Вы находитесь на странице: 1из 9

Influência do capitalismo monopolista na sociedade brasileira nas décadas de

1940 e 1950 e a emergência do surgimento do Serviço Social

Angeline Fernandes de Lima1


Yokoama Gomes Pereira2

Resumo: Este artigo visa apresentar a constituição da prática profissional do


Serviço Social na conjuntura do capitalismo monopolista, atuando dentro das
políticas sociais, observando as mudanças históricas no Brasil, atualização das
técnicas e métodos utilizados pelos (as) assistentes sociais.

Palavras-chave: capitalismo monopolista, estado, política social, serviço social,


questão social.

Introdução:

Vivendo atualmente numa conjuntura neoliberal, onde o capitalismo


globalizado acirrado marca a vida de consumo das pessoas, ele aponta uma
situação presente que só foi possível alcançar com o desenvolvimento do
capitalismo concorrencial e monopolista, no qual este último será abordado neste
artigo.
Iniciando o estudo pelo capitalismo monopolista, fazendo um breve histórico
sobre seu surgimento e impactos causados na sociedade global, em seguida, no
próximo tópico, é destacada a força que o Estado exerce como “comitê executivo”
da burguesia, mantendo a contínua acumulação capitalista, criando, além dos
elementos essenciais para reprodução da classe capitalista, políticas sociais para a
atuação dos assistentes sociais nesta nova condição, como mediador entre Estado e
classe trabalhadora, executando as respectivas políticas.

1
Graduanda do Curso de Serviço Social do 3° período pela UFPB.
2
Graduanda do Curso de Serviço Social do 3° período pela UFPB.
2

Dentro das décadas de 1940-50, o Brasil sofre diversas alterações no que diz
respeito à economia e ao social, com o Serviço Social ligado intimamente a essas
novas práticas, mas com a mesma base cristã.
No desenvolvimento, serão elucidados todos os aspectos citados nesta
introdução, para um melhor esclarecimento do que o capitalismo monopolista
representou para a sociedade brasileira e a profissionalização do Serviço Social,
mais especificamente neste período histórico (décadas de 1940 e 1950).

1. O capitalismo monopolista

O capitalismo monopolista, fase que sucede o capitalismo concorrencial, traz


em sua essência elementos importantes para serem analisados para introduzí-los
finalmente ao debate com o Serviço Social.
No último quartel do século XIX, o capitalismo sofre modificações que atinge
suas dinâmicas econômica, política e social. É a transição do capitalismo
concorrencial para o capitalismo monopolista, que também confere ao que Lênin
chama de “estágio imperialista”. 3
Fazendo uma diferenciação do capitalismo concorrencial para o monopolista,
observa-se neste estágio a diminuição da concorrência de empresas que antes eram
administradas dentro das famílias para uma fusão delas, formando o que
conhecemos como trustes e cartéis, assim aumentando a concentração e a
centralização de capital, derrubando aquelas empresas que continuaram
individualizadas, sendo estas incorporadas a esses novos monopólios que agora
detém o poder. É essencial destacar que a passagem do capitalismo concorrencial
para o monopolista não aboliu a concorrência, pelo contrário, ela continua a existir,
já que pequenas empresas continuaram no mercado resistindo às pressões do
capital.
Como explica LENINE (1916, p. 3):

[...] ao chegar num determinado grau do seu desenvolvimento, a


concentração por si mesma, por assim dizer, conduz diretamente ao
monopólio, visto que, para umas quantas dezenas de empresas
gigantescas, é muito fácil chegarem a acordo entre si e, por outro
lado, as dificuldades da concorrência e a tendência para o
monopólio nascem precisamente das grandes proporções das
3
Ver NETTO, 2009, P. 19
3

empresas. Esta transformação da concorrência em monopólio


constitui um dos fenômenos mais importantes [...] da economia do
capitalismo dos últimos tempos.

