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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS


FACULDADE DE NUTRIÇÃO
DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Trabalho de Conclusão de Curso II

INGESTÃO DE CÁLCIO E SUA RELAÇÃO COM A IDADE EM


CRIANÇAS MENORES DE SEIS ANOS DA CIDADE DE PELOTAS
RS- BRASIL, 2008

Francine Villela Maciel

Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil

2010
Francine Villela Maciel

INGESTÃO DE CÁLCIO E SUA RELAÇÃO COM A IDADE EM


CRIANÇAS MENORES DE SEIS ANOS DA CIDADE DE PELOTAS
RS- BRASIL, 2008

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


curso de Nutrição da Universidade Federal de
Pelotas, como requisito para obtenção de grau de
Bacharel em Nutrição.

Orientadora: Maria Cecília Assunção

Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil

2010
Banca examinadora:

Giovanna Bandeira Andersson


Patrícia Abrantes Duval
RESUMO

MACIEL, Francine Villela. Ingestão de cálcio e sua relação com a idade em


crianças menores de seis anos da cidade de Pelotas RS- Brasil, 2008. Trabalho
de conclusão de curso. Faculdade de Nutrição. Universidade Federal de Pelotas.

OBJETIVOS: Avaliar a adequação da ingestão de cálcio em crianças


menores de seis anos e relacionar com variáveis demográficas, socioeconômicas e
de alimentação.
MÉTODOS: Estudo transversal, recorte de uma pesquisa de avaliação do
impacto da fortificação de farinhas sobre a anemia, realizado com 799 crianças
menores de seis anos, residentes na cidade de Pelotas-RS. Para avaliar o consumo
de cálcio foi aplicado aos pais ou responsáveis pelas crianças, o método de
recordatório de 24 horas. Para classificação da adequação da ingestão utilizou-se as
recomendações por faixa etária da Dietary Reference Intake DRIs (1997), sendo
considerada ingestão inadequada, aquela em que o individuo não alcançava a
totalidade (100%) da recomendação. Foi utilizada a categoria AI (Adequate Intake),
uma vez que RDA (Recommended Dietary Allowances) inexiste para crianças
menores de seis anos.
RESULTADOS: Das 799 crianças avaliadas, aproximadamente 23%
apresentaram ingestão inadequada de cálcio, ou seja, abaixo do recomendado pelas
DRIs, conforme a idade. A faixa etária com maior prevalência de inadequação foi
entre crianças maiores de 48 meses. As crianças do sexo feminino, bem como as
pertencentes a famílias com menor renda e filhos de mães com menor nível de
escolaridade, apresentaram maior percentual de inadequação de ingestão desse
mineral.
CONCLUSÕES: A inadequação de ingestão de cálcio foi elevada. O
percentual de inadequação aumentou com o aumento da idade. A inserção de
outras fontes alimentares, que não constituem fontes de cálcio na dieta, a medida
que as crianças crescem, torna mais difícil o alcance das recomendações de
ingestão desse mineral. Portanto, medidas preventivas que busquem assegurar o
consumo adequado de cálcio na infância, são necessárias para garantir a boa
formação da massa óssea.

Palavras-Chave: Cálcio, inadequação de cálcio, ingestão de cálcio, Crianças,


Recomendações de cálcio.
Lista de Tabelas

Tabela 1 Descrição das características demográficas, socioeconômicas e


comportamental das crianças estudadas. Pelotas-RS, 2008 _________________ 13
Tabela 2 Tipo de refeições e quantidade de alimentos fonte de cálcio ingeridos
por criança menores de seis anos de Pelotas-RS. (n=799) __________________ 14
Tabela 3 Associação da ingestão inadequada de cálcio conforme variáveis
demográficas, socioeconômicas e de alimentação. Pelotas-RS, 2008. (n=797) __ 16
Lista de Figuras

Figura 1 Percentual de crianças menores de seis anos com ingestão adequada e


inadequada de cálcio _______________________________________________ 14
Figura 2 Percentual de inadequação da ingestão de cálcio segundo recomendação
para a idade ______________________________________________________ 15
Sumário

1. INTRODUÇÃO ___________________________________________________ 9
2. MATERIAIS E MÉTODOS _________________________________________ 11
3. RESULTADOS __________________________________________________ 13
4. DISCUSSÃO ___________________________________________________ 17
CONCLUSÃO_____________________________________________________ 21
REFERÊNCIAS ___________________________________________________ 22
ANEXO 1: ________________________________________________________ 25
ANEXO 2 ________________________________________________________ 35
Lista de abreviaturas e siglas

R24hs- Recordatório de 24 horas


DRIs - Dietary Reference Intake
AI- Adequate Intake
RDA - Recommended Dietary Allowances
TACO- Tabela Brasileira de Composição de Alimentos
USDA- United States Department of Agriculture
NHANES- National Health and Nutrition Examination Survey
POF - Pesquisa de Orçamento Familiar
1. INTRODUÇÃO

