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1. INTRODUÇÃO
Alguns pesquisadores afirmam que o fundador (dono da empresa) molda a cultura organizacional,
transformando-a um pouco à sua própria imagem e semelhança. Suas atitudes, comportamento, sua visão
do mundo e do próprio negócio, transformam a organização e vão lenta e gradativamente se impondo com
valores e crenças.
Para Schein, citado por Fleury (1996): “Cultura Organizacional é o conjunto de pressupostos básicos que
um grupo inventou, descobriu ou desenvolveu ao aprender como lidar com os problemas de adaptação
externa e integração interna e que funciona bem o suficiente para serem considerados válidos e ensinados
a novos membros como a forma correta de perceber, pensar e sentir, em relação a esses problemas”.
O tema empreendedorismo vem sendo discutido de forma muito ampla nas últimas décadas. Diversos
autores, tais como Dolabela, Filion, Pinchot e Drucker têm contribuído com pesquisas de diferentes
enfoques. Duas correntes principais tendem a conter elementos comuns na definição do termo: os
economistas, que associaram o empreendedor à inovação, e os comportamentalistas, que enfatizaram
aspectos atitudinais, como a criatividade e a intuição. Os economistas Schumpeter e Say dedicaram
atenção à criação de novas empresas e seu gerenciamento, enquanto que Weber e Macclelland dedicaram-
se aos aspectos comportamentais, na tentativa de definir um perfil do empreendedor. Para Say, todas as
realizações humanas constroem-se pela ação empreendedora de pessoas com capacidade de agir para
tornar reais seus sonhos e para transformá-los em visões.
Considerando que seja possível “formar” o Gerente-Empreendedor questiona-se o porquê de alguns
gerentes tornarem-se empreendedores e outros não. Se os gerentes encontram-se influenciados pela
mesma “cultura organizacional”, o que ocasionaria a não obtenção do resultado desejado? De que forma a
cultura organizacional tem influenciado o processo de qualificação do Gerente-Empreendedor?
4. CONCLUSÃO
As mudanças - sócio-político-econômicas e tecnológicas - ocorridas nas últimas décadas impactaram
profundamente o estilo de gestão das organizações e a sua cultura. A tendência dessas mudanças pode ser
comprovada em diferentes esferas.
As empresas modernas apresentam estrutura por unidades estratégicas de negócios. A burocracia deu
lugar à flexibilidade, a gestão por diretrizes, a simplicidade e a informação. A objetividade weberiana nas
funções foi substituída pela distribuição das atividades de acordo com as habilidades e o talento. Intuição,
criatividade e inovação foram somadas à razão e a lógica. Consequentemente o estilo de gerência mudou.
De centralizador e diretivo para uma ênfase na delegação e na participação. Exige-se a competência nas
relações interpessoais e ética profissional. Valoriza-se a capacidade de empreender, de inovar, de
compartilhar riscos e resultados. Ser o dono do negócio adquiriu novo significado e incorporou-se ao modelo
de gestão.
Em relação à prática da gerência, o estilo de gestão encontrado em muitas empresas, tem recebido duras
críticas por parte dos autores pesquisados. Principalmente no que diz respeito a sua função burocrática e de
controle. Além disso, as soluções imediatistas, o excesso de reuniões inoperantes, a falta de visão
estratégica, a maior ênfase nos resultados e baixo investimento nas pessoas representam uma visão
distorcida do posicionamento de um Gerente-Empreendedor.
Há opiniões bastante divergentes sobre a relação existente entre gerência, liderança e empreendedorismo.
Entretanto, os estudos realizados nas duas empresas apontam para o desenvolvimento do gerente-
empreendedor através de um processo de qualificação onde estejam presentes condições internas – de
caráter pessoal no sentido de uma autoqualificação, através do investimento na carreira, no saber, no saber
fazer e no saber ser. E condições externas – condições oferecidas pela empresa através do próprio trabalho
e dos investimentos em cursos de aperfeiçoamento profissional, que resultem em aplicabilidade prática e
permita uma reflexão permanente sobre a rotina.
O empreendedor possui características que o diferenciam e está empenhado em aperfeiçoá-las. É alguém
que quer aprender e busca o autoconhecimento e atualização em relação ao contexto em que atua. Ele
possui um conjunto de qualidades que pode ser considerado básico: Pensamento sistêmico – a capacidade
de considerar as várias áreas da empresa e suas relações umas com as outras. Competência intercultural –
a capacidade de compreender diferenças; Aperfeiçoamento contínuo e extensivo (educação continuada);
Padrões pessoais e de comportamento – o comportamento do Gerente-Empreendedor é notado pelos que
estão à sua volta e este é refletido para toda a organização por aqueles que influenciam.
A Cultura Organizacional é um fator importante no desempenho das pessoas dentro da empresa. Ao
entender as relações básicas contidas no interno das organizações (normas, rituais, políticas, relações de
poder, dentre outros) são possíveis compreender a ideologia dominante, presente explícita ou
implicitamente no discurso da organização e nas relações sociais ali presentes, clarificando alguns aspectos
ou ocultando conflitos latentes.
As estórias de sucesso e as melhores práticas internas ou externas à organização inspiram os gerentes e
seu comportamento. A influência da cultura na sua atuação profissional é notável e, em muitos casos, a
visão dos acionistas representa o modelo a ser seguido.
A empresa para tornar-se empreendedora deve mudar suas diretrizes e práticas básicas e assegurar a
coerência entre discurso e prática, o que significa uma profunda mudança cultural. Necessita ainda, investir
na cultura empreendedora, ofertando maior autonomia, estímulo à criatividade, à inovação e a
aprendizagem organizacional, orientando os gerentes a transformarem a si mesmos e à sua equipe na
busca permanente da excelência.
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