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Projeto Inclusão Social do Idoso: Oficinas como Instrumento de Reflexão.

Luciana Aparecida de Oliveira


Graduanda em Economia Doméstica -UFV
Departamento de Economia Doméstica - UNIEDHS – Campus
Universitário-Viçosa- MG
Email: luolliver-1@hotmail.com

Marinalva Oliveira de Jesus - Economista Doméstica – UFV.


R: Jésus Felipe, nº 27, Bom Jesus Email: mari.ufv2003@yahoo.com.br

Tatiana Rodrigues Conegundes. Economista Doméstica –UFV.


Departamento de Economia Doméstica - UNIEDHS – Campus
Universitário-Viçosa- MG
Email: taticonegundes@yahoo.com.br

Amélia Carla Sobrinho Bifano


Prof.ª Adjunta do Departamento de Economia Doméstica –UFV.
Universidade Federal de Viçosa. Campus Universitário.
Email: abifano@ufv.br

Palavras chave: Inclusão Social, oficinas, reflexão


Considerando a inclusão como uma apropriação dos direitos garantidos por lei, estatutos e a
conscientização da sociedade, as escolas tornam-se um espaço de reflexão, pois a mesma tem
a possibilidade de através de uma visão antecipada, possibilitar aos adolescentes agregarem
valores que carregarão para o resto de suas vidas, assim como, compartilhar essas reflexões
nos ambientes onde convivem. Este trabalho é um relato da experiência de oficinas nas
escolas da rede pública de ensino em viçosa, cuja finalidade foi compreender as
representações dos adolescentes à respeito dos idosos, do envelhecimento e do estatuto do
idoso.

1 APRESENTAÇÃO
Este trabalho relata da experiência de oficinas desenvolvidas nas escolas da rede
pública do município de Viçosa, como parte das atividades de um projeto de extensão, que
tem como objetivo implementar ações de atendimento ao idoso na inclusão social, na
acessibilidade e na prestação de serviços.
Optou-se por oficinas nas escolas como instrumento para reflexão sobre a questão da
inclusão social do idoso à escola, visto que esta instituição que tem a possibilidade de através
de uma visão antecipada, gerada dentro da própria escola possibilitarem aos adolescentes

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Unidade Interdisciplinar em Estudo do Desenvolvimento Humano e Social – “Inclusão Social do Idoso”

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agregarem para o resto de suas vidas, valores relacionados à importância de fatores que irão
permear suas trajetórias de maneira a aportarem na fase da velhice com uma bagagem
importante de conhecimentos que os auxiliará a viverem sem sobressaltos a última fase da
vida. O conhecimento adquirido, pelos jovens, pode ser compartilhado com os idosos,
ajudando dessa maneira sua vida (BOTH, et. al. S.D.).
Este trabalho tem como objetivo:
1.1 Geral
Relatar a experiência das oficinas nas escolas, como meio de inclusão social do idoso,
considerando essa inclusão como uma apropriação dos direitos garantidos por leis e estatutos
e a conscientização da sociedade.
1.2 Específico
- Compreender as representações dos adolescentes à respeito dos idosos, do envelhecimento e
do estatuto do idoso.
Nesse trabalho não utilizou o capitulo referências teóricas, pois foi utilizado as
referências para discutir os resultados.

2 METODOLOGIA
Como instrumento para promoção de reflexão com vista à temática “Inclusão Social
dos Idosos” foi realizado oficinas nas escolas da rede públicas estaduais e municipais da
cidade de Viçosa. O público alvo foram alunos de 6º ao 9º ano do ensino fundamental, e
alunos do 1º ao 3º ano do ensino médio. As oficinas foram oferecidas a todas as escolas. Para
tal foi utilizada listagem fornecida pela secretaria de educação do município com todas as
escolas municipais e estaduais da zona urbana e rural do município de Viçosa. No total 15
escolas concordaram em participar das oficinas. As oficinas nas escolas tiveram seu início em
05 de maio e término em 16 de Junho de 2008, totalizando em 50 palestras englobando
aproximadamente um total de 2.060 alunos.
De forma a adequar o material didático ao estágio de desenvolvimento, foram
elaborados três materiais diferentes, um voltado para a 6º e 7º ano do ensino fundamental
(figuras), 8º e 9º ano também do ensino fundamental (música) e outro voltado para o 1º, 2º e
3º ano do ensino médio (palavras). Em função do grande número de oficinas e público, será
abordado nesse artigo, apenas uma pequena amostra. Foi escolhida uma escola, situada num
bairro periférico de Viçosa, que possui cerca de 300 alunos matriculados entre 6° e 9°ano do
chamado ensino fundamental que será uma escola da periferia de Viçosa. A escolha dessa

