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Resumo: Trabalhando na busca de referencial histórico e arqueológico dos grupos indígenas Puri, Coroado e
Coropó, debruçamo-nos, neste momento, nas fontes paroquiais geradas pela paróquia de São João Baptista
do Presídio, no atual município de Visconde do Rio Branco, Zona da Mata Mineira, no período de 1810 e
1820, onde aparecem referencias da presença destes grupos indígenas, em registros de batismo.
Palavras-chave: Índios, Zona da Mata Mineira, Arquivos Paroquiais.
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guarda. O acesso aos mesmos, depois de estabelecidos os motivos e a forma de trabalho,
pode ser considerado bom.
É possível constatar que com o passar do tempo, estes registros passam a ficar mais
simples e com variações no que tange à grafia e à tinta utilizada. Verifica-se, diante disso,
que são constantes, a partir dos registros do ano de 1814, as mudanças do responsável pelo
registro. Também pode-se verificar que a deterioração dos livros está avançando, o que,
diante da leitura dos registros, devido a este estado e às dificuldade colocadas, uma vez que
alguns trechos ou palavras estão ilegíveis, borradas ou danificadas, fomos levados, para
identificar as informações faltantes, a usar “asteriscos (***)” sobrescritos.
Os registros de batismos, constantes neste “arquivo”, têm por data inicial, 20 de
dezembro de 1810. Seu primeiro livro, registrado como B-01, tem seu último registro à
folha 81, com data de 10 de maio de 1818. Até o registro datado de 22 de julho de 1811, os
assentamentos são assinados pelo “cura”6 Marcelino Reis, que a partir de então passa a
assinar como “vigário”7.
O livro dois, registrado como B-02, foi aberto em 18 de setembro de 1822, tendo
por local Mariana e assinatura de Marcos Antonio Monteiro. Sobre este livro, vale ressaltar
que o mesmo passou, em 3 de setembro de 1823, por “visitação de superiores religiosos”,
conforme registro da página 39. As assinaturas dos registros de assentamentos de batismos
deste livro foram feitas, também, pelo “vigário” Marcelino Reis. No que diz respeito ao
livro B-01, não há registro de abertura.
Na análise dos referidos livros, tem sido comum encontrarmos registros de batismo
incompletos e fora de ordem, possivelmente por ter sido realizado sem o devido registro.
Como exemplo podemos citar:
• No termo de abertura do livro B-02, lê-se a data de 18 de setembro de 1822, apesar
de a data do primeiro assentamento de batismo ser de 3 de maio de 1818.
• Os registros de assentamento de batismo de números 8 (de 8 de outubro de 1798 -
Joanna - pais José Botelho de Mendonça e Gertrudes Maria do *** Santos), 9 (dos
últimos dias de agosto de 1802 - Barbara - pais Manoel Leni da Silva e Barbara
Maria de Araujo), 10 (de 1 de dezembro de 1800 - Thereza - pais Manoel Dias de
Carvalho e Quitéria Rodrigues de Alencar), 11 (de *** de agosto de 1801 - João -
sem pai e com mãe solteira e parda) e 12 (de 12 de agosto de 1797 - Anna - pais
6 Termo de caráter religioso, que significa padre. De acordo com o Dicionário Aulete Digital, é um substantivo masculino, originário do latim “curae”, que significa
“Vigário de aldeia, de paróquia.”
7 Religioso católico que exerce funções em determinado local e por determinado tempo. De acordo com o Dicionário Aulete Digital, é um substantivo masculino,
originário do latim “vicarium”, que pode significar o “Padre que dirige uma paróquia.”
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Manoel *** Gomes e Rita Francisca de Jesus), do livro B-01, além de aparecem
fora da ordem, são de anos anteriores à abertura dos livros de batismo paroquiais e
de seus respectivos registros.
• Na página 29, do livro B-01, onde lê-se registros de assentamento de batismo até o
mês de maio de 1816, apresenta, em seu verso, registros do mês de novembro e
dezembro, retomando, a seguir, os registros do mês de maio. Neste caso, constata-
se que além de ter ocorrido um “pulo” de cinco meses nos registros, demonstra que
os registros estariam sendo realizados em datas posteriores a data de
acontecimento.
