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ISSN 1981-9439
Com o objetivo de consolidar o debate acerca das questões relativas ao Direito e as Relações
Internacionais, o Centro de Direito Internacional – CEDIN - publica semestralmente a Revista
Eletrônica de Direito Internacional, que conta com os artigos selecionados de pesquisadores de
todo o Brasil.
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THE ENERGY GEOPOLITICS SINO-RUSSIA
The objective this paper is analyze geopolitics difficulties that were faced both
Russian and China for establish an energy integration between these countries in the
current decade, that direct influence to get directions in this strategic sector for two
nations, moreover of Japan, South Korea, North Korea and United States.
KEYWORDS:
*
Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mineral da Universidade Federal de Ouro Preto-UFOP - Campus
Morro do Cruzeiro, s/n° - Ouro Preto/MG – Brasil. Cep: 35.400-000
Phone/Fax: 31 – 35591481 – e-mail:leotoges@yahoo.com.br
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A GEOPOLÍTICA ENERGÉTICA SINO-RUSSO
RESUMO
PALAVRAS-CHAVES:
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INTRODUÇÃO
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Figura 02 – Os maiores consumidores mundiais de petróleo entre 1998 -2008.
Talvez o motivo mais importante para as atuais dificuldades que existem nessa
relação bilateral é que os dois países têm regimes mercantis e autoritários, que não
consideram a energia como qualquer coisa comprada e vendida em mercados livres,
sendo uma estratégia político-econômica que poderá ser utilizada pelo Estado.
Portanto, todos os aspectos do desenvolvimento, venda e/ou compra de energia servem
primeiramente à política do Estado e/ou objetivos estratégicos para depois atenderem a
critérios ou objetivos de mercado. Por isso, esta relação energética é para a Rússia e
para a China um aspecto fundamental de suas políticas de segurança nacional. Ou, como
o primeiro ministro indiano Manmohan Singh disse ao Financial Times, ‘segurança
energética é nossa segunda prioridade no plano de ações somente ficando atrás da
segurança alimentar’ (LUCE, 2004).
Uma vez que o Estado se torna o principal ator, políticas (de vez em quando
geopolíticas) sobrepõem os mercados. Na verdade, alguns analistas acreditam que uma
solução energética para Japão, Coréia do Sul e do Norte e China, utilizando energia
russa, iria diminuir as tensões geo-estratégicas do nordeste asiático, além de servir como
um mecanismo de resolução de conflitos (SHOICHI; IVANOV; DAOJIONG, 2005,
p.121-142). Essa certeza aplica-se a energia, dado as grandes apostas por ambos os
países em se conectarem através do fornecimento ou obtenção de petróleo, gás,
eletricidade e energia atômicai.
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observar que a política interna russa é dividida nesse assunto, e o mesmo se dá na China
e Japão. De fato, cada um desses dois governos adotam uma forma de enfrentamento
perante a política russa. Shoichi Ito, Vladimir Ivanov and Zha Daojiong escrevem:
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Figura 03. Proposta de Integração do Governo Russo com o Cazaquistão e China
através da implementação de gasodutos e oleodutos.
Fonte: KHAN, Hamayoun. China’s Energy Drive and Diplomacy. Shanghai Institutes
For International Studies, International Review, outono de 2008.
A segurança energética tem tornado uma prioridade urgente para Pequim, por
varias razões. Assuntos de segurança energética e confiabilidade de acesso são vitais à
economia, e assuntos estratégicos também se entrelaçam com a política interna e
políticas econômicas, abrindo questões sobre as forças armadas chinesas terem
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capacidade de conduzir operações militares. Na verdade, as necessidades de garantir a
segurança energética, por exemplo a abertura do estreito de Málaca, e evitar que os
Estados Unidos ou outros países iiiimpeçam a circulação de importação de energia por
parte da China, são fatores que direcionam a modernização militar chinesa a longo
prazo (SHAMBAUGH, 2005, p.77-78). Obviamente a China, como um grande
importador de energia, tem que possuir forças armadas capazes de contribuir na
confiabilidade do suprimento de gás, petróleo e eletricidade a qualquer momento
(SPEED;LIAO;DANNREUTHER, 2002).
Fonte: ROSEN, Daniel H; HOUSER, Trevor. China Energy- A Guide for the
Perplexed. Peterson Institute for International Economics: 2007.
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O medo da China é que a vulnerabilidade energética possa dar aos Estados
Unidos, uma grande oportunidade de “limitar” a China, podendo interromper as fontes
vitais de energia. De fato, o presidente do Banco Mundial, ex- deputado norte-
americano e ex-Secretário de Estado Robert Zoellick disse que se a China prosseguir
com os contratos de energia com o Irã promoverá um risco de conflito com Washington.
(ZHAO, 2004), o que demonstra os limites norte-americanos à diplomacia petrolífera
chinesa.
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BLANK, 2006). Nesse período, a China iniciou a sua própria reserva estratégica de
petróleo e negociou grandes contratos de energia com Austrália, Arábia Saudita e Irã.