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escola se deu em função do grande número de alunos e também porque foi necessário utilizar
a dinâmica da figura para os alunos do 8° e 9°ano, ao invés da música como previsto na
organização das oficinas.
O material da 6º e 7º ano foi elaborado abordando, em um primeiro momento, as
representações que estes possuem sobre os idosos. Para tal, foi utilizada a dinâmica das
figuras. Esta constitui em levar fotos de idosos, em diferentes situações, e pedir para que os
alunos comentassem qual a idéia que tinham sobre este grupo e onde achavam que eles
deviam se inserir, se conheciam ou conviviam com algum idoso.
Para elaboração dessa oficina dividiu-se a turma em grupos de cinco a oito pessoas,
para facilitar a discussão. Para cada grupo era entregue uma figura com uma folha de papel
almaço, na qual estes colocaram os principais pontos da discussão. Ao final, era solicitado que
representantes dos grupos fossem a frente para discorrer para toda a turma o que havia sido
discutido no grupo. Após isso, as estagiárias finalizavam com uma síntese em que se abordava
o que havia sido discutido entre eles, buscando sempre colocar os direitos dos idosos, falando
do estatuto do idoso.

3 PRINCIPAIS RESULTADOS
Diante dos dados obtidos na realização das oficinas, apresentaremos uma síntese das
reflexões feitas pelos alunos à partir das figuras. Os resultados serão apresentados em função
das discussões que foram possíveis por meio das representações dos alunos em relação ao
idoso e suas características, seus direitos e o convívio com os mesmos.

3.1 Representação dos alunos em relação ao idoso;


Para Oliveira (2001),o envelhecimento historicamente tem sido considerado por duas
fortes e opostas perspectivas: uma que o reconhece como etapa final da vida, a fase de
declínio que culmina na morte, e a outra, que o concebe como fase da sabedoria, da
maturidade e da serenidade. A fala dos alunos demonstra uma dualidade como pode ser
observado:
“Devemos ter carinho com os idosos, porque eles precisam de ajuda em tudo, um
dia vamos ter 60 ou 70 anos”. “idosos precisam de ajuda e de respeito,
principalmente quando usam bengalas”. “Tem que ajudar os idosos, depois que
chega a idade ele não agüenta mais nada; eles ficam na cadeira de roda porque
não conseguem andar mais”.“Os idosos são pessoas boas, que viveu para as
pessoas que ama e com quem vive. Eles não podem trabalhar, não pode fazer
exercício físico pesado só os leves”. “Idoso representa o passado, respeito,
carinho,amor, experiência, dinheiro e futuro. Eles são fonte de educação e nos
ensina por serem idosos, eles são exemplos de vida para os jovens, transmitem

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paz e vontade de seguir em frente”. “idosos representa carinho, amor, paixão e
exemplo de vida”.

Pode-se perceber que as representações dos alunos acerca dos idosos também estão
muito relacionadas com a realidade diárias deles:
“os idosos praticam todos os tipos de coisas, eles são capazes de fazer coisas que
adolescentes não são, eles tocam violino, fazem pintura, são muito inteligentes”.“os
idosos são pessoas muito legais, que sofrem preconceito, eles andam devagar, são
sem forças para trabalhar e nem conseguem levantar peso. Tem idoso que é chato e
maldoso, colocam veneno para gato e cachorro”.

Diante dessas falas pode-se passar aos alunos que o idoso deve ser recebido pela
sociedade, respeitando suas limitações e salientando as suas qualidades. A terceira idade não
deve ser encarada como um problema e sim como um espaço característico de novas vidas,
que deve ser entendido com objetividade. A terceira idade deve estar associada com
felicidade, experiência e sabedoria (AZEVEDO, s.d.).

