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2 TEMPORIZADORES

"Time is money"! Sem sombra de dúvida, tempo é dinheiro. Principalmente agora

em epóca de racionamento, é fundamental aproveitarmos bem o tempo de uso da
energia elétrica, o que gerará economia. Com este objetivo, apresentamos, neste artigo,
dois timers (temporizadores). Temporizadores ou "timers" são aparelhos que destinam
a ligar ou desligar alguma coisa depois de um tempo previsto. Podemos usá-los para
desligar uma televisão, acionar uma lâmpada de varanda, ou manter ativo um
ventilador ou motor, além de muitas outras aplicações que certamente muitos
encotrarão. O primeiro temporizador (timer) que descrevemos permite controle de
tempo que vão de alguns segundos até perto de 40 minutos, dependendo da qualidade
dos componentes. O segundo temporizador (timer) apresenta um circuito simples que,
com maior precisão tanto em intervalos curtos como longos, ativa um relé no final do
tempo programado, com facilidade da escala. Monte-os e aproveite melhor o tempo,
porque tempo é dinheiro !

1. TEMPORIZADOR SIMPLES

Um transitor unijunção, um diodo controlado de silício (SCR) e um relé formam a parte

básica deste circuito de grande utilidade. A alimentção que pode ser feito com tensões de 6
ou 9 V (de pilhas ou bateria), permite o uso portátil deste aparelho.
Sua capacidade de controle é de 2 A, o que significa aproximadamente 200 watts na rede
110V e 400 watts na rede 220V.
Todos os elementos usados são comuns, e uma chave seletora permite a escolha de três
faixas de tempo.
Um par de leds permite a monitoração do funcionamento, facilitando assim a operação da
unidade.
Montada numa caixa plástica campacta ela pode ser usada em infinidade de aplicações
práticas.

COMO FUNCIONA

O sistema consiste em um oscilador de relaxação, de freqüência muito baixa, com

transistor unijunção que, ao produzir o primeiro pulso, dispara um SCR.
O capacitor selecionado pela chave S3 carrega-se, então lentamente, pelo resistor R1 e
pelo pontenciômetro P1. Quanto maior for a resistência ajustada em P1, mais lenta será a
carga e maior será o intervalo de tempo conseguido.
Temos então em P1 o controle fino de tempo, enquanto que a escolha do capacitor
permite a mudança da faixa de tempo.
Quando o capacitor se carrega, a tensão em suas armaduras sobe, até se atingido o ponto
de disparo do transistor unijunção, que é dado pela relação intrínseca, multiplicada pela
tensão de alimentação, mais aproximadamente 0,6 volts.
Com o disparo, o transistor Q1 passa a conduzir fortemente a corrente, possibilitando a
descarga do capacitor e com isso a produção de um pulso de curta duração.
Esse pulso é aplicado à comporta do SCR. O SCR que, inicialmente se encontrava
desligado, passa a conduzir a corrente, alimentando assim a bobina do relé K1 que fecha os
seus contatos.
Uma característica do SCR é manter-se ligado mesmo depois de desaparecido o pulso de

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excitação. Assim, este temporizador é de ação única. O relé "liga" e assim permanece
indefinidamente. Para desativá-lo precisamos desligar a alimentação do aparelho em S2 e
novamente ligar para um novo ciclo.
Um par de contatos do relé é usado para alimentar os LEDs de monitoração, enquanto que
o outro par de contatos serve para controlar os contatos normalmente fechados (NF) como
normalmente abertos (NA). Na figura 1 mostramos como isso pode ser feito. Usando os
contatos NA (ligação em B e C) ao final do tempo ajustado no potenciômetro, a aparelhagem
externa liga e assim permanece.
Usando os contatos NF (ligação B e A) ao final do tempo ajustado no potenciômetro, a
aparelhagem externa desliga. A escolha do modo depende do usuário.

Montagem

Na figura 2 temos o diagrama completo do temporizador. Na figura 3 temos a montagem

feita numa ponte de terminais, versão indicada aos iniciantes que não sabem ainda realizar
suas próprias placas de circuito impresso.

