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HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
NÚMERO 32
Set/Dez 2010
APRESENTAÇÃO ................................................................................................. 5
Resenha
REVISTA CULTURA ESCRITA Y SOCIEDAD
Maria Teresa Santos Cunha ................................................................................... 259
Documento
LAICIDADE
DICTIONNAIRE DE PEDAGOGIE ET D'INSTRUCTION PRIMAIRE
PUBLIE SOUS LA DIRECTION DE FERDINAND BUISSON (1878-1887,
P. 1469-1474)
Maria Helena Camara Bastos ................................................................................. 267
Os editores
Resumo
Nos anos 1940-1950, quando uma reforma geral do ensino parece
iminente, a Associação dos Professores de Matemáticas do Ensino
Público, animada por um pequeno núcleo de professores militantes,
se mobiliza para reforçar o lugar das matemáticas nos planos de
estudos, e sobretudo para engajar sua renovação via introdução das
«matemáticas modernas». Esses «modernizadores» são influenciados
pelas idéias do grupo Bourbaki e por aquelas dos movimentos
pedagógicos: desejam simultaneamente abrir o ensino matemático ao
espírito das matemáticas contemporâneas – particulartmente a
álgebra moderna –, e renovar os métodos de ensino pela adoção e
uma pedagogia ativa. Apesar das oposições, algumas de suas
proposições serão integradas nos programas de ensino pelo Ministério
da Educação Nacional ao fim dos anos 1950.
Palavras-chave: reforma; matemáticas modernas; disciplina escolar;
ensino secundário; século XX.
1
Renaud d'Enfert e Pierre Kahn, En attendant la réforme. Disciplines scolaires et
politiques éducatives sous la IVe République, Grenoble, Presses universitaires de
Grenoble, 2010. Autorizada a publicação pelo autor e pelas Presses universitaires
de Grenoble.
2
Renaud d'Enfert, «L'enseignement scientifique dans l'ordre primaire, du Front
populaire à la Libération: ruptures et continuités», in Jean-François Condette et
Gilles Rouet (dir.), Un siècle de formation des maîtres en Champagne-Ardennes.
Écoles normales, normaliens, normaliennes et écoles primaires de 1880 à 1980,
Reims, CRDP de Champagne-Ardennes, 2008, p. 155-163.
3
Bruno Belhoste, «L'histoire de l'enseignement mathématique au collège et au
lycée», in Pierre Legrand, Les maths en collège et en lycée, Hachette, 1997, col.
Profession Enseignant, p. 373.
I. Um contexto favorável
4
Sobre esta associação, ver Isabelle Brun, Le Bulletin de l'Association des
professeurs de mathématiques de l'enseignement public (APMEP). Période 1945-
1970. Un journal au service de la réforme des mathématiques modernes, Mémoire
de DEA de l'Université Paris 7, 1997; Éric Barbazo, L'influence de Gilbert
Walusinski dans la création des IREM, Mémoire de DEA de l'EHESS, 2005.
Agradeço este último pelas informações que gentilmente me comunicou.
5
Criada em 1910, a APMEP conta com 1 320 participantes em outubro de
1948, cf. Bulletin de l'Association des professeurs de mathématiques de
l'enseignement public (doravante BAPMEP) n° 126, outubro de 1948, p. 7. Em
1949, o ensino do segundo grau conta com 2 445 professores em exercício, dos
quais 692 são adjuntos, cf. Recueil de statistiques scolaires et professionnelles 1949-
1950-1951, Paris, SEVPEN, 1952, pode ser consultado no site
http://www.infocentre.education.fr/acadoc/, ARCH 003.
6
BAPMEP, n° 184, março de 1957, p. 301. No mesmo momento, contamos
com aproximadamente 3 100 professores em exercício, cf. Personnel enseignant
des enseignements classique et moderne (ex-second degré). Statistiques rétrospectives
depuis 1950-1951, janeiro de 1961, pode ser consultado no site
http://www.infocentre.education.fr/acadoc/, cote TS 0497.
7
Cf. Antoine Prost, Histoire générale de l'enseignement et de l'éducation en France.
IV. L'école et la famille dans une société en mutation (depuis 1930), Paris, Perrin,
2004, pp. 276-279 (1a ed. 1981).
8
Charles Brunold, «Les problèmes posés par l'enseignement du second degré», in
Ministère de l'Éducation nationale, Direction du Second degré, L'enseignement
du second degré en 1953 – I, Paris, CNDP, 1954, p. 8.
9
Segundo Luc Decaunes e Marie-Louise Cavalier, Réformes et projets de réforme
de l'enseignement français de la Révolution à nos jours (1789-1960). Étude
historique, analytique et critique, Paris, IPN, 1962, p. 342 e p. 363-366.
10
Segundo L. Decaunes e M.-L. Cavalier, Réformes et projets de réforme, op. cit.,
p. 293.
11
«Les douze points du colloque de Caen. Résolutions adoptées à la séance de
clôture du 3 novembre 1956», in Alain Chatriot e Vincent Duclert (dir.), Le
gouvernement de la recherche. Histoire d'un engagement politique, de Pierre Mendès-
France à Charles de Gaulle (1953-1969), p. 362. Ver também Arquivos
Nacionais (AN), F/17/17509: Voto relativo à reforma do ensino científico,
proveniente da Academia das Ciências na sessão de 26 de novembro de 1956.
12
«Journées internationales d'information sur l'enseignement des
mathématiques», BAPMEP, n° 168, março-abril 1955, p. 93-96.
13
BAPMEP, n° 104, mai 1938, p. 132.
14
Gilbert Walusinski, «La rentrée à l'heure de la réforme», BAPMEP, n° 179,
outubro de 1956, p. 74.
15
Ibid., p. 79. Em 1955, a assembléia geral da APMEP delega seu escritório
para «organizar e desenvolver uma campanha de imprensa que explique o papel do
ensino científico, no nível do segundo grau, em uma formação cultural adaptada
às exigências do século XX e, em seguida, na formação de numerosos técnicos e
17
Cahiers pédagogiques pour l'enseignement du second degré, n° 3, 15 novembro de
1955, pp. 203-215.
18
B. Belhoste, «L'enseignement secondaire français et les sciences au début du
XXe siècle. La réforme de 1902 des plans d'étude et des programmes», Revue
d'histoire des sciences, tomo 43, 1990, p. 371-400.
19
Segundo o ato de 24 de junho de 1948, o horário semanal de matemáticas das
classes novas é de duas horas, mais uma hora de trabalho dirigido; uma opção
ciências de três horas, dentre as quais uma hora e meia de matemáticas, é
proposta a partir da classe de quarta série (BOEN n° 23 do 8 de julho de 1948,
pp. 823-824).
20
BAPMEP, n° 169, junho de 1955, p. 151.
21
Nicole Hulin, L'enseignement et les sciences. L'exemple français au début du XXe
siècle, Paris, Vuibert, 2005.
22
BAPMEP, n° 169, junho de 1955, pp. 155-156.
23
I. Brun, op. cit. pp. 6-7, e seu anexo pp. 31-32.
24
Ver notadamente o projeto de programa para as classes de 6e e de 5e proposto
em 1956 por Lucienne Félix em «Projet de nouveaux programmes», BAPMEP,
n° 180, dezembro de 1956, p. 118-119.
25
Lucienne Félix, «Les groupes de travail», BAPMEP, n° 154, janeiro de 1953,
p. 62.
26
Ibid.
27
BAPMEP, n° 184, mars 1957, p. 306.