3.2 Direitos dos Idosos


Conforme Branco (s.d.), o grupo de pessoas denominadas idosas não são homogêneo,
e as diferenças interindividuais tendem a aumentar com a idade. A fala abaixo dos alunos
reforça essa afirmativa em relação às diferenças entre os idosos.
“muitos idosos vivem uma vida maravilhosa, mas tem alguns que são jogados de
lado. Tanto jovem como velhos tem direito de se divertir, eles ficam felizes
quando dança. Os idosos tem direito de fazerem o que quiser, serem livres e
felizes num mundo sem preconceito. Eles não podiam ser humilhados, no jornal
passa empregadas batendo em idosos, isso não pode. Ame mais as pessoas
idosas”.“muitas vezes os idosos contribuem para a sociedade, mas há muito
preconceito contra eles por serem velhos e precisarem de ajuda. Um dia eles
foram novos e ajudou”. “Tem idosos que pensam que são jovens, mas eles têm
direito de dançar, cantar etc”.

Segundo Silva et al. (2005) é urgente a adoção de novas atitudes para a busca de
conquista social e de transformação das fronteiras geracionais e de seus papéis sociais. Pode-
se observar na fala dos alunos que os mesmos tem consciência dos direitos sociais.
“Os idosos têm direito como nós, não é porque eles são velhos que são diferentes.
É um jeito que um dia nós podemos ficar”. “os idosos precisam de ajuda, carinho
dedicação, amor e muita felicidade e de respeito. Devemos ter educação com
pessoas mais idosas. A figura nos ensina que não devemos deixar os idosos
sozinhos, é triste e também um dia vamos passar pela mesma situação, e vamos
precisar de ajuda”.

Os olhares sobre a velhice no ocidente eram desqualificantes e segregadores, pois era


considerado improdutivo constituindo-se assim num fardo social, mesmo considerando a

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longevidade como uma conquista social. Se a velhice passar a ser encarada como fase normal
da vida e não como marginal, haverá uma mudança significativa em relação ao papel e
importância dos idosos na sociedade brasileira. Silva et. al.(2005). Para os alunos os idosos:
“O idoso não deveria trabalhar, porque ele já trabalhou muitos anos”. “os idosos
passam que são capazes de fazer coisas úteis, que hoje temos dificuldade em
aprender, são coisas que eles faziam na juventude” “tem gente que não os respeita
porque são idosas”.

A terceira idade deve ser abordada como Política de Direitos Humanos, voltados para
os idosos, envolvendo independência, participação, dignidade e acesso a cuidados. Mudando
de uma visão baseada nas necessidades de cuidados para uma baseada em direitos de
igualdade de oportunidades e de tratamento. Isso significa que cada indivíduo e sua família
devem se planejar e se preparar para a velhice, e dirigir esforços para adotar uma postura
pessoal positiva voltada para a saúde em todas as fases da vida (CONSELHO ESTADUAL
DO DIREITO DO IDOSO).
“Os idosos deviam ter mais diversão, não fazer exercícios pesados, ter refeições
saudáveis no dia-a-dia, não fumar, beber e se estressar. Devem ter mais privacidade,
mais saúde e evitar tragédias domésticas”. “Eles tem direito de se divertir e de ter
atendimento preferencial numa fila. Os idosos não deviam trabalhar e nem fazer
muito exercício, eles precisam da nossa ajuda para entrar na lotação. Tem gente que
acha que pode tratar o idoso como um qualquer, mas não pode, deve respeitar e
tratar com carinho, pois um dia vamos ser como eles”. “Os idosos tem condições de
trabalhar, porém mais leve, como médico, prefeito, professor etc”. “Não
convivemos com idosos, mas achamos que todos tinham que ter aposentadoria para
poder se cuidar e ter mais liberdade. Deviam receber carinho e conforto”.
3.3 Convívio
O idoso é aquele que já ouviu muito, enxergou longe, falou e aconselhou a todos, ele é
fonte de sabedoria mais próxima de qualquer um e sua experiência de vida profissional,
social, emocional, etc, que possibilita aos jovens oportunidades de saber sobre outros assuntos
e épocas, com um nível considerável de qualidade de informações (MANUAL DE
CUIDADORES, 2004).
“A convivência com idosos às vezes é boa, eles contam coisas da vida deles
de antigamente, a convivência deles com outros da mesma idade é melhor”.
“Eles podem ser uma boa companhia, nos aconselhar, pois já viveu uma
grande parte de sua vida. Ele tem direito a viver, ao respeito e de brincar”.
“O idoso pode ser feliz, se divertir e ser alegre, viver o amor, a vida”.“Não
devemos maltratar os idosos, porque eles são exemplo de respeito para nós e
porque um dia vamos ficar iguais a eles. Devemos cuidar, respeitar e amar os
idosos. Respeite se quiser ser respeitado”.

