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No começo dos anos 1980, época em que a cultura hip hop despontava
no Brasil via videoclipes escassos nos poucos canais de TV que
apresentavam programas musicais, eu frequentava uma associação de
moradores em Rio Doce, em Olinda, onde todos os sábados à noite
rolavam umas rodas de breakdance. Lá, conheci outro maloqueiro
aficionado a batidas electrofunk (Kraftwerk, Afrika Bambaataa,
Neucleus, Zapp, Grand Master Flash...) e soul music, chamado Chico
Vülgo. Na semana seguinte, fui levado por um amigo ao trabalho de
Chico (uma clínica radiológica no centro do Recife, em que numa
Jorge du Peixe sala com apenas um birô ele já tirava algumas batidas e mostrava
uns raps). Amizade selada, passamos a trocar ideias e a mostrar
nossas pequenas coleções de vinis e, na sequência, garimpar sebos
(a intenção era roubar os livros da estante de casa e vender nos
sebos para comprar discos novos ou usados).
Não é exagero afirmar que sua criação suprema, o frontman Chico Science – um
mix de Flavor Flav (o endiabrado clown do Public Enemy) com caboclo de lança –,
reformulou para sempre, a partir de um diálogo consciente com a grande indústria do
entretenimento planetário, a representação da cultura jovem do Nordeste brasileiro
nas grandes esferas de interlocução globais. E o povo dessas bandas, sempre que
tem oportunidade, faz questão de revalidar o fenômeno. Como aconteceu, de forma
emblemática, poucos dias atrás.
Os ecos daquela quarta-feira, podem acre
ditar, ainda me acompanham. Eis uma data
que milhares de “mangueboys” relembrarã
o por muitos e muitos anos: 9 de dezembr
de 2009. Sim, eu estava lá, fui um dos quas o
e 100 mil privilegiados que participaram,
no Marco Zero do Recife, da gravação do
segundo DVD ao vivo da Nação Zumbi. A
festa não era só para celebrar a abertura de
um histórico e audacioso evento, no caso
a segunda edição da Feira Música Brasil. No
fundo, o que a maioria de nós pretendia
Fred Z naquela noite era compartilhar essa espécie
de orgulho coletivo, como se disséssemos
eroqua a nós mesmos: que outro lugar do mundo
tro pode dizer, com tanta propriedade, que é
o
legítimo depositário desse legado?
Quando eu subi no palco para cantar Rios, Pontes e Overdrives com Jorge du Peixe
e os outros parceiros da Nação, senti que a energia de Francisco França não só me
alimentava, mas era combustível de altíssima potência para todos aqueles alucinados
garotos e garotas (de todas as idades) espremidos na praça pública em pleno meio
de semana. E a herança maior que seus versos certeiros, seu carisma e seu senso de
ritmo incomum deixaram é justamente esta: depois de toda a avalanche estética
provocada pela disseminação da envolvente, sinuosa e fluida simbologia mangue bit,
a autoimagem dos pernambucanos jamais será a mesma.
portante para
Essa identificação é im
da a uma uco dinheiro.
A cidade de Olinda fica na região mim por ter dado a lar ga Eram anos de muito po Livre S/A) se encontram
. Um vinha com
bastante curta e
frente de ataque cu ltu ral A informação era rasa, sua herança da black
music e do hip
metropolitana do Recife. De tão an os 19 90 no E era ne ss e cenário que hop (junto com seus co
próximas, podemos dizer tratar-s representativa dos conformada.
ra explosiva
mpanheiros
uenciam a
e de Brasil (e seus ecos ain da infl Fred ensaiava sua mistu Jorge du Peixe, Lúcio
Maia, Dengue e
uma cidade dentro da outra. anarquicamente o DJ Aranha). Do outro
cultura contemporâne
a). de mensagem cerebral lado, a herança
Com Jaboatão dos Guararapes com uma busca
não construída em parceria anarcossambista e pu
nk rock dos
é diferente. A primeira fica ao nor ranguejos já os populares. Montenegros e seus se
te Mas antes disso os ca incessante de conceit guidores. O caldo
do Recife, e a segunda, ao sul. s existiam. sempre esteve, principia a engrossar.
estavam soltos. As tra ma A periferia estava onde E aí, num cenário
O mar transforma as três cidades os 1980, o “Rato” ado ainda sem bem diferente, os caran
Desde o início dos an mas mandava seu rec guejos começam
em um lugar único. negro – mais tava chegando. a esboçar um cérebro.