O cálcio é um mineral de grande abundância no organismo humano,


podendo atingir de 1,5 a 2% do peso corporal, sendo 99% encontrado no esqueleto
ósseo e o pequeno montante no plasma e fluido extra vascular (SILVA E MURA,
2007).
Esse mineral é um nutriente essencial necessário em diversas funções
biológicas, como: ativar enzimas intra e extracelulares, atuar na função dos
hormônios protéicos, coagulação sanguínea, contração e relaxamento muscular, e
promoção do crescimento ósseo e dentário juntamente com o fósforo (FRANCO,
2004).
É durante a infância e a adolescência que se adquire e armazena grande
parte do cálcio no organismo. O aumento anual da densidade mineral óssea é
elevado durante os três primeiros anos de vida, com diminuição progressiva até o
início da puberdade (VARGAS, 2003). Portanto, a ingestão adequada de cálcio
durante este período é extremamente importante, para garantir o pico de
crescimento da massa óssea, favorecendo o crescimento linear e reduzindo o risco
de doenças e deformidades ósseas na infância, como a osteomalácia e o raquitismo,
bem como fraturas e osteoporose na vida adulta e terceira idade (KOO, 2003;
GREER, 2006). Pois a baixa ingestão de cálcio prejudica o processo de
remodelação óssea, aumenta a reabsorção de cálcio e diminui a massa óssea
(SANTOS, 2001).
Dos alimentos que na sua composição contêm cálcio, destacam-se
principalmente o leite e seus derivados, o melado e alguns tipos de vegetais, como
os verdes escuros (brócolis, espinafre, couve e etc.).
Há evidências de que a ingestão de algumas substâncias como o potássio e
o bicarbonato, em grande parte obtidas a partir de frutas e legumes, é capaz de
diminuir a excreção urinária de cálcio, porque estes podem anular o efeito
hipercalciúrico do cloreto de sódio (GREER, 2006). A ingestão adequada de
proteínas e glicídios na dieta também favorece a absorção do cálcio (FRANCO,
10

2004). Porém, além de serem considerados os diferentes aspectos da dieta que


influenciam na saúde óssea, são necessárias boas práticas alimentares, que no
geral iniciam na infância e perpetuam-se durante todo o ciclo de vida (GREER,
2006).
A ingestão dietética atual de cálcio por crianças e adolescentes tem se
mostrado abaixo dos níveis ideais recomendados nos últimos anos no Brasil e no
mundo (BAKER, 1999; LENER, 2000; CASTRO, 2005) O aumento do consumo de
bebidas adoçadas (por exemplo, refrigerantes, chá e bebidas de café com açúcar ou
outras com sabor de fruta) promoveu uma redução do consumo de leites e seus
derivados, o que resultou em uma diminuição global do consumo de produtos
lácteos (NICKLAS, 2003).
Considerando a importância desse mineral e a baixa ingesta atual, o
presente estudo avaliou a adequação da ingestão de cálcio na dieta de uma amostra
representativa de crianças de zero a cinco anos, da zona urbana de Pelotas, através
de um recordatório alimentar de 24 horas.
2. MATERIAIS E MÉTODOS

Este trabalho é um recorte de um estudo transversal de base populacional,


que compõe a quarta avaliação de um estudo de série temporal com o objetivo de
avaliar o efeito da fortificação com ferro em farinhas de trigo e milho sobre anemia
em crianças menores de seis anos, realizado na zona urbana de Pelotas, RS, em
2008.
Por tratar-se de um estudo de avaliação do impacto de intervenção, o
tamanho da amostra foi calculado para que fosse possível detectar uma diferença de
0,5 g/dL na média de hemoglobina entre os grupos avaliados antes e após a
intervenção. Desta forma, foi necessário estudar cerca de 900 crianças menores de
seis anos de idade. Dados referentes ao cálculo da amostra e demais aspectos da
metodologia do estudo estão descritas em publicação anterior (ASSUNÇÃO, 2007).
A amostragem foi realizada em múltiplos estágios, visando resultar em uma
amostra equiprobabilística, ou seja, com igual possibilidade de inclusão para todas
as crianças da faixa etária de interesse, residentes na zona urbana de Pelotas.
Não foram incluídas no estudo crianças com má-formação que prejudicasse
a ingestão de alimentos, e portadoras de doenças genéticas.
Foram selecionadas dez entrevistadoras, nutricionistas, que trabalharam em
período integral e receberam treinamento para a aplicação dos questionários. Foi
aplicado à mãe ou responsável pela criança, um questionário pré- codificado
incluindo informações demográficas, socioeconômicas e sobre hábitos alimentares
das crianças. (ANEXO 1)
Os dados coletados foram processados através de dupla digitação com
checagem de consistência de informações no programa Epi Info 6.0. Os alimentos e
preparações registrados no recordatório de 24 horas foram analisados em relação a
sua composição nutricional no programa ADS Nutri. Após, os bancos de dados
foram reunidos e analisados no programa STATA 10.0.
Foi obtido consentimento por escrito da mãe ou responsável antes da coleta
das informações (ANEXO 2), e o estudo foi submetido e aprovado pela Comissão de
Ética da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Pelotas.
12

A ingestão inadequada de cálcio foi calculada com base nas recomendações


das DRIS (Dietary Reference Intakes,1997), conforme mostra o Quadro 1, e foi
considerada ingestão inadequada aquela em que o individuo não alcançava a
totalidade (100%) da recomendação. Foi utilizada a categoria AI (Adequate Intake),
uma vez que RDA (Recommended Dietary Allowances) inexiste para a faixa etária
em estudo. Posteriormente, relacionou-se o desfecho com variáveis demográficas
(sexo, cor da pele e idade da criança), socioeconômicas (renda familiar e
escolaridade materna utilizando o teste Qui quadrado de Pearson, no programa
STATA 10.0. Todas as análises levaram em consideração o delineamento amostral.

Quadro 1 – Recomendação de ingestão de cálcio conforme a idade segundo a DRI


1997.