28
Resposta de Jean Favard à enquete de Henri Mirabel, Cahiers pédagogiques, n°
3, 15 de novembro de 1955, p. 152.
29
Anne-Marie Chartier, «Former la jeunesse par la culture littéraire: le projet des
Cahiers pédagogiques (1945-1958)», Hermès, n° 20, 1996, p. 205.
30
Cahiers pédagogiques, n° 3, 15 de novembro de 1955, pp. 147-183.
31
Dentre os professores mais ativos, podemos citar Marceline Dionot, Lucienne
Félix, Yves Crozes, André Fouché, Henri Mirabel (que participou da comissão
Langevin-Wallon) e Gilbert Walusinski.
32
Instructions du 2 septembre 1925 relatives aux programmes de l'enseignement
secondaire, Paris, Vuibert, 1925, p. 152; Émile Blutel, «Sur le premier
enseignement de la géométrie», Bulletin de l'Association des professeurs de
mathématiques de l'enseignement secondaire public (BAPMESP), n° 18, janeiro de
1921, pp. 16-20 e n° 19, março de 1921, pp. 27-30; «Géométrie et culture
générale», BAPMESP, n° 57 outubro de 1928, pp. 33-38. Ver também a
interpretação dada em 1953 pelo inspetor geral Paul Robert, «La redécouverte en
mathématiques», Cahiers pédagogiques, n° 4, 1o de fevereiro de 1953, pp. 287-
293.
33
Marceline Dionot, «Les classes nouvelles apporteront-elles le remède?», Cahiers
pédagogiques, n° 1, 15 de outubro de 1948, p. 11.
34
Yves Crozes, «Axiomatique et redécouverte», BAPMEP, n° 147, março de
1952, pp. 242-243 e «Présentation de problèmes en seconde», Cahiers
pédagogiques, n° 21, 15 de maio 1960, pp. 46-52.
35
C. Brunold, Esquisse d'une pédagogie de la redécouverte dans l'enseignement
scientifique, Paris, Masson, 1948; Circular «Les méthodes dans l'enseignement
du second degré» de 6 de outubro de 1952, BOEN n° 36 de 9 de outubro de
1952, pp. 2765-2767.
36
G. Walusinski, «Les mathématiques et la réforme de l'enseignement»,
BAPMEP, n° 174, décembre 1955, p. 130.
37
G. Walusinski, «La rentrée à l'heure de la réforme», BAPMEP, n° 179,
outubro de 1956, p. 74-76. Em 1957, a APMEP substitui um concurso de
manuais escolares com um preço de 500 000 francos sobre o tema «Criar o amor
à matemática por uma iniciação vibrante à pesquisa» (BAPMEP, n° 184, março
de 1957, pp. 277-278).
38
Maurice Fréchet, «La méthode axiomatique», BAPMEP n° 167, janeiro-
março de 1955, p. 81; Henri Mirabel, «Mathématiques modernes et
enseignement secondaire», BAPMEP n° 168, março-abril de 1955, pp. 128-
131; Cahiers pédagogiques, n° 3, 15 de novembro de 1955, pp. 153-159.
39
AN, F/17/17786: Carta de Paul Robert ao diretor geral do ensino do segundo
grau, 17 de dezembro de 1954.
40
Ato administrativo de 23 de novembro de 1956 que fixa os programas de
ensino do segundo grau, das escolas normais de professores e das classes de
ensino técnico que se preparam para o exame vestibular, BOEN n° 42 de 29 de
novembro de 1956, p. 3008.
41
Um ato administrativo de 2 de junho de 1960 determina em 4 horas o horário
das matemáticas das classes de 6e e de 5e, mas este á passado para três horas no
ano seguinte (publicado em 25 de abril de 1961). No 2º ciclo, o horário de
matemáticas passa para cinco horas nas 2a e 1a A', C, M et M' (decretada em 2
de agosto e em 15 de outubro de 1962).
42
«Note préliminaire sur les programmes de mathématiques des classes de 6e et
5 », anexada ao ato administrativo de 20 de julho de 1960, que fixa os programas
e
***
43
Michèle Artigue, «Réformes et contre-réformes dans l'enseignement de
l'analyse au lycée (1902-1994)», in Bruno Belhoste, Hélène Gispert e Nicole
Hulin (dir.), Les sciences au lycée. Un siècle de réformes des mathématiques et de la
physique en France et à l'étranger, Paris, Vuibert/INRP, 1996, pp. 205-206.
1950, bem como mais tarde nos anos 1960, esta outra parte do
ensino «médio» que constituem, ao lado do primeiro ciclo
secundário, os cursos complementares das escolas primárias –
rebatizados de colégios de ensino geral em 1959 – que oferecem
um ensino curto em quatro anos para as crianças de origem
popular. É verdade que a APMEP, reservada somente aos
professores do secundário até 1945, reúne quase exclusivamente
professores de liceus que trabalham freqüentemente no segundo
ciclo ou em classes preparatórias 44: hostis à idéia de que alunos da
sexta série possam ser confiados a mestres que não receberam
formação universitária, estes últimos temem a proliferação dos
cursos complementares que fazem concorrência ao primeiro ciclo
do segundo grau. Se, então, a identificação dos programas das
duas fileiras – tipo secundário e tipo primário –, efetuada entre
1957 e 1964, não encontrou obstáculos maiores, é em grande
parte porque novos programas do primeiro ciclo não modificavam
fundamentalmente os conteúdos de ensino prescritos
anteriormente, e esses últimos podiam consistir objeto de uma
interpretação diferenciada segundo as finalidades do nível
considerado. Na virada dos anos 1970, por outro lado, é por ter
proposto, com o modelo do ensino geral longo como referência e
em clara ruptura com os programas precedentes, os mesmos
conteúdos a ensinar em um mesmo espírito a alunos com futuros
escolares diferentes, que a reforma das matemáticas modernas será
dificultada45.
44
Ainda em 1966, os professores do segundo ciclo representam 55 % dos
participantes e essas classes preparatórias, 16,6 %, ou seja, em torno de 70 % dos
efetivos, contra 15,7 % para o primeiro ciclo (e 11,8 % para os universitários).
Os "primários" representam então só 1 % do efetivo dos 6 600 participantes
aproximadamente (segundo BAPMEP n° 254-255, setembro-dezembro de
1966, p. 612).
45
R. d'Enfert e H. Gispert, «L'élaboration d'une réforme à l'épreuve des réalités:
le cas des "mathématiques modernes", la crise de 1971», Atos do colóquio
«L'État et l'éducation, 1808-2008», Paris, INRP, 2010 a ser publicado.
Resumen
La función de la maestra constituye un aspecto fundamental dentro
del sistema teórico montessoriano. De hecho, Montessori le atribuye
a la maestra un papel muy delicado: facilitar el correcto crecimiento
del niño "padre del hombre". Es por esto que el papel y la función de
la maestra montessoriana deben responder a los puntos de fuerza de
su teoría educativa: la necesidad de que haya una fuerte idea de
escuela; la necesidad de diferenciar el momento teórico del momento
práctico y el papel desempeñado por el científico del desempeñado por
la maestra; el respeto que ambos deben tener del niño (ni la maestra
ni el científico pueden fijar a priori los resultados de cada niño:
potencialmente la excelencia es para todos); el jaque mate a cualquier
pretensión de neutralidad/objetividad: cuando la relación es con seres
humanos es un sinsentido pensar que existan técnicos capaces de
traspasar nociones de manera aséptica. Según cuanto dicho
anteriormente, la maestra en Montessori se puede definir como un
técnico, en el sentido de que no es el científico al que le corresponde
la elaboración teórica sino un técnico. Un técnico que no es para
nada ni neutro ni aséptico y cuya humanidad se colocará en un
primer plano para que pueda llevar a cabo su propio trabajo lo mejor
posible.
