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Raças humanas
O conceito de raças humanas foi usado pelos regimes coloniais e pelo apartheid (na
África do Sul), para perpetuar a submissão dos colonizados; actualmente, só nos
Estados Unidos se usa uma classificação da sua população em raças, alegadamente para
proteger os direitos das minorias.
Algumas vezes utiliza-se o termo raça para identificar um grupo cultural ou étnico-
lingüístico, sem quaisquer relações com um padrão biológico. Nesse caso pode-se
preferir o uso de termos como população, etnia, ou mesmo cultura.
A primeira classificação dos homens em raças foi a "Nouvelle division de la terre par
les différents espèces ou races qui l'habitent" ("Nova divisão da terra pelas diferentes
espécies ou raças que a habitam") de François Bernier, publicada em 1684. No século
XIX, vários naturalistas publicaram estudos sobre as "raças humanas", como Georges
Cuvier, James Cowles Pritchard, Louis Agassiz, Charles Pickering e Johann Friedrich
Blumenbach. Nessa época, as "raças humanas" distinguiam-se pela cor da pele, tipo
facial (principalmente a forma dos lábios, olhos e nariz), perfil craniano e textura e cor
do cabelo, mas considerava-se também que essas diferenças reflectiam diferenças no
conceito de moral e na inteligência, pois uma caixa cranial maior e/ou mais alta
representava um cérebro maior, mais alto e por consequencia maior quantidade de
células cerebrais).
Apesar de poderem ser considerados como dois grupos distintos de linhagem humana,
australóides e capóides também podem ser considerados como negróides, de acordo
com essa mesma classificação tradicional.
Como qualquer classificação, esta é imperfeita e, por isso, ao longo do tempo, foram
sendo usados outros termos, principalmente para grupos cujas características não se
ajustavam aos grupos "definidos", como é o caso dos pardos para indicar os indígenas
do sub-continente indiano, entre outros. De notar que, a par desta classificação baseada
em características físicas, houve sempre outras, mais relacionadas com a cultura,
principalmente a religião dos "outros", como os mouros ou "infiéis", como os europeus
denominavam os muçulmanos, ou os judeus.
No início do século XX, Franz Boas pôs em causa a noção de raça e foi seguido por
outros antropólogos, como Ashley Montagu, Richard Lewontin e Stephen Jay Gould.
Contudo, alguns poucos cientistas como J. Philippe Rushton, Arthur Jensen, Vincent
Sarich e Frank Miele (autores de "Race: The Reality of Human Differences")
proclamam que não só essa tese é falsa, mas que foi politicamente motivada e não tem
bases científicas.
Existem também estudos que procuram mostrar que a percepção social da cor como
definidora de uma divisão humana em "raças" não é mais do que uma construção sócio-
cultural. Assim, durante a montagem do sistema escravista moderno, no qual milhões de
africanos foram transferidos compulsoriamente para as Américas para o trabalho
escravo, fortaleceu-se o conceito de uma "raça negra", superpondo-se a toda uma grande
quantidade diferenças étnicas que existiam na África, e que ainda existem hoje. Os
africanos nas sociedades que precederam o moderno sistema escravista, não se viam
como "negros", tal como sustenta José D'Assunção Barros em seu livro A Construção
Social da Cor (2009). Na África, os africanos enxergavam-se a partir de identidades
étnicas diferenciadas, e não de uma única "raça negra", um conceito que para eles não
existia. Os interesses do tráfico levavam os comerciantes a motivar a diferença étnica na
ponta africana do tráfico negreiro, pois os comerciantes de escravos conseguiam
escravos das guerras intertribais, nas quais as tribos vencedoras vendiam os indivíduos
pertencentes às tribos vencidas. Mas, ao mesmo tempo, na ponta final do processo de
escravização, quando o escravo deveria ser vendido nas Américas e incorporado ao
trabalho no sistema colonial, já interessava aos comerciantes e senhores de engenhos -
ou ao sistema escravista, de modo geral - criar uma categoria única para os "negros"
africanos, inclusive misturando africanos procedentes das várias etnias de modo a que
não se concentrassem eem um mesmo local indivíduos pertencentes a uma mesma etnia
de origem na´´Africa, pois os vínculos de identidade poderiam favorecer as revoltas.
Percebe-se, portanto, que a construção da idéia de "negro", à altura da montagem do
sistema escravista, foi um processo complexo, que recobriu, embora sem eliminá-las
totalmente, as etnias africanas de origem.
Raças no Brasil
O geógrafo Aroldo de Azevedo classificou as "raças" no Brasil como sendo:
Etnia
Uma etnia ou um grupo étnico é, no sentido mais amplo, uma comunidade humana
definida por afinidades linguísticas e culturais e semelhanças genéticas[carece de fontes?]. Estas
comunidades geralmente reivindicam para si uma estrutura social, política e um
território.
A palavra etnia é usada muitas vezes erroneamente como um eufemismo para raça, ou
como um sinônimo para grupo minoritário.
RAÇA E ETNIA Embora não possam ser considerados como iguais, o conceito de raça
é associado ao de etnia. A diferença reside no fato de que etnia também compreende os
fatores culturais, como a nacionalidade, a afiliação tribal, a Religião, a língua e as
tradições, enquanto raça compreende apenas os fatores morfológicos, como cor de pele,
constituição física, estatura, traço facial, etc.
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Etimologia
A palavra "etnia" é derivada do grego ethnos, significando "povo". Esse termo era
tipicamente utilizado para se referir a povos não-gregos, então também tinha conotação
de "estrangeiro". Em Israel, nos tempos bíblicos, a palavra equivalente no hebraico do
Antigo Testamento era usada para distinguir os israelitas de todos os povos não judeus,
chamados "gentios". O mesmo sentido acompanhou o uso da palavra grega e seus
correlatos nos tempos de Jesus e, no Novo Testamento, esta palavra é usada também
para distinguir os não cristãos em oposição aos cristãos, adquirindo também o sentido
de "pagãos". Mesmo assim, boa parte dos textos do Novo Testamento usam a palavra
grega ethnos para se referir aos povos ainda não alcançados pela pregação do
Evangelho, adquirindo a conotação de "povos-não-alcançados". A palavra deixou de ser
relacionada com o paganismo em princípios do Século XVIII. O uso do sentido
moderno, mais próximo do original grego, começou na metade do Século XX, tendo se
intensificado desde então.
Fatores de Classificação
Língua
A língua tem sido muitas vezes utilizada como fator primário de classificação dos
grupos étnicos, embora sem dúvida não isenta de manipulacão política ou erro. É
preciso destacar também que existe grande número de línguas multi-étnicas e
determinadas etnias são multi-língues.
Cultura