Ou seja, pode-se dizer que como dado histórico, o avanço do capitalismo em


esfera global resultaria na passagem por fases que chegando ao capitalismo
monopolista, as grandes empresas, para não correrem o risco de perderem lugar no
mercado, decidiram associar-se a outras bem sucedidas para que assim
garantissem o seu contínuo acúmulo de riquezas.
Tudo isso só foi possível a partir da revolução industrial, as inovações
tecnológicas permitiram a incorporação das máquinas no processo de trabalho.
Consequentemente surge uma divisão social do trabalho onde o trabalhador direto
perdia concomitantemente o domínio da produção que tinha quando realizava seu
ofício. A entrada de métodos de gerência científica, como o taylorismo (controle do
tempo e do movimento da produção), intensificam a produção, reduzindo os custos e
preços, aumentando o consumo e garantindo lucros feéricos aos capitalistas. As
relações na sociedade a partir deste período começam a mudar: a
internacionalização do capital, as novas formas de organização das empresas (um
exemplo são as sociedades anônimas), os métodos de gerência, as necessidades
atendidas no mercado, muitas delas criadas pelo próprio capital, o Estado com um
papel definido no capitalismo monopolista.
Também pode ser facilmente visto dentro de todas essas características a
exploração e precarização do trabalho e o aumento da “taxa de afluência de
trabalhadores do exército industrial de reserva” (NETTO, 2009, p. 21 apud SWEEZY,
1977: 304). A classe trabalhadora foi a que mais sentiu os impactos produzidos por
essa nova modalidade de acumulação que ferozmente arrastou mais-valia em cima
do trabalho excedente produzido pelo trabalhador direto.

2. O papel do Estado e das políticas sociais no capitalismo monopolista

Um determinante para analisar a instalação do capitalismo monopolista é o


papel que o Estado vai assumir frente a essa nova modalidade de acumulação. Ele
que antes não intervia no mercado por existir um regulador natural, havendo uma
livre concorrência, agora será o responsável por garantir que exista todo um aparato
legal que legitime a expansão do capital utilizando suas formas mais degradantes
4

como a exploração do trabalho, isso dentro das leis. Ele atenderá as necessidades
do capital, ou seja, “garantirá os superlucros dos monopólios” (NETTO, 2009, p. 25).
O Estado apresenta diversas funções para contribuir com o desenvolvimento
do capitalismo monopolista, como cita NETTO (2007, p. 25-26):

[...] a inserção como empresário nos setores básicos não rentáveis


[...], a assunção do controle de empresas capitalistas em
dificuldades [...], a entrega aos monopólios de complexos
construídos com fundos públicos, os subsídios imediatos aos
monopólios e a garantia explicita de lucros do Estado. [...] os
subsídios indiretos, os investimentos públicos em meios de
transportes e infra-estrutura, a preparação institucional da força de
trabalho requerida pelos monopólios e, [...] os gastos com
investigação e pesquisa.

A principal função das políticas sociais na sociedade capitalista é preservar e


controlar a força de trabalho. O agravamento da “questão social”, as visíveis
manifestações de pobreza, fome, desemprego, a emersão das contradições capital e
trabalho e a freqüente desigualdade imposta fez com que os trabalhadores lutam-se
por melhores condições de salários e de trabalho. As políticas sociais (saúde,
educação, habitação, entre outras) fornecidas pelo Estado e transferidas ao
trabalhador através da intervenção do assistente social reprimiu a classe
trabalhadora ao ponto de serem reduzidas as manifestações e as greves,
assegurando assim a reprodução da força de trabalho.
O Estado burguês no capitalismo monopolista administra as políticas sociais
através das expressões da questão social. A função da política social é controlar a
força de trabalho, com medidas e estratégias.

É na correlação de forças sociais que a política social se estabelece


e se modifica, a partir das transformações das relações de
apropriação econômica, como também do exercício da dominação
política. (SPOSATI... [et al], 1995, p. 33).

Porém, as políticas sociais se fundamentam a partir da capacidade de


mobilização e organização da classe operária. A dinâmica das políticas sociais
esgota-se numa tensão entre a sociedade e o Estado em contradições de confrontos
e conflitos. Elas estão presentes nas lutas de classes, na qual se concretizam com
5

a mobilização da classe trabalhadora; o Estado apresenta respostas adiantadas às


demandas, tendo como objetivo principal o controle social.
Os recursos que dão suporte as políticas sociais

Constituem parte do valor criado pela classe trabalhadora,


apropriado pelo Estado e pelas classes dominantes e repassado às
camadas populares sob forma de ‘benefícios’ concedidos pelo poder
público, como expressão humanitária do Estado. (SPOSATI... [et al],
1995, p. 33 apud IAMAMOTO, 1982: 144).