Palabras clave: Montessori; didactica; maestra.
1
Artigo traduzido do italiano para o español por Margarita Carro Fernandez.
32
respeito que ambos devem ter com a criança (nem a professora nem a
ciência podem fixar a priori os resultados de cada criança:
potencialmente a excelência é para todos); o xeque a qualquer
pretensão de neutralidade/objetividade: quando a relação é com seres
humanos é sem sentido pensar que existam técnicos capazes de
transmitir conceitos de maneira asséptica. Como dito anteriormente,
a professora em Montessori se pode definir como um técnico, no
sentido de que não é o científico a que lê corresponde a elaboração
teórica senão técnico. Um técnico que não é nem neutro nem
asséptico e cuja humanidade se colocará em um primeiro plano para
que possa levar a cabo seu próprio trabalho o melhor possível.
Palavras-chave: Montessori; didática; professora.
La maestra
Luces y sombras
Conclusiones
Resumo
Analisamos a qualidade e a avaliação da educação a partir de artigos
da Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos (RBEP) no período de
1944 a 1964. Constatamos que a escola, enquanto instituição
sistemática deveria atingir, de modo eficiente, seus fins e objetivos.
Verificamos que o rendimento escolar era não só um desejo, mas um
princípio estabelecido para a escola. O diagnóstico dos problemas
educacionais seria verificável, de modo eficaz, mediante a adoção de
exames precisos e cientificamente objetivos. Os artigos difundiram
crenças e valores que contribuíram para afirmar uma concepção
educacional calcada no modelo da sociedade capitalista da época.
Palavras-chave: RBEP; avaliação da educação; qualidade do ensino;
homogeneização de classes; instrução programada.
Introdução
Tabela nº. 02: Autores. Seção: "idéias e Debates", no período de 1944 a 1964.
Autor/a Nacionalidade Instituição Artigos Temáticas Referencias teóricas
exames escolares, escola pública, escola
J. Delos; Merton; Zelznick;
Lourenço primária, psicologia;ensino particular;
brasileira INEP 31 Gouldner; Gulick; Urwick;
Filho Estado; educação rural; formação de
Barnard
professores
Armando
brasileira INEP 01 Exames escolares Pesquisadores norte-americanos
Hildebrand
diagnóstico educacional, avaliação do
Margaret Instrução Pública de
Estrangeira 04 rendimento escolar; psicologia; educação Monroe Marian; Binet.
Hall Chicago
especial
Robert B. Mccall; Charles
Iza
Instituto de Pesquisas Medias de aproveitamento escolar; Avaliação Russel; Raymond Buyse;
Goulart brasileira 01
Distrito Federal do rendimento escolar Edward L. Thorndike; Selznick
Macedo
Broom
homogeneização de classes, aproveitamento Bacon, Freeman, Herbart,
Lúcia
do alunos, medição; ensino universitário; Binet, Alice Keliher, Meyer,
Marques brasileira INEP 04
cinema e psicologia da criança; psicologia Billett, Rankin, Thorndike,
Pinheiro
educacional Stern
H. Martin filosofia lógica e psicologia
Estrangeira Educacional/Pesquisa 01 avaliação, promoção, seriação
Wilson educacional (não cita teóricos)
Considerações finais
Referências
Resumo
O objetivo desse artigo é fazer um exercício de interpretação da
coleção didática conhecida como Série Fontes, de autoria de Henrique
da Silva Fontes (1885-1966), como uma das leituras dadas a ler pela
escola no contexto da construção da Nação republicana. Tal coleção
foi distribuída gratuitamente na rede de Instrução Pública de Santa
Catarina, e adotada também nos estabelecimentos de ensino privados,
entre a década de 1920 até meados da década de 1950. Partimos do
pressuposto que os manuais didáticos ocuparam importante função
nas últimas décadas do século XIX e primeiras décadas do século XX,
como veículos do projeto de Estado-Nação, respaldado
primordialmente no ideário nacionalista. O foco principal da análise
será o de perceber como nesse processo de formação de cidadãos e de
construção da idéia de pátria moderna e civilizada, as pedagogias
prescreviam o ethos da virilidade para almejar o progresso da Nação.
Palavras-chave: gênero; nação; virilização da raça.
1
Cf. IN MEMORIAM: Henrique da Silva Fontes. Florianópolis: Tipografia
Oriente, 1966.
2
As reflexões apresentadas nesse artigo são recortes de investigações mais
abrangentes desenvolvidas pelas autoras nas pesquisas: "De Musas e Apolos. O
culto da beleza na formação do Brasil Moderno. Estética, imagem e tradição",
coordenado pela professora Maria Bernardete Ramos Flores (CNPq/UFSC) e
"Protocolos de civilidades: modelos de conduta pessoal e cívica em leituras
escolares (Santa Catarina/décadas de 20 a 50 do século XX)", coordenado pela
professora Maria Teresa Santos Cunha (CNPq/UDESC).
A virilização em pauta
A mariologia subentendida
3
Expressão apropriada de BRESCIANI, 1992.
4
Convém lembrar que em épocas anteriores, encontramos muitas mulheres
também atuando nos espaços públicos, principalmente as pobres que, na maioria
das vezes, tiveram que prover o sustento da família, exercendo atividades na rua.
Finalizando
5
A eugenia era tida como a redentora da humanidade. Como ciência, seu papel
era investigar a geração para detectar, na genealogia familiar, a presença de
elementos degenerativos; como arte, ela aplicaria os meios para produzir a boa
geração; enquanto ramo da medicina social, ela seria medida eficaz contra os
males causadores da degeneração da espécie e do abastardamento da raça. Sobre
este assunto ver FLORES, 2007; SKIDMORE, 1976 e SCHWARCZ, 1993.
Referências
Resumo
Constitui objetivo deste trabalho a realização de um resgate histórico
no sentido de demonstrar que o Ensino Profissionalizante, hoje
significativamente valorizado e discutido, não se configura como
novidade na história educacional de nossa província. Desde a época
da Imperial Cidade de São Paulo existiram varias iniciativas no
sentido de estabelecê-lo, de modo geral com história bem sucedida, de
tal modo que alguns deles constituíram-se em embriões de afamadas
escolas ou faculdades atuais.
Palavras-chave: ensino profissionalizante; período imperial;
província de São Paulo.
Introdução
1
Carta Imperial de 15 de outubro de 1827 Manda criar escolas de primeiras
letras em todas as cidades, vilas e lugares mais populosos do Império.
2
ALMEIDA, Fernando H. Mendes de (org.). Constituições do Brasil.1963.
3
O decreto Imperial de 17/III/1823 concedeu à cidade de São Paulo, capital da
província de São Paulo, o título de Imperial Cidade.
4
A religião Católica Apostólica Romana continuará a ser a religião do Império.
Todas as outras religiões serão permitidas com seu culto doméstico ou particular,
em casa para isso destinadas, sem forma alguma exterior de templo. (Art. 5º da
Constituição Imperial, 25 de março de 1824).
5
D. Mateus de Abreu Pereira fez sua entrada solene em São Paulo a 31 de
março de 1797 e faleceu a 5 de maio de 1824. (Marques, 1980, v I, p.138).