(apelido de Fred Monte canal. Mas o canal es
a colocando mo símbolo de
tarde Zeroquatro) já es tav E a ideia do mangue co
E foi em Olinda, em 1991, que ass scente a em andamento. O início dos anos 1990
à primeira apresentação da banda
isti sua imaginação eferve diversidade já estava trazia uma
da nç a mais radical ressaca sem proporçõ
Chico Science & Lamento Negro serviço de uma mu es. Uma eleição
rnambuco, (o primeiro pleito direto
transformada em Nação Zumbi).
(depois na cultura oficial de Pe para presidente
ce ss os desde o golpe militar
dominada pelos ex de 1964) tinha
O lugar chamava-se Oásis – nom ento armorial. , Recife centraliza levado ao poder o qu
muito apropriado. E o show abria
e tradicionalistas do mo vim No fim dos anos 1980 e considerávamos
embalava, desde o encontro entre os mu
ndos de – pelo menos assim ac
Mundo Livre S/A (Fred Zeroquatro
para a A Mundo Livre S/A já de Olinda. mais conserv redito – a parte
na de fãs. ara rap es e
como 1984, uma pequena fau Jaboatão do s Gu adora de nossa política
.
líder). Naquele momento, na prá r trás daquele ipam desse Mas o que parecia da
o movimento mangue se tornava
tica, Pessoas que estav am po Várias pessoas partic be noso serviu de
ssitando de o Orla Or alimento, a vitamina qu
(público pequeno e interessante).
público cenário magrinho, nece momento. Chico (com ndo e faltava.
go rda r. ) e Fre d (se mp re Mu
vitaminas para en e o Loustal
uma possibilidade, levou ares des
se
Logo depois do Da Lama ao Caos, cosmopolitismo de pobre para o
mundo.
vieram o Samba Esquema Noise (Mundo Claro que isso pipocou, com mai
or
Livre S/A) e Mestre Ambrósio (Mestre ou menor brilhantismo, em várias
cérebros dos carangu partes
ejos desejavam. do planeta. Mas o mangue teve
Fred Zeroquatro, Rena Ambrósio). Esse pequeno panorama já algo
to L. (“ministro muito interessante: o constante
da informação do mang é capaz de descortinar a diversidade do interesse
ue”) e Chico no universo tecnológico como form
Science na vanguarda movimento, que se irmanou com outras a
. Em volta deles de mudança, como instrumento
estavam os diluidores correntes artísticas, como as artes de
do movimento. transformação. Batidas envelhecem
E que uma coisa fique plásticas e o cinema – esse namoro , os
clara: o mangue bits rejuvenescem todos os dias
não é um tipo de músic começou com os curtas-metragens .
a, mas uma
frente que foi capaz de Maracatu, Maracatus (Marcelo Gomes)
abrir brechas de Mas uma coisa que instiga é o pap
A junção dos fatores fortalecia visibilidade, antenar a e Cachaça (Adelina Pontual) e com el da
periferia com o periferia (em todos os níveis de rela
a necessidade de uma alavanca mundo e trazer esse mu o longa Baile Perfumado (Paulo Caldas e ção).
ndo de volta. A vez foi ocupada pela insistência?
que tirasse nosso mundo daquele Lírio Ferreira). E uma manifestação não
estava atrelada à outra: foram circuitos Tem a ver com o momento históric
isolamento. O mundo virtual estava Não só o público come o?