Em relação aos realizadores dos batismos, aparecem os padres, co-adjuntos, Justino
José de Freitas, *** João de Freitas, José Lopez de Meirelles, Manoel Gonsales Fontes e
Manoel Antonio Brandão.
A partir do ano de 1814, são constantes os registros de batismo realizados em casa,
quando encontra-se a observação de que o assentamento fica sob condição de verificação
de veracidade para obter a validade necessária, conforme exemplos a seguir:
Aos vinte e sete de março de mil oitocentos e quatorze nesta paróquia de São
João Baptista do Presídio solenemente baptisei debaixo de condição a Manoel
filho de Antonio Alves Moreira por duvidar do baptismo feito em casa por Maria
Rosa de Lima de quem me informei foi nascido no primeiro de fevereiro
próximo e lhe pus os santos oleos foram padrinhos Francisco Caetano de
Almeida e a dita Maria Rosa todos desta freguesia, o vigário Marcelino Reis.
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Outro registro merecedor de atenção foi observado no registro de assentamento de
batismo onde o vigário Marcelino Reis possuía a propriedade de escravo:
Aos vinte e um de dezembro de mil oitocentos e quatorze solenemente baptisei e
pus os santos oleos a Anna filha natural de Francisca crioula escrava minha
nascida de dose dias forão padrinhos Antonio Rodrigues Ferreira e Maria Rosa
de Andrade todos desta freguesia, o vigário Marcelino Reis.
8 O Regulamento das Missões, Decreto nº 426, de 24 de julho de 1845, baixado pelo Imperador D. Pedro II, cria a figura do Diretor Geral de Índios, determinando, em
seu artigo 1º que “Haverá em todas as Províncias hum Director Geral de Índios, que será de nomeação do Imperador.” e que, artigo 2º, “Haverá em todas as aldeas hum
Director, que sera de nomeação do Presidente da Província, sob proposta do Director Geral.”
9 No Brasil até a proclamação da república, o termo freguesia foi utilizado da mesma forma que em Portugal, de forma não haver distinção entre o termo utilizado na
estrutura civil (administrativa) e na estrutura religiosa (igreja), principalmente pelos estreitos laços mantidos entre Estado e Igreja. Representam a menor parte da
estrutura. Na primeira as províncias eram divididas em municípios e estes em freguesias. Na segunda, as freguesias normalmente correspondiam às paróquias.
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nascida de quinze dias forão padrinhos João Luiz da Mota e Beatriz crioula
escrava do Furriel José Lucas todos desta freguesia, o vigário Marcelino Reis.
Aos nove de agosto de mil oito centos e treze nesta parochial igreja de São João
Baptista solenemente baptisei e pus os santos óleos a Emeria filha legitima de
*** e Correa de Meirelles e de Clara Maria do Espírito Santo nascida a quatorze
de julho passado forão padrinhos Manoel Vieira de Andrade e D. Anna Joaquina
da Fraga ambos deste presídio, o vigário Marcelino Reis.
Aos dezenove de septembro de mil oito centos e treze nesta parochial igreja de
São João Baptista solenemente baptisei e pus os santos óleos a João adulto preto
congo escravo de Felisberto *** da Silva morador na freguesia da Pomba forão
padrinhos Francisco de Paula Pacheco e Theresa Maria de *** desta freguesia.
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Aos dezesseis de janeiro de mil oitocentos e quatorze solenemente baptizei a pus
os santos oleos nesta igreja de São João Baptista a João e Maria filhos de
Antonio da Silva e de Roza indios forão padrinhos Manoel Marques França
soldado pago e Francisca Maria do Nascimento todos desta freguesia, o vigário
Marcelino Reis.
Aos dezenove de janeiro de mil oito centos e onze nesta parochial igreja de São
João Baptista solenemente baptisei e pus os santos óleos a Nicolao filho natural
de Francisco e Anna Maria índios Croatos forão padrinhos João Lopes da Rocha
e Maria Freire de Andradas todos desta freguesia o cura Marcelino Reis.