6
Brigadeiro Raphael Tobias de Aguiar governou a província de São Paulo desde
17 de novembro de 1831 a 27 de maio de 1834, e desde 14 de setembro de
1834 a 10 de maio de 1835 (Marques, 1980, v.II, p.191).
7
A rua do Trem é a atual rua Anita Garibaldi, próximo ao Palácio da Justiça e a
Sé. Seu nome deriva-se da localização nessa rua da casa do trem bélico da
guarnição de São Paulo (Martins, 1970, nota de rodapé n. 4 p. 388).
8
Lucas Antônio Monteiro de Barros, nasceu na Capitania de Minas Gerais em
1768. Estudou em Portugal e voltou ao Brasil, dedicou-se a magistratura, foi o
primeiro presidente da Província de São Paulo (1824-1827) (Borges,1980, p.
17).
9
A Congregação das Irmãs de São José de Cambéry, então Irmãs de São José
constituíam vários grupos independentes, originários em 1650 de uma pequena
comunidade da cidade de Puy, formada pelo jesuíta padre João Pedro Médaille,
considerado seu fundador. A nova congregação desde o início estava destinada a
servir a população, espalhando-se pela zona urbana e rural, fundando escolas.
Foram expulsas de suas casas no período da Revolução Francesa (1789).
Começou a reorganizar-se a partir de 1808, em 1812 estavam na Sabóia e
fundaram a Casa Mãe de Chambéry, nela formaram inúmeras missionárias que
partindo da França atingiram vários paises, inclusive o Brasil, (1858). Em 1859
surgiu o Colégio de Nossa Senhora do Patrocínio de Itu, primeiro colégio para
moças da província de São Paulo (Camargo & Passos, 1980, p. 13).
10
O irmão Joaquim do Livramento era na verdade irmão terceiro de São
Francisco, portanto, leigo. Nasceu na vila de Nossa Senhora do Desterro, atual
Florianópolis em 1751. Construiu na vila do Desterro com esmolas o Hospital
do Menino Deus, inaugurado em 1789, posteriormente, entregue à Irmandade
do Senhor dos Passos. Na Bahia fundou em 1808, amparado pelo poder público
e generosidade do povo inaugura um seminário para meninos órfãos, denominado
posteriormente, Casa Pia e Colégio São Joaquim. Na província do Rio de Janeiro
fundou o seminário da Santíssima Trindade de Jacuacanga, posteriormente,
transformado em Liceu Provincial em Angra dos Reis, que passou a funcionar no
antigo convento de São Bernardino de Sena, extinto em 1858. Conseguiu que o
príncipe Regente D. Pedro enviasse como diretor do seminário o padre Viçoso,
futuro bispo de Mariana. Na província de São Paulo além instar na fundação dos
Seminários de Sant'Ana e Senhora da Glória, foi responsável pelo surgimento de
um seminário para meninos em Itu, cujo prédio foi depois ocupado pelos jesuítas
e nele instalaram o futuro Colégio São Luis, atualmente, na capital paulista.
Faleceu em Marselha em1829, pois havia ido à Europa a busca de padres para
seus institutos. (Silva, 1928, p.291, 294-8,302).
11
Art. 6º.
12
Art. 12º.
13
Art. 10
14
Antônio Joaquim de Mello, natural de Itu, nascido a 29 de setembro de 1791,
sentou praça como soldado em 1799, na Capitania de Minas Gerais, onde
começo a aprender as primeiras letras, deu baixa em 1810, regressando a
Capitania de São Paulo. Em 1811 rumou a cidade de São Paulo onde iniciou
seus eclesiásticos, sendo ordenado presbítero. No exercício do seu ministério era
admirado pelas suas virtudes. Um decreto de 1851 o levou à dignidade de bispo
de São Paulo, pois o Real Padroado permitia ao imperador indicar o bispo, cuja
confirmação dependia da Santa Sé, foi o primeiro bispo paulista Lutou contra
um clero liberal e ainda não conveniente educado, daí umas de suas primeiras
atitudes foi fundar o Seminário Episcopal de São Paulo. Pelos serviços prestados
à Igreja foi nomeado por Pio IX conde romano, prelado e assistente do sólio
pontifício. Faleceu em Itu a 16 de fevereiro de 1861 (Marques, 1980, p. 67-8,
138).
15
Em Itu havia um estabelecimento para meninas pobres, mantido por
particulares, onde se ensinava preceitos necessários para instrucção d'aquelle sexo, a
doutrina Christã, as primeiras letras, e a musica.O estabelecimento possuia em
1838 17 meninas. (Müller, 1978, p. 262).
Em Casa Branca o juiz de órfãos, por iniciativa própria promoveu com outras
pessoas a fundação de escolas agrícolas para receberem os filhos da mulher
escrava libertados pela lei de 28 de setembro de 1871(Lei do Ventre Livre).
Funcionavam sete estabelecimentos, que são denominados N.S. da Conceição,
Cônego Vitorino, Santa Rita, São José, Dores, Santa Iria e Santa Inocência
(Godoy, 1978, p. 87).
16
Neste prédio funcionou o jornal O Federalista, órgão do Partido Liberal.
17
As instalações do instituto funcionaram na Rua Vergueiro e Largo de Dona
Ana Rosa, neste largo está situada a estação do metrô Ana Rosa. A instituição,
atualmente na periferia da cidade de São Paulo.
18
Na Itália o título de dom é dado aos padres paroquiais, diferente no Brasil que
é dado aos bispos e arcebispos, herança da Monarquia, cujo título de dom era
reservado ao imperador, membros da família imperial e aos bispos e arcebispos.
19
Em São Paulo, final do século XIX, portanto, já no regime republicano, o
padre Marchetti, auxiliado pelo futuro conde papalino Vicente de Azevedo, erigiu
o Orfanato Cristóvão Colombo, destinado a inicialmente a filhos de imigrantes
italianos, onde além do ensino religioso, havia o profissionalizante.
20
Antônio José da Franca e Horta, foi governador da Capitania de São Paulo de
1802 a 1811, provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, criou o
Hospital dos Lázaros da mesma cidade, instalado –o no bairro da Luz, então
periferia da cidade, desapropriado em 1901. Nele existiu a capelinha de Santa
Cruz dos Lázaros, na atual Rua de São Lázaro, próximo ao Tamanduatei. Ele foi
auxiliado em suas obras por sua esposa dona Luiza Catharina Ghilbert de
Miranda, que apelou ao Príncipe Regente Dom João, futuro Dom João VI, para
funcionar na antiga fazenda Sant'Ana, desapropriada aos jesuítas, uma Roda de
Expostos por se salvarem tantas vidas quantas todos os dias se vêem aparecer (ou
perecer) naquela Cidade, por falta de hum socorro (MESCRAVIS, Laima, p. 414).
Foi, nomeado, posteriormente, Vice-rei das Índias. O Freguesia de Nossa
Senhora da Conceição do Capim Mimoso foi elevada a vila com o nome de
Nossa Senhora da Conceição da Franca del Rey, em sua honra, atual Franca.
Construiu pontes e estradas na capitania e trouxe consigo o engenheiro Daniel
Pedro Muller.