Assim, conforme Azevedo (s.d.), a família deve assumir a sua importância perante o
idoso, compreendendo-o, apoiando-o e protegendo-o. A sociedade deve estar preparada para

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modificar seu comportamento com relação ao idoso, demonstrando o seu respeito,
valorizando, e criando soluções objetivas para seus problemas. A fala dos alunos nos diz
muito sobre essa nova atitude frente à terceira idade, o idoso.
“Eles tem que ter famílias que ligam pra eles e de carinho, pois muitos precisam de
ajuda para tomar banho. Não pode abandonar eles e sim cuidar. Alguns tem que ser
ajudado a fazer necessidades, empurrar cadeiras de rodas. Tem que visitar eles
porque eles se sentem sozinhos, sem carinho e amor. Tem que se unir com a família
para curtir festas”.“Devemos visitar os idosos que conhecemos para eles não se
sentirem sozinhos, se preciso trazê-los para morar com agente, e melhorar o
convívio. Devemos ajudar os velhinhos a atravessar a rua e carregar sacolas para
eles”. “Idoso isolado e sozinho, que passam frio e são frágil, e mesmo sendo idosos
eles são iguais a qualquer pessoa. Tem alguns que são sem carinho, amor do
próximo, triste e procuram alguém para alegrar o coração, um lugar para morar e
alguém que o respeita”.

4 REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICAS

AZEVEDO, João Roberto. Como Mudar o Comportamento Frente ao Idoso. Disponível


em: http://boasaude.uol.com.br/lib/ShowDoc.cfm?LibDocID=3053&ReturnCatID=1770.
Acessado em: 23 Março de 2009.

BRANCO, Patrícia. A nova era da velhice. Disponível em:


http://www.portaldoenvelhecimento.net/artigos/artigo3484.htm. Acessado
em:06 de Março de 2008.

BOTH, Agostinho; MARQUES, Carmem Lucia da Silva; DIAS, José Francisco Silva. A
educação, a cultura, o esporte e o lazer para os idosos. Portal do envelhecimento.
Disponível em: http://www.portalenvelhecimento.net/artigos/artigo551.htm. Acessado em:

CONSELHO ESTADUAL DO DIREITO DO IDOSO-CEDI. Envelhecimento


populacional. V MOVE- Mobilização Paranaense Sobre o Envelhecimento, no período de 27
de setembro a 01º de Outubro no PR. Disponível em:
PRhttp://www.sine.pr.gov.br/setp/extranet/move/texto_Sobre_Envelhecimento.pdf.Acessado
em: 01 de Março de 2008.

MANUAL DE CUIDADORES DO IDOSO.2004.Disponível em:


http://www.santos.sp.gov.br/saude/manual.pdf. Acessado em: 21 de Março de 2009

OLIVEIRA, Érika Arantes de, PASIAN, Sonia Regina e JACQUEMIN, André. A vivência
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SIQUEIRA, S. L. ; MEDEIROS, I. ; MEDEIROS, D. R. N. ; SOUSA, V. P. Os modelos de
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6
Encontro Unificado de Ensino, Pesquisa e extensão da UFCG: Conhecimento e Inclusão
Social, 2005, Campina Grande. Anais: I Encontro Unificado de Ensino, Pesquisa e extensão
da UFCG: Conhecimento e Inclusão Social, 2005.

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