Aos vinte de oito de janeiro de mil oito centos e onze nesta parochial igreja de
São João Baptista solenemente baptisei sub conditione e pus os santos óleos a
Maria filha natural de Manoel da Costa e de Clara índios Croatos foi padrinho
Luis Gomes que baptisava em casa e me informão sobre baptismo os julguei
duvidoso todos desta freguesia o cura Marcelino Reis.
10 desta forma “î “
6
Vale ressaltar também que baseado em parecer da Mesa de Desembargo do Paço
(anexo 2)11, datado de 18 de maio de 1809, a partir do pedido feito por moradores da então
capela curada da Nova Aldeia dos Índios Coroados do Presídio São João Batista, devido ao
aumento populacional local (superior a 1.300 pessoas, sendo mais de 800 portugueses e
500 índios), há uma solicitação para a implementação de uma cadeira de primeiras letras, o
que permite entender os percentuais de índios e negros presentes nos livros de registro
paroquiais da referida capela, que somente a partir da Lei de 16 de março de 1839 (anexo
3)12, sancionada pelo então Presidente da Província de Minas Gerais, Bernardo Jacintho da
Veiga, o então povoado de São João Batista do Presídio, composto pelas freguesias de São
João Batista do Presídio, de Santa Rita do Turvo e de Arrepiados, é elevado à categoria de
vila, pertencente à comarca do Rio Paraibuna.
Além disso, ao analisarmos os dados coletados até esta etapa de trabalho,
constatamos que, no que refere-se aos registros de assentamento de batismo de índios:
• Em 68 registros de batismo não aparece o nome do pai;
• Em 3 registros de batismo não constam o nome do batizado;
• A predominância de nomes de procedência cristã, onde: 26 são Maria; 25 são José;
25 são João; 18 são Antônio; 16 são Anna; 7 são Francisca e 6 são Francisco;
• 16 nomes são de procedência portuguesa, sendo 10 como Manoel e 6 como
Joaquim;
• 67 dos registros de assentamento de batismo apresentam uma extensão em seu
nome, como que um sobrenome que poderia identificar a tribo da qual
pertenceriam. Este mesmo fato se observa seja no nome do batizado, seja dos pais
e/ou dos padrinhos.
11 Arquivo Nacional do Rio de Janeiro, Conjunto documental: Consultas da Mesa do Desembargo do Paço, Notação: códice 149,
volume 01, Data-limite: 1808-1814, Título do fundo: Mesa do Desembargo do Paço, Código do fundo: 4k, Argumento de pesquisa:
instrução pública, Data do documento: 18 de maio de 1809, Local: Rio de Janeiro, Folha(s): 29 e 29v.
12 Carta de Lei, que eleva a Vilas as Povoações do Bonfim, Santa Bárbara, Presídio, Caldas, Oliveira e Formiga, estabelecendo os
limites dos respectivos Municípios, cria duas novas Câmaras, suprime o Lugar de Juiz do Cível do Termo de São João del-Rei e
regula a nomeação dos Juizes de Direito e dos substitutos, contendo outras disposições como nela se declara.
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2. Cipriano e Lucianna, por duas vezes foram pais de filhos chamados pelo nome de
Antônio ***
3. Domingos Pereira e Maria Angélica, por duas vezes foram pais de filhos
chamados pelos nomes de Casemiro e de Catharina ***
4. João e Maria, por três vezes foram pais de filhos chamados pelos nomes de
Floreanna, Floreanno e Florentino
5. Manoel Dias e Joanna, por duas vezes foram pais de filhos chamados pelo nome
de João ***
6. Victorianno Lima e Lucianna Rita, por cinco vezes foram pais de filhos
chamados pelos nomes de Serafim, Severina, Severino, Silvana e Thereza
7. Patrício e Thereza, por duas vezes foram pais de filhos chamados pelo nome de
José
8. Ignácio e Francisca, por duas vezes foram pais de filhos chamados pelos nomes de
Constantino e Custódia ***
9. Anna, por duas vezes foi mãe de filhos chamados pelos nomes de Prudente ***,
com paternidade de Silvério, e Quintiliana com paternidade de Silvério da Silva.