Conclusões
Fontes
http://www.crmariocovas.sp.gov.br/neh.php?t=001. Seminário
das Educandas. Acesso em abril/2010
http://www.liceuescola.com.br/conteudo_unico.asp?numero_mater
ia=2760301026&id_subitem=421 acesso em abril/2010
Referências
Resumo
O artigo investiga o processo de adoção do primeiro livro didático de
Geografia do RS às escolas elementares da República, analisa o
conteúdo da obra e os métodos do autor, evidenciando como esse
manual escolar serviu de suporte material tanto para a memória
oficial quanto dos opositores ao governo. A investigação demonstra
que o sistema argentino de ensino influenciou desde a reorganização
da instrução pública até a ausência de mapas ilustrativos no
compêndio escolar de Henrique Martins (1898).
Palavras-chave: livro didático; geografia; escolas republicanas.
1
O presente artigo resulta da dissertação de Mestrado Mandado Adoptar: livros
didáticos de História e Geografia do RS para as escolas elementares (1896-1902),
sob orientação da Profª. Drª. Maria Helena C. Bastos (PUCRS/2007).
144
escuelas elementares de la Republica brasileña e analizando el
contenido de la obra y los textos empegados por su autor, evidencia
como eso manual escolar servio de suporte material tanto para la
memoria oficial cuanto a los opositores daquelle gobierno estadual.
La investigación demonstra que lo sistema argentino de enseñanza
influencio desde la reorganización de la instrucción publica hasta la
ausencia de mapas ilustrativos en el manual escolar hecho por
Henrique Martins (1898).
Palabras clave: libro didáctico; geografía; escuelas republicanas.
Introdução
2
Augustin Escolano Benito, atualmente, tem proposto denominar de
manualística um novo campo disciplinar para as Ciências da Educação "que
agruparia todo o conjunto de estudos em torno da história dos modos de projeto,
produção e uso dos livros escolares. Este campo, que está dando origem a um
corpus de conhecimentos acadêmicos especializados, começa a construir rubricas
de estudo no currículo de história da educação, integrando-se nos programas de
investigação sobre a cultura da escolar".
3
Encontrei apenas duas notas bibliográficas, uma em Ari Martins (1978, p.351)
e outra, em Pedro Villas-Boas (1974, p.302).
4
Instrução Pública. Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul. Livro de Atas das
Sessões do Conselho Diretor da Instrução Pública, 1871/1895. Livro I-55. p12.
O título do livro era Compêndio de Geografia da província de São Pedro do Rio
Grande do Sul, autoria do professor Eudoro Berlinck, publicado em 1863. Esse
compêndio escolar foi republicado em 1965, através de iniciativa do prof. Dante
de Laytano, que reeditou uma série de obras científicas sobre o RS.
5
Na década de 1860, o prof. Eudoro Berlinck era membro do Conselho de
instrução pública e possuía uma escola em atividade na capital (RS).
6
Ver TAMBARA, Elomar. A educação no RS sob o castilhismo. Pelotas: Ed.
Seiva, 2006.
7
Inspetor da 1ª região escolar – sede Porto Alegre
8
Os editores sul-rio-grandenses eram, famosos pela pirataria. Protegidos da
constituição, imprimiam livros sem a autorização dos editores originais e não
efetuavam o pagamento de direitos autorais. "O poder da vontade", obra cuja
autoria foi de Samuel Smiles, tratava-se de um livro de auto-ajuda, publicado e
distribuído pelas livrarias de Garnier, no século XIX, no Rio de Janeiro,
traduzido, por orientação do próprio autor Samuel Smiles, a partir da edição
francesa, trabalho realizado por Antônio José Fernandes dos Reis. Protegidos da
constituição, imprimiam livros sem a autorização dos editores originais e não
efetuavam o pagamento de direitos autorais. O livro de Fontana (1897) pertence
ao Acervo de 0bras Raras da PUCRS.
9
Inspetor da 2ª região escolar – sede em São Leopoldo; ex-diretor da Instrução
pública e ex- diretor da Biblioteca do RS, cargo no qual foi substituído pelo autor
didático José Pinto Guimarães (O Rio Grande do Sul para as escolas).
10
O método intuitivo compreendia a apreensão do conhecimento através da
"lição das coisas", partindo do concreto ao abstrato, através de objetos didáticos
utilizados em sala de aula que correspondiam a uma coleção pedagógica.
Entretanto, o livro de leituras tornou-se o principal, senão o único, instrumento
auxiliar de ensino disponível para professores e alunos durante o período
republicano. Para o método intuitivo, no Brasil do século XIX, ver
SCHELBAUER, Analete Regina. A constituição do método de ensino intuitivo na
província de São Paulo (1870-1889). Tese, USP,2003.
11
Conforme admitiu em relatório à presidência do Estado, o inspetor geral, para
redigir o texto do decreto nº. 89, "guiei-me pela legislação norte-americana,
vantajosamente aplicada na República Argentina, tive o cuidado de fazer as
profundas modificações exigidas pelo nosso meio e pela Constituição do Estado"
(Relatório, 1897, p.408).
12
Instrução Pública - Livro 195 -Livro do Registro de Atos de Adoção de livros
escolares e material de ensino:1897/1898. [pg.2, Ato nº 2; 16 de fevereiro de
1898].
13
AHRGS. Instrução Pública. Livro do registro do mappa demonstrativo dos
objetos recebidos pelo almoxarifado da Instrução Pública e distribuído ás escolas.
1898/1903.
14
MAIA, João Cândido. História do Rio Grande do Sul para o ensino. Porto
Alegre:Franco & irmão, 1898.
15
Sobre instrução pública declarou haver uma Escola de Guerra, as faculdades de
Engenharia, de Medicina e Farmácia, e de Direito. Liceu de Agronomia em
Pelotas e outro em Taquara. Descreve o ensino primário como "livre, leigo e
gratuito" denominando o inspetor geral como diretor da instrução pública.
Atualizou os dados de freqüência nas aulas, "33 alunos por escola sendo o
número destas de 1025". Apontando a divisão do estado em regiões escolares e a
presença dos inspetores regionais, conclui o item dizendo que "o inspetor geral e
os inspetores regionais formam o conselho escolar" (MARTINS, 1909, p. 61-2).
16
Em A Poética do espaço, o filósofo Gaston Bachelard analisou "a
fenomenologia do redondo" (2003, p. 235-42). Bachelard argumenta que as
referências ao modelo de "ser redondo" são utilizadas para enriquecer a descrição
de uma imagem, porque a geometria euclidiana conceituou a esfera como algo
"perfeito". Assim, a imagem da Terra como um "corpo redondo, solto no espaço"
foi uma abstração de tal ordem, escrita por Martins, que apenas o recurso
literário pode justificar seu uso.
17
A numeração das notas de rodapé, em Geografia do Estado (...), reinicia a
contagem a cada nova página. Havendo, no total de vinte e sete (27) notas.
18
Alfredo Augusto Varela (Jaguarão, 16/09/1864 – Rio de Janeiro,
27/07/1943) publicou Rio Grande do Sul, descrição geográfica, histórica e
econômica, Porto Alegre: Oficinas a vapor da Liv. Universal, editores Echenique
e Irmão - 1897, 1ª edição.
19
Encontramos, na coleção de obras raras da Biblioteca Central da PUCRS,
além do livro citado, entre outros trabalhos de Varela: Pátria: livro da mocidade,
editado em 1900 pela Lammert, no Rio de Janeiro. A folha de rosto informava,
em favor da editora, que entre outras obras do mesmo autor "A entrar para o
prelo – (...) Geografia riograndense para escolas". Varela pretendia participar do
mercado de livros didáticos.
