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8º CONGRESSO IBEROAMERICANO DE ENGENHARIA MECANICA

Cusco, 23 a 25 de Outubro de 2007

APLICAÇÃO DO MÉTODO AHP MULTIPLICATIVO NA ESCOLHA DE MÁQUINA


FERRAMENTA DE 5 EIXOS – ESTUDO DE CASO

Eguti, Carlos César Ap.*, Gomes, Jefferson de Oliveira*, Belderrain, Mischel Carmen Neyraº

* ITA – Instituto Tecnológico de Aeronáutica


Divisão de Engenharia Mecânica Aeronáutica - Sistemas Aeroespaciais e Mecatrônica
CCM - Centro de Competência em Manufatura
Praça Marechal Eduardo Gomes, 50 – CEP 12228-900 - São José dos Campos - SP – Brasil
*eguti@ita.br, *gomes@ita.br

º ITA – Instituto Tecnológico de Aeronáutica


Divisão de Engenharia Mecânica Aeronáutica - Produção
Praça Marechal Eduardo Gomes, 50 – CEP 12228-900 - São José dos Campos - SP - Brasil
ºcarmen@ita.br

RESUMO
Empresas de diferentes setores industriais, nacionais ou internacionais, deparam-se com um cenário globalizado cada
vez mais competitivo e exigente. Diante disso, empresas do setor de usinagem procuram soluções para atualizar suas
cadeias produtivas com a escolha de equipamento de melhor desempenho e elevada produtividade. Neste contexto
estão inseridas as ferramentas de apoio à tomada de decisão uma vez que tais investimentos demandam grandes
quantidades de capital a ser corretamente direcionado e aplicado. Neste trabalho, os métodos de apoio multi-critério
à decisão AHP (Analytic Hierarchy Process) e o MAHP (Multiplicative Analytic Hierarchy Process) foram
aplicados e comparados na escolha de máquinas-ferramenta de 5-eixos. Para tanto, foram confrontadas nove critérios
para a escolha desse tipo de equipamento com três alternativas disponíveis. A importância na escolha correta desta
classe de equipamentos justifica o esforço aplicado e revela a crescente necessidade de decisões baseada em
metodologias práticas, sistemáticas e eficientes.

PALAVRAS-CHAVE: multi-critério, AHP, MAHP, máquina ferramenta, máquina 5-eixos.


INTRODUÇÃO

A vida cotidiana é repleta de situações nas quais algum tipo de problema de tomada de decisão sempre se faz
necessária. Seja a escolha do sabor de um sorvete, uma cor para uma roupa ou a escolha de um filme, todos e muitos
outros exemplos rotineiros necessitam de algum processo de tomada de decisão, mesmo que este envolva critérios
subjetivos ou pessoais. Entretanto, na vida profissional, o processo de tomada de decisão deve ser fundamentado em
postulados técnicos capazes de permitir um discernimento que apresente vantagens lucrativas ou otimizadas. Neste
contexto, estão inseridas diversas teorias e métodos que visam auxiliar profissionais de diferentes áreas do
conhecimento na escolha de alternativas que determinam ou favoreçam o cumprimento de um dado objetivo ou meta.
No ambiente industrial, existem diversas metodologias de apoio à tomada de decisão, muitas delas de origem
militar, porém foi com o avanço dos recursos computacionais na década de 1980 que sua divulgação e aplicação
ganhou base prática e funcional, necessária para o uso fora da academia [1].
A seleção de um bem ou produto constitui um exemplo clássico da utilização de um método estruturado de
tomada de decisão. Profissionais de diferentes áreas são constantemente solicitados para promoverem mudanças,
melhorias ou estudos que permitam a adequação de um produto ou processo. Neste momento destaca-se a utilização
de um método sistemático de escolha com múltiplos critérios e/ou vários atributos, dada à ampla variedade de
escolha, fornecedores, soluções, etc., presentes no dia-a-dia da atividade industrial. Os métodos de apoio
multicritério à decisão têm caráter científico e, simultaneamente, subjetivo, principalmente devido suas
considerações e ponderações para a modelagem das preferências de escolha [2].
Dentre os métodos de apoio multicritério à decisão (AMD), destaca-se o Método de Análise Hierárquica,
conhecido como AHP – Analytic Hierarchy Process. Neste método, o problema deve ser dividido em níveis
hierárquicos e estes comparados entre si através de uma escala de valores. Esta escala classifica numericamente a
relação entre cada par de níveis, permitindo assim que o método forneça um resultado também numérico que, quando
ordenado crescentemente, classifica as alternativas em ordem de importância. O AHP pertence a uma família de
métodos da Escola Americana de Análise de Decisão, sendo originalmente desenvolvido pelo professor Thomas L.
Saaty em 1980. De acordo com [3], o AHP é o método mais utilizado no auxílio à tomada de decisão, possuindo
variantes que completam sua funcionalidade, justificando sua ampla preferência e aplicabilidade. Dentre as variantes
do AHP, destaca-se o chamado MAHP – Multiplicative Analytic Hierarchy Process - ou método AHP Multiplicativo
desenvolvido pelo professor Freerk A. Lootsma em 1990, sendo este o foco de atenção deste trabalho.

