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Certa ocasião – era uma manhã de domingo –, viajando pelo Estado de Santa Catarina, resolvi ligar o
rádio do carro. Sintonizei-o em uma emissora prestes a transmitir a missa. Escuto o canto de entrada e,
em seguida, a voz do padre que abre a celebração com estas palavras: “Irmãos e irmãs, invoquemos a
Santíssima Trindade, rezando: em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo”.
Fiquei intrigado com aquele convite: “Invoquemos a Santíssima Trindade...”. De lá para cá, prestei
atenção e percebi que há outros padres (e outros ministros) que também fazem a mesma coisa.
Interpretam o sinal-da-cruz, no início da Liturgia, como uma “invocação à Santíssima Trindade”. E a
pergunta que me vem à cabeça é: será que se trata realmente de uma invocação à Santíssima Trindade?
Comecemos pela palavra “invocar”.
O sentido do sinal-da-cruz
Mas qual seria, então, o sentido do sinal-da-cruz no início da Liturgia? Para responder a essa pergunta,
antes de tudo, é preciso ver essa ação litúrgica como integrada no contexto dos ritos iniciais da
celebração, com sua finalidade bem precisa, indicada no n. 46 da referida Instrução Geral, a saber: “fazer
com que os fiéis, reunindo-se em assembléia, constituam uma comunhão e se disponham para ouvir
atentamente a palavra de Deus e celebrar dignamente a Eucaristia”.
Portanto, a finalidade dos ritos iniciais é, em outras palavras, fazer com que os fiéis, sentindo-se
assembléia litúrgica, façam a experiência de estarem em comunhão de fé e amor (entre si e, juntos, com
Deus: Trindade santa) e, assim, se sintam bem dispostos a ouvir “atentamente” a Palavra e celebrar
“dignamente” a Eucaristia. E o sinal-da-cruz, nesse contexto? É a primeira ação litúrgica, pela qual
(digamos assim), se “abre a sessão”, ou então, se constitui “oficialmente” a assembléia.
É como se a pessoa que preside dissesse assim: “Em nome da Trindade santa (Pai, Filho e
Espírito Santo) declaro (declaramos) constituída esta assembléia litúrgica”. E toda a assembléia expressa
o seu assentimento, dizendo: “Amém” (assim seja, aprovado!). Assim, junto com a saudação presidencial
subseqüente e a resposta do povo, se expressa (como diz a Instrução geral) “o mistério da Igreja reunida”
(n.º 50).
No fundo, o que se quer dizer é isso: “A partir desse instante, está constituída a assembléia
litúrgica: quem nos reúne em comunhão de fé e amor para ouvir a Palavra e celebrar a Eucaristia é o Deus
comunhão (Pai, Filho e Espírito Santo) e mais ninguém. Nesse Deus comunhão (por pura graça sua),
todos nós estamos em comunhão, formando um só corpo místico para celebrar a divina Liturgia, na qual
somos ‘tocados’ pelo seu amor misericordioso em todos os âmbitos do nosso ser”.
No “jogo” da Liturgia, tocados pelo amor de Cristo
Por isso, proclamando que quem nos reúne é a Trindade santa, nós tocamos o nosso corpo em forma de
cruz. Esse “toque” tem um sentido muito profundo. Pelo mistério pascal (cruz e ressurreição), fomos (e
somos) “tocados” pelo amor da Trindade. E, para completar, vejam o que o monge beneditino Anselm
Grün, escritor e místico moderno alemão, escreve sobre o sinal-da-cruz no início da Liturgia eucarística:
“Ao traçar sobre si mesmos o sinal-da-cruz, os participantes ‘entram no-jogo’, se convertem em atores do
‘jogo-visão’ (teatro).
Ao fazer o sinal-da-cruz, asseguramos e antecipamos aquilo que celebramos na Eucaristia: que seremos
tocados pelo amor de Cristo e que nada em nós fica excluído desse amor. Na Eucaristia, Jesus Cristo
imprime o seu amor salvador e libertador em todos os âmbitos de nosso corpo e de nossa alma, para que
tudo em nós espelhe sua luz e seu amor” (A Eucaristia como obra de teatro, como “teatro-visão” e
“teatro-jogo”, Cadernos Monásticos n.º 147, 2003, p. 439-440).
Concluindo
Portanto, fica claro que o sinal-da-cruz, no início da Liturgia, não tem nada a ver com “invocação” à
Santíssima Trindade. Não há necessidade nenhuma de querer “invocá-la”, pelo simples fato de ser ela
que, primeiro, por gratuita iniciativa sua, já nos convoca e nos reúne em assembléia para, em comunhão
de fé e amor, ouvirmos “atentamente” a Palavra e celebrarmos “dignamente” a Eucaristia. Ela que nos
reúne para sermos “tocados” pela presença viva do Senhor, na Palavra e no Sacramento.
1. Nunca nos fale de Jesus Cristo como um argumento de show ou de TV, mas como a mais bela
Novidade da vida.
2. Lembre-se de que a sua mensagem interessa e provoca na medida em que você não é o
profissional que fala de Cristo, mas que a sua vida não poderia se explicar se Cristo não tivesse
nascido e ressuscitado.
3. É inútil que você fale de Cristo, se não conhece os nossos problemas, as nossas expectativas, a
nossa vida.
4. Você deve provar que quem encontra Cristo e o seu Evangelho pode perder alguma coisa, mas,
depois, encontra o cêntuplo.
5. Antes de enumerar as renúncias, indique as bem-aventuranças.
6. Não nos peça para ir até você, se, antes, você não vier até nós. Cristo disse para ir e, portanto, é
você quem tem que vir até nós.
7. Não seja um pregador do Evangelho, mas uma testemunha da caridade com os irmãos (“Onde
dois ou três estiverem juntos – disse o Mestre – eu estarei no meio deles”).
8. Gostamos da gratuidade do pregador do Evangelho e não da sua gratificação. Não pretenda nos
converter. Sua missão é anunciar. Deus converte.
9. A evangelização é obra de Espírito e você é o instrumento. Não deseje o protagonismo, porque
corre o perigo de fracassar.
10. Se for verdade que o Evangelho é o anúncio da felicidade, mostra-o com seu sorriso. Se for
anúncio de Amor, não precisa dizê-lo, mas mostre-o com sua pessoa.