20
José Arthur Montenegro (Sobral, 29/02/1854 - Porto Alegre, 04/04/1921)
publicou Notas para a carta Geográfica do Rio Grande do Sul, em 1895, cuja
edição coube à Liv. Rio Grandense, Rio Grande (60 págs.). Militar e funcionário
da Estrada de Ferro (P. Alegre – Uruguaiana). Membro da Academia de Letras
do Ceará e do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. (VILLAS-BOAS,
Fig. 1. Mapa: A guerra no Rio Grande do Sul, suas principais operações. Pelo
tenente Francisco Rath e coronel Bento Porto (1896), citado em Martins.
Escala de 1:2.000.000. Anexo ao mapa segue um texto: Nota Explicativa.
Constituindo uma cronologia dos acontecimentos da Revolução Federalista,
complementa as informações do mapa, enumera as "principais batalhas" e três
24
Correspondendo estes números ao cadastro de dados de 31 de maio de 1898.
Ao que se "entendia" por escolas incluía-se salas alugadas, nas quais havia um
professor responsável por um turma de níveis escolares diversos. Relatório 1899.
Instrução Pública. p. 10. Anexo: Quadro demonstrativo do movimento das escolas
públicas do Estado no anno de 1898. p. 10
25
A região onde se encontra a "verdadeira riqueza do estado": a criação de gado
(Martins, 1909,p. 68) – apesar de não ser feita "com os devidos cuidados"
(ibidem). Essa região alcançaria a modernidade se a produção artesanal de queijo
e manteiga atingisse a escala industrial (ibidem), e substituísse a tradição do
pastoreio, racionalizando a criação do gado "solto no campo" pela "introdução de
animais de raça" e o "emprego de forragens especiais" na alimentação do novo
rebanho, o que demandaria o confinamento do gado (p. 69).
26
Gumercindo Saraiva.
Considerações Finais
Referências
27
Esse foi o bode expiatório da perseguição castilhista efetuada pelo Sen.
Pinheiro Machado e sua Divisão do Norte. Morto, o túmulo de Gumercindo foi
profanado, o cadáver esquartejado, sendo que sua cabeça e espada foram
apresentadas no gabinete do presidente do Estado naquele ano de 1894.
Resumo
Este trabalho visa compreender a ação da União da Mocidade
Espírita de Ituiutaba, UMEI, no período de 1958 a 1978. Em 1958
foi criado o Ginásio do Educandário Ituiutabano, em Ituiutaba,
Minas Gerais. Naquele momento existia carência de ensino
secundário na cidade, pois somente havia instituições escolares
particulares. Tendo em vista esta situação, é nosso objetivo neste
artigo discutir como a UMEI influenciou as práticas educativas
desenvolvidas na escola, inclusive com a criação de um grêmio
estudantil. A escola obedeceu, a princípio, as Leis Orgânicas do
Ensino Secundário, propostas por Capanema ao longo do governo
Vargas. Em consonância com as diretrizes das Leis Orgânicas, o
projeto do grupo espírita de Ituiutaba procurava reforçar os valores
nacionalistas, ao se engajar numa proposta pedagógica voltada para a
formação patriótica.
Palavras-chave: Espiritismo; Instituição escolar; Ensino
secundário; Leis Orgânicas.
1
Este texto resulta da pesquisa intitulada Educandário Espírita Ituiutabano:
caminhos cruzados entre a ação inovadora e sua organização conservadora. Ituiutaba,
Minas Gerais (1954-1978), desenvolvida no Programa de Pós-graduação em
Educação da Faculdade de Educação, FACED, da Universidade Federal de
Uberlândia, UFU, sob a orientação do prof. Dr. Carlos Henrique de Carvalho.
1. Introdução
2
Encontramos três dissertações que falam dessas escolas particulares e
confessionais de Ituiutaba; são elas: MORAES, Vera Cruz de Oliveira. Tudo
pela pátria: a história do "Instituto Marden" (1933-1942). Dissertação de
Mestrado em Educação, UFU. Uberlândia, 2004; OLIVEIRA, Lúcia Helena
Moreira de Medeiros. História e memória educacional: o papel do Colégio
Santa Teresa no processo escolar de Ituiutaba, Triângulo Mineiro, MG
(1939-1942). Dissertação de Mestrado em Educação. UFU, Uberlândia. 2003;
COSTA, Maurício A. A ação dos estigmatários em Ituiutaba, MG.
Dissertação de Mestrado em Ciências da Religião. UCG, Goiânia. 2003.
carente não possuía acesso fácil3. Na zona rural o ensino era mais
precário. A maioria da população estava ligada aos trabalhos do
campo, mas as quatorze escolas municipais primárias já instaladas,
permaneciam fechadas, pois não havia professores disponíveis4.
Foi observando esse quadro do ensino local que a UMEI
construiu o Educandário Ituiutabano, declarando que a escola
seria leiga, após uma série de lutas e perseguições criadas por seus
opositores católicos e alguns políticos da localidade. Procuramos
encontrar em sua gênese indícios que indicaram a transferência
dos princípios da UMEI para o Educandário, pois ao
pesquisarmos sobre o funcionamento dessa escola, percebemos que
ela não obedeceu aos ideais de laicidade e sim, apresentou uma
filosofia interna espírita, calcada nos princípios da UMEI. Estes
princípios também foram responsáveis pela organização, pelas
práticas pedagógicas e alguns dispositivos que auxiliaram na
implantação de seu regimento interno e projeto pedagógico, sendo
um deles o Grêmio Estudantil.
3
Quanto ao ensino primário em Ituiutaba verificar: FERREIRA, Ana Emília
Cordeiro Souto. Da centralidade da infância na modernidade à sua
escolarização: a Escola Estadual João Pinheiro, Ituiutaba (MG).
Dissertação de Mestrado em Educação. UFU, Uberlândia. 2007.
4
CÂMARA DOS VEREADORES. Ata da reunião realizada no dia 17
nov. 1955, p. 53 e 54. Ituiutaba, 1955. Livro nº 12, p. 53 e 54.
5
Todas as atas da UMEI foram descartadas, ficando apenas uma análise feita
pela espírita e memorialista Maluf (1992.).
6
O caráter conservador estava explicito neste trecho: "Só poderão pertencer ao
Conselho Diretor pessoas maiores de 21 anos, que gozem de boa reputação
social, que tenham no mínimo quarto ano primário e que declararem que aceitam
os princípios espiritualistas kardecianos." (EDUCANDÁRIO ITUIUTABANO,
Regimento Interno do Educandário Ituiutabano, 1957, p. 24)
7
Um caso curioso a ser ressaltado foi o colhido do primeiro diretor do
Educandário Ituiutabano, Ângelo Tibúrcio D'Avila, professor de línguas
neolatinas, farmacêutico e então vereador de Ituiutaba. Relata Ângelo: "(...) o
interesse dos padres apareceu depois da construção ao funcionar a escola, tanto
que, ao assumir a diretoria escolar, impus uma condição: só aceitaria o cargo se
não houvesse pregação religiosa de espécie alguma no educandário, pois que fora
construído independentemente disso. Assessorado pelo inspetor Edelweiss, o
padre João queria implantar o catecismo no educandário, naturalmente fazendo
uma cabeça de ponte para se apossar do resto, como atualmente estão os
estrangeiros com a Amazônia, negociando com os índios em suas reservas. O
inspetor Edelweiss era o recadeiro. Disse a ele: "Bem, o senhor trouxe o recado,
leva a resposta. Em Uberlândia, o padre fulano (hoje falecido) cismou de
conquistar senhora casada, cujo marido descobriu e passou piche no r... dele.