Neste caso é provável que no momento do registro possa ter sido omitido o restante
do nome do pai, que poderia ser da Silva
10. Maria Joanna, por duas vezes foi mãe de filhos chamados pelos nomes de
Joaquina, com paternidade de Jerônimo, e Joaquina, *** com paternidade de
Jerônimo Dias. Neste caso é provável que no momento do registro possa ter sido
omitido o restante do nome do pai, que poderia ser Dias
11. Francisca, por duas vezes foi mãe de filhos chamados pelos nomes de Prudente
***, com paternidade de Luis Antonio, e Quintiliana com paternidade de Luiz
Antonio. Neste caso é provável que no momento do registro possa ter acontecido
erro na grafia do nome Luis ou Luiz
12. Maria Moreira, por duas vezes foi mãe de filhos chamados pelos nomes de
Matilde e Paulino, na primeira com paternidade de Severino Leme e na segunda
com paternidade de Severino Lima. Neste caso é provável que no momento do
registro possa ter havido um erro na grafia, que poderia ser Severino Lima ou
Severino Leme, muito provavelmente Severino Lima, uma vez que Leme não é
nome comum por entre os moradores da região
13. Joaquina, por duas vezes foi mãe de filhos chamados pelo nome de João, na
primeira com paternidade de Lucas, e na segunda com paternidade de Lucas João
8
Luis. Neste caso é provável que no momento do registro foi omitido o restante do
nome do pai, que poderia ser João Luis
14. Micaela, por duas vezes foi mãe de filhos chamados pelos nomes de Felipe e
Felisberto, na primeira com paternidade de Januário e na segunda com paternidade
de Januário Pires. Neste caso é provável que no momento do registro foi omitido
o segundo nome da pai, quando do registro do primeiro filho, que poderia ser Pires
15. Antonio Roza, por duas vezes foi pai de filhos chamados pelo nome de Antonio,
na primeira com maternidade de Maria Antonia, e na segunda com maternidade de
Maria. Neste caso é provável que no momento do registro foi omitido o segundo
nome da mãe, que poderia ser Antonia.
16. Francisco, por duas vezes foi pai de filhas chamadas pelo nome de Clara, na
primeira com maternidade de Maria Geralda, e na segunda com maternidade de
Maria. Neste caso é provável que no momento do registro foi omitido o segundo
nome da mãe, que poderia, perfeitamente, ser Geralda
17. José da Fonseca, por duas vezes foi pai de filhas chamadas pelo nome de Joanna,
na primeira com maternidade de Maria Angélica, e na segunda com maternidade
de Maria. Neste caso é provável que no momento do registro foi omitido o
segundo nome da mãe, que poderia ser Angélica
18. Manoel, por duas vezes foi pai de filhos chamados pelo nome de João, na primeira
com maternidade de Maria Dias, e na segunda com maternidade de Maria. Neste
caso é provável que no momento do registro foi omitido o segundo nome da mãe,
que poderia ser Dias
19. Manoel Alves, por duas vezes foi pai de filhos chamados pelo nome de João, na
primeira com maternidade de Francisca Lopes, e na segunda com maternidade de
Francisca. Neste caso é provável que no momento do registro foi omitido o
segundo nome da mãe, que poderia ser Lopes
20. Maria Francisca, por duas vezes foi mãe de filhas chamadas pelos nomes de
Joaquina, com paternidade de Manoel Marques, e Joaquina *** com paternidade
de Manoel Marques Correa. Neste caso é provável que no momento do registro
possa ter sido omitido o restante do nome do pai, que poderia ser Correa
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tenhamos associado a ela a paternidade. Além disso, a partir desta maternidade,
pode-se inferir que um dos registros sem a paternidade declarada, ou “... de pay
incógnito ...” possa ser declarada com a paternidade de José Novaes, que também
passa a ter, em seu nome, três dos registros de assentamento de batismo, bem como
retirado de um de seus registros o “de” de ligação entre o primeiro e o último nome.
• A mesma situação considerada para Felícia Freitas e José Novaes poderia acorrer
com Clara e Manoel da Costa, ou seja, a partir desta maternidade, pode-se inferir
que um dos registros sem a paternidade declarada, ou “... de pay incógnito ...”
possa ser declarada com a paternidade de Manoel da Costa, que também passa a ter,
em seu nome, dois registros de assentamento de batismo.