Idade Cálcio (mg)


≤ 6 meses 210
7 a 12 meses 270
1 a 3 anos 500
4 a 8 anos 800
3. RESULTADOS

Foram avaliadas 799 crianças menores de seis anos. A maioria era do sexo
masculino (52,3%), de cor branca (75,5%) e com idade entre 48 a 59 meses
(19,7%). Verificou-se que quase 50% destas crianças eram de família com renda
entre um e três salários mínimos. Em relação à escolaridade da mãe, 46% eram
filhos de mães com nove anos ou mais de estudo (Tabela 1).

Tabela 1 – Descrição das características demográficas das crianças estudadas.


Pelotas-RS, 2008.

Características N %
Sexo
Masculino 418 52,3
Feminino 381 47,7
Cor *
Branca 603 75,5
Não Branca 193 24,2
Idade (meses)
0-11 134 16,8
12-23 111 13,9
24-35 116 14,5
36-47 140 17,5
48-59 157 19,7
60-71 141 17,7
Escolaridade materna
(anos)
0-4 121 15,2
5-8 312 39,2
9 ou mais 364 45,7
Renda familiar (salário
mínimo)
Menos de 1 192 24,1
1-2,99 388 48,9
3-5,99 144 18,1
6 ou mais 73 9,2
* Variável com maior número de valores ignorados (3).

Através da análise dos recordatórios alimentares de 24 horas (R24hs)


(Tabela 2) observa-se que as refeições que se destacaram pela maior quantidade
de cálcio foram: o desjejum, com uma média de 99,7mg (EP= 4,1) e mediana de
14

30mg, e a ceia com média de 148,2mg (EP= 4,5) e mediana de 60mg. Entre os
alimentos apresentados no R24hs considerados como boas fontes de cálcio houve
maior referência ao consumo de leite tipo c, iogurte sabor frutas, Neston®, leite
semi desnatado, leite em pó instantâneo, leite Ninho®, Danoninho® e queijo tipo
prato.
A média geral de ingestão de cálcio pelas crianças foi de 981,4mg (EP=
23,3) e mediana de 988,0. Foi visto que média e mediana por refeição
apresentaram-se bastante discrepantes, porém quando avaliadas no conjunto geral
foram similares. Isso aponta para uma distribuição assimétrica da ingestão de
cálcio, quando avaliada por refeições e simétrica quando apresentada no geral.

Tabela 2 – Média e mediana da ingestão de cálcio geral e por refeição das


crianças menores de seis anos avaliadas. (n=799)

Refeição Média (EP)mg Mediana mg


Desjejum 99,7 (4,1) 30,0
Colação 49,9 (3,0) 5,5
Almoço 12,7 (0,6) 2,4
Lanche 72,4 (2,2) 6,9
Janta 24,7 (1,8) 2,7
Ceia 148,2 (4,5) 60,0
TOTAL 981,4(23,3) 988,0

Ao avaliar a adequação da ingestão de cálcio diária destas crianças segundo


as DRIs (1997) que prevêem o consumo entre 210 mg e 800 mg para crianças com
faixa etária entre 0-6 anos, percebe-se que houve ingestão inadequada (abaixo do
que é preconizado para a idade) em aproximadamente 23% das crianças avaliadas
(Figura 1).

100% 77,2%
80%
60%
Ingestão de cálcio
40% 22,8%

20%
0%
Adequado Inadequado

Figura 1 – Percentual de crianças menores de seis anos com ingestão


adequada e inadequada de cálcio.
15

A Figura 2 mostra a proporção de crianças com a ingestão diária de cálcio


considerada inadequada segundo as recomendações para cada grupo de idade.
Nota-se que conforme aumenta a idade das crianças aumenta a proporção da
ingestão inadequada de cálcio para a idade.

100%
90%
80%
70%
60%
50% <= 6 meses
40% 40,6% 7-12 meses
30% 13-47 meses
20% >= 48 meses
10% 13,9%
6,6% 9,7%
0%
<= 6 meses 7-12 meses 13-47 meses >= 48 meses

Figura 2 – Percentual de inadequação da ingestão de cálcio segundo


recomendação para a idade.

Ao realizar a análise de associação entre a ingestão diária de cálcio


inadequada com algumas características demográficas e socioeconômicas das
crianças, percebeu-se que todas as associações foram estatisticamente
significativas conforme mostra a Tabela 3.
O sexo da criança mostrou-se associado com a ingestão de cálcio (p=0,03),
sendo que a maior proporção de inadequação foi entre as meninas (24,2%).
A renda familiar (p= 0,004) e a escolaridade materna (p= 0,001) também se
mostraram associadas com a variável dependente, apresentando uma tendência
inversa em relação a ingestão diária de cálcio, ou seja, conforme diminui a renda
familiar, aumenta a proporção de ingesta inadequada. Para a escolaridade materna
essa tendência, apesar de não ser tão clara, apontou para o mesmo sentido. Com a
diminuição da escolaridade materna, houve um aumento na proporção de crianças
com ingestão diária de cálcio deficiente.
16

Tabela 3 – Associação da ingestão inadequada de cálcio conforme variáveis


demográficas, socioeconômicas. Pelotas-RS, 2008. (n=797)

Características N (%) Valor p


Sexo 0,03*
Masculino 418 21,5
Feminino 381 24,2
Cor da pele 0,1*
Branca 603 21,2
Não branca 193 27,5
Renda Familiar (salário mínimo) 0,004**
Menos de 1 192 28,1
1-2 388 23,5
3-5,99 144 18,8
6 ou mais 73 13,7
Escolaridade Materna (anos) 0,001**
0-4 121 28,1
5-8 312 29,5
9 ou mais 364 15,1
* Teste Qui-quadrado de heterogeneidade.
** Teste Qui-quadrado para Tendência linear.
4. DISCUSSÃO

