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O desafio de fazer
Paulo Knauss
Doutor em História pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Professor do Depar-
tamento de História da UFF. Autor, entre outros livros, de Sorriso da cidade: imagens
urbanas e história política de Niterói. Niterói: Niterói Livros, 2003. pknauss@
attglobal.net
O desafio de fazer História com imagens:
arte e cultura visual*
Paulo Knauss
RESUMO ABSTRACT
O trabalho aponta, inicialmente, como To begin with, this work points out how
a afirmação da história científica con- the affirmation of scientific history has led
duziu ao desprezo da imagem como to a disregard of image as a historical
fonte histórica. Desse modo, a his- source; this way, historiography deviated
toriografia se afastou da tradição eru- from the scholar tradition of European
dita dos antiquários do classicismo eu- classicism antiquaries. Then, it charac-
ropeu. Em seguida, o trabalho carac- terizes the visual studies’ institutionali-
teriza o processo de institucionaliza- zation process from the affirmation of the
ção dos estudos visuais a partir da afir- concept of visual culture in the American
mação do conceito de cultura visual, academic universe. After introducing the
no universo acadêmico dos Estados different definitions of the visual culture
Unidos. Depois de apresentar as dife- conception, this work goes into a dis-
rentes definições do conceito de cultu- cussion on how such concept was valued
ra visual, o texto encaminha uma dis- in the field of art history in emphasizing
cussão sobre como este conceito foi the historical nature of the artistic code,
sendo valorizado no campo da histó- which makes possible a convergence of
ria da arte ao sublinhar o caráter his- image history and art history.
tórico do estatuto artístico, o que per-
mite aproximar a história da imagem
da história da arte.
PALAVRAS-CHAVE: historiografia; cultu- KEYWORDS: historiography; visual culture;
Imagens da História
* Este texto é resultado de um
esforço de leitura desenvolvido
ao longo de um seminário de
As imagens pertencem ao universo dos vestígios mais antigos da
pesquisa do Programa de Pós- vida humana que chegaram até nossos dias. O mundo da Pré-História é
graduação em História da UFF, conhecido pelas inscrições rupestres; o mundo da Antigüidade, pelas suas
realizado no segundo semestre
de 2005. Agradeço aos estudan- imagens inscritas em paredes ou em diferentes suportes como os vasos.
tes que me ajudaram a amadu- Mas, além das imagens bidimensionais, são conhecidas ainda as imagens
recer a reflexão aqui consolida-
da. Além disso, minha gratidão
tridimensionais, como dólmens, menires, obeliscos ou ainda os relevos,
se estende ao colega Ricardo esculturas e estátuas, que freqüentemente identificam a grandeza das civi-
Pinto Medeiros, da UFPB e da lizações antigas da Mesopotâmia, Egito, Pérsia, Grécia e Roma — para nos
UFPE, que, durante uma curta
estada em João Pessoa, propor- restringirmos às menções recorrentes do senso comum. Isso significa di-
cionou uma boa acolhida para zer que, diante dos usos públicos da História, a imagem é um componen-
que eu pudesse trabalhar neste
texto, antes de terminá-lo no Rio
te de grande destaque, mesmo que nem sempre seja valorizada como
de Janeiro. fonte de pesquisa pelos próprios profissionais da História. A imagem
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