• Outra situação da mesma ordem poderia estar ocorrendo com Anna Maria e
Francisco, ou seja, a partir desta maternidade, pode-se inferir que um dos registros
sem a paternidade declarada, ou “... de pay incógnito ...” possa ser declarada com a
paternidade de Francisco, que também passa a ter, em seu nome, dois registros de
assentamento de batismo.
• Devido a estas observações, dos 10 (dez) registros de assentamento de batismo sem
a paternidade, ou “... de pay incógnito ...”, passam a ser em número de 7 (sete)
10
Rodrigues Ferreira; como sendo Antonio Pereira da Silva; como sendo Antonio
Luis Pacheco; como sendo Antonio da Costa Lima; como sendo André Rodrigues
Bragança; como sendo Alexandre Gonçalves de Mattos (sendo que 1 das vezes sem
o “de Mattos”); como sendo Bonifácio Martins;
11
Francisca (sendo que 1 vez como Emerenciana Franscisca da Silva); como sendo
Clara Maria do Espírito Santo; como sendo Maria Victoria Marliere
Vale ressaltar que aparecem sem seu parceiro (padrinho ou madrinha), por 6 vezes
Maria Rosa de Andrade e Anna Roza e por 2 vezes Anna de Souza; Vicência Ignácia da
Silva; José Ferreira da Silva; José Ferreira; João Luiz da Motta; Domingos de ***.
Em decorrência da associação de batizados e seus padrinhos e madrinhas, observa-
se que alguns deles aparecem em repetidos registros, tais como:
1. Maria Rosa de Andrade com 17 registros de assentamento de batismo, dos quais
2 vezes em companhia com Bonifácio Martins, 2 vezes com Felisberto José da
Silva, 3 vezes com Guido Thomas Marliere e 4 vezes sem a designação de
padrinhos. Vale ressaltar que em 2 registros aparece apenas o nome de Maria Rosa,
os quais consideramos serem também madrinha Maria Rosa de Andrade. Também
é pertinente dizer que em alguns casos a grafia de Rosa aparece com “S” e em
outras com “Z”.
12
2. Anna Roza de Jesus com 7 registros de assentamento de batismo, dos quais 4
vezes em companhia com José Caetano Diniz, sendo que n´uma delas o mesmo
aparece apenas como José Caetano. Os outros 3 registros estão sem o nome do
padrinho. É pertinente dizermos que em alguns casos a grafia de Rosa aparece com
“S” e em outras com “Z”.
3. Libania Camilla da Cunha com 4 registros de assentamento de batismo. Vale
ressaltar que em 2 registros aparece apenas o nome de Libania Camilla, os quais
consideramos serem também madrinha Libania Camilla da Cunha.
4. Thereza Maria de Jesus com 16 registros de assentamento de batismo, sendo que
em 15 eles o padrinho é diferente. Em um deles não aparece o nome do padrinho.
5. Florência Ignácia da Silva com 3 registros de assentamento de batismo, dos quais
2 em companhia com Joca Ferreira da Silva e 1 vez sem a designação de padrinho.
6. Maria Geralda com 4 registros de assentamento de batismo, dos quais 2 vezes em
companhia com Jeronimo Alves da Costa, vez com Geronimo Alves da Costa e 1
vez com Geronimo ***. Devido ao formato dos registros, passaremos a considerar
que todos os 4 têm como padrinho Jeronimo Alves da Costa.
7. Maria Theresa com 2 registros de assentamento de batismo, tendo como
companhia Bernardo Martins.
8. Maria Theresa de Jesus com 2 registros de assentamento de batismo, tendo como
companhia a Antonio Gomes dos Santos n´um deles e João Lopes da Rocha
n´outro.
9. Theresa Maria de Jesus com 2 registros de assentamento de batismo, tendo como
companhia Lucas José de Araújo n´um deles e Guido Thomas Marliere n´outro.
Nesse ponto, é relevante ressaltar que devido aos vários “enganos”, “erros” e/ou
“problemas” verificados quando da leitura dos registros de assentamento de
batismos paroquiais da igreja de São João Batista do Presídio e que têm provocado
“interpretações”, nos fazem acreditar que Maria Theresa de Jesus e Theresa Maria
de Jesus sejam a mesma pessoa e que também seja muito provável ser Maria
Theresa a mesma pessoa, o que faria com que Maria Theresa de Jesus apresentasse
em seu nome 6 registros de assentamentos de batismo.