Primeiramente, cabe ressaltar as limitações do instrumento de coleta dos


dados utilizado no presente estudo. O R24hs não representa o hábito alimentar dos
indivíduos, não considera a sazonalidade e também pode apresentar um sub-
registro da ingestão real, não fornecendo, portanto, uma estimativa segura da
absorção de nutrientes devido à variação da ingestão no dia a dia. Assim este
método em estudos epidemiológicos, reduz a habilidade de descrever relações
significantes entre dieta e risco de doença (MARGETTS, 1997). Por outro lado, o
instrumento é capaz de avaliar a dieta atual e estimar a ingestão de energia e
nutrientes distribuídos no total de alimentos (BONOMO, 2000).
Outro fator limitante deste estudo foi não medir o consumo de alimentos e
nutrientes capazes de potencializar ou inibira absorção de cálcio. Isso se deve à
ausência de informações nas tabelas de composição alimentar, como a TACO
(Tabela Brasileira de Composição de Alimentos) e outras tabelas nacionais. A
presença tanto de fatores antinutricionais, como fitatos e oxalatos, quanto de
potencializadores de absorção, como a vitamina D, estão expressos apenas em
alguns poucos alimentos. Desta forma, faltam informações completas acerca desses
fatores impossibilitando o desenvolvimento de estudos deste tipo.
Observou-se no presente estudo, uma distribuição assimétrica da ingestão
de cálcio por refeição, entre as crianças estudadas, o que pode ser observado
através das diferenças dos valores encontrados em relação a média e a mediana de
consumo. A média de ingestão de cálcio pelas crianças estudadas foi de maior na
ceia, 148,2mg (ep= 4,5), porém com mediana 60mg. Um estudo realizado a partir de
dados da USDA (United States Department of Agriculture), com crianças de dois a
oito anos, encontrou que a ingestão diária deste mineral variou de 808 a 923mg,
respectivamente, para os meninos e 774 e 822mg, respectivamente para as
meninas. Esses, valores corroboram os resultados encontrados na população deste
estudo que foram de 1010,3 mg para meninos e 949,7mg para as meninas,
18

demonstrando assim que o sexo masculino ingere maiores quantidade de cálcio que
o sexo feminino (STOREY, 2004).
Nesta pesquisa, o consumo inadequado de cálcio esteve presente em 22,8%
das crianças avaliadas, variando de 6,6% entre aquelas com seis meses ou menos a
40,6% naquelas com quatro anos ou mais. De acordo com VITOLO (2008), a
alimentação da criança até os seis meses de idade deve ser constituída por
aleitamento materno exclusivo, no entanto, para crianças desmamadas
precocemente, as fontes alimentares devem predominantemente ser lácteas, para
que a ingestão de cálcio seja elevada neste estágio da vida.
No Brasil, estudo realizado em creches da Secretaria de Assistência Social
de São Paulo, com 106 crianças entre seis e dezoito meses, identificou que aquelas
menores de doze meses atingiram 100% das recomendações de ingestão de cálcio.
No entanto, entre aquelas que possuíam entre doze a dezoito meses consumiam em
média 73,8% da necessidade desse mineral (SPINELLI, 2003). Estes resultados se
assemelham aos encontrados no presente estudo, os quais mostram que conforme
aumenta a idade das crianças, aumenta a prevalência de inadequação da ingestão
do cálcio.
Segundo apontam FIDELIS & OSÓRIO (2007) em seu estudo, este fato tem
relação com a mudança no hábito alimentar, uma vez que o consumo de leite
diminui proporcionalmente à medida que outros alimentos e principalmente líquidos,
são inseridos na alimentação da criança, como no caso dos refrigerantes e sucos
não-cítricos (CAVADINI, 1996), que não representam fontes de cálcio.
Um estudo transversal, realizado em escolas públicas de Niterói, com o
objetivo de avaliar a associação entre o consumo de refrigerantes, sucos e leite com
o índice de massa corporal entre estudantes de 9 a 16 anos, mostrou elevada
prevalência de consumo de refrigerantes em detrimento ao consumo de leite. Esta
prevalência mostrou-se evidentemente elevada entre os estudantes maior idade,
sendo o contrário observado entre os estudantes mais novos (NOGUEIRA, 2009).
Portanto, ficar atento à inserção desses líquidos em idades precoces, pode contribuir
para que na fase futura, as crianças continuem consumindo leite e produtos lácteos
e atinjam as recomendações necessárias de cálcio para o seu pleno crescimento e
desenvolvimento.
Outro dado preocupante foi encontrado por DUBOIS et al. (2007) estudando
uma coorte Canadense de 2103 crianças entre 2 e 5 anos, onde verificou que o
19