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Os capacitores C1, C2 e C3 são eletrolíticos para 12V ou mais, de boa qualidade, pois se
ocorrerem fugas o tempo pode ficar alterado.
Os resistores são todos de 1/4 ou 1/8W e o relé é do tipo "Micro-relé" (Metaltex). O relé
original é de 6V, mas a alimentação pode ser feita com 9V já que existe uma queda no SCR.
Os leds podem ser um verde e um vermelho.
Para a conexão dos aparelhos controlados usamos uma barra de três terminais com
parafusos que será fixada na caixa.
Uma sugestão de montagem é dada na figura 4.
Com a ajuda de um relógio ou cronômetro comum pode-se fazer uma escala calibrada para
o potenciômetro, com fatores de multiplicação para as três posições da chave.
Na montagem, é muito importante observar as posições de componentes polarizados, tais
como diodos, transistor, SCR e LEDs, além das pilhas.

PROVA E USO

Para provar basta ligar S2 e acionar S1. Ao ligar S2 um dos LEDs deve acender.

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Dependendo da posição de S3 num tempo maior ou menor, o LED aceso apaga e o outro
acende (LED1) indicando o acionamento do relé.
Para rearmar a unidade basta desligar S2 e ligar novamente. Acione S1 para dar início ao
processo de contagem de tempo.
Não recomendamos a utilização de capacitores maiores que 1.000m para a obtenção de
tempos maiores, pois eventuais fugas podem prejudicar seu funciomento.

LISTA DE MATERIAL

Q1 - 2N2646 - transistor unijunção

SCR - MRC106 ou TIC106 apartir de 50V
Led1 - led vermelho comum
Led2 - led verde ou amarelo comum
K1 - relé Metaltex MCR2Rc1
P1 - 1MW - potenciômetro simples
S1, S2 - interruptores simples
S3 - chave de 1 polo x 3 posições
C1 - 10 mf - capacitor eletrolítico
C2 - 100 mf - capacitor eletrolítico
C3 - 1000 mf - capacitor eletrolítico
C4 - 220 mf - capacitor eletrolítico
B1 - 6 a 9 V - bateria ou pilhas
D1 - 1N4148 - diodo de uso geral

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R1 - 10 KW - resistor (marrom, preto, laranja)

R2, R4, R5 - 470 W - resistor (amarelo, violeta, marrom)
R3 - 47W - resistor (amarelo, violeta, preto)
Diversos: ponte de terminais, caixa para montagem,
botão para chave e potenciômetro, barra de terminais
com parafusos, fios, solda, suporte de pilhas ou
conector, etc.

2. TEMPORIZADOR LINEAR

Um problema de calibração existente em temporizadores (timers) comuns pode ser

contornado com um circuito interessante.
A escala do timer pode ser linearizada com maior precisão na determinação tanto dos
intervalos curtos como longos de tempo. Este simples temporizador ativa um relé no final do
tempo programado.
Um dos problemas existentes em projetos de temporizadores comuns é a não linearidade
da escala. De fato, a carga de um capacitor, princípio normalmente usado na maioria dos
circuitos, ocorre segundo uma curva exponencial em que temos maior precisão de ajuste para
os curtos intervalos e menor precisão para os longos intervalos, conforme sugere a figura 5.

Este comportamento faz com que, na maioria dos temporizadores tenhamos escalas não
muito cômodas para os ajustes de tempo. O que propomos neste circuito é algo diferente. O
nosso temporizador também funciona segundo o princípio citado: a carga de um capacitor. No
entanto, isso ocorre a partir de uma fonte de corrente constante.
O resultado é uma linearização desta carga, que se reflete na facilidade dos ajustes e na
própria elaboração da escala (figura 6).

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Os intervalos obtidos com o temporizador descrito podem chegar a pouco mais de meia
hora, dependendo dos componentes utilizados. Para uma aplicação em que tanto intervalos
curtos como longos são necessários, sugerimos acrescentar ao circuito uma chave seletora,
para troca de valores de componentes e assim obter diversas faixas de tempo.
O circuito é alimentado com uma bateria de 9V e o relé ativado pode controlar cargas de
correntes bastante intensas como por exemplo aparelhos eletrodomésticos alimentados pela
rede local com mais de 20 watts.

Características:
Tensão de alimentação ...................................... 9V
Consumo durante a temporização ....................5 mA
Faixa de tempo .................................0 a 30 minutos
Potência máxima da carga......................... 200 watts

COMO FUNCIONA

Para carregar um capacitor através de um resistor variável (P1) utilizamos um transistor que
funciona como fonte de corrente constante.