10. Maria Victoria Marliere com 2 registros de assentamento de batismo, tendo como
companhia Francisco Romualdo da Silva n´um deles e Guido Thomas Marliere
n´outro.
13
11. Bernardo Martins com 2 registros de assentamento de batismo, em companhia
com Maria Theresa.
12. Bonifácio Martins com 2 registros de assentamento de batismo, tendo como
companhia Maria Rosa de Andrade.
13. Felisberto José da Silva com 2 registros de assentamento de batismo, tendo como
companhia Maria Rosa de Andrade.
14. Francisco Romualdo da Silva com 2 registros de assentamento de batismo, tendo
como companhia Maria Paulo n´um deles e Maria Victoria Marliere n´outro.
Também vale ressaltar, neste momento, uma observação feita por SAINT-HILARE
(1975), quando de sua passagem pelo Quartel do Canto da Serra de São João, em visita à
Aldeia de Santo Antonio, na província de Minas Gerais, em sua primeira viagem, em
1816-1817, pelas Províncias do Rio de Janeiro e Minas Gerais:
O ajudante do comandante me acompanhava; era um homem excelente; os
índios pareciam considerá-lo seu pai, e era o padrinho de quase todos os seus
filhos. Essa boa gente o viu chegar com o maior prazer e receberam-no da
melhor maneira possível. A nossa chegada, uma velha mulher nos trouxe aipins
assados debaixo da cinza, e outros índios tentaram fazer-nos aceitar cereais e
penas.
Referencias Bibliográficas
14
LUFT, V. J.; AMANTINO, M. S.; MACEDO, J. de. Programa Arqueológico Puri-
Coroado: elementos para uma tipologia de suas fontes históricas, In: Revista da Sociedade
Brasileira de Pesquisa Histórica, n. 12, Curitiba: SBPH, 1997, pp. 91-95.
ANEXO 1
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ANEXO 2
O povo da capela curada da Nova Aldeia dos Índios Coroados do Presídio de São
João Batista, pede em razão do aumento da sua população, chegando ao número de mais de
oitocentos portugueses, e quinhentos índios, se estabeleça uma Cadeira de Primeiras
Letras, para ensino da mocidade.
Parece a Mesa, que o requerimento merece ser deferível, porque constando da
informação o estado florente daquela povoação, nada é mais coerente às Paternais
Intenções de Vossa Alteza Real do que promover o ensino, e educação pública dos seus
fiéis vassalos, estabelecendo mestres, onde forem necessários, e muito mais, quando o que
pede o Povo do Lugar de S. João Batista é de Primeiras Letras, e por isso o mais
necessário, como a base mais segura de toda a Literatura, e absolutamente precisa para
qualquer gênero de vida, e para todos os estados da Sociedade Civil, merecendo além disto
muita contemplação o ser a Povoação de que se trata, composta tão bem de índios já
aldeados, e civilizados, a quem cumpre fazer amar a instrução nacional, para se tornarem
cidadãos úteis, e verdadeiramente Vassalos Portugueses, o que se conseguirá por meio da
mistura de Nacionais e Índios, e por uma igual educação. Por estes tão justos, como úteis
motivos, mui dignos da Real consideração se deve criar a cadeira de Primeiras Letras na
forma da súplica, com o ordenado, que vencem os demais professores da capitania de
Minas Gerais, provendo-se pelo Governador e Capitão General, de acordo com o
Reverendo Bispo, para ser confirmado por esta Mesa, como é por Vossa Alteza Real
decretado, que decidirá com tudo o que for mais justo.
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ANEXO 3
Carta de Lei, que eleva a Vilas as Povoações do Bonfim, Santa Bárbara, Presídio,
Caldas, Oliveira e Formiga, estabelecendo os limites dos respectivos Municípios, cria
duas novas Câmaras, suprime o Lugar de Juiz do Cível do Termo de São João del-Rei e
regula a nomeação dos Juizes de Direito e dos substitutos, contendo outras disposições
como nela se declara.