consumo de refrigerante no mínimo uma vez por semana entre as refeições,


aumentou com a idade (42% aos 2,5 anos; 47 e 48% aos 3,5 e 4,5 anos,
respectivamente), mostrando assim, a substituição das bebidas fontes de cálcio por
bebidas de alta densidade energética. Nesse mesmo sentido, o National Health and
Nutrition Examination Survey (NHANES: 1988-1994 e 1999-2004) detectou o
aumento da ingestão de bebidas açucaradas e de sucos ao longo dos anos, o que
contribuiu para a elevação em torno de 13% (341kcal) e 1,9% (43kcal),
respectivamente, no consumo médio diário de energia. (TROIANO, 2000).
Em relação à escolaridade da mãe, sabe-se que aquelas com maior nível de
educação, detêm melhor conhecimento sobre aspectos relacionados à higiene, à
saúde e até mesmo ao cuidado com o preparo e manutenção dos alimentos,
refletindo diretamente nas condições nutricionais (SOUSA & KHAN, 2002). Nesse
sentido, verificou-se no presente estudo que os níveis de consumo de cálcio estão
diretamente relacionados ao grau de instrução materna. A inadequação da ingestão
de cálcio esteve presente em 57,6% das crianças cujas mães possuíam oito anos ou
menos de escolaridade. Tal achado concorda com o estudo de SOUSA & KHAN
(2002), que apesar de não encontrar associação significativa (p= 0,23) mostrou que
os níveis de escolaridade influenciam positivamente na ingestão deste mineral.
Segundo MONTEIRO et al. (1986), o nível socioeconômico está diretamente
relacionado com a determinação das condições de saúde. Isso ocorre devido a
abrangente influência que o poder econômico exerce na possibilidade de aquisição e
utilização de bens e serviços essenciais à manutenção do estado de saúde, tais
como alimentação, moradia, vestuário e saneamento. Assim, com o intuito de
mostrar a influência da renda familiar na ingestão de cálcio, a presente pesquisa
encontrou que 51,6% das crianças cuja família tinha renda entre dois ou menos
salários mínimos, possuíam ingestão inadequada de cálcio.
Dados recentes, referente à POF (Pesquisa de Orçamento Familiar, 2008-
2009) corroboram este achado ao encontrarem que produtos como leite e derivados
contribuíram com 7,9% dos gastos com alimentação da população brasileira, dado
que demonstra a decrescente ingestão de produtos fonte de cálcio quando
comparados aos dados da POF (2002-2003) no qual a aquisição deste produtos
contribuíram com 9,07% dos gastos.
Apesar de existirem poucos estudos comparando a renda familiar com a
ingestão de cálcio, sabe-se que as condições sócio-econômicas inadequadas
20

predispõem a deficiências nutricionais, pois sugerem que a falta de acesso acarreta


em uma alimentação desequilibrada o que contribui para o estabelecimento do
déficit nutricional, bem como uma alimentação de má qualidade que pode afetar o
desenvolvimento e maturação dos tecidos orgânico, dos ossos e do esmalte dentário
( MASSONI, 2007).
CONCLUSÃO

Diante do exposto pode-se concluir que a inadequação da ingestão de cálcio


foi elevada entre as crianças avaliadas, pois atingiu quase ¼ das mesmas.
Constatou-se que a ingestão de cálcio possui uma relação direta com a
escolaridade materna e renda familiar, e inversa com a idade.
Portanto, tendo em vista a essencialidade deste mineral para a promoção de
um crescimento e desenvolvimento adequado, faz-se necessário um complexo de
ações capazes de melhorar a adequação da ingestão de cálcio na infância, a fim de
estimular esse consumo na adolescência e idade adulta. Nesse sentido são
indispensáveis políticas públicas que visem desde a melhora das condições de vida
da população, para garantir acesso à alimentação, assim como a orientações por
parte dos profissionais de saúde, em especial dos nutricionistas, destinadas a
promoção de uma alimentação saudável e adequada a esta etapa da vida.
REFERÊNCIAS

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condições de saúde das crianças do município de são paulo, sp (brasil), 1984-1985,
Revista de Saúde Pública, São Paulo, v.20, n.6, p 435-45, 1986.

NICKLAS, TA. Calcium Intake Trends and Health Consequences from Childhood
through Adulthood. Journal of American College of Nutrition, v.22, n.5, p.340–
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NOGUEIRA, F.A.M.; SICHIERI, R. Associação entre consumo de refrigerantes,


sucos e leite, com o índice de massa corporal em escolares da rede pública de
Niterói, Rio de Janeiro, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.25,
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SANTOS, RS; CARVALHO, CMRG; CRUZ, GF; MOITA, GC. Estudo da ingestão de
calico por crianças atendidas atendidas em creches municipais de Teresina, Piauí.
Alimentos e Nutrição- Brazilian Journal of Food and Nutrition. v. 12:69-81.2001.

SILVA, SMCS; MURA, JDP. Tratado de Alimentação, Nutrição e Dietoterapia.


São Paulo: Rocca, 2007.

SOUSA, E.P; KHAN, A.S. Determinantes socioeconômicos do consumo de minerais


pelas famílias da cidade de fortaleza. Estado de São Paulo 2003.
24

SPINELLI, MGN; GOULART, RMM; SANTOS, ALP; GUMIERO, LC; FARHUD, CC;
FREITAS, EB.Consumo alimentar de crianças de 6 a 18 meses em creches. Revista
de Nutrição, Campinas, v.16, n.4, p.409-414, 2003.

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VITOLO, MR. Nutrição da Gestação ao Envelhecimento. Ria de Janeiro: Ed.


Rubio, 2008.
25

ANEXO 1:

MINISTÉRIO DA SAÚDE

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS


FACULDADE DE NUTRIÇÃO E
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EPIDEMIOLOGIA

ENTREVISTA DOMICILIAR COM A MÃE – 2008

IDENTIFICAÇÃO

“Sou da Universidade Federal de Pelotas e estamos fazendo uma SETOR __ __


pesquisa sobre a saúde de crianças pequenas. Nós gostaríamos de
visitar seu (ua) filho (a) para pesar e medir e fazer um exame de QUES __ __ __ __
sangue na ponta do dedo para ver se ele (a) tem anemia. Vamos
também lhe fazer algumas perguntas sobre a saúde e alimentação
dele (a). Podemos conversar?”