A perspectiva do avanço das políticas sociais é de grande importância para a


classe trabalhadora pelo simples fato de prover a justiça social aos seus interesses
trabalhistas, mesmo havendo contradição, tanto na determinação do valor da força
de trabalho, para que haja atendimento às necessidades objetivas do capital, como
na realização dos direitos sociais, levando à cidadania. (Sposati, 1995, p. 34-35).
O Estado, após suas funções econômicas claramente explicadas, assume a
posição de controlar a força de trabalho. Os trabalhadores submetidos a péssimas
condições de trabalho consequentemente irão reivindicar por melhores condições,
ameaçando a continuidade da produção (se entrarem em greve, por exemplo),
colocando em risco todo o processo de extração da mais-valia, impedindo que o
lucro se realize. Então o Estado intervém mediando a relação entre capitalistas e
trabalhadores, concedendo a estes últimos “benefícios” criados através de políticas
sociais, amenizando a “fúria” dos trabalhadores, assegurando o prosseguimento da
realização da produção, criando todo um curso de alienação nos trabalhadores, que
aos poucos são comprimidos por essas políticas, transformando a relação com os
capitalistas, tornando-a menos revolucionária e mais conformista.

3. A prática do Serviço Social nas décadas de 1940-50 no capitalismo


monopolista

Depois de explicitado conceitos, características, manutenção e atuação do


capitalismo monopolista, do Estado e do papel fundamental que as políticas sociais
desempenham neste período, é importante destacar neste momento a entrada do
Serviço Social como profissão institucionalizada, com uma nova demanda posta a
ser atendida.
6

Na década de 1930 surgem as primeiras escolas de Serviço Social no Brasil:


São Paulo (1936) e Rio de Janeiro (1937), dentro de uma perspectiva cristã
vinculada à Igreja Católica. A partir daí, elementos marcaram a atuação das
assistentes sociais: a industrialização nascente, o início da institucionalização e a
absorção da questão social como política pública pelo Estado.
O avanço da ideologia desenvolvimentista expande-se durante as décadas de
1940-50 nos governos de Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e Jânio Quadros. Os
ideais de industrialização perpassavam todos os objetivos de projetos dos
presidentes dos anos mencionados.

No decorrer da década de 1940 e até a metade da década seguinte,


a economia nacional apresenta [...] taxas de crescimento altamente
positivas, que se fazem acompanhar de medidas de pratica
econômica que tem em vista o aprofundamento da industrialização.
A reversão dessas tendências positivas [...] a partir de 1955, e a luta
pela definição das opções tendo em vista criar condições favoráveis
à expansão econômica [...] são elementos as condições concretas
em que se engendram a ideologia desenvolvimentista e que marcam
suas vertentes. (CARVALHO, IAMAMOTO, 1982, p. 340).

Nesta abertura para a industrialização, com a instalação de indústrias


automobilísticas (por exemplo), surge um vasto mercado de trabalho para os
brasileiros. Porém, um fato de alta relevância a ser ressaltado é a passagem do
modelo agrário-exportador para o industrial, indicando o êxodo rural, o crescimento
populacional nas cidades e um conseqüente aumento do exército industrial de
reserva.
As divergências entre trabalhadores e capitalistas sucedidas com o momento
histórico requerem que as assistentes sociais reformulem suas bases para
atenderem esta nova demanda apresentada que nasceu no capitalismo monopolista
brasileiro.

Na década de 40, um fato novo vai marcar a vida do Serviço Social


brasileiro: O serviço Social norte-americano (...). a presença norte-
americana se fará através de técnicas para o agir profissional,
técnicas essas que terão como pressuposto teórico o funcionalismo.
Na segunda metade da década de 40 e no inicio da de 50,
constatamos a presença da filosofia tomista aliada às técnicas norte-
americanas. Nesse período não haverá ruptura radical da ideologia
católica, pelo contrário haverá uma convivência das duas posições.
(AGUIAR, 1995, p. 57-58).
7

Observe que em 1947 surgiu o primeiro Código de Ética Profissional do


Assistente Social; o mesmo explicita o caráter cristão da profissão.
De acordo com Iamamoto e Carvalho (1982, p. 343-344), no fim da década de
1940 e no decorrer de 1950 os assistentes sociais passam a atuar num novo âmbito:
nas grandes empresas, onde o Serviço Social é interiorizado e surgem novos
programas voltados para as instituições rurais. A psicologização, o tratamento do
indivíduo como recorte da totalidade são características deste Serviço Social que
“atualiza a herança conservadora”. 4
Vinculada a todas essas mudanças, a prática do Serviço Social
institucionalizado e com a questão social assumida pelo Estado, aos assistentes
sociais são atribuídos um novo papel: implementadores das políticas sociais.
A execução de políticas sociais como prática do Serviço Social na conjuntura
do capitalismo monopolista aparece decorrente do espaço histórico-social na qual
possibilita a emergência do Serviço Social como profissão. O profissional se insere
com atividades interventivas, em dinâmicas, organização, recursos e objetivos.
No momento em que o monopólio se consolida na sociedade burguesa, têm-
se as condições essenciais para as práticas profissionais do assistente social.