çou a prestar A periferia agora é mercado? Tod
batendo na porta. O bitnet já mostrava atenção naqueles me paralelos que desaguaram no as
ninos, mas as essas questões, e mais algumas
um canal. Faltava isso se alargar. gravadoras se colocara mesmo rio. , juntas?
m à disposição Aí deixo minha dúvida em vez de
Questão de tempo – que não demorou (tudo tem seu ônus). Ch minhas
ico Science & certezas. Há muito cientista social
muito. E foi aí que aconteceu o show Nação Zumbi saem na
frente: em 1994 deitado sobre o tema. Eu fico da
do Oásis. Depois disso... lançam o disco Da La janela,
ma ao Caos (isso ganhou chance la de que rendo fazer parte, e torcendo par
mesmo – disco). Eu e O mangu e bit a
Helder Aragão que os discursos sejam mais
(DJ Dolores) fomos co batida. Sua dimensão alimentou
nvidados pela e mais radicais. E que dos excess
banda para elaborar o discussões apaixonadas. Alguns os
projeto gráfico caminh o, mas o e da banalização possamos descob
O Manifesto Mangue, junto com do disco. Formávamos ficaram pelo rir
uma dupla de
uma viagem para São Paulo, em criação chamada Dolor movimento continuou a influenciar uma um novo mundo, que balança
es & Morales nas pontas para reverberar ali,
1993, catapultou o mangue de uma (e assim o projeto foi gama de acontecimentos culturais
assinado). Um até hoje – seja por bem no centro.
exacerbação local para o patamar trabalho conjunto foi po que reverbe ram
sto em prática. , seja por afirmar
de excelência exigido pela província Muita gente interessan concordância
te em volta e uma Hilton Lacerda é roteirista. Assina
Recife. A recepção mais que positiva resistência constante sua superação. de Baile Perfuma
os roteiros
da gravadora. do (1997), Texas Hotel (1999),
na pauliceia (Xico Sá, Bia Abramo e Mas deu certo. O disco Amarelo Manga (2002) e Baixio das
saiu e até hoje Bestas (2007).
Alex Antunes ajudando a balançar esse está como um dos mais impo Mas o que realmente é importante É o Morales da dupla Dolores &
Morales,
rtantes da aí? Para mim foi o canal aberto na que dirigiu os primeiros clipes da
coreto) abriu as portas da própria casa. música brasileira contemporâ a exemplo de Maracatu de Tiro Cert
cena mangue,
nea. periferia: o alto-falante que, a partir de eiro (Chico
Recife agora era a Manguetown que os Science & Nação Zumbi) e Samba
Esquema Noise
(Mundo Livre S/A).
h.d. mabuse
A menina que esperava o seu homem chegar havia perdido as graças do mar.
Aí ela disse ao vento: "Por que ele está aqui mesmo?".
Deu vontade (nela) de escrever no balãozinho tatuado do Corto Maltese: A menina que esperava o seu homem chegar havia perdido as graças do mar.
"Eu sou um marinheiro fuleiro!". A menina que esperava o seu homem chegar havia perdido as graças do mar.
O mar devolvia à praia esculturas do acaso, como em uma antiga exposição
do artista Paulo Bruscky. Ela gostava.
(Repete até o completo entendimento do sujeito!)
A tarde mais longa do século.
Quem sabe a breguice de um belo pôr-do-sol nos tire dessa,
ela em raro tic-tac de esperança.
Uma romântica?
"Antigamente", ela respondeu ao seu próprio desconfiômetro.
A menina que esperava o seu homem chegar havia perdido as graças do mar.
Eduardo BiD
Conheci o Ch
ico em um ôn
ainda tocava ibus, em 1995,
na banda Prof quando eu
era o Sesc Ba es sor An tena. O destino
uru, no interi
longa viagem or de São Pa
de ida e volt ulo, uma
Não conhecia a, partindo da
o som deles, capital.
só tinha ouvi
O percurso no do falar.
s permitiu um
e planos musi papo sobre mú
cais. Ali nasc sica
resultou na ia a parceria qu
produção do e
tão especial
disco da Naçã segu ndo
o Zumbi, o Af
rociberdelia
.
Chico continuou firme em tra
balhar comigo, e para nossa
a gravadora terminou compra felicidade
ndo a ideia. Rapidamente, est
estúdio Nas Nuvens, no Rio áva mos no
de Janeiro.
Com o disco nas mãos, viajei com Chico para Los Angeles e Nova York,
onde mostramos pessoalmente as músicas ao David Byrne, na gravadora
Luaka Bop. Recebemos os aplausos e o convite para lançarmos o disco
na Europa, no Japão e nos Estados Unidos. Infelizmente, a gravadora
nacional, que tinha prioridade nesses territórios, cresceu o olho. O
lançamento de Afrociberdelia aconteceu ao lado de artistas como
Julio Iglesias e Gloria Estefan. Foi um grande erro.
a gravar
no Mosh, fomos convencidos Obrigado, Chico, pela oportunidade, pela amizade e pela confiança.