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Desta forma, com a fonte inicialmente desconectada e o capacitor C1 descarregado, a

corrente que flui pelo circuito tem um certo valor determinado pela polarização de D1. À
medida que o capacitor C1 se carrega e a tensão no coletor de Q1 aumenta, o transistor passa
a conduzir mais intensamente, de modo a manter constante o processo de carga.
Quando a tensão nas armaduras do capacitor atinge um certo valor, o transistor unijunção
dispara, e um pulso é aplicado à comporta do SCR. Este pulso é suficiente para disparar o
SCR, levando à plena condução e assim energizando a bobina do relé, que fecha seus
contatos.
Após a produção do pulso de disparo pelo unijunção, este componente desliga e um novo
ciclo de carga de C1 é iniciado. No entanto, o SCR não desliga, mantendo assim o relé
energizado.
Para rearmar o circuito é preciso desligar um momento a fonte de alimentação. E, para que
o processo de contagem de tempo comece do zero, é preciso descarregar completamente o
capacitor C1, o que se consegue pressionando o interruptor S2 por um instante.
O relé utilizado tem bobina para 6V, no entanto como existe uma queda de tenção de
aproximadamente 2V no SCR, a alimentação recomendada para um bom funcionamento do
relé é de 9V. Sugerimos o emprego de pilhas comuns e não de bateria, dada a corrente
relativamente alta que se necessita no momento em que o relé fecha seus contatos.

MONTAGEM

Na figura 7 temos o diagrama completo do temporizador. Como se trata de projeto bastante

simples, indicado aos não praticantes de eletrônica, iniciantes e estudantes, damos a versão
em ponte de terminais, mostrada na figura 8.

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O transistor Q1 pode ser substituído por equivalentes mas Q2 deve ser obrigatoriamente
um unijunção 2N2646.
O TIC106 preferivelmente deve ser o de menor tensão (50V) que custa mais barato e neste
caso não necessita de radiador de calor.
O diodo D1, assim como D2 pode ser o 1N4002 ou qualquer equivalente de silício já que
não se trata de componente crítico. O relé recomendado é o G1RC1 de 6V da Metaltex que
possui um contato reversivel.
Os resistores são todos de 1/8 ou 1/4W com 5% de tolerância e os capacitores eletrolíticos
devem ter uma tensão de trabalho de 12V ou mais.
P1 é um potenciômetro de ajuste de tempo e seu valor pode ser aumentado para 220KW ou
mesmo 470KW caso sejam necessários maiores intervalos de temporização. O valor de C1
recomendado é de 1000 mf.
Para a alimentação, sugerimos o uso de fonte ou então 6 pilhas pequenas ou médias.
O interruptor S1 pode ser conjugado a P1 enquanto que S2 é um interruptor de pressão
comum.

PROVA E USO

Ajuste P1 inicialmente para um tempo pequeno (menor resistência) e ligue S1. Em alguns
segundos você deve ouvir o estalo do relé que fechará seus contatos. Após o disparo,
desligue S1 e pressione por um momento S2 para descarregar C1.
Depois, tomando como base um cronômetro comum ou mesmo um relógio, vá obtendo
intervalos de tempo diversos e marcando os pontos correspondentes na escala de P1. A cada
tempo obtido desligue S1 e pressione S2.
Para usar o aparelho opere-o sempre na seguinte seqüência: ajuste o tempo, pressione S2 e
somente depois ligue S1.
Para ligar uma carga após o intervalo programado ela deve ser conectada entre B e C e para
desligar, faça sua conexão entre A e B.

LISTA DE MATERIAL

Q1 - BC558 ou equivalente - transistor PNP de uso geral

Q2 - 2N2646 - transistor unijunção
SCR - TIC 106 ou equivalente
D1, D2 - 1N4002 - diodos de silício
K1 - G1RC1 - relé de 6V

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P1 - 100 KW - potenciômetro
S1 - interruptor simples
S2 - interruptor de pressão
B1 - 9V - 6 pilhas pequenas ou médias
R1 - 47 KW, 1/8w - resistor (amarelo, violeta, laranja)
R2 - 120W, 1/8w - resistor (marrom, vermelho, marrom)
R3 - 100W, 1/8w - resistor (marrom, preto, marrom)
C1 - 100 mF a 1000 mF, 12 V - capacitor eletrolítico -
ver texto
C2 - 100 mF, 12 v - capacitor eletrolítico
Diversos: ponte de terminais, caixa para montagem,
suporte para pilhas, botão para o potenciômetro, escala
para o potenciômetro, terminais de saída para a carga
controlada, fios, solda, etc.

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