A profissionalização do Serviço Social não se relaciona


decisivamente à “evolução da ajuda”, a “racionalização da
filantropia” nem à “organização da caridade”; vincula-se à dinâmica
da ordem monopólica. (NETTO, 1996, p. 69-70).

Portanto, a ordem monopólica funda o Serviço Social a partir da emergência


profissional. No patamar das políticas sociais atribui um sentido de estratégia da
ordem monopólica pela preservação e controle da força de trabalho. Não se pode
esquecer que a prática do assistente social não resolve em si os problemas
estruturais e de fundo das populações, mas que não é por isso que se deve impedir
que a mesma concretize em respostas o atendimento às suas necessidades,
articulando-as com reivindicações maiores que encaminham o processo de
mudança da estrutura.
4. Considerações finais

4
Cf. IAMAMOTO, Marilda Vilela. Renovação e conservadorismo no serviço social, p. 17.
8

Após a constituição lógica do capitalismo monopolista na sociedade, surgirá a


emergência de uma categoria profissional que, por meio de políticas sociais
viabilizem direitos à classe trabalhadora, até então explorada pela burguesia,
gerando um duplo sentido: servir, ao mesmo tempo, as duas classes antagônicas,
segurando a força de trabalho, impedindo de certa forma as manifestações e/ou
greves por melhores condições (de trabalho, salário, etc.), assegurando à burguesia
contínuo aumento de riquezas.
É neste cenário de contradição entre capital e trabalho que se podem afirmar
as condições históricas para a profissionalização do Serviço Social, no Brasil, nas
décadas de 1940-50, saindo da filantropia para a execução de políticas sociais
ditadas pelo Estado de acordo com a ordem monopólica estabelecida, lembrando
5
que o Estado possui o papel de “comitê executivo” da burguesia, ou seja, utilizam
meios e mecanismos que favorecem a reprodução do modo de produção capitalista;
o Estado cria políticas sociais com a função de controlar a força de trabalho, estando
em conjunto com a burguesia, aumentando os lucros e alienando o trabalhador,
fazendo-o acreditar que o seu salário é justo e/ou suficiente para suprir suas
necessidades, já que as políticas públicas os oferecem saúde, educação, moradia,
entre outros.

Abstract: This article seeks to present the practice professional's of the Social
Service constitution in the capitalism monopolist's conjuncture, acting inside of the
social politics, observing the historical changes in Brazil, updating of the techniques
and methods used by the (the) social workers.

Key-words: capitalism monopolist, state, social politics, social service, social


subject.
Referências Bibliográficas:

5
Ver NETTO, 2009, P. 17
9

AGUIAR, Antonio Geraldo de. Serviço Social e Filosofia: das origens à Araxá. 5.
ed. São Paulo: Cortez, 1995.

IAMAMOTO, Marilda Vilela. Renovação e conservadorismo no serviço social. 4.


ed. São Paulo: Cortez, 1997.

IAMAMOTO, Marilda Vilela. Renovação e conservadorismo no serviço social. 7.


ed. São Paulo: Cortez, 2004.

CARVALHO, Raul de; IAMAMOTO, Marilda Vilela. Relações sociais e serviço


social no Brasil: esboço de uma interpretação histórico-metodológica. 12. ed.
São Paulo: Cortez, 1998.

LENINE, Vladimir Ilitch. O imperialismo, fase superior do capitalismo. Junho,


1916.

NETTO, José Paulo. Capitalismo monopolista e serviço social. 2. ed. São Paulo:
Cortez, 1996.

NETTO, José Paulo. Capitalismo monopolista e serviço social. 7. ed. São Paulo:
Cortez, 2009.

SPOSATI, Aldaíza de Oliveira [et al]. Assistência na trajetória das políticas


sociais brasileiras: uma questão em analise. 7. ed. São Paulo: Cortez, 1998.

Вам также может понравиться