AHP Multiplicativo

O MAHP tem como base o AHP clássico [3], exceto pela verificação da consistência dos dados, procedimento
esse dispensado no MAHP. Pacotes comerciais (software) para execução de métodos de apoio multi-critério à
decisão, apresentam uma interface gráfica amigável capaz de facilitar a confecção das matrizes de comparação e
reduzir o tempo para a obtenção da solução [4]. Contudo, a opção do analista, ou do próprio decisor, na utilização de
algoritmos computacionais para tomada de decisão implica em novos desafios, já que envolve a escolha de qual
pacote comercial adquirir, além dos gastos com a compra de equipamento (hardware) e treinamento.
Conforme já mencionado, tanto o AHP, quanto o MAHP, são métodos sistemáticos, ou seja, possuem uma
seqüência de procedimentos bem determinada. Vários exemplos práticos de aplicação do AHP na solução de
problemas reais de engenharia são mostrados em [5], além de uma metodologia passo-a-passo para aplicação do
AHP. Esta mesma seqüência de procedimento é apresentada em [6], diagnosticada durante a seleção de 150 artigos
sobre AHP. A Tabela 1 apresenta o procedimento sumarizado para a aplicação do método MAHP, adaptada de [6].
Os procedimentos listados na Tabela 1 se aplicam também ao método AHP clássico, desde que seja feita a análise da
consistência dos dados de cada matriz de comparação.
A formulação do objetivo da etapa 1, proposta na Tabela 1, pode ser realizada aplicando a Análise Focada no
Valor (Value-Focused Thinking) apresentada em [7], o qual trata de uma técnica interativa de pergunta e resposta
para definir o objetivo fundamental e os objetivos meios de um determinado problema. Esta metodologia é muito útil
para a definição formal de um problema, sendo aplicada em diversas questões de tomada de decisão [7].
As etapas 2 e 3 podem ser entendidas através da montagem de uma árvore hierárquica de decisão solicitada na
etapa 4. Tanto o AHP, quanto o MAHP, são limitados em 9 alternativas de escolha. Este limite de 7±2 alternativas é
chamado de limite psicológico [8] uma vez que a partir de 7 alternativas ±2, o número de comparações pareadas é
muito elevado para permitir uma tomada de decisão com relativa margem de segurança.
A matriz de comparação de critérios e as matrizes de comparação de alternativas das etapas 5 e 6 respectivamente,
seguem os julgamentos semânticos apresentados na Tabela 2, para o AHP e o MAHP. Um procedimento análogo é
apresentado em [9].
Tabela 1. Procedimento do método MAHP.