Endereço do entrevistado
__________________________________________________________

Telefone do entrevistado: ____________________

Nome da criança: ____________________________________________

Data de nascimento da criança: ____/____/________


DATANASC __
Sexo da criança: (1) masculino (2) feminino __/
__ __/__ __ __ __

SEXO __
1. A <CRIANÇA> passa o dia em casa?
(0) não CASCRI __
(1) sim (PULAR PARA PERG. 3).
SE NÃO:
2. Onde a criança fica? ONDCRI __
(1) creche
(2) vizinha/parente
(3) outra ____________
(8) NSA
26

SE SIM:
3. Quem cuida da criança diariamente? CUICRI __ __
(01) a própria mãe (05) irmã/irmão
(02) avó (06) babá (paga)
(03) tia (07) vizinha (não paga)
(04) pai ( ) outro______________________
(88) NSA
“Posso falar com esta pessoa?”
SE QUEM CUIDA DA CRIANÇA NÃO ESTIVER, AVISE QUE VAI
RETORNAR OUTRO DIA.
DIA _____________________ HORA ___________

SE FOR QUEM CUIDA DA CRIANÇA PERGUNTE PARA ELA (E):


“Qual o seu nome?”
___________________________________________ ICUICRI __ __
“Qual a sua idade?” __ __ anos.
Data de entrevista: ___/ ___ / ___ DE __ __/ __ __/
Entrevistador: ____________________________ ENT: __ __

OBSERVAR E REGISTRAR EM RELAÇÃO À CRIANÇA


COR __
4. Cor da pele
(1) Branca
(2) Não branca

5. Quanto pesou <CRIANÇA> ao nascer? __.__ __ __ g


(9999 = IGN) PNASC__ __ __
__

6. A < CRIANÇA> nasceu antes do tempo? TERMO __


(0) Não
(1) Sim. A Senhora sabe a data da sua ultima menstruação antes da DUM__ __ / __ __
gravidez de <CRIANÇA> / __ __ __
__ __ / __ __ / __ __ __ __ __

(88/88/8888= NSA)
(99/99/9999= IGN)

7. Como está a saúde da <CRIANÇA> hoje?


(1) normal (2) doente
SAUDE __

8. Nos últimos 15 dias <CRIANÇA> teve:


Diarréia (0) Não (1) Sim DIARR __
Tosse (0) Não (1) Sim TOSSE __
Febre (0) Não (1) Sim FEBRE __
27

9. Algum médico já lhe disse que o seu filho (a) teve/tem anemia?
(0) não MEDICAN _
(1) sim
(9) não lembra

10. No último ano <CRIANÇA> tomou algum remédio para anemia


(sulfato ferroso)? REMEDIA __
(0) não (PULE PARA A PERGUNTA Nº 13)
(1) sim
(9) não lembra (PULE PARA A PERGUNTA Nº 13)

SE SIM:
11. A Senhora sabe o nome do remédio? SABENOM __
(0) não NOMEREM __
(1) sim. Qual o nome? _______________________________
(8) NSA
(9) não lembra
12. A Senhora lembra por quanto tempo <CRIANÇA> tomou o remédio?
(1) ainda esta tomando TEMPRE __
(2) sim. Quanto tempo? ___________________meses QUANTE __ __
(8) NSA
(9) não lembra
13. Algum médico já lhe disse que o seu filho (a) teve/tem vermes? MEDIVER __
(0) não
(1) sim
(9) não lembra

14. No último ano <CRIANÇA> tomou algum remédio para vermes? REMEDIV __
(0) não
(1) sim
(9) não lembra

15. A <CRIANÇA> mamou no peito?


(0) não MAMA __
(1) sim
(2) ainda mama

SE JÁ PAROU DE MAMAR
16. Que idade tinha quando deixou de mamar?
__ anos (8 = ainda mama; 9= não sabe; 0= nunca mamou) DESMANOS __ __
__ __ meses (88=ainda mama; 99= não sabe; 00= nunca mamou) DESMESES __ __
__ __ dias (88=ainda mama; 99= não sabe; 00= nunca mamou) DESDIAS __ __

17. A Senhora pode me dizer a idade que <CRIANÇA> começou a


receber: IDAGUA __ __
água __ __ meses IDCHA __ __
chá __ __ meses IDPO __ __
leite em pó __ __ meses IDVACA __ __
leite de vaca __ __ meses IDOUTRO __ __
outro leite: ________________ __ __ meses IDPAPA __ __
28

papa de legumes __ __ meses IDFEIJAO __ __


arroz com feijão __ __ meses

(00= menos de 1 mês; 98= nunca recebeu regularmente)

18. Ontem <CRIANÇA> se alimentou normalmente, como sempre?


(0) não
(1) sim (PULAR PARA PERGUNTA 21) AONTEM __
(2) não sabe

SE NÃO:
19. Por quê? (1) estava doente
(2) não se alimentou em casa
(3) mãe ou guardiã não estava com a criança NCOMEU __
(4) mudança no cardápio.
(5) outro ______________________________________________
(8) NSA

20. Quando foi o último dia que <CRIANÇA> se alimentou como sempre?
__ __ / __ __ / __ __
UDCOMEU __ __
(88/88/8888= NSA) (99/99/9999= IGN) /__ __ /__ __ __ __
29

RECORDATÓRIO DE 24 HORAS

21. “Eu gostaria que a Senhora me dissesse tudo que <CRIANÇA> comeu ou bebeu
ontem (ou o dia citado na pergunta 20), desde a hora em que acordou, e como foi
preparado o alimento. Me diga tudo que ele(a) comeu/bebeu, mesmo água, chá ou
suco.”