Bernardo Jacintho da Veiga, Presidente da Província de Minas Gerais: Faço saber
a todos os seus habitantes que a Assembléia Legislativa Provincial decretou, e eu,
sanciono a Lei seguinte:
Art. 1º - Ficam elevadas à vilas as seguintes povoações:
§ 1º - A do Bonfim, compreendendo no seu Município a freguesia do mesmo nome, e
as da Piedade da Paraopeba, e de Mateus Leme.
§ 2º - A de Santa Bárbara, compreendendo no seu município a freguesia do mesmo nome
e as de São João Batista do Morro Grande, de São Miguel do Paracicaba e de Catas Altas
de Mato Dentro.
§ 3º - A de São João Batista do Presídio, compreendendo no seu município a freguesia
do mesmo nome e as de Santa Rita do Turvo e de Arrepiados.
§ 4º - A de Caldas, compreendendo no seu município a freguesia do mesmo nome, e
as de Cabo Verde, e de São José e Dores dos Alfenas. A Serra dos Campos servirá de
limite entre este município e o da Campanha pelo lado da Freguesia de Santana do
Sapucaí.
§ 5º - A de Nossa Senhora da Oliveira, compreendendo no seu Município a Freguesia do
mesmo nome, e as do Amparo e do Passa-Tempo.
§ 6º - A de São Vicente Ferrer da Formiga, compreendendo no seu Município a
Freguesia do mesmo nome, e as de Piumhi e Bambuí, com a denominação de Vila Nova de
Formiga.
Art. 2º - Os habitantes dos novos municípios são obrigados a construir à sua custa as
Casas para Sessões das Câmaras Municipais e dos Conselhos de Jurados, e cadeias
seguras, conforme os planos que forem determinados pelo Governo.
Art. 3º - Enquanto os habitantes dos novos municípios não puderem construir as Casas,
de que trata o Art. 2º, servirão para o exercício das funções municipais e judiciárias, e
para Cadeias quaisquer Edifícios próprios, ou arrendados pelos mesmos habitantes
para este fim, contanto que tenham as comodidades indispensáveis; e proceder-se-á à
instalação das vilas logo que os seus habitantes mostrarem ter as ditas Casas.
Art. 4º - Haverá em cada um dos Municípios novamente criados um Escrivão de Órfãos
e dois Tabeliães do Público, Judicial e Notas: o 1º escreverá na Provedora de Capelas e
Resíduos, e o 2º nas execuções Cíveis e Crimes.
Art. 5º - A Freguesia de Itajubá fica desmembrada do Município da Vila da
Campanha, e unida ao da Vila do Pouso Alegre.
Art. 6º - Além das Comarcas ora existentes, nessa Província, são criadas as seguintes:
§ 1º - A do Rio Grande, compreendendo os Municípios de Tamanduá, de Oliveira, e da
Vila Nova de Formiga.
§ 2º - A do Rio Verde, compreendendo os Municípios da Campanha, Baependi e
Aiuruoca.
Art. 7º - A Vila do Bonfim pertencerá à Comarca do Ouro Preto; a de Santa Bárbara à
Comarca do Rio das Velhas; a do Presídio à Comarca do Rio Paraibuna; e a de Caldas
à Comarca do Rio Sapucaí.
Art. 8º - Fica suprimido o lugar de Juiz de Direito do Cível na Cidade de São João del-Rei.
Art. 9º - A preferência garantida pelo Art. 4, da Lei Provincial nº 72 aos Juizes de
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Direito Substitutos para serem nomeados efetivos, regular-se-á pela sua antigüidade.
Art. 10o - No provimento dos Juizes de Direito Substitutos serão preferidos os
Bacharéis formados em Direito, que houverem servido de Juizes Municipais, e de
Promotores Públicos.
Art. 11o - Ficam revogadas as disposições em contrário.
Mando, portanto, as todas as Autoridades, a quem o conhecimento, e
execução da referida Lei pertencer, que a cumpram e façam cumprir, tão inteiramente
como nela se contém. O Secretário desta Província a faça imprimir, publicar e correr.
Dada no Palácio do Governo, na Imperial Cidade do Ouro Preto, aos 16 de março de 1839.
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