Diga para o padre João que, se ele vier aqui com pretensões, vou fazer a mesma
coisa, piche aqui tem de sobra. Foi o mesmo que botar água no fogo" (D'AVILA.
2006)
8
DAMACENO, João Batista (2006) nasceu em Frutal, Minas Gerais, em 18
de dezembro de 1914. Fez o curso de Farmácia na faculdade que originou a
UFMG, em Belo Horizonte, e trabalhou em várias cidades do país até se instalar
em Ituiutaba. Católico por formação e maçom, foi tesoureiro da diretoria da
UMEI que construiu o Educandário Ituiutabano, sendo convidado pelo
presidente Germano Laterza. Também fez parte do Conselho Diretor que
permaneceu na instituição. Reside atualmente na rua 24, 1.377, em Ituiutaba, e
é farmacêutico aposentado (2006)
9
O Professor Paulo dos Santos nasceu em 02 de junho de 1927. Em 1960
assumiu a direção do Educandário Ituiutabano até 1973. Era professor,
advogado e psicólogo. Ministrava aulas de todos os conteúdos escolares, embora
sua formação fosse em Português. Fundou o Colégio Padre Júlio, em Campo
Florido, Minas Gerais, em meados da década de 1950; o Ginásio Estadual de
Gurinhatã, Minas Gerais, em 1966; e a Creche Espírita Josefina de Magalhães,
em Ituiutaba, Minas Gerais, em 1967. Foi vereador e delegado de polícia na
cidade de Gurinhatã, durante a década de 1970. Foi sepultado em 23 de abril de
1982, em Ituiutaba.
10
O ponto mais polêmico no debate educacional da Constituição de 1946 foi a
questão do ensino religioso: "A liga eleitoral católica (LEC), como em 1934,
formulou um programa cuja aceitação era condição para o apoio católico aos
candidatos. De seus dez pontos, quatro eram prioritários, o ensino religioso nas
escolas públicas, a equiparação do casamento civil ao religioso, a
indissociabilidade do matrimônio e a assistência religiosa em quartéis, presídios e
hospitais". No âmbito educacional, o debate católico foi vencido, e os alunos
puderam escolher qual ensino religioso gostariam que lhes fosse ministrado, e isso
além do horário (OLIVEIRA, 2005).
4. Considerações finais
5. Referências
Resumo
Este trabalho, elaborado com base em fontes documentais,
entrevistas, imagens e outros artefatos culturais, enfoca as propostas
de Congregações Católicas masculinas, com especial enfoque às que
promovem a formação do professor rural, em meados do século XX,
no Rio Grande do Sul. Discute a "formação integral da pessoa"
frente à função do esporte em escolas normais rurais, assim como em
relação aos princípios fundantes das Congregações. É possível afirmar
que a prática do esporte atuava como elemento mediador e de
integração dos grupos e comunidades, contribuindo para a missão
evangelizadora, para a ocupação do tempo livre, disciplinamento da
conduta e a conformação a normas e regras. São analisadas três
instituições de ensino (Escola Normal Rural da Arquidiocese, Escola
Normal Rural La Salle e Escola Normal Rural Murialdo),
demonstrando maior evidencia de prática esportiva a Escola Normal
Rural La Salle de Cerro Largo. Esta escola, uma vez transformada
em Escola de Educação Básica, abandonou a temática rural de
formação de professores mas manteve a preocupação da prática
esportiva.
Palavras-chave: formação do professor rural, esporte escolar,
educação rural.
Introdução
1
A partir de 1972 a Escola Normal Rural La Salle fechou. Em seu lugar é
criada a escola de Educação Básica La Salle Medianeira.
2
O projeto de pesquisa História das Instituições Escolares: escola de formação de
professores, desenvolvido na UNISINOS com apoio do CNPq, tem como
objetivo estudar a cultura escolar de Escolas Normais Rurais e propõe-se a
produzir representações destas escolas considerando as políticas de formação dos
professores no Rio Grande do Sul.
3
O Livro Histórico da Escola Normal Rural é um caderno onde são narrados
acontecimentos ocorridos no estabelecimento, enriquecido com recortes de
reportagens sobre a escola e registros minuciosos de fatos, redigido por Irmãos
gestores, diretores da escola.
4
Sobre a história dos Lassalistas ver Compagnoni (1980) e Corbellini (2002).
5
Os Irmãos assumiam escolas por as avaliarem como importantes para a
formação cristã da juventude, demonstrando especial interesse em escolas de
formação de professores, particularmente os do meio rural, obra que, no dizer dos
próprios irmãos "estava muito no coração do Fundador da Congregação
Lassalista, São João Batista de La Salle".
6
Grenal: Trata-se da forma usual de designação do momento de jogo, da partida
de futebol, entre dois times de futebol com maior número de torcedores no Rio
Grande do Sul, ou seja, Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense e Sport Club
Internacional.
Conclusões
Referências
Resumen
Toda acción y práctica pedagógica situada en un contexto histórico
tienen efectos a través de sus discursos, los cuales están teñidos de
sentido, significado y verdad. Conceptos e ideas que desde la
modernidad (con su legado de la razón ilustrada) hasta la actualidad
con el posestructuralismo, están a travesadas por relaciones de poder.
En este largo proceso histórico se fueron construyendo distintas
denominaciones para nombrar al "otro", enunciado como "anormal",
"especial", "diferente" o "diverso". La pregunta central que guían este
ensayo se refieren al proceso de construcción de esas denominaciones
y sus consecuencias para la escolarización de la infancia: ¿integrarla a
una sociedad plural o administrar las diferencias identificándolas para
gobernarlas?
Partiendo de esta pregunta central, propongo analizar y
problematizar los discursos pedagógicos vinculados al sistema
educativo de la provincia de Buenos Aires durante el siglo XX. En
esta dirección, y tomando al otro como objeto de conocimiento y
control que lo instituye como una figura social peligrosa, estas
reflexiones apuntan a continuar un debate que pone en tensión el
paradigma médico evolucionista con otros surgidos desde las ciencias
sociales.
Palabras clave: anormal, diferente, diversidad, sistema educativo
argentino, infancia.
Introducción
1
Se tomará la denominación, anormales para designar aquellos grupos cada vez
mas numerosos y variados de la modernidad: Los sindrómicos, los deficientes,
monstruosos, los psicópatas, discapacitados, los rebelde los extraños, los poco
inteligentes o sea al resto. Sobre estas denominaciones genéricas de los anormales
se incluyen diferentes identidades cuyo significados se establecen discursivamente
en el campo de los estudios culturales a travesados por relaciones de poder y
saberes de la diversidad humana. Veiga-neto (2001)
2
Art. 1º La educación común es gratuita y obligatoria, en las condiciones y bajo
las penas que esta ley establece.
3
Art. 2º Los padres, tutores o personas en cuyo poder se encuentren los niños
residentes en la provincia y que reúnan las condiciones en el art. 3º están
obligados a darles un mínimo de instrucción que de en tiempo en tiempo fijará el
Consejo General de Educación; considerando, tanto los recursos y necesidades
peculiares de cada localidad en razón de sus condiciones económicas, cuanto las
necesidad esencial de formar el carácter de los hombres por la enseñanza de la
religión y de las instituciones republicanas.