No primeiro dia de mixagem tínhamos
ca. Já E por ter aberto essa porta que é hoje minha vida e meu trabalho,
y achava que era radiofôni
Maracatu Atômico, pois a Son porque o
Mautner, mas a descartamos com muito amor e orgulho.
tentado gravar a música de Air, dos
rodução, I Am the Sun I Am the
sampler que usaríamos na int em uma
al das contas, eu mixava Man
guetow n
Smiths, não ficou bom. No fin tu Atômico em
mo tempo que gravava Maraca
sala, com o Luís Paulo, ao mes
outra, com o G-Spot.
Eduardo BiD é músico, produtor musical e pai de família. Trabalha em sua
produtora, a Soul City (www.soulcity.com.br), e vive em São Paulo. Produziu
o CD Afrociberdelia, um desafio na tentativa de captar o som das alfaias. A
experiência foi considerada “incrível” por aqueles que a viveram.
ILHO
MEND ONÇA F
KLEBER
Naquela época, por exemplo, ele viajou o mundo com sua música da mesma forma que, ao
Na época, havia um estímulo claro (e único, anos
longo da década de 2000, o cinema pernambucano tem viajado o mundo de Cannes, Veneza,
antes de a internet se firmar), representado pela então
Berlim, Locarno e Roterdã. Cada novo festival parece lembrar os festivais internacionais de
jovem MTV Brasil, espelho pop universal abrasileirado que
música dos anos 1990, que nos mostraram, à época, que “falar de onde você vive é o que há
validava o que estava acontecendo na música do Recife.
de mais importante e verdadeiro, e que, por mais que se viaje, as cidades são todas parecidas
com a sua”. As palavras são dele, mas já são minhas também há algum tempo.
Videoclipes eram imaginados em mesas de bar com
produções executivas da mais pura “brodagem” e
orçamento zero. E geraram alguns dos momentos mais
felizes (quase esquecidos, perdidos na nossa crônica
incompetência de arquivar) da imagem pernambucana,
como os promos feitos por Dolores & Morales (Hilton
Lacerda e Helder Aragão, o DJ Dolores) para a Nação Kleber Mendonça Filho é crítico de cinema e cineasta. Em 1997, dirigiu O Enjaulado, filme
Zumbi e a Mundo Livre S/A. cuja trilha sonora resultou na primeira coletânea de músicas da cena mangue recifense.
Seus filmes Vinil Verde (2004), Eletrodoméstica (2005) e Noite de Sexta Manhã de Sábado
(2007) viajaram o mundo. O trabalho mais recente, Recife Frio (2009), ganhou o prêmio
de melhor filme na opinião da crítica na última edição do Festival de Cinema de Brasília.
Em meados de julho de 2009, a
equipe do Itaú Cultural iniciou Ana de Fáti
a discussão da programação ma Sousa
deste ano. Quando começamos a
levantar os possíveis artistas em que não existe
a imposição de
a ser homenageados pelo projeto conceito. Pensam
os em tudo juntos
Ocupação e surgiu o nome de e as boas ideias
são executadas,
Chico Science, veio-me uma melhoradas, ampl
iadas, mudadas
deliciosa sensação de poder e vão gerando algo
, de fato,
voltar a trabalhar com um universo novo, relevante,
bonito. E
que faz parte de minha vida. talvez mais próx
imo de Chico, que
Intensamente. Topamos todos, tinha esse espíri
to de criação
então, nos debruçar em torno da compartilhada, de
colaboração, de
obra de Chico. coletividade, de
parceria.