Etapa Execução Comentário


É necessário formalizar qual o objetivo a ser alcançado. Esta etapa pode
1 Definição do problema
realizada através de uma Análise Focada no Valor de cada alternativa.
Definição das alternativas de
2 Tanto o AHP, quanto o MAHP permitem até 9 alternativas.
solução do problema.
Definição dos critérios e sub- A definição dos critérios e de eventuais sub-critérios de decisão compõe
3
critérios. a estrutura hierarquia de solução do problema.
Montagem da estrutura hierárquica Esta etapa é opcional, porém pode ser muito útil na visualização do
4
de decisão. problema de decisão. Um exemplo é mostrado na Figura 1.
Montagem da matriz de comparação A comparação das alternativas e dos critérios compõe matrizes
5
pareada dos critérios. quadradas. As ponderações do MAHP devem seguir a escala natural de
Montagem das matrizes de Lootsma, mostrada na coluna 1 da Tabela 2. Para implementar o AHP,
6 comparação pareada de cada os valores de comparação devem obedecer a escala fundamental de
alternativa. Saaty, apresentada na coluna 2 da Tabela 2.
Transformação das comparações Os valores de ponderação obedecem uma escala geométrica de
7 ponderadas em parâmetros de representação de preferências. A razão desta escala pode ser alterada
escala. conforme as preferências do analista.
Obtenção dos vetores de prioridade Os vetores de prioridade formam a matriz de decisão, juntamente com o
8
dos critérios e peso das decisões. vetor com os pesos de cada critério.
Montagem da matriz de decisão do
O vetor de decisão mostra a melhor alternativa em magnitude de
9 problema e realização da avaliação
importância.
global de cada alternativa.

Tabela 2. Relações semânticas de comparação e correlação numérica para o MAHP e AHP.

Valor (δij)
Relações Semânticas
MAHP AHP
Si é amplamente menos desejável que Sj -8 1/9
Si é muito menos desejável que Sj -6 1/7
Si é menos desejável que Sj -4 1/5
Si é pouco menos desejável que Sj -2 1/3
Si é indiferente a Sj 0 1
Si é pouco mais desejável que Sj +2 3
Si é mais desejável que Sj +4 5
Si é muito mais desejável que Sj +6 7
Si é amplamente mais desejável que Sj +8 9

Se o problema possui m alternativas e n critérios, então é necessária a montagem de n matrizes de comparação de


alternativas de ordem (m × m), uma para cada critério, além de uma matriz de comparação de critérios de ordem
(n × n).
Cada critério deve ser comparado entre si na matriz de critérios e cada alternativa deve ser comparada entre si para
cada critério. A quantidade total de comparações em cada matriz de comparação é definida conforme Eq.(1).

x( x − 1) (1)
2

onde x corresponde a quantidade de critérios ou alternativas.


Após a construção das matrizes semânticas de comparação pareada com os valores da Tabela 2, cada comparação
é transformada em um novo valor numérico que considera o parâmetro de escala escolhido. Esta operação da etapa 7
da Tabela 1 é realizada utilizando a Eq. (2),

aij = eγ δ ij
(2)

onde δij são os valores semânticos e inteiros da matriz de comparações. O parâmetro de escala γ define a razão da
escala geométrica, sugerida em [10] como ln(2), que implica num fator de progressão igual a dois.
Na etapa 8 é necessário calcular os pesos dos critérios, provenientes da matriz de comparação de critérios, e os
pesos das alternativas, provenientes das matrizes de comparação de alternativas. Em ambos os casos, estes valores
são obtidos através da média aritmética, conforme mostra a Eq. (3), para os critérios e Eq. (4), para as alternativas.

1 n
ci = ∑ aij
n j =1
i = 1, 2,... n (3)

1 m
Aik = ∑ aij
m j =1
i = 1, 2,... m k = 1, 2,... n (4)

Os pesos dos critérios e das alternativas compõe a matriz de decisão da Etapa 9. Feito isso obtemos o vetor de
decisão com o uso da Eq. (5), sendo esta a última etapa do MAHP.

cj

Pi = ∏ (Aij )
n
i = 1, 2,... m (5)
j =1

Cada componente do vetor de decisão pode ser comparada entre si bastando para isso aplicar o modelo de produto
ponderado ou WPM – Weighted Product Model. Este procedimento permite comparar e ordenar (ranking) a
importância entre duas alternativas da matriz de decisão, [11], conforme indicado na Eq. (6),