4
"Conserven a sus hijos con vida y bien sólidos, corporalmente bien sanos,
dóciles y aptos para que nosotros podamos incorporarlos a una maquinaria cuyo
control ustedes no tiene y que será el sistema educativo, de instrucción y
formación del estado.", en Foucault, M (1975 p. 243)
5
Antes de ser una especialidad de la medicina, la psiquiatría se institucionalizo
como dominio particular de la protección social, contra todos los peligros que
puedan venir de la sociedad, debido a la enfermedad o a todo lo que se puede
asimilar directa o indirectamente a esta. La psiquiatría se institucionalizó como
precaución social, como higiene del cuerpo social en su totalidad." En: Michel
Foucault. (1975 p. 49)
6
"El movimiento a favor de la infancia anormal, tanto a nivel de los individuos
que lo reivindican como de las instituciones que lo fijan, no puede ser aislado de
un movimiento mas amplio que se refiere a la infancia en peligro " Muel, F.
(1981p 126)
7
En el capitalismo se exigió a la bilogía cumplir con un papel de productora de
conocimientos científicos, de aval ideológico y argumento de autoridad de lo que
sucede en lo económico, político y social. Achard, (1988)
8
En el campo médico pedagógico se crea un corpus científico, cuyo análisis
permitiría comprender lo que los sistemas de clasificación (nosografía psiquiátrica
y métodos de medidas psicológicas referidas a la infancia) deben a los intereses
socio-económicos de los productores de sistema de clasificación y extraer del
discurso científico un discurso político y social que permitan reconocer las
funciones sociales que cumplen dichas clasificaciones. En Muel, F. (1981 p.
124)
9
Los inspectores y la burocracia educativa no sólo cumplieron una función
central en la producción de datos y de saberes especializados, sino también en la
difusión y circulación de discursos regulativos como el higienismo y el
nacionalismo, que se articularían en un mismo registro de cientificidad con la
nueva ciencia pedagógica. En: Suasnábar, C. y Palamidessi, M. pág. 6
10
La pedagogía positivista avalada por el gobierno de la época vio en los saberes
de la psicología experimental una herramienta de utilidad. V Mercante realizó
una serie de investigaciones como base para la restructuración educativa. Así
pudo ordenarse la población infantil según parámetros de normalidad-
anormalidad, rendimiento escolar, aptitudes.
11
Obedecen a una construcción, una invención, son un reflejo de un largo
proceso que podríamos llamar "diferencialismo", esto es una actitud,-sin dudas
racista- de separación y de disminución. Skliar, C. (2005 p. 14)
12
La aparición de los test de inteligencia como el de Binet-Simon se los
relaciona con el momento de masificación de la escolaridad, con la llegada de
alumnos que no reunían las condiciones para estar en la escuela
13
La asistencia pública debe tener sus reglas: se dirige a los indigentes que, no
tienen medios, estando en peligro o convirtiéndose en peligro para si y para los
demás. En: Muel F. (1981 p 127)
14
El concepto de N.E.E. si bien aparece en la década del 60 tuvo su difusión en
1978 en una publicación en el Reino Unido encargada por el secretario de
educación a una comisión presidida por Warnok, en esta publicación se define a
las N.E.E: problemas de aprendizaje que demandan una atención más específica
y mayores recursos educativos, poniendo el énfasis en la escuela y en la respuesta
educativa, para esto se debía conocer el perfil del alumno sus limitaciones,
retrasos, determinar la etiología (orgánica o ambiental) y analizar sus
potenciabilidades de desarrollo y aprendizaje valorando cuales son los recursos
educativos mas apropiados, contemplando la integración en contraposición de la
segregación, marginación
15
La palabra saber hace referencia a todos los procedimientos y todos los efectos
de conocimiento que son aceptables en un momento dado y en un dominio
definido. Por su parte, el término poder no hace otra cosa que recubrir toda una
serie de mecanismos particulares y definidos, que parecen susceptibles de inducir
comportamientos o discursos. Foucault M. (2001)
Conclusión
Bibliografía
16
la deconstrucción consiste en deshacer, sin destruir, un sistema de
pensamiento que se nos revela como único y/o hegemónico
1
GUARDINI,R. Elogio do livro.Lisboa: Grifo, 1994. p.14.
260
Introdução
1
Sobre o Barão de Gerando e a implantação do método mútuo no Brasil, ver:
BASTOS & FARIA F. (1999).
2
Sobre, ver BASTOS (2010)
3
Sobre, ver GONDRA (2002); BASTOS (2001).
4
Sobre, ver BASTOS (2010)
5
Sobre, ver BASTOS (2009))
6
Para Chapoulie e Briand (1994) "o processo de elaboração de uma forma de
escolarização estende-se, freqüentemente, por décadas.(...) A elaboração de uma
nova forma de escolarização é um processo do qual participa um conjunto
diversificado de atores e coloca também em jogo um certo número de referências:
experiências feitas por estabelecimentos que propuseram ensinos originais no
plano da organização, dos modos ou das matérias; exemplos estrangeiros, às
vezes, mais generosos do que exatamente evocados; a possibilidade de inserir as
justificativas da criação em análises globais sobre as evoluções sociais existentes
ou desejáveis".
7
Ferdinand BUISSON. Nasceu em dezembro de 1841, de uma família
protestante de pequenos magistrados. Sua saúde o impede de entrar na École
Normale supériere. Recusa-se a prestar juramento ao Império, em consequência
renuncia a todos os postos universitários na França, apesar de seu sucesso no
concurso para professor universitário de filosofia em 1868. Depois de 1866,
ensina filosofia e literatura comparada na Academia de Neuchâtel. Também
passa a escrever alguns textos, onde expõe sua concepção de uma Igreja liberal, na
extrema esquerda do protestantismo. Defende a liberdade de pensamento, o
ensino popular, o ideal pacifista. Faz parte do Primeiro Congresso Internacional
da Paz e da Liberdade, presidido por Garibaldi, em 1868, em Genebra. O
segundo Congresso ocorre em Lausane em 1869, sob a presidência de Vitor
Hugo. Buisson exige a supressão das armas num discurso, o qual será muito
reprovado. Depois de 4 de setembro de 1870, ele retorna à Paris. Jules Simon
lhe nomeia, em 1871, para um posto de inspetor primário da região do Sena.
Esta nomeação provoca a intervenção indignada do Monsenhor Dupanloup. Jules
Simon anula a nomeação, mas reserva à Buisson outros serviços, nomeando-o
secretário da Comissão da Estatística do Ensino Primário. Com este cargo,
representa a França na Exposição de Viena (1873), depois na de Filadélfia
(1876). Empreende a publicação do Dictionnaire de Pédagogie. Jules Ferry
nomeia-o inspetor geral, depois Diretor do Ensino Primário (1879). Buisson é
seu colaborador mais importante, que participa da preparação e do estudo de
todas as reformas escolares. Em 1896, ocupa a cadeira de Pedagogia na
Sorbonne. Defensor ardoroso de Dreyfus, foi um dos fundadores da Liga de
Direitos do Homem. Em 1902, assume uma cadeira no legislativo como
deputado, eleito pelos radicais e os socialistas do 13º bairro de Paris. É relator da
lei sobre ensino de ordens religiosas, preside a comissão da separação da Igreja e
Referências
TRADUÇÃO
Júlia G. Martins é aluna do curso de graduação em História –
PUCRS. Bolsista de iniciação científica CNPq – PUCRS
(2010).
Maria Helena Camara Bastos é Doutora em Educação -
História e Filosofia da Educação; Pós-doutora no Service
d'histoire de l'éducation/INRP-França (CAPES – 2000; 2010);
Professora do PPGE/PUCRS; Pesquisadora do CNPq,
FAPERGS.