a altura da sexta vértebra cervical, onde se continua com o esôfago. Possui a forma de
um funil irregular. É um importante órgão fonoarticulatório; recebe a voz, normalmente
gerada na laringe, distribuindo-a para a cavidade oral e cavidades nasais.
A faringe se divide em três níveis que se sobrepõem: parte nasal da faringe
(ainda conhecida como nasofaringe), parte oral da faringe (ou orofaringe) e parte
laríngea da faringe (hipofaringe ou laringofaringe).
Seu comprimento, variável em resposta ao estado de tensão dos músculos, é de
aproximadamente 15 cm, no adulto (4 cm no recém nascido).
Cada parede lateral possui, na parte superior, o óstio faríngeo da tuba auditiva
(ou orifício faríngeo da trompa de Eustáquio). Este óstio triangular de base inferior,
possui dois lábios: um lábio anterior e outro posterior que é muito mais proeminente.
Na altura da parte nasal da faringe a parede anterior está constituída pelos
orifícios posteriores das cavidades nasais - as coanas. Mais abaixo, encontra-se a face
superior do palato mole.
Na altura da parte oral da faringe, há uma comunicação com a cavidade bucal
através do istmo das fauces. Mais abaixo a parede anterior corresponde à base da língua.
Na altura da parte laríngea da faringe, a parede anterior se corresponde com o
ádito laríngeo, margens da epiglote e ligamentos ariepiglóticos (coroa laríngea). Mais
abaixo apresenta proeminências que correspondem às cartilagens aritenóides e cricóide.
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Lateralmente às proeminências aritenóides, encontram-se os canais
faringolaríngeos ou recessos (seios) piriformes.
A extremidade superior da faringe se inclina para baixo e para trás, continuando
com a parede posterior mediante uma curva côncava mais ou menos fechada segundo a
pessoa.
A tonsila (amígdala) faríngea, situada nesta parede, pode prolongar-se na parede
posterior constituindo as vegetações adenóides.
A extremidade inferior da faringe está na mesma altura que a base (margem
inferior) da cartilagem cricóide e, posteriormente, na altura da sexta vértebra cervical
(C6).
Neste nível, a faringe se comunica com o esôfago, através da boca esofágica,
onde se encontra o esfíncter esofágico superior - EES - construído pelo músculo
cricofaríngeo.
A parte nasal da faringe tem função respiratória e fonatória. Localizada acima do
palato mole e atrás das cavidades nasais. Comunica-se com a parte oral da faringe pelo
istmo faríngeo (também conhecido em Fonoaudiologia, como esfíncter velofaríngeo –
EVF); com as cavidades nasais através das coanas e com a orelha média, através das
aberturas laterais das tubas auditivas, que se salientam por suas cartilagens, formando o
que conhecemos como tórus tubário. Posteriormente ao tórus tubário, identifica-se um
pequeno sulco chamado de recesso faríngeo. Também podemos observar uma prega
mucosa que desce obliquamente, desde o tórus tubário, cobrindo o músculo
salpingofaríngeo que, durante a deglutição, contrai e ajudar a abrir o óstio da tuba
auditiva. O músculo levantador do palato mole também forma um relevo abaixo do
óstio tubário. Na submucosa da parte nasal da faringe se acumula tecido linfóide que
forma a tonsila faríngea, na parte mediana junto à lâmina basilar do occipital e a tonsila
tubária, atrás do óstio tubário – dois dos componentes do tecido linfóide agregado à
mucosa, TLAM.
A parte oral da faringe se estende desde o palato mole até a base da língua, na
altura do osso hióide. Comunica-se anteriormente com a cavidade oral, através do istmo
das fauces ou estreitamento da garganta. Nas paredes laterais deste estreitamento,
encontramos os arcos ou pilares do palato mole, pregas mucosas que cobrem,
anteriormente, o músculo palatoglosso e, posteriormente, o músculo palatofaríngeo.
Entre o pilar anterior e o pilar posterior, encontra-se a fossa tonsilar onde se situa a
tonsila palatina (vulgares amígdalas). Na frente do istmo das fauces, encontramos a base
da língua que forma a parede anterior da parte oral da faringe e onde se vê a tonsila
lingual.
A parte laríngea da faringe está localizada atrás da laringe e se estende desde a
altura do osso hióide até a sexta vértebra cervical. Logo abaixo do osso hióide, atrás da
epiglote, encontra-se a abertura que dá entrada para a laringe – o ádito laríngeo. O
espaço endolaríngeo é separado da faringe pela lâmina cricóidea e pelas aritenóides, que
ocupam a parede anterior da parte laríngea da faringe.
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