Para cada alimento citado, registrar os ingredientes, quantidade de cada ingrediente,


temperos, óleo (manteiga/ margarina), quantidade açúcar, etc.

Se mencionar sopa, anote quais os ingredientes usados no preparo (legumes, folhas


verdes, carne de ave, outra carne, fígado de ave, ovo, massa, arroz, sal, temperos) e qual a
consistência: grossa ou rala.

AO ACORDAR

MANHÃ

ALMOÇO
30

TARDE

JANTAR

AO DORMIR

DURANTE A NOITE

Número de latas de óleo consumidas por mês / número de pessoas que fazem as refeições
em casa.

__ __/ __ __
22. “Agora vou lhe fazer algumas perguntas mais gerais”.

Que gordura utiliza para cozinhar?


( 1 ) óleo ( 2 )banha (3) outra. Especificar: _______________ TIPGOR __

Depois que o prato já está servido, costuma acrescentar sal na comida? SAL __
( 0) não ( 1 ) sim
Quantas vezes por semana/mês consome frituras? FRITURAS__
( 1 ) __ __ semana ( 2 ) __ __ mês ( 8) não consome __
FRITURAM __
__

Quantas vezes por semana/mês consome cheeseburger/cachorro-quente? LANCHES __


( 1 ) __ __ semana ( 2 ) __ __ mês ( 8 ) não consome __
LANCHEM __
__

Quantas vezes por semana/mês consome doces caseiros (pudim, pavê, doce DOCES __ __
em calda)? DOCEM __ __
( 1 ) __ __ semana ( 2 ) __ __ mês ( 8) não consome

Costuma acrescentar açúcar: AÇUCARS __


( 1 )suco ( 2 )café ( 3 )leite ( 4 )frutas ( 8 )não AÇUCARC __
acrescenta AÇUCARL __
AÇUCARF __

Quando toma refrigerante: REFRI __


( 1 )normal ( 2 )light/diet/zero ( 3 )ambos ( 4 )não toma
refrigerante

23. A Sra poderia me mostrar a farinha de trigo que está usando?


(0) Não FTR __
(1) Não tem farinha em casa, mas lembra a marca: __________________ MARCAT __
(2) Sim. Marca___________________________
(8) Não usa.
(9) Não tem farinha em casa e não lembra o nome.
24. A Sra poderia me mostrar a farinha de milho que está usando?
(0) Não FMI __
(1) Não tem farinha em casa, mas lembra a marca: MARCAM
___________________ __
(2) Sim. Marca____________________________
(8) Não usa.
(9) Não tem farinha em casa e não lembra o nome.
32

25. A Sra poderia me mostrar o pacote da massa que está usando? MAS __
(0) Não MARCMAS
(1) Não tem massa em casa, mas lembra a marca: __
___________________
(2) Sim. Marca____________________________
(8) Não usa.
(9) Não tem massa em casa e não lembra o nome.
26. Onde é comprada a farinha de trigo, farinha de milho e/ou a massa que a Sra COMPFAR
utiliza? __
(0) Supermercado. Qual?
________________________________________
(1) Minimercado/venda. Onde? __________________________________
_________________________________________________________________
(8) NSA
(9) Não sabe ou não lembra

“Agora eu gostaria de saber quem além de <CRIANÇA>, dorme e / ou faz as


refeições nessa casa?”. PAIMORA
__
27. Pai da criança (mesmo se adotivo) /companheiro (1) sim (0) não MAEMORA
28. Mãe da criança (mesmo se adotiva) (1) sim (0) não __
29. Número de crianças menores do que a <criança>: __ __ CMENCR
30. Número de crianças maiores do que a <criança>: __ __ __ __
31. Número de avós: __ CMAICR __
32. Número de outras pessoas: __ __ __
AVOMORA
33. Total de moradores: __ __ __
NUMOUT
__ __

TOTMORA
__ __

AS PERGUNTAS A SEGUIR DEVEM SER REFERENTES À MÃE OU, SE


ESSA TIVER FALECIDO OU NÃO MORAR COM A CRIANÇA, À PESSOA
RESPONSÁVEL PELA MESMA.
ESCMAE __
34. Até que série a Senhora (mãe) completou na escola? __ série do __ grau / __
(0 = sem escolaridade)
(8 = NSA)
(9 = ignorado)
35. Até que série o pai de <CRIANÇA> completou na escola? __ série do __
grau ESCOMP __
(0 = sem escolaridade) / __
(8 = NSA)
(9= ignorado)
33

“Agora gostaria de lhe fazer algumas perguntas a respeito da renda da


família”.
36. No mês passado, quanto receberam as pessoas que moram nesta casa? REND1 _ _
Pessoa1 R$ __ __ __ __,__ __ por mês ou __ __, __ sal. min. __,__
Pessoa2 R$ __ __ __ __,__ __ por mês ou __ __, __ sal. min. REND2 _ _
Pessoa3 R$ __ __ __ __,__ __ por mês ou __ __, __ sal. min. __,__
Pessoa4 R$ __ __ __ __,__ __ por mês ou __ __, __ sal. min. REND3 _ _
__,__
REND4 _ _
__,__