Entramos em contato com a família Partimos para o Re
cife para
do artista, representada pela irmã, arredondar o conc
eito da exposição
Goretti, e pela filha, Louise, e entrar em contat
o com os acervos
com o músico Jorge du Peixe e com de dona Rita (mãe
de Chico) e de
o produtor Paulo André. A reação Paulo André (pro
dutor da banda
de todos foi encantadoramente nos anos 1990). Fo
i na casa de
positiva. Além destes, pensamos em dona Rita que me
deparei com
trazer para perto outras pessoas outro brilho do ar
tista – o filho
que pudessem nos ajudar a conceber querido, o irmão
carinhoso, a
a exposição. Foi natural pensar em pessoa que deixou
uma saudade
rejuntar a dupla Dolores e Morales sem fim, um ser no
rmal que viram
– que havia sido muito importante nascer, crescer e
prematuramente
para a construção da estética partir. Cada obje
to dele tinha
mangue dos anos 1990. uma história, e Go
retti foi quem
as contou para nó
s. Foi ela quem
Com este projeto, estávamos nos emocionou a ca
da novo relato
descobrindo um formato de e a cada lágrima
que insistia em
trabalho coletivo muito saboroso, tentar controlar.
Ainda lhe dói
algo muito
maior. E f
quem nos m oi Chico ico;
lembrar. E ela lembra diariamente. ostrou iss presença de Ch
show no co o. Com um música e pela or tu ni da de
Faz esforços para não esquecer meço da ta uma op
abril, ab rde de 25
de por ter agora r te r mu da do
nenhum detalhe, porque sabe que rindo a pr tudo. E eles nos contaram e aind -lo po
festival, ogramação a de reverenciá a
a memória do irmão precisa ser o artista do estão nos contando a história do (e na cultur
com aquele se aprese tudo na música
preservada, cuidada e relatada. jeitão de ntou artista e do movimento que ajud po r ter feito de
de pop sta frontman, ou da cidade); ico
r. Não hav a criar. Vários desses nomes estã e algo histór
Recife. C
hico toco
ia isso no o minha juventud dade , pa ra
Paulo André também parecia saber nas páginas deste fanzine; outr ra a ci
era o novo u o terror os (para mim, pa r ter
disso desde o primeiro dia em . E na seq . Ele estão na exposição – como é o caso nalmente, po
uma Mundo uência ve
io o país); e, fi nt ar e
Livre com dos fotógrafos Fred Jordão e Gil , rir, ca
que trabalhou com Chico. Ele diferente pletamente me feito dançar me u tr ab al ho
guardou cuidadosamente cada da que con Vicente, dos artistas Félix Farf de que
desde os a hecíamos an ter a certeza ma r
crachá usado, todos os cartazes nos 1980 n e Evêncio, e dos amigos do músi tentar aproxi
undergrou os festiva
is
co seria sempre Ap ro xi mem-
nd. Não er Fred Zeroquatro, Renata Pinheiro oa s.
de shows (pequenos e grandiosos), rock... E am
ra samba es ais punk
, a arte das pess o do
playlists, fotos, documentos, Sonally, Roger de Renor, Renato ximem-se) entã
Gravamos
tudo e con
quema noi
se!!! se (ou reapro de Ch ic o! Pois
cartas, objetos, rascunhos. L., Stella Campos... Uma lista stico
acompanha tinuamos que universo artí “[ ...]
ndo a cena não se encerra enquanto escrevo, vociferava:
Em seus manuscritos de 1996, anos que s durante o
s como ele mesmo co me ça r,
Paulo já fazia propostas de uma e seguira e que não vai se encerrar depois. dessa roda
Rock, Pok m – Abril
Pro chegou a hora , va mo s
oloko, So Muitos já deram depoimentos, da pesada
exposição com tudo o que havia Mangue Fe
liz, Fran
paria, Re
cbeat, samba makossa
juntado. Achei muito bacana poder ci’s Drin disponibilizados no site do le br ar !”.
