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Silva, João Carlos Garzel Leodoro da; Dr; Universidade Federal do Paraná
garzel@ufpr.br
Resumo
O artigo em questão realiza uma análise semiótica comparativa entre rótulos de duas
marcas de vinho de mesa advindos dos roteiros enoturísticos: Caminho da Colônia no Rio
Grande do Sul e do Caminho do Vinho em São José dos Pinhais no Paraná. Após a
comparação, foi analisado o rótulo do Caminho do Vinho considerando os requisitos
legais que regem o setor. O procedimento considerou os pontos de vista fundamentais: o
qualitativo-icônico, singular-indicativo e o convencional-simbólico. Percebeu-se a
necessidade de reformulação do rótulo atual visando disponibilizar mais informações
sobre o produto a fim de promover a maturidade estético-funcional da peça gráfica.
Abstract
The article in question carries a semiotic analysis comparing the labels of two brands of
table wine coming roadmaps enoturísticos: Path of the colony in Rio Grande do Sul and
the Wine Road in São José dos Pinhais in Paraná. After the comparison, we analyzed the
label of the Way of the Wine considering the legal requirements governing the sector.
The procedure considered the fundamental points of view: the qualitative-iconic,
singular-indicative and conventional-symbolic. It was felt the need to recast the current
label aiming to provide more information about the product in order to promote the
maturity of the aesthetic and functional graphic piece.
1. Introdução
O Rio Grande do Sul é considerado o principal pólo produtivo de uva do país com
705 toneladas ao ano e o Paraná ocupa o quarto lugar com uma produção de 104,4 mil
toneladas ao ano, ou seja, 8,7% com relação a produção total. Deste percentual 54% é
destinado a indústria vinícola que dedica 77% da produção de vinhos para o vinho de
mesa (UVIBRA, 2008).
Em São José dos Pinhais – SJP, município da Região Metropolitana de Curitiba –
RMC, os pequenos produtores rurais encontraram no Turismo Rural da Agricultura
Familiar - TRAF uma alternativa para complementar a renda familiar (MAPA, 2006). A
Colônia Mergulhão está situada na região rural e é caracterizada pela vinicultura
artesanal, uma expertise familiar trazida por imigrantes italianos que ocuparam a região
no final do século XIX (MAROCHI, 2006). Em 1998, 29 propriedades localizadas nesta
área geográfica se uniram, com o apoio do poder público, para estabelecer uma unidade
de planejamento, conhecida como Caminho do Vinho (DEPARTAMENTO DE
TURISMO SJP, 1999). A partir de então, foi composta uma rota turística apresentando o
enoturismo como atrativo principal. No total são 12 são unidades produtivas rurais
concentradas na fabricação do vinho comum de mesa. O escoamento dos produtos é
realizado através da comercialização por estas famílias no próprio local de produção e
moradia. Assim, o enoturismo, uma atividade baseada no serviço, se transformou em uma
nova forma de sustentabilidade para estas pequenas propriedades rurais (ACAVIM,
2004).
A cadeia produtiva da uva rústica e do vinho artesanal originam produtos finais
que devem, assim como os produtos industrializados em grande escala, atender as
exigências legais para garantir segurança e manter qualidade ao consumidor. A marca, o
rótulo e a embalagem formam um conjunto de elementos essenciais para a transmissão de
conceito atribuído a um produto. O design destas peças deve ser interpretado como um
importante mecanismo de agregação de valor que pode contribuir para a construção de
uma imagem de qualidade e tradição. As peças gráficas devem herdar características da
unidade visual definida no planejamento estratégico de marketing do negócio. Pois é por
meio da percepção desta unidade que o receptor constitui a primeira impressão sobre o
produto, e como portadoras de um estilo gráfico, devem ser capazes de despertar a
atenção, incentivar a aproximação do público-alvo e transmitir uma imagem eficaz.
No entanto, como a maioria das peças de comunicação, estes elementos também
podem sofrer ações estético-funcionais ao longo do tempo e podem se tornar antiquados e
defasados, principalmente com relação as exigências estabelecidas pela legislação. Por
esta razão merecem devida atenção e uma constante revisão de seus componentes e da
sua estrutura visual. Fatores estes, que justificam a necessidade de realização de estudos
que visem melhorias nesta área e sirvam de base de apoio para investimentos em prol de
uma comunicação mais eficiente. (BRASIL, 2008)
A comunicação deve transmitir informações confiáveis ao consumidor, se adaptar
às recomendações impostas pelos órgãos reguladores vigentes e contribuir no processo de
decisão durante a escolha de um produto. Este processo possui a finalidade de tornar os
produtos da cadeia produtiva mais competitivos e mais adequados aos padrões de
mercado. Segundo o Plano de Desenvolvimento Preliminar/ APL de turismo ecológico e
Rural de Manaus (AMAZONAS, 2008) o design deve fazer parte da matriz de
gerenciamento da cadeia produtiva do turismo. O produto turístico deve primar pela
9º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design
Análise Semiótica Comparativa: Rótulos de Vinho de Mesa Artesanal de Pequenas Propriedades Rurais
2 Material e Métodos
O trabalho propõe realizar a análise estético-funcional do rótulo de vinho colonial
de duas diferentes marcas. A análise será comparativa e englobará o rótulo de um vinho
comum de mesa comercializado no roteiro turístico Caminhos da Colónia. Este roteiro
envolve alguns empreendimentos dos municípios de Caxias do Sul e Flores da Cunha no
Rio Grande do Sul. O outro rótulo a ser considerado faz parte da rota do turismo rural
conhecido como Caminho do Vinho situado na Colônia Mergulhão, município de São
José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba.