cj
⎛D ⎞ n ⎛ AKj ⎞
R⎜⎜ K ⎟⎟ = ∏ ⎜ ⎟ (6)
⎜ ⎟
⎝ DL ⎠ j =1 ⎝ ALj ⎠

onde R(DK/DL) é a razão da comparação entre duas alternativas. Se a alternativa DK é mais preferível que DL, então
DK > DL, ou seja R > 1. Este procedimento é também chamado de análise adimensional, já que sua estrutura elimina
qualquer unidade de medida (dimensão) nos dados de decisão [12].
A validade do processo de priorização mostrado na Eq. (6) é discutido em [13], referindo-se ao modelo de produto
ponderado da Eq. (6) como prioridade relativa de decisão. Uma importante propriedade a ser satisfeita em
comparações de decisões é o critério da transitividade. Neste sentido, [11] apresenta o teorema 1 do MAHP, o qual
garante a transitividade dos resultados, dispensado assim o cálculo da consistência dos dados.
A questão da consistência dos resultados é fator preponderante quando o AHP é utilizado, sendo esta análise
necessária em todas as matrizes de comparação. Uma das maneiras possíveis de medir a consistência dos dados no
AHP consiste em utilizar o valor numérico do auto-vetor associada a cada matriz de comparação, de forma a modelar
as comparações como sistemas lineares de equações [14]. Desta forma, quando mais independentes forem as
equações desse sistema, maior será a consistência dos resultados. A estimativa da consistência de uma matriz de
decisão através de seu auto-vetor apresente uma incerteza menor que 10%, sendo suficiente para a aplicação segura
(de baixo risco) do AHP [14]. Um dos fatores de grande influência na consistência dos valores numa matriz de
decisão é a etapa de normalização dos dados. Este procedimento acarreta na geração de resultados errôneos e
imprecisos, uma vez que as grandezas físicas dos critérios de decisão nem sempre são iguais [15].
Para obter o vetor de decisão usando o AHP basta substituir a Eq. (5) pela Eq. (7), na respectiva etapa.

n
= ∑ Aij c j i = 1, 2,... m (7)
AHP
Pi
j =1
Além da verificação da consistência dos dados, o AHP apresenta o erro de inversão de ordem, caracterizado pela
introdução de novos critérios ou alternativas no mesmo problema de decisão. Várias formas de evitar este erro são
discutidas em [15] e [16], mostrando que quando se utiliza MAHP, os problemas de inversão de ordem não existem.

MÁQUINA FERRAMENTA DE 5-EIXOS

Num ambiente industrial, empresas de usinagem deparam-se com cenários globalizados cada vez mais
competitivo e exigente [17]. Diante disso, a busca por equipamentos de alto desempenho e, conseqüentemente, de
alta tecnologia, demanda investimentos cada vez mais volumosos. Uma alternativa muita atrativa são as máquinas
operatrizes do tipo ferramenta, com 5 eixos de trabalho e elevadas velocidades de operação, principalmente no eixo
principal, também chamado de fuso.
Uma máquina-ferramenta de 5 eixos (MF5E), representa um investimento de aquisição considerável para
qualquer empresa, uma vez que sua utilização ganho reflexos em diversos outros setores da empresa, inclusive
administrativo. O investimento para aquisição e o impacto das mudanças devem ser calcados num criterioso processo
de tomada de decisão.
A Tabela 3 mostra nove características de uma MF5E que serão adotados como critérios de seleção.

Tabela 3. Critérios de seleção de uma MF5E.

Critério Descrição
C1 Geometria ou Cinemática do centro de usinagem 5-eixos.
C2 Comando CNC ou interface homem-máquina.
C3 Rigidez da estrutura da máquina-ferramenta.
C4 Interpolações disponíveis para execução das trajetórias das ferramentas.
C5 Precisão proporcionada pelos eixos da máquina-ferramenta.
C6 Torque proporcionado pelo fuso.
C7 Aceleração dos motores.
C8 Sistemas de segurança contra colisões.
C9 Manutenção do fuso.

C1 – Geometria ou cinemática do centro de usinagem 5-eixos.

Uma característica de destaque para qualquer MF5E é o arranjo de seus eixos de trabalho, os quais podem ser
rotativos ou translacionais. De maneira geral, os centros de usinagem ou MF5E apresentam três eixos de translação
ortogonais e dois eixos de rotação perpendiculares, sendo esses instalados em torno de dois eixos lineares. É comum
utilizar a notação X, Y, Z para os eixos translacionais e A, B ou C para os eixos rotacionais, conforme ilustra a
Figura 1d. As três possibilidades de implementação física dos eixos de translação e rotação dentro de uma célula de
usinagem típica para MF5E são destacadas nas Figuras 1b, 1c e 1d.

a) b) c) d)
Figura 1. Arranjo dos eixos para máquina ferramentas de 5 eixos.

C2 – Comando CNC

O tipo do comando eletrônico de uma MF5E - chamado de Comando Numérico Computadorizado CNC - integra
o controle das funções operacionais dos eixos de trabalho, além do acesso (interface) entre operador e máquina.
C3 - Rigidez da estrutura da máquina-ferramenta

Quando elevadas velocidades de rotação e avanço (translação) são aplicadas nos eixos de uma MF5E,
principalmente no fuso principal, uma estrutura física robusta é imprescindível para garantir baixos níveis de
vibração e ruído da máquina, com reflexos no acabamento das superfícies da peça. A rigidez estrutural está
diretamente relacionada com a capacidade da máquina de absorver vibrações, já que estas podem, a curto prazo,
danificar os eixos e demais componentes críticos de uma MF5E.

C4 - Interpolações disponíveis para execução das trajetórias das ferramentas

A tecnologia de usinagem com 5 eixos não é recente, entretanto o seu uso esteve restrito a grupos de usinagem
especializados, tais como empresas do setor aeroespacial e militar [17]. A tecnologia de controle para uma máquina
com 5 eixos ganhou novas e aprimoradas características, perfazendo agora um item importante de seleção para a
escolha de uma MF5E. Desta forma, o programa (software) ou algoritmo capaz de interpolar a operação de 5 eixos
simultaneamente, com economia de tempo e energia, constitui fator seletivo para tais máquinas.

C5 – Precisão proporcionada pelos eixos da máquina-ferramenta

Empresas que produzem peças de elevada precisão necessitam de máquinas com precisão aprimorada ou
compatível com o grau de exigência do produto [17]. Desta forma, a escolha de uma maquia com precisão adequada
à sua utilização reflete outro critério importante para seleção de MF5E.

C6 - Torque proporcionado pelo fuso

O torque proporcionado pelo fuso da máquina está relacionado com o tipo de material a ser usinado. Assim, se o
propósito de compra da máquina consiste no trabalho com metais de significativa dureza (titânio, aço inoxidável
etc.), ou facilmente maleáveis (alumínio, cobre, latão, etc.), a máquina ferramenta deve apresentar correspondente
resposta ao esforço solicitado pela ferramenta. Sub ou super – dimensionamentos representam uma parcela
importante no custo de aquisição da máquina e devem ser devidamente avaliados.

C7 - Aceleração dos motores

A aceleração dos motores está relacionada com a velocidade e o tempo de posicionamento do fuso em relação à
peça a ser usinada. Esta característica não está apenas relacionada com a velocidade alcançada pelo eixo do motor,
más também com a dinâmica da máquina, seus mancais, engrenagens, correias, módulos e equipamentos periféricos.

C8 - Sistemas de segurança contra colisões

Uma MF5E apresenta um expressivo valor patrimonial. Caso uma colisão entre seus eixos venha a ocorrer, a
máquina pode se danificar destrutivamente. Desta forma, a presença de mecanismos ou tecnologias para reduzir ou
eliminar a possibilidade de colisão de seus eixos, principalmente o fuso da máquina, constitui outro importante
critério de seleção.

C9 - Manutenção do fuso

O fuso de uma MF5E trabalha com velocidades elevadas, superiores a 10.000 rpm, possuindo assim uma
manutenção com custos operacionais consideráveis em relação a outras partes da máquina. Sendo assim, vantagens
tecnológicas que aprimoram a manutenção do fuso representam um importante critério de escolha.

ANÁLISE MULTI-CRITÉRIO

Este trabalho apresenta o processo de decisão da melhor escolha de uma MF5E entre três fabricantes (nomes e
marcas não divulgados). Dois métodos de Apoio Multicritério à Decisão serão aplicados, o AHP e o MAHP, e seus
resultados comparados. A Figura 2 apresenta a estrutura de decisão para o problema.
A Tabela 4 apresenta as matrizes de julgamentos semânticos das comparações pareadas das alternativas em
relação a cada critério, para o AHP e MAHP respectivamente. A Tabela 5 mostra a matriz de julgamento semântico
dos 9 critérios selecionados para aplicação do método AHP e MAHP.
A Tabela 6 apresenta as matrizes de decisão para aplicação do AHP e MAHP, respectivamente. Os valores já
foram normalizados e arredondados para duas casas decimais exclusivamente para apresentação. Todos os dados do
problema foram calculados com a precisão máxima fornecida pela planilha eletrônica.
Os vetores de prioridade para tomada de decisão com o AHP e o MAHP são apresentados na Tabela 7,
juntamente com o vetor de prioridade relativa para o MAHP. Os valores da Tabela 7 já estão em ordem crescente de
importância. Os valores de prioridade relativa permitem estimar quantas vezes uma alternativa é mais importante em
relação à outra somente para o método MAHP. Para o AHP, todas as matrizes apresentaram inconsistência inferior a
10%, conforme metodologia do auto-vetor associado proposta em [14].

Escolha de uma Máquina


Ferramenta de 5-eixos

C1 C2 C3 C4 C5 C6 C7 C8 C9

M1 M1 M1 M1 M1 M1 M1 M1 M1

M2 M2 M2 M2 M2 M2 M2 M2 M2

M3 M3 M3 M3 M3 M3 M3 M3 M3

Figura 2. Estrutura hierárquica de decisão para a escolha de uma máquina ferramenta de 5-eixos.

Tabela 4. Matrizes de comparação pareada das alternativas em relação aos critérios para o AHP e MAHP.

AHP MAHP
M1 M2 M3 M1 M2 M3
C1 – Geometria da máquina M1 1 9 5 0 8 4
M2 1/9 1 1/5 -8 0 -4
M3 1/5 5 1 -4 4 0
C2 – Comando CNC M1 1 9 5 0 8 4
M2 1/9 1 1/5 -8 0 -4
M3 1/5 5 1 -4 4 0
C3 – Rigidez da estrutura M1 1 7 5 0 6 4
M2 1/7 1 1/3 -6 0 -2
M3 1/5 3 1 -4 2 0
C4 – Interpolação de eixos M1 1 5 3 0 4 2
M2 1/5 1 1/5 -4 0 -4
M3 1/3 5 1 -2 4 0
C5 – Precisão da máquina M1 1 1 3 0 0 2
M2 1 1 1 0 0 0
M3 1/3 1 1 -2 0 0
C6 – Torque do fuso M1 1 3 7 0 2 6
M2 1/3 1 5 -2 0 4
M3 1/7 1/5 1 -6 -4 0
C7 – Aceleração de motores M1 1 3 1 0 2 0
M2 1/3 1 1 -2 0 0
M3 1 1 1 0 0 0
C8 – Proteção contra colisão M1 1 1 3 0 0 2
M2 1 1 5 0 0 4
M3 1/3 1/5 1 -2 -4 0
C9 – Manutenção do fuso M1 1 9 3 0 8 2
M2 1/9 1 1/7 -8 0 -6
M3 1/3 7 1 -2 6 0
Tabela 5. Matriz de comparação pareada de critérios com julgamentos semânticos para o AHP e MAHP.

AHP MAHP
Critério
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3 4 5 6 7 8 9
C1 1 1/7 1 3 1/9 3 3 1 1/9 0 -6 0 2 -8 2 2 0 -8
C2 7 1 5 3 1/3 5 3 3 1/3 6 0 4 2 -2 4 2 2 -2
C3 1 1/5 1 1/3 1/5 1/3 1/3 1 1/5 0 -4 0 -2 -4 -2 -2 0 -4
C4 1/3 1/3 3 1 1/7 3 3 1/3 1/5 -2 -2 2 0 -6 2 2 -2 -4
C5 9 3 5 7 1 9 5 5 3 8 2 4 6 0 8 4 4 2
C6 1/3 1/5 3 1/3 1/9 1 1 1/7 1/7 -2 -4 2 -2 -8 0 0 -6 -6
C7 1/3 1/3 3 1/3 1/5 1 1 1/3 1/7 -2 -2 2 -2 -4 0 0 -2 -6
C8 1 1/3 1 3 1/5 7 3 1 1/3 0 -2 0 2 -4 6 2 0 -2
C9 9 3 5 5 1/3 7 7 3 1 8 2 4 4 -2 6 6 2 0

Tabela 6. Matrizes de decisão para AHP e MAHP.