Adília’s
Place,Gale ks, todos ce
ajudá-lo a fazer com que parte ria Joana projeto (www.itaucultural.org.
d’Arc, MT
de suas ideias se concretizasse, V... br/ocupacao), e outros ainda vão
14 anos depois. As conversas com fazê-lo. Porque o legado de Chic
o
o produtor renderam dezenas de Science vai permanecer.
sugestões para a exposição e me Ana de Fátima Sousa é conhecida por todos
Sabíamos q
levaram de volta para o início dos ue, para f
azer a Sinto-me premiada por vários como Aninha. Recifense que mora há 13 anos
Ocupação
anos 1990, quando nos conhecemos. Chico Scie
nce aconte motivos: por trabalhar numa em São Paulo, trabalha no Itaú Cultural (é gerente
precisarí
Ele já era produtor, e eu, uma amos envol
ver os
cer, instituição que apoia a do Núcleo de Comunicação). Produziu algumas
personage
estudante obcecada pela cena ns centra
is para re construção e a preservação de das primeiras imagens em vídeo da cena
musical recifense.
contar obras e o legado de artistas mangue. Observando tudo de perto, dedicou-se
brasileiros; por ter visto de a duas pesquisas acadêmicas sobre o assunto:
Eu pesquisava e catalogava tudo o perto o impacto causado pela Movimento Rock em Recife nos Anos 90 (1993)
que tinha acontecido musicalmente e Recife Jam (1996). Aninha faz parte da equipe
na cidade. Dividia meus que concebeu a Ocupação Chico Science.
levantamentos com o jornalista e
amigo Marcos Toledo; falávamos,
respirávamos e ouvíamos uma
produção que começava nos anos
1970 (com Ave Sangria, Lula
Cortes, Alceu Valença, movimento
armorial) e tentávamos compilar
entrevistas, histórias e sons
para entender o que seria o
”novo“ na cidade duas décadas
depois. Foi no primeiro Abril
Pro Rock, em 1993, que entendemos
que estávamos testemunhando
visitação exposição
sexta
Mangue no Cinema 20h
sábado
sábado 20h
18h
Programa 4 (87 min)
Programa 3 (89 min)
Cachaça
Maracatu, Maracatus Adelina Pontual, PE, 1995, 13 min
Marcelo Gomes, PE, 1995, 14 min Roteiro: Adelina Pontual; fotografia: Jane Malaquias; trilha sonora: Fred Zeroquatro e Otto;
Roteiro: Marcelo Gomes; fotografia: Jane Malaquias; trilha sonora: Chico Science e Antônio direção de arte: Cláudio Cruz e Péricles Duarte; elenco: Chico Diaz, Edmilson Barros e Jones Mello
Carlos Nóbrega; elenco: Jofre Soares e Meia-Noite Num bar no centro da cidade, dois homens fazem uma aposta: ver quem aguenta tomar
Misturando documentário e ficção, este filme fala sobre o choque entre as gerações que mais cachaça. A noite transcorre com suas revelações e seus personagens. Os primeiros
fazem parte de um grupo maracatu. A história dessa manifestação observada com um raios de sol revelarão o vencedor.
olhar agudo, colocando em confronto a tradição e a modernidade ao revelar de que 14 “Não recomendado para menores de 14 anos”
maneira as manifestações se revitalizam. Participação importante de Mestre Salustiano,
uma das principais referências da cultura popular para Chico Science.
Se Liga na Parada... Ou um Abraço
14 “Não recomendado para menores de 14 anos” Michelle Assumpção, PE, 1997, 22 min
O vídeo dá uma geral no movimento hip hop do Recife dos anos 1990. Ao som da banda
Faces do Subúrbio, o maior nome do rap pernambucano daqueles anos, as imagens e
as falas resumem ideias e articulações dos jovens suburbanos que faziam da dança, do
grafite e da atitude hip hop sua principal ferramenta de expressão social.
Josué de Castro – Cidadão do Mundo Maracatu Atômico
Silvio Tendler, RJ, 1995, 52 min Videoclipe, RJ, 1996
Locução: José Wilker; entrevistas: Jorge Amado, Betinho, Dom Helder Câmara, Milton Santos, Banda: Chico Science & Nação Zumbi
Chico Science Direção: Raul Machado; produção: Chaos/Sony Music
Inspiração para o movimento mangue, a vida e a obra do geógrafo e humanista Josué Imagens marcantes da versão explosiva feita por Chico Science & Nação Zumbi para a
de Castro guiam este documentário. Indicado ao Prêmio Nobel da Paz, Josué de Castro lendária música de Jorge Mautner.
morreu no exílio, em Paris, em 1973. Ele é o autor de Geografia da Fome e de Homens e
Caranguejos, livros referenciais para o mangue beat. Manguetown
Videoclipe, RJ, 1996
Banda: Chico Science & Nação Zumbi
domingo Direção: Gringo Cárdia; produção: Chaos/Sony Music
15h O clipe segue a explosão da banda após o lançamento de seu segundo CD, Afrociberdelia.