37. A família tem outra fonte de renda?


(0) Não OREN __
(1) Sim. R$ __ __ __ __,__ __ por mês __ __, __ sal. min. OREN1_ _ _
R$ __ __ __ __,__ __ por mês __ __, __ sal. min. _,__
R$ __ __ __ __,__ __ por mês __ __, __ sal. min. OREN2_ _ _
(8888,88 = NSA) _,__
(9999,99= IGN) OREN3_ _ _
_,__

38. Quantas peças têm a sua casa? __ __ peças


CASA __ __

39. Quantas são utilizadas para dormir? ___ ___


QUARTO __
__

40. Na sua casa tem água encanada?


(0) Não AGUAENC
(1) Sim, dentro de casa. __
(2) Sim, no pátio.
41. Como é a privada da casa?
(0) Não tem PRIVADA
(1) Sanitário com descarga __
(2) Casinha

ANTROPOMETRIA

SE A CRIANÇA NÃO ESTÁ DOENTE:


“Por favor, eu preciso pesar e medir a <CRIANÇA> para ver como está o seu
crescimento.
PESO __ __
42. Peso: ___ ___ , ___ kg. , __

43. Comprimento/Altura: ___ ___ ___ , ___ cm. COMPRI __


__ __ , __
34

SE A CRIANÇA ESTIVER DOENTE, MARQUE OUTRA VISITA PARA CONCLUIR


A ENTREVISTA.

VISITA DE SEGUIMENTO: DIA _____________________ HORA


______________

SE A ENTREVISTA ESTIVER TERMINADA, AGRADEÇA E PERGUNTE QUAL O


MELHOR HORÁRIO PARA SER FEITO O EXAME PARA VERIFICAR A
PRESENÇA DE ANEMIA
DIA DA SEMANA /
TURNO______________________________________________

HEMOGLOBINA – HEMOCUE

Data do exame: __ __/__ __/__ __ __ __ DATEX __


__/
__ __/__ __
Valor da hemoglobina: __ __,__ __ __
VALHEMO
Quem fez o exame: ___ __ __,__

QFEZ __

SE A CRIANÇA FOR SELECIONADA PARA REALIZAR EXAME DE


SANGUE EM LABORATÓRIO, ANOTAR ABAIXO OS VALORES

Data do exame: __ __/__ __/__ __ __ __ DATEX __


__/
__ __/__ __
Valor da hemoglobina: __ __,__ __ __

Valor do ferro sérico: __ __,__ VALHBLAB


__ __,__
Valor da ferritina: __ __,__
VAL
FSLAB
Valor da saturação de transferrina: __ __ __ __, __

VALFELAB
__ __,__

ST __ __
35

ANEXO 2

MINISTÉRIO DA SAÚDE

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS


FACULDADE DE NUTRIÇÃO E
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EPIDEMIOLOGIA

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Concordo que meu filho(a)


_______________________________________________________ participe do
estudo “Acompanhamento da fortificação das farinhas com ferro sobre anemia em
pré-escolares (originando dois subestudos)”.

PROCEDIMENTOS: Fui informado(a) de que responderei a um questionário sobre a


situação socioeconômica da minha família e sobre a saúde e a alimentação do meu
filho(a). Além disso, meu filho(a) será pesado(a), medido(a) e será coletada na ponta
de um dedo da sua mão uma gota de sangue que será colocada em um aparelho e
utilizada para verificar se ele(a) tem ou não anemia cujo resultado saberei na hora.
Sei também que meu filho(a) pode ser escolhido, por sorteio, para fazer um exame
de sangue também com o objetivo de verificar se tem ou não anemia. A razão de
fazer este exame é para comparar com os dados registrados pelo aparelho que faz o
exame utilizando uma gota de sangue do dedo da mão. Estou ciente que todos os
materiais utilizados na coleta da gota de sangue são descartáveis e a pessoa que
fará o exame tem experiência na execução do mesmo.

RISCOS E POSSÍVEIS REAÇÕES: Fui informado(a) de que não existem riscos no


estudo.

BENEFÍCIOS: Os resultados deste estudo poderão servir de base para avaliação do


programa do Ministério da Saúde do Brasil que determinou a adição de ferro nas
farinhas.

PARTICIPAÇÃO VOLUNTÁRIA: Como já me foi dito, minha participação neste


estudo será voluntária e poderei interrompê-la a qualquer momento.

DESPESAS: Eu não terei que pagar por nenhum dos procedimentos.

CONFIDENCIALIDADE: Estou ciente que a minha identidade permanecerá


confidencial durante todas as etapas do estudo e que os dados coletados só serão
utilizados para fins de pesquisa.

CONSENTIMENTO: Recebi claras explicações sobre o estudo, todas registradas


neste formulário de consentimento. Os investigadores do estudo responderam a
todas as minhas perguntas, até a minha completa satisfação. Portanto, estou de
acordo em participar do estudo. Este Formulário de Consentimento Pré-Informado
será assinado por mim e arquivado na instituição responsável pela pesquisa.
36

ASSINATURA:
________________________________________________________________
DATA: __ __ / __ __ / 2008

DECLARAÇÃO DE RESPONSABILIDADE DO INVESTIGADOR: Expliquei a


natureza, objetivos, riscos e benefícios deste estudo. Coloquei-me à disposição para
perguntas e as respondi em sua totalidade. O participante compreendeu minha
explicação e aceitou, sem imposições, assinar este consentimento.

PESQUISADOR RESPONSÁVEL
Profa. Maria Cecília Formoso Assunção
Faculdade de Nutrição e Programa de Pós-graduação em Epidemiologia/UFPel
Fone para contato: (53) 3284-1300

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