AHP MAHP
Critério C1 C2 C3 C4 C5 C6 C7 C8 C9 C1 C2 C3 C4 C5 C6 C7 C8 C9
Alternativa 0,06 0,15 0,04 0,06 0,32 0,03 0,04 0,08 0,23 0,02 0,10 0,01 0,02 0,50 0,01 0,02 0,04 0,28
M1 0,72 0,72 0,72 0,61 0,45 0,64 0,45 0,41 0,65 0,94 0,94 0,93 0,68 0,48 0,79 0,48 0,37 0,80
M2 0,06 0,06 0,08 0,09 0,32 0,28 0,23 0,48 0,06 0,00 0,00 0,01 0,03 0,32 0,20 0,20 0,57 0,00
M3 0,22 0,22 0,19 0,30 0,23 0,07 0,32 0,12 0,30 0,06 0,06 0,06 0,29 0,20 0,01 0,32 0,06 0,20

Tabela 7. Prioridade de decisão do AHP e MAHP e prioridade relativa do MAHP.

Resultado AHP MAHP Prioridade Relativa


Máquina 1 0,574 0,608 R (M 1 M 2 ) 13,263
Máquina 2 0,194 0,046 R (M 1 M 3 ) 3,807
Máquina 3 0,232 0,160 R (M 2 M 3 ) 0,287

O gráfico da Figura 3 mostra uma comparação entre as magnitudes do vetor de prioridade de decisão para os
métodos AHP e MAHP da Tabela 7.

M2
M2

M1 M3 M1
M3
a) AHP b) MAHP
Figura 3. Diagramas de decisão para o AHP e MAHP

Ambos os resultados dos métodos empregados neste trabalho convergiram para a escolha da máquina 1,
conforme pode ser verificado na Tabela 7. A escolha da máquina 1 é 13 vezes mais desejável que a escolha da
máquina 2 e, aproximadamente, 4 vezes mais desejável do que a máquina 3. O diagrama do tipo “pizza”, mostrado
na Figura 3, constitui uma maneira rápida e de fácil interpretação na avaliação da magnitude do processo de decisão.

CONCLUSÕES

O MAHP apresenta vantagens interessantes em relação ao AHP clássico; não requer o cálculo do índice de
inconsistência da matriz de comparação, não necessita de normalização de dados e permite a estimativa da prioridade
relativa da decisão através dos procedimentos listados em [11]. Ambos os métodos possuem programas comercias
que facilitam sua implementação, a exemplo do Expert Choice e Rembrandt System, usados em [5] e [9],
respectivamente. No entanto, um simples programa de planilha eletrônica é suficiente para aplicação de ambos,
conforme utilizado neste trabalho.
O desafio de escolher qual máquina ferramenta de 5-eixos comprar constitui uma tarefa importante para o
profissional da área de usinagem ou produção de uma empresa, devido principalmente ao elevado custo de aquisição
deste tipo de equipamento. Além disso, o processo de tomada de decisão proposto apresenta significativa
importância quando uma empresa decide comprar não apenas uma, más várias MF5E. Neste sentido, uma criteriosa
análise deve ser implementada, calcada em fundamentos técnicos eminentemente relevantes.
De acordo com [4], ainda não foi respondido porque complexos processos de decisão resolvidos por diferentes
métodos podem apresentar diferentes soluções. Resultados incoerentes de diferentes processos multi-critérios geram
os chamados paradoxos de decisão, conforme relatado em [5]. Isto ocorre principalmente quando os critérios para
tomada de decisão não são independentes, sendo resolvido através da redução de critérios do problema.
O resultado positivo do processo de tomada de decisão multi-critério deste trabalho, baseado na comparação dos
resultados fornecidos pelo AHP e MAHP, apontam para uma decisão com elevada margem de segurança,
justificando a metodologia proposta na correta escolha de máquinas ou produtos de significativa importância.

REFERÊNCIAS

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2. Gomes, L. F. A. M.; Araya, M. C. G.; Carignano, C., Tomada de decisões em cenários complexos Thomson
Learning, 2004.
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2000.
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Applications: Some Challenges, Inter’l Journal of Industrial Engineering: Applications and Practice, Vol. 2(1),
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Operational Research, Vol.129, pp. 1-29, 2006.
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