A foto que compõe a entrada na exposição Ocupação Chico Science foi feita por Roberto
Programa 5 (87 min) Amadeo, fotógrafo deste filme.
Conversa de Mangue
Fred Zeroquatro
domingo
Orquestra Popular da Bomba do Hemetério
Líder da banda Mundo Livre S/A, amigo de Chico Science e protagonista do movimento
mangue beat, Fred é também o autor do manifesto Caranguejos com Cérebro, marco na
criação da cena. pação
saiba mais em itaucultural.org.br/ocu
Expediente Fanzine Comunicação visual e produção gráfica
Ocupação Chico Science Núcleo de Comunicação do Itaú Cultural
Videoinstalação Landau
O fanzine da Ocupação Chico Science Marcelo Pedroso/Símio Filmes (Recife)
é uma experiência editorial de Mariana
Grafite
Lacerda (edição, com o auxílio de Marco Derlon Almeida
Aurélio Fiochi), Liane Tiemi Iwahashi
(direção de arte), Estevan Pelli e Jader Acervos
Rosa (ideias e ilustrações), Rodrigo Silveira Família França, Paulo André Pires, h. d. mabuse,
(arte dos textos assinados por Bia Abramo, TV Viva, Videoteipe e Marcos Toledo (imagens)
Mabuse e Hilton Lacerda), Laura Daviña
(arte dos textos assinados por Xico Sá, Fotografias do acervo
Dolores e du Peixe) e Renata Pinheiro Fred Jordão, Gil Vicente, Família França, Paulo
André Pires e Roberto Amadeo
(ilustração encartada). Participam Jorge
du Peixe, Fred Zeroquatro, h. d. mabuse, Fotografias do Espaço Sósias de Chico
Kleber Mendonça Filho, Bia Abramo, Xico Cia de Foto (São Paulo e Rio de Janeiro) e
Sá, Eduardo BiD, Aninha de Fátima Sousa, Projeto Lambe-Lambe (Recife)
Hilton Lacerda e Helder Aragão (com
textos), além de Caio Camargo (produção Captação de depoimentos
editorial), Rachel Reis e Polyana Lima Marcelo Pedroso/Símio Filmes (Recife), Guga
(revisão). A fonte dos títulos foi feita por Gordilho (São Paulo e Rio de Janeiro) e Cia de
Fernando Peres. Foto (São Paulo)
Produção do site
Agradecimentos: Marcelo Calheiros, Núcleo de Comunicação do Itaú Cultural
Patrícia Cornils, Hilton Lacerda, Helder
Aragão, Jorge du Peixe, Carlinha Sarmento, Produção da mostra de filmes
h. d. mabuse, Fred Zeroquatro, BiD, Luciana Núcleo de Audiovisual do Itaú Cultural
Veras, Joana Amador e Denis Russo
Agradecimentos
Dona Rita, Goretti, Janusse, Louise e Família
Ficha Técnica Ocupação Chico Science França. Sonaly Macêdo Cavalcanti, Paulo
André Pires, Jorge du Peixe e Nação Zumbi.
A exposição Ocupação Chico Science é Dolores & Morales, Amanda Barroso, Sonally
resultado da curadoria coletiva de Helder Pires, Marcelo Pedroso, Fred Jordão, Gil Vicente,
Aragão e Hilton Lacerda (Dolores & Morales), Roberto Amadeo, Evêncio, h. d. mabuse, TV
Goretti e Louise França, Paulo André Pires Viva, Fred Zeroquatro, Videoteipe, Projeto
e Núcleo de Música, de Comunicação e de Lambe-Lambe, Félix Farfan, Roger de Renor,
Produção do Itaú Cultural Marcos Toledo, Melina Hickson, Adriana Vaz,
Maria Duda e Renato L.
Curadoria musical dos shows
Jorge du Peixe e Núcleo de Música do Itaú Cultural
Projeto expográfico
Helder Aragão e Hilton Lacerda (Dolores &
Morales) e Equipe Itaú Cultural