Concluiu negociações com um consórcio internacional para desenvolver navios para
transportar gás natural no gigantesco gasoduto chinês oeste-leste, vindo de
Xinjiang(leste do Turquistão) para Shanghai(China). A presença chinesa nessas
oportunidades fazem com que se posicione em igualdade de condições nas disputas
pelas explorações gasíferas na Ásia Central(HSIEH,2002 apud BLANK,2006). Esse
gasoduto deveria está concluído e bombeando energia da Ásia Central para o interior e
costa da China. A construção do gasoduto de Atasu-Alashankou(Kazaquistão-China),
que é parte do gasoduto da Aktyubinsk para Alashankou, está igualmente atrasado.
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Rússia está, também, determinada a manter o controle absoluto sobre as empresas de
energia(recursos estratégicos) para poder ter a capacidade de influenciar os preços a seu
favor ao criar um oligopólio dos produtores de gás.
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na Petrokaz, uma empresa do Cazaquistão e Canadá com explorações no Cazaquistão, e
demonstra o aumento do interesse em participar num gasoduto, proveniente do
Turcomenistão o que atravessaria o Afeganistão e Paquistão, ainda que ele seja relutante
em permitir que haja suprimento de petróleo ou gás ao Paquistão. (BLANK, 2006).
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preços que a China tem reivindicado, as relações ainda são considerados tensas. Como
Mikal Herberg da Agência nacional de Pesquisa Asiática, testemunhou no comitê de
relações exteriores do Senado norte-americano em julho de 2005:
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fornecimento com preços acessíveis. Ao mesmo tempo, a China também investe
pesadamente na construção de redes de gasodutos e oleodutos no seu território e no
exterior para controlar os carregamentos de petróleo e gás da Ásia Central, Golfo(se eles
forem por via terrestre) e Rússia (HERBERG, 2004, p. 271-276).
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Para a China, a Rússia é o principal parceiro na interação
estratégica. Isto é porque enquanto reforçamos nossa interação
estratégica, nós podemos focar nossa atenção nos esforços para
atingir durabilidade, estabilidade e a comunhão dessas
relações, enfatizando seus próprios recursos, orientando em
direção ao mundo e estando no mesmo passo (BLANK, 2006,
p.10).
CONCLUSÃO
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NOTAS
i
Os dois países anunciaram o aumento dos investimentos no setor energético como
forma de enfrentar a crise econômica mundial, existem contratos no gás natural e
energia nuclear que deverão ser implementados e novos acordos que devem ser
assinados disse o President Hu Jintao (China Daily, China, Rússia to boost co-op in
finance, energy - 03 de abril de 2009).
ii
A Petrochina assegurou a participação de 45,5% da SPC ao acordar no pagamento de
1 bilhão de dólares à Singapore Petroleum Company, sendo a primeira grande aquisição
de uma empresa chinesa offshore de uma downstream energy company (Financial
Times, PetroChina secures 45% SPC stake - 24 de maio de 2009).
iii
Navios de guerra chineses, com a missão de proteger embarcações e tripulações da
China dos piratas do Mar da Somália, partirão nesta sexta-feira, 26, armadas com tropas
de elite, helicópteros e a intenção de partilhar informações com outros países que atuam
na área. (Jornal Estado São Paulo - 23 de dezembro de 2008)
iv
A china participará com 60% do total do investimento na mina de carvão em
Queensland na Austrália orçado em 5,15 bilhões de dólares com previsão de explorar
1,4 bilhão de toneladas de carvão em 25 anos. (Financial Times, chinese miner backs
$5bn australian coal deal – 27 de maio de 2009).
v
A Petrochina e a Sinopec anunciaram a compra da empresa Siriana Tanganyika
Petróleo por 2 bilhões de dólares, valor superior ao oferecido pela a Companhia
Nacional Indiana de Petróleo e Gás (China Economic Review, Sinopec buys Syrian oil
assets – 26 de setembro de 2008).
vi
A estratégia da China é investir em países em desenvolvimento, e tem investido
substancialmente em hidrocarbonetos( recentemente a China assinou um contrato com
o Brasil de empréstimo de 10 bilhões de dólares em troca do fornecimento de 200 mil
barris por dia de petróleo a ser extraído da camada pré sal), mostrando o
interesse,motivado pela sua própria demanda energética (Chinese investment rises in
Latin America - China Daily – 28 de maio 2009).
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vii
A Rússia lançou o projeto de 22 bilhões de doláres de Gás Natural Liquefeito(GNL)
em Sakhalin( uma ilha no pacífico), abrindo uma nova fronteira de suprimento de
energia para a Ásia e para a América do Norte, seguindo a orientação do Kremlin de
diversificar os mercados importadores de energia. A inauguração do projeto Sakhalin-2
acontece depois de anos de atrasos e disputas políticas sobre o controle do
empreendimento em que a Royal Dutch Shell foi forçada a vender o controle para a
Gazprom, estatal russa que possui o monopólio do gás, no auge da participação do
Kremlin na retomada do controle no setor energético em 2006(Financial Times, Russia
opens new enegy supply front to Ásia – 19 de fevereiro de 2009).
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