Por uma questão ética os nomes comerciais dos produtos analisados serão
mantidos em sigilo e, para distinguir os resultados, o trabalho fará menção somente à rota
turística do qual o produto se origina. A escolha de duas propriedades de áreas
geográficas distintas considerou em primeiro plano o tempo de experiência na produção e
segundo, na comercialização do vinho por meio do turismo. O propósito de se analisar
dois extremos, considerando o tempo de experiência tem a intenção de relacionar os
pontos em comum entre os objetos de estudo e detectar os diferenciais interessantes para
a inovação.
A base teórica considerada para a análise estética está fundamentada nos estudos
da semiótica moderna desenvolvidos por Santaella (2005) cuja vertente origina-se da
arquitetura filosófica de Charles Sanders Pierce. Segundo a autora para o procedimento
de uma análise semiótica deve-se considerar três pontos de vista fundamentais e
complementares:
a. Qualitativo-icônico: São analisados os aspectos qualitativos da embalagem que
são percebíveis e causam a primeira impressão no receptor. Estão inclusos nestes fatores
visíveis: a qualidade da matéria de feitura, as cores, as linhas, o volume, a dimensão, a
textura, a luminosidade, a composição, a forma e o design. Podem transmitir qualidades
abstratas como a sensação de leveza, sofisticação, fragilidade, pureza, severidade,
elegância, delicadeza, força ou monotonia, entre outros. Durante a primeira impressão
ocorre a associação automática e incontrolável de ideias icónicas, ou seja, aquelas que
ocorrem por meio de comparações e produzem sugestões de semelhança.
b. Singular-indicativo: A embalagem será analisada como algo existente em um
espaço e tempo determinados, ou seja, será considerada na sua relação com o contexto a
que pertence. Na tentativa de responder questões que estabeleçam os traços de identidade
como as indicações de origem, ambiente de uso, faixa de usuário a que se destina.
c. Convencional-simbólico: A embalagem é analisada segundo os padrões de
design e os padrões de gostos a que estes designs atendem. A identificação do poder
representativo relaciona os seguintes quesitos: Que horizontes de expectativas culturais
eles preenchem? valores culturais agregados, status cultural da marca e como o produto
3 Resultados e discussões
O layout dos rótulos dos vinhos de mesa originados no Caminho da Colônia são
diferentes entre os seus produtores e também diferem entre os tipos de vinho dentro desta
categoria. Devido a esta variedade, o artigo tomou como base comparativa o rótulo do
vinho tinto suave de mesa apresentado na fotografia 2.
Uma faixa apresenta uma foto de um cacho de uva indicando o insumo principal
do produto comercializado. Esta imagem é composta de apenas uma cor que reforça o
tipo de vinho contido no interior da embalagem. Uma cor específica foi escolhida para
indicar cada tipo de vinho de mesa: o vermelho claro para o rosado suave, o bordo para
tinto suave e o verde para o branco suave.
pode contribuir para que o cliente construa uma percepção de relação custo/ benefício
maior, o que despertaria uma sensação de falsa vantagem na aquisição do produto.
Ambos os rótulos analisados apresentaram a identificação da origem, indicando o
nome e o endereço do fabricante e do produtor, conforme o caso, assim como o país de
origem e a cidade. Contudo, apenas uma delas identifica a razão social e o número de
registro do estabelecimento junto a autoridade competente.
Os vinhos, vinhos licorosos, vinhos espumantes, vinhos aromatizados, vinhos de
frutas e vinhos espumantes de frutas fazem parte de produtos que não precisam por lei
indicar a data de validade mínima. Entretanto, a lei não esclarece se esta imposição se
aplica ao vinho artesanal e seus subprodutos ausentes de conservantes. O que torna
coerente indicar a expressão: “VALIDO ATÉ...” ou “VALIDADE...” acompanhada do
dia e do mês para produtos que tenham duração mínima não superior a três meses.
4 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Notas
1
QUARANTE, Danielle. Diseño industrial 1: elementos introductórios. Peru, Barcelona: Ediciones
CEAC, 1992. v. 1-2.
2
Esta Lei altera a Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997, que ‘institui o Código de Trânsito Brasileiro’, e
a Lei no 9.294, de 15 de julho de 1996, que dispõe sobre as restrições ao uso e à propaganda de produtos
fumígeros, bebidas alcoólicas, medicamentos, terapias e defensivos agrícolas, nos termos do § 4o do art.
220 da Constituição Federal.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS