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DIREITO DAS SUCESSÕES

26/02/2008

SUCESSÃO – significa substituição - SUB + CEDERE

Na visão clássica de Relação Jurídica se dá entre Sujeitos ativo e Sujeito passivo


(coletividade).
Sa – Sp

O
A sucessão aos herdeiros é subrogação objetiva, portanto, é uma pessoa que substitui a
outra na relação jurídica, subroga-se os poderes. Não é o objeto que é transferido para outra
relação jurídica.
03/03/2008

Origem: O Direito sucessório nasceu com finalidade religiosa. Sucessão Deuses-lares.

Unidade I

I. Princípios Gerais do Direito Sucessório:

a) Princípio da abertura da sucessão: No linguajar a sucessão se abre,


portanto, abre-se a sucessão com a morte.
Não depende do processo, inventário, partilha, etc. É a simples morte que
abre a sucessão.
Abrir a sucessão é diferente de abrir o inventário.
O critério para abrir a sucessão é a certidão de óbito. No processo a certidão
de óbito deverá vir depois da procuração.

Regras básicas de Direito Sucessório:

1. No direito, não há herança de pessoa viva.

2. Art. 426, C.C.B./02 – “não pode ser objeto de contrato a herança de


pessoa viva” – será nulo, ou seja, não poderá constar no contrato
“objeto” que possa ser herdado.

3. Herança de pessoa viva não faz direito adquirido, faz mera e simples
expectativa de direito.

Direito Adquirido X Expectativa de Direito


↓ ↓
D. Pretensão Não tem pretensão
↓ ↓
D. Ação Não tem ação (nem é possível admitir o pedido)
Exceções: Sucessões provisória e definitiva
Ausência: art. 22-39
Morte Presumida: art. 7º

b) Princípio da transmissão da herança:

1. Quando se dá a transmissão?
→A transmissão se dá de imediato após a morte. Art. 1.784 c/c art. 1.791,
parágrafo único, C.C/2002 - ...herança, desde logo...
No C.C. de 1916, art. 684 c/c art.1.572 - ...transmite os bens aos herdeiros
legítimos e testamentários.
Conforme o art. 80, C.C./2002 – são imóveis os bens: “ o direito à sucessão
aberta”.

A herança se transmite de imediato até a abertura, inclusive posse e propriedade


de todos os bens de forma uma e indivisível regendo-se como condomínio até a
partilha.

2. Como?
→Abre-se a sucessão conforme a lei vigente à época da abertura.
Ex: antes de 11/01/03 será o Código Civil de 1916, após será o Código Civil de
2002.

3. Onde?
→Domicílio do de cujus.
Competência: último domicílio do de cujus.
Art. 1785, CC; art. 70, CC; art. 96, CPC; art. 5º, XXXI (vale a lei mais
vantajosa)

4. Quem?
→Herdeiros legítimos e testamentários, conforme art. 1784, CC
Herdeiro necessário: descendentes, ascendentes e cônjuge (herdeiro que tem
preferência).
No C.C/ 1916 era herdeiro necessário somente os descendentes e ascendentes.
No RS o companheiro é considerado, pela maioria, herdeiro necessário.

Legítima: reserva do patrimônio do de cujus que deve ir para no mínimo um


dos herdeiros necessários.

50% Herança – “espólio”


50%
→ Metade da herança é chamado de legítima e é reservado ao herdeiro
necessário.
• O cônjuge concorre com os outros herdeiros necessários (descendentes e
ascendentes) – Não esquecer da Meação!!!

Exemplo de comunhão universal de bens

50% Legítima

50% Meação – “esposa”


50% Herança

Comoriência: simultaneidade do óbito.

Ex. 1:
Avô------Avó

Filha – 1ª a falecer = 1ª sucessão (patrimônio de R$200.000,00)
↓ ↓
neto neta – 2ª a falecer = 2ª sucessão (patrimonio de R$50.000,00)
• Na primeira sucessão metade do patrimônio para cada filho, ou seja, 100
Não são todos paraos“neta”
bens epatrimo-niais
100 para o “neto”.
que são transmitidos.
• Na segunda sucessão a “neta” tem patrimônio de 150 (100 herdado da
 D. Obrigacional
mãe+50 patrimônio dela). Herda o patrimônio os avós, sendo 75 para cada.
 D. Reais
Ex.
↓ 2:
- Usufruto1ª a falecer é a “neta” (50)
- Uso 2ª a falecer é a “filha” (200) + 50 herdado da “neta” = 250 que será herdado
exemplo:pelo filho.
caseiro
- Art. 520, C.C./02
Ex. 3:
Exemplos:
1)Bem • em condomínio:
O legista não tem comoprefe-
verificar quem morreu primeiro. Neste caso, usá-se
rência dea comoriência,
venda do imóvel. Os tanto faz qual sucessão abre primeiro.
sendo assim,
filhos não levamda oNeta-
Sucessão direito
Avó de(25) e Avô (25)
preferência se um dos condô-minos
Sucessão da Filha- Filho (200)
quiser vender a sua parte.
2)Aluguel de imóvel - transfere, ou
subloca, ou paga a recisão 10/03/2008
contratual (multa).
5. O que vai ser transmitido? Direitos que não se
Se o dono quiser vender o imóvel transmitem:
os herdeiros não terão direito,  D. da Personalidade
rescindindo o contrato.  D. Fundamentais
3) Promessa de compra e venda-  D. Políticos
pré-contrato – transmite.  D. de Família puro.
 D. Família
 D. Sucessões
II. Legitimidade Sucessória ou Capacidade para suceder: (≠ de capacidade civil)

É a faculdade atribuída a um ou mais herdeiros para receber a herança.


Art. 1.798, C.C./2002 – Regra geral
Princípio da co-existência (Critério): tem que ter “habitado” com o de cujus ou no
ventre materno (nascendo com vida).
Exceções: Nascituro e concepturo → Expectativa de direito

1) Nascituro: art. 2º, C.C.


Exemplo:

====

Patrimônio de R$300.000
[ ] Nascituro (300.000 reservado
até nascer)

- Nasce com vida e morre logo em seguida a mãe herda.


- Não nasceu com vida os pais do de cujus herdarão (150.000 para cada). Não abre a
sucessão do Nascituro.
2) Concepturo: (que está para ser concebido) art.1798, C.C/2002
No testamento deverá constar o nome do pai e da mãe.
Não poderá ter sido concebido antes. Pai e mãe vivos na abertura da sucessão.
(art.1799, I, C.C/2002)
Exemplo: Avô deixa herança para os netos que serão concebidos.
Não precisa ser netos, podendo ser filhos de casal de amigos.
Prazo: 2 anos (para mulher engravidar) contados a partir da abertura da
sucessão.(art. 1.800, §4º, C.C/2002)
• Alguns doutrinadores dizem que o testador pode alterar o prazo, porém é
errado, pois o prazo é decadencial.
O prazo não pode ser alterado porque é de interesse público.
OBS: Direito material → decai – prazo decadencial: não suspende e não
interrompe (somente 1vez)
Direito processual (direito de ação)→ prescreve – prazo prescricional:
admite suspensão e interrupção.
17/03/2008

3) Pessoa jurídica: art. 1,799, II, C.C./2002


→Não é comum, mas é possível deixar através da herança.

III. Indignidade e Deserdação:


Penas cíveis atribuídas aos herdeiros.

• Indignidade: é a principal forma de excluir um herdeiro. Art.1814, C.C.


São três os atos que os herdeiros não devem cometer:
1) Homicídio doloso contra o titular, cônjuge/companheiro, descendentes e
ascendentes. Pune-se também a tentativa e a instigação ao suicídio
Não exige sentença penal transitado em julgado, nem denúncia.

2) Crime contra a honra:


- Injúria
- Calúnia
- Difamação
Contra:
- Titular
- Cônjuge/ Companheiro
Mediante queixa ou representação. Cabe exceção de verdade.

3) Impedimento da disposição dos bens:


⇒ Somente o Titular impedido em vida de dispor de seus bens.
- Fraude
- Violência
Ação de indignidade: somente recebida após a morte (abertura da
sucessão).
Procedimento especial.
Competência: Vara de Família e Sucessões.
Legitimidade: qualquer um dos herdeiros.
Prazo: 4 anos ( art. 1.815, C.C.) – Prazo prescricional
Efeitos:
1. Exclusão da Herança
2. Efeitos pessoais (condenação cível)
3. Não poderá usufruir, nem administrar.
4. Não cabe sucessão eventual.

Exemplo:

(½) → Afastado, não podendo administrar, nem usufruir.


→ Os descendentes herdam.

Exercício:
Celso, viúvo, falece em 10/03/2007, por homicídio doloso cometido por seu primogênito.
Celso deixa como herdeiros apenas seus dois filhos: Handel e Adler.
Foi proposta denúncia pelo MP na data de 25/05/2007 e ainda não há sentença
condenatória.
O processo de inventário foi aberto em 15/04/2007 no qual Handel foi nomeado
inventariante, tendo em vista que Adler é menor impúbere com 5 anos de idade. Não há
testamento conhecido. Celso deixa entre móveis e imóveis um patrimônio de R$ 30.000,00.
Levando em consideração o caso responda de forma fundamentada e citando o basamento
legal.
a) Adler possui algum direito de ação para receber sozinho a herança? Qual?
⇒ Sim, tem direito ação – Ação de indigno. Art. 1.814, I c/c art. 1.815
b) Qual o prazo que dispõe Adler para promover a ação? Contando a partir do quê?
⇒ 4 anos a partir da abertura da sucessão. Porém, o prazo decadencial e prescricional não
recai sobre o menor, sendo assim, será contado a partir da capacidade relativa (16 anos) -
Art. 1815, parágrafo único c/c art. 3º, art. 198, I e art. 208.
c) Caso Handel tivesse filhos estes seriam chamados a suceder?
⇒ Sim, pois os efeitos são pessoais. Art. 1.816, caput.
d) Teria Handel direito de administrar os bens que recaíssem sob o patrimônio de seus
filhos menores?
⇒ Não, pois não poderá administrar e usufruir os bens herdados pelos filhos. Art. 1.816,
parágrafo único.
e) Sabendo que entre os bens há um apartamento alugado quem teria direito aos aluguéis
auferidos pelo espólio no período. Por quê?
⇒ Sim, teria direito. Para tanto, Handel deverá devolver os valores do aluguel até a
sentença declará-lo indigno. A sentença tem efeito declaratório, retroagindo seus efeitos até
a abertura da sucessão.
18/03/2008

Reabilitação de indigno: somente o Titular da herança pode reabilitar o


indigno.
“Ato solene”. Art. 1.818

 Expressa
→ Testamento – Deve ser depois do fato, antes da morte, devendo ser
prevista a reabilitação no testamento. Ex. “Reabilito-o, ... perdoando pelo
fato do dia tal...”
Acaba a reabilitação com outra ação não prevista.
Sendo prevista a reabilitação acaba com o direito de ação dos demais
herdeiros e procedência da ação de indigno.
→ Escritura pública

 Tácita: somente por testamento. Não perdoa totalmente. Este não dispensa a
ação de indignidade.
O testamento com reabilitação tácita poderá excluir, na ação de indignidade,
o “indigno” do direito aos bens restantes.

• Deserdação: art. 1.961


Necessariamente deverá ter testamento, pois sem ele não há deserdação.
Somente quem deserda é o Titular, o testamenteiro.
Função: Existe para excluir um herdeiro necessário da legítima.
É necessária ação de deserdação para que produza efeito, declarando o
deserdado. O testamenteiro poderá prever em cláusulas especiais
descrevendo o fato ocorrido.

25/03/2008
Nas cláusulas do testamento deverá constar o porquê e provas para facilitar a
ação de deserdação futuramente promovida pelos outros herdeiros.
Causas que levam a deserdação:
I - Mesmos casos de indignidade (art. 1.814)
II - Ofensa física dolosa (art. 1.962)
III - Injúria grave (injúria + violência)
IV - Relação ilícita (não é apenas e somente relação sexual e, sim, qualquer
ato ilícito).
V - Desamparo ($): desamparar economicamente vítima de alienação
mental ou grave enfermidade (requisitos do tipo).

Exemplo: Poderá pagar a clínica e nem visitar. Não estará desamparando,


não poderá alegar desamparo. Poderá comprovar com comprovante de
pagamento e testemunha como a enfermeira.

Testamento é ato personalíssimo!!!


Como alguém com alienação mental poderá fazer o testamento?
Somente recobrando a sanidade total ou temporariamente poderá fazer o
testamento. Somente terá valor se tiver capacidade plena no ato do
testamento.

Exemplo: o pai era um louco e recobre temporariamente a sanidade. Faz o


testamento deserdando um filho que é o mais atencioso. Volta insanidade e
nunca mais se recupera, ficando sujeito a deserdação, pois o pai testamentou
o fato e não fez em tempo hábil o perdão.

Ação de Deserdação: herdeiros poderão promover a ação ou o


testamenteiro deverá fazê-lo.

Prova (fatos)→ os herdeiros têm o ônus da prova, pois são os que se


beneficiarão com a sentença de deserdação do outro. O testamenteiro não
tem ônus de provar.
Somente recuperando a sanidade mental para deserdar por testamento,
especificando o fato.

Prazo: 4 anos para promover a ação de deserdação contados a partir da


abertura do testamento ou a partir da apresentação em juízo do testamento.
Prazo decadencial (consome um direito)
O prazo começa a contar da abertura do testamento porque o herdeiro só
saberá que tem direito de ação quando abri-lo. Não podendo corromper um
direito decadencial sem ter ciência para fazer uso.

Erro (ausência) do Código Civil:


1) Não tem a deserdação do cônjuge ou companheiro.
Exemplo: O filho tem caso com a madrasta. Ele será deserdado e ela não.
2) Não prevê os efeitos que causam a sentença de deserdação.
Aplicar-se-á os mesmos efeitos da sentença de indignidade, retroagindo a
data da abertura da sucessão.

Reconciliação: não é possível perdão ou reconciliação que não seja da


mesma forma pela qual a deserdação é feita, ou seja, por testamento. Nem
mesmo por escritura pública ou é feita uma revogação do testamento que
deserda ou um novo testamento perdoando explicitamente. Não pode ser
reformado, ser feito adendo.

IV. Aceitação e Renúncia:

Aceitação: A aceitação teve muita importância num determinado momento no direito


sucessório em que a transmissão da posse e da propriedade dos bens não era imediata.
A aceitação era um ato solene, pois até a pessoa não fazer a aceitação não era tida
como herdeiro.
Hoje em dia, a posse e propriedade se transmitem de imediato. Criou-se a presunção
de que a aceitação, a princípio não tem muita importância. A renúncia é que tem
importância, ou seja, se não renuncia é porque aceita a herança.
A aceitação como ato perdeu um pouco a importância, sendo, hoje em dia, de forma
mais tácita. Porém, existe alguns casos específicos em que a aceitação é necessária.
Possibilidades de aceitação:

Expressa: o herdeiro diz expressamente que aceita. Art.1.805


1. Em cartório, por instrumento público, chamado escritura pública de aceitação de
herança. (com custas, em qualquer cartório)
2. Quando já houver inventário aberto: no cartório faz o aceite por termo nos autos
no processo de inventário. (sem custas)

Tácita: atos que indicam de maneira clara que o herdeiro aceitou. Ex: deu entrada no
processo de inventário. Está administrando os bens do de cujus.

Presumida: art. 1.807


É necessário saber se o herdeiro aceitou ou não, pois o herdeiro não se manifestou de
qualquer maneira.
É promovida uma ação judicial especial para saber se herdeiro aceita ou não a
herança. É chamada actio interrogatoria com a função de questionar o herdeiro se
aceita ou não, provocando-o a cometer um ato.
Exemplo: Devedor - tem interesse em pagar e quer saber para quem.
Prazo: 20 dias da abertura da sucessão poderá propor a actio interrogatoria.
O juiz fixa 30 dias contados do despacho, na prática são 60 dias. Se os herdeiros não
responderem o juiz aceita presumidamente na sentença.
Em regra, entra com a actio interrogatória e ação de depósito judicial. Determina que
em 60 dias seja aberto o inventário, nomeado o inventariante determina que retire os
valores após prestar compromisso no inventário.

Abertura da → Actio Interrogatória → Juiz despacha → espera + 30 dias para


Sucessão (20 dias) (30 dias) manifestação dos herdeiros

Quem pode aceitar:


 Herdeiros
 Procurador do herdeiro – se tiver poderes expressos.
 Sucessor do herdeiro – se o herdeiro não teve tempo de praticar nenhum ato.
Exemplo: Avô (morre) - Mãe (morre antes do aceite) – Filha (aceita em nome
da mãe). Esta não será herdeira e sim aceitar em nome dela. Será aberto a 1º
sucessão e depois a 2º.
 Credor do herdeiro – aceita pelo herdeiro renunciante. Art.1.813
Exemplo: Credor tem direito a receber do herdeiro (50.000). Este renuncia a
herança (100.000), aquele pode aceitar pelo herdeiro renunciante. Isto é até os
limites do crédito, ou seja, o credor só receberá os que lhe é devido (50.000) e
o restante é perdido, pois o herdeiro renunciou a herança.
Efeitos da aceitação:

1. Irretratável, ou seja, não poderá dizer que houve engano.


2. Irrevogável, pois não poderá renunciar depois de aceitar.
3. A aceitação deve ser pura e simples, não admite condição ou termo.
4. Hoje em dia é desnecessário o termo/expressão: “...aceito herança de Fulano
a benefício de inventário”. Isto porque se a herança tinha mais dívidas do
que crédito o herdeiro poderia optar por: Aceitar pura e simplesmente ou
aceitar somente se o inventário desse positivo, aceitando “a beneficio do
inventário”. Hoje em dia isso perdeu sentido, pois se der negativo ninguém é
obrigado arcar com nada.
31/03/2008

Renúncia: A renúncia é o ato efetivo pelo qual se define a condição de herdeiro em


larga medida. Entende-se que se o herdeiro não renunciou foi porque aceitou.
Características: tem que ser expressa (escrita) e explicita (bem determinada). Não
existe renúncia tácita.

Formas:
 Escritura Pública: em qualquer lugar, mas tem custas.
 Termo nos autos: na comarca onde corre o processo e não tem custas.

Quem pode renunciar:


 Herdeiro (titular do direito)
 Procurador ou mandatário: deve ter poderes específicos expressos na
procuração feita através de instrumento público. Para renunciar é necessária
outorga do conjuge.
Outorga: Uxória (mulher concede ao marido)
Marital (marido concede a mulher)
Obs: o bem que vem de herança não comunica nos bens do casal, porém é
necessária a outorga do cônjuge na renúncia. Art. 1647, I c/c art. 80, II
Para cessação de direito de bem imóvel é imprescindível que seja por
instrumento público.
Na união estável os TJs de todo país acreditam que é desnecessária outorga do
companheiro pelo art. 1725 , exceto o TJ-RS que acredita ser imprescindível a
outorga. Independente de estado deve-se pedir a outorga.

⇒A renúncia, da mesma forma que a aceitação, deve ser pura e simples, ou seja, não
admite condição e prazo. É irretratável e irrevogável. Art. 1.812- a renúncia é
definitiva.
⇒Só é admitida a renúncia se não prejudicar menor.

Efeitos da renúncia:

a) A parte da herança renunciada acresce aos herdeiros da mesma classe.

Avó (morre)
 
1ª classe 50% Filha Filho (renuncia) 50%
 
2ª classe neta neto → ficam sem nada!!!

Fica com 100%

Se o renunciante for o único daquela classe devolve-se a parte renunciada


aos herdeiros da próxima classe.

Exemplo 1.
 morre (100)
 
1ª classe morre   renuncia
 
2ª classe 50%  50%
quando abre a sucessão

Exemplo 2.

 morre (100)
 
1ª classe morre   renuncia
   
2ª classe  
↓ ↓ ↓ ↓
25 25 25 25

⇒ Se for o único da classe serão chamados os herdeiros da próxima classe.

⇒ Filho reconhecido posteriormente recebe herança!!! Aplica-se a primeira


regra - da parte renunciada acresce ao herdeiro da mesma classe. Sendo assim, a
segunda classe não será chamada.

Exemplo 3.
 morre (100)
 
1ª classe morre   renuncia
   
2ª classe  
Após a abertura da sucessão – herda !!!
Viva um minuto da abertura da sucessão irá herdar.

b) Falecendo o herdeiro renunciante os seus sucessores não herdam por


representação. Art. 1.811, C.C.
⇒ Renunciou e faleceu depois não dá aos herdeiros o direito de aceitar em
seu lugar herança que ele renunciou.
Os sucessores irão receber a herança que ele deixou, mas herança que ele
renunciou do avô não irão receber.

c) Quem renuncia pode escolher entre a herança testamentária, a legítima ou


ambas.

d) Quem renuncia não está privado da administração ou do usufruto dos bens


que recaírem sob seus representados.
⇒ É aparentemente contrário aos efeitos da indignidade/deserdação.
Aqui penaliza renunciando, porém aqui pode administrar os bens.

Diferenças entre:

Renúncia: o herdeiro renuncia e não escolhe para quem vai os bens que
renuncia. Regras dos efeitos da renuncia. Se escolher ele não renunciou, ou
seja, ele fez uma renúncia translativa ou fez uma cessação de direitos
hereditários. A diferença são os sujeitos. O que muda é o termo técnico para
saber para que abriu mão da herança. A renúncia pura é sempre gratuita, não
paga imposto de transmissão. A transmissão é onerosa quando está fazendo
uma cessão de direitos. Se a transmissão for gratuita entende-se como
doação.

 Renúncia translativa: abre mão de direito em prol de outro herdeiro.


Aqui não renuncia na verdade aceita e transmite a herança para outro
herdeiro.
 Cessação de direitos hereditários: abre mão de direito em prol de
terceiro.
Ambas pode ser:

Onerosa – valor fixado pela herança, apresentado no inventário, por


instrumento público (bem imóvel). Os formais de partilha sairá diretamente
no nome de quem irá receber.
Gratuita – entende-se como doação. Limite da doação é 50% sobre total do
patrimônio da pessoa.
Exemplo:
 → morre (patrimônio de 100.000)

(patrimônio de 200.000)  → renúncia translativa gratuita = DOAÇÃO

(50%)
200.000 + 100.000 = 300.000 ÷ 2 = 150.000 (50% do patrimônio da
pessoa)

⇒ Neste caso ela poderá doar tudo o que recebeu de herança, ou seja, os
100.000 herdados. O limite de doação é de 150.000.
Não é 50% do que recebeu da herança e sim 50% do patrimônio. Isto para
não reduzir a insolvência.

V. Herança Jacente e Vacante:

1. Não há herdeiros conhecidos.


Vacância
2. Todos os herdeiros conhecidos renunciaram ou são indignos.

Processo de vacância:

1ª fase: nomeação de curador (presta compromisso) - art. 1.143, CPC


⇒O juiz ao tomar conhecimento da vacância, via de regra, esse procedimento é aberto
por solicitação do próprio juiz, ou por pedido do MP, ou pedido do procurador do
Município, do Estado ou da União (é mais comum).
O juiz recebe o pedido, nomeia o curador que presta compromisso.

2ª fase: Arrecadação dos bens. art. 1.142, CPC e art. 1.151, CPC
Fase mais complicada, pois não se desenrola exatamente como está previsto no CPC.
Na lei, o curador e o juiz vão até o local onde se encontram os bens e fazem uma
relação dos bens do falecido, lavrando um auto circunstanciado (peça importante da
vacância). Descrição dos bens com valores aproximados.
Na prática, o curador e o oficial fazem a relação dos bens, mas, hoje em dia, o curador
é quem leva a relação dos bens.

3ª fase: Editais – Regulado pelo CPC e CC, mas são contraditórias.


O juiz vai tentar convocar herdeiros e credores para se apresentarem, pois podem não
saber que morreu. O juiz irá publicar editais para tentar convocar herdeiros ou
credores.
• Edital – anuncia que morreu no dia tal, local tal, não deixou herdeiros
conhecidos, nem testamento e deixou bens. Convoca herdeiros e
credores a se apresentarem em 6 meses. Passado 30 dias irá publicar
novamente o edital com o mesmo teor para se apresentarem no prazo de
6 meses a contar da publicação. São três editais de 30 em 30 dias.
- 6 meses é o prazo para se apresentar após cada publicação.
- 30 dias é o prazo para a publicação de cada edital.
O prazo que o juiz observa, na prática, é 1 ano contado da publicação do
primeiro edital não aparencendo ninguém o juiz da sentença jacência.

30d 30d

Morte Curador Auto circunstanciado E1 E2 E3 Sentença Jacência


↓ ↓ ↓
6meses 6 meses 6 meses

1 ano contados da primeira publicação

⇒ os bens nesse período são chamados de vacantes até a sentença.


⇒ se aparecer – vira processo de inventário
⇒ se não aparecer – sentença de jacência
⇒caso o de cujus tiver outra nacionalidade ou possui bens em outro país a lei exige
que além dos 3 editais que o juiz oficie o consulado do país para que ele comunique o
falecimento em forma de editais também.

Efeitos da sentença jacente:

1º) Afasta os herdeiros colaterais da sucessão.


Se não aparecer antes da sentença perde o direito.
Se aparecer um herdeiro necessário terá prazo de 10 anos, maioria da doutrina, para
anular a sentença e se habilitar contados a partir da abertura da sucessão.
2º) Essa sentença transmite o domínio ao Município, Estado, DF ou União (depende
onde o bem estiver) no prazo de 5 anos contados a partir da abertura da sucessão.
A sentença é declaratória e seus efeitos é ex tunc, ou seja , “dono” desde a abertura da
sucessão, porém só transfere o domínio passados 5 anos da abertura. Corre 5 anos de
imediato transfere o domínio.
3º) O domínio e a propriedade dentro do período de 5 anos é resolúvel, ou seja, se os
herdeiros se habilitarem volta atrás.
Depois do período de 5 anos deixa de ser resolúvel e se os herdeiros se habilitarem
vai ter direito, mas receberão títulos da dívida pública.
Depois de 10 anos não tem mais direito algum.

01/04/2008
⇒ Bens vacantes - a União, estados, municípios e o DF não podem fazer o que quiser
com os bens. Estes deverão ser utilizados em fundações destinados ao ensino
universitário.
Se o bem for dinheiro ou crédito ou bem móvel de pequeno valor é utilizado para
pagamento de precatório. Isto com fiscalização do MP.
Exercício:

Mauricio que é proprietário de um imóvel urbano de 200m 2 com casa de alvenaria no


valor de R$100.000,00 falece em 10/03/01 em decorrência de hepatite A, sem
herdeiros conhecidos e sem testamento.
O juiz certifica o transito em julgado da sentença que declarou vacância dos bens em
15/10/06.
Na data de hoje, Adler, procurador do município, promove ação de despejo e
cobrança de aluguéis contra Clarissa que reside no bem desde 25/05/01 com seus dois
filhos menores. Sabe-se que Clarissa não possui outros bens imóveis e tem posse
ininterrupta.
Responda com basamento legal:
10/03/01 25/05/01 10/03/06 25/05/06 15/10/06 01/04/08

Morte Clarissa toma 5 anos Prazo de Transito em Ação de


posse do bem da abertura 5anos p/ julgado da despejo
da sucessão ação de sentença de
Usucapião vacância

a) Quando se dará a transferência de domínio para o município?


A partir de 5 anos da abertura da sucessão (10/03/01) será transferido o domínio,ou
seja, dia 11/03/06, isto conforme o art. 1822.
3 posições dos ministros do STJ: ???
Pelo entendimento minoritário, menos tem cabimento, mesmo completado os 5 anos o
domínio se dará quando transitar em julgado a sentença.
O entendimento majoritário retroage os direitos de imediato desde abertura da
sucessão.

b) A ação de despejo é procedente?


É improcedente, pois não há contrato de locação. A procuradoria poderia entrar com
uma ação de emissão de posse que talvez possa ser procedente ou não, dependendo da
próxima questão.

c) Qual a defesa que dispõe Clarissa?


A ação cabível é Usucapião - bem imóvel urbano constitucional, art. 183, CF
prazo de 5 anos (completando dia 25/05/06), tem posse ininterrupta, mansa e
pacífica, tamanho do imóvel (até 240) e não tem outro imóvel.
Correntes: transmissão do domínio: 1) minoritária: posse e propriedade se dá de
imediato. Seria uma esbulhadora do Estado.
2) majoritária: posse e propriedade de dá dos 5 anos da abertura da sucessão. Neste
caso completou depois dos 5 anos em que transfere o domínio para o Estado e antes
do transito em julgado da sentença.
Nos dois casos ela perde!!!
d) Quanto tempo tem os eventuais herdeiros necessários de Mauricio para anular a
sentença e requerer a herança?
Art. 205, CC – 10 anos.

e) Poderá o município cobrar os aluguéis do período?


Sim, deve entrar por causa da lei de responsabilidade fiscal.
Segundo o RESP a partir dos 5 anos em teve o domínio poderá cobrar, mas não
leva!!!

07/04/2008
Avaliações:
2ª prova – 16/06
Trabalho – 26/05
Peça – 30/06

Unidade II

2. Da Sucessão Legítima

2.1. Ordem da Vocação Hereditária:


(Grau de parentesco para entendimento da ordem da vocação hereditária.)

1916: vigorou de 1917 a 2002


 Descendentes
 Ascendentes
 Cônjuge
 Colaterais (até 4º grau)
 Estado (?): não recebe herança.

Art. 1.603 – Previa a ordem hereditária de maneira hierárquica e excludente.


Ex: Só chamo ascendentes para concorrer à herança se não houver descendentes. Havendo
alguém da classe superior eliminaria as demais.
Não havia concorrência entre as classes.
Independia do regime de bens.
É a estrutura vigente para as sucessões que abrirem até 2002.

2002: passou a vigora em janeiro de 2003.


 Descendentes com Cônjuge/ companheiro
 Ascendentes com Cônjuge/ companheiro
 Cônjuge/ companheiro
 Colaterais até 4º grau
 Companheiro

O art. 1.829 c/c art. 1.790 traz a ordem correta da vocação hereditária. O art. 1829 trata do
cônjuge enquanto o art. 1790 do companheiro. Por força do art. 1.790, o companheiro só
receberia sozinho se não houvessem nem colaterais. É um tratamento desigualitário que o
companheiro só receba em último lugar e o cônjuge em terceiro.
O art. 1.829 é contraditório ao art. 1.790 com relação ao cônjuge e companheiro.
À revelia do art. 1790, o companheiro tem que ser colocado no mesmo grau hierárquico do
cônjuge. No entendimento do TJ-RS, deve-se equiparar o companheiro com todas as
classes.

2.2. Tipos de Sucessões e Formais de Partilha.


 Tipo de sucessão indica quem vai levar.
 Formal de partilha indica quanto leva.

2.2.1. Sucessão por direito próprio.

Sucessão daquele herdeiro que recebe a herança porque ele é “ele”, por direito próprio que
ele tem como tal. Recebe porque é direito dele, não recebe em nome de outra pessoa, mas
por direito dele mesmo.

Dentro desse tipo de sucessão existem várias formas de partilha:

a) Por direito próprio propriamente dito: (ou por adjudicação)


Existe um único herdeiro e recebe sozinho a herança. Diz-se que adjudicou a
herança, incorporou a totalidade da herança.
Na verdade não há partilha, pois não divide nada com ninguém.
Dentro da 1ª classe que tiver alguém, tem que ter só um herdeiro.
Exemplo: falece o pai e só tem um filho.


→ herda sozinha (adjudica) mesmo que tenha ascendentes.
b) Por cabeça: é a partilha (divisão) entre mais de um herdeiro da mesma classe.
Filho adotivo herda da família que o adotou e perde totalmente os direitos da família
biológica. Tem que ser adoção de papel passado.
Vale para descendentes e colaterais.

1º Exemplo:

 falece e deixa patrimônio de 100 reais (÷ 2 = 50)


  ↓
  nº de cabeças
↓ ↓
(1) + (1) = (2)
50 50

2º Exemplo:
Patrimônio do casal: 100.000
Comunhão Universal de Bens
Meação do esposa: 50.000

50.000 = 2ª sucessão 1º sucessão = 50.000


↑ ↑
======
50 ÷ 4 = 12,5
      ↓
10 10 12,5 12,5 12,5 12,5 nº de cabeças
10 10 10
22,5 22,5 22,5

1º) Faz a meação a Meação dela. Eram casados em Comunhão Universal de Bens. Depois
divide 50 pelos 4 filhos dela (50 ÷ 4 = 12,5).
2º) Abre a sucessão do marido. Divide 50 pelos 5 filhos dele (50 ÷ 5 = 10)

3º Exemplo:
Já estavam mortos


======
     
(1) (1) (2) (2) (2) (1) = 7 cabeças ÷ 400 = 57,14
x x x x x x ↓
57 57 57 57 57 57 multiplica pelo nº de cabeças
114 114 114

Patrimônio de 400.000
Não deixou descendentes, nem ascendentes.
Não casou, portanto, não há Meação.
Deixa herança para herdeiros colaterais de 2º grau (irmãos)
São 5 herdeiros e 7 cabeças.
Irmãos germanos valem 2.
Nos herdeiros colaterais há discriminação, uns são mais irmãos que os outros.
São discriminados porque é como se a herança subisse, dividisse e descesse.

c) Por linha: vale para ascendentes.


50
== ==
2ª classe 25 25 25 25
1ª classe ===========→ já havia morta qdo ele faleceu
100 (50+50) 50
se o pai tivesse também morrido 
100

Enquanto tiver 1 vivo do grau, senão sobe para a próxima linha.

Divide em classes e linhas sucessórias.


Os de 1º grau excluem os de 2º grau. Só chamo os do grau seguinte se não tiver nenhum
vivo no grau antecedente.
Se o pai e a mãe tivessem morrido, divide 50% para cada linha sucessória: 25 para cada um
dos 4 avós.

d) Por concorrência: vale para cônjuge e companheiro.


O cônjuge ou o companheiro concorrerá com ascendentes ou descendentes do
falecido.
Como concorrerá?
Valendo menos, mais ou igual.
Vai depender do tipo de regime de bens, do que houver na herança (bens), do tipo de
filho.
Exemplo:
 Próprio – 100 – não comunica  Comum – 200 – comunica
Herança: 200 → ela só concorre a 100
Vivia em União estável. Teve 2 filhos da união anterior.

====→ 100 Meação


(1)
20
 
(2) (2)
50 50 Concorre com os filhos dele na metade ao que cabe a cada um
deles.

÷2 ÷2
40 40
total: 90 90

O companheiro não pode concorrer na herança junto com os filhos com bens fora da união.
Sucessão de bem particular: 100 ÷ 2 = 50 para cada um
Metade do bem comum: se ela concorrer somente com filhos dele, cabe a ela metade do
que cabe a cada um dos filhos dele.
Se fosse filhos dela também valeria o mesmo.
Exemplo:

 Bem próprio – 100 – não comunica  Bem comum – 200 – comunica

====→ 100 Meação


(1)
33
  100 ÷ 3 = 33 herança
(2) (2)
50 50
33 33

14/04/2008

2.2.2. Sucessão por Representação ou por Estirpe:

A pessoa não herda porque ela é “ela” e tem direito de herdar. Herda porque
representa alguém que já faleceu e teria direito a receber a herança.
Art. 1.851, C.C. – “Pré-morto”

Dois casos de representação:

a) Linha Reta: Art. 1.852


A representação se dá na linha reta descendente; nunca na ascendente.
1º Exemplo:
Bens: 100

avô – não tem cônjuge. Os bens vão p/ descendentes


1ª grau  50 → herda por direito próprio
2º grau ↓ ↓
 
25 25 → netos herdam por representação

Pai falece antes da abertura da sucessão do avô. Netos representam o pai “pré-morto”.
Sempre tem que fazer a sucessão por grau: desce até o 1º grau.
Os que estão abaixo sobem para representar. Tem que garantir que os herdeiros em
linha reta representem o “pré-morto”, garantindo a estirpe do “pré-morto” o direito a
representação.
Os filhos sobem 1 grau para representar o pai “pré-morto”. As cabeças do que
representam vale igual.

2º Exemplo:

avô – não tem cônjuge. Os bens vão p/ descendentes


1ª grau  50 → herda por direito próprio
2º grau ↓ ↓
 
25 ↓
→ sobe para representar a mãe.
25

Ascendentes nunca poderão descer para representar.


Descendentes sobem para representar, descendo até encontrar o 1º vivo na abertura da
sucessão.
Descendentes em linha reta sobem graus para representar o seu herdeiro “pré-morto”.

b) Colateral:

Só um caso: sobrinho de irmão “pré-morto” concorrendo com irmão. (Art. 1.853)

2ºgrau    
100 “pré-morto” 33 “pré-morto”
3º grau   → Herdam por representação
16,6 16,6 33 (adjudica)

partilham por cabeça


4º grau → Este não subirá para
representar.
Somente SOBRINHO concorre com o tio.

→ Sucessão em linha colateral de 2º grau.


→ Na sucessão em linha reta pode descer quantos graus quiser para representar. Em
termos de colateral só pode subir 1 grau e só nesse caso: sobrinho concorrendo com tio.
Filho de sobrinho não concorre.
2.2.3. Sucessão por sucessão ou “Ad Sucessionem” ou por Transmissão:

Exemplo:

→ Sucessão A

→ Sucessão B: morre antes de sair os formais de


⇓ partilha do A. Estava vivo na abertura da sucessão.

São duas sucessões: abre uma sucessão, divide e depois abre a outra.
Na sucessão por representação, os formais de partilha já saem no nome de quem
está representando.
Na sucessão por sucessão, os formais de partilha saem no nome do espólio do
morto, somando com o patrimônio dele e depois faz a sucessão.
Não é possível representar herdeiro renunciante (se renunciou e morreu, não pode
representar).
Poderá representar o indigno, pois os efeitos são pessoais.
Poderá representar o herdeiro ausente (não se sabe onde está).

Exemplo:

→ Sucessão A

→ Indigno

→ Representam como se fossem herdeiros.


28/04/2008

CASOS PRÁTICOS

SUCESSÃO EM LINHA RETA:

a) Descendente:
Houve na história do Direito de Família uma divisão entre os descendentes
legítimos versus ilegítimos (espúrios). Essa era o tratamento do Código Civil de 1916.
Os filhos espúrios eram de duas naturezas: adulterinos (homem ou mulher casados
tinham fora do casamento filho fruto do adultério) e incestuosos (filhos de pai com
filha, mãe com filho, irmãos, avô com neta...).
Tratamento do Direito Sucessório dado a essas pessoas:
O filho adulterino recebia 50% do que recebia o filho legítimo.
O filho incestuoso não tinha direito a herança.
A lei 6515/77 acabou com a discriminação entre os filhos, exigindo tratamento
igualitário. Essa lei já recepciona um entendimento jurisprudencial de que não poderia
haver diferença entre os filhos.
A CF/88 no art. 277, §6º prega e exige a igualdade entre os filhos, recepcionando o
entendimento já estava corrente.
Os filhos nascidos por reprodução assistida após a morte do titular tem o mesmo
tratamento jurídico dado aos filhos incestuosos: não herdam nada.
É filho, mas sem direito a sucessão. Tem todos os direitos de família (alimentos,
pensão), mas nenhum direito sucessório.

Filhos adotivos: O C.C./1916 tinha o art. 1.605 que dizia: “Da-se aos filhos
adotivos o mesmo tratamento que um filho natural”.
O filho adotivo ganhava a metade que um filho legitimo para fins de direito
sucessório.
A lei 6515/77 e o art. 227, §6º, CF/88 resolvem, dizendo que não pode haver
tratamento discriminatório ao filho adotado.
O art. 1.626 C.C/2002, diz que o filho adotado receberá da família que o adotou,
mas não receberá nada da família co-sangüinea.
Tem que ser adoção – não pode ser “pegar para criar”, paternidade sócio-afetiva,
adoção à brasileira, guarda. Tem que ser filiação civil concedida pela adoção.

Art. 1.829, I → Direito


Art. 1.833 → Exclusão + distante
Art. 1.834 → Partilha por cabeça
Art. 1.835 → Representação
Art. 1.851/1.852 → Representação
Art. 1.855 → Partilha
Exemplo 1:

→ Viúvo falece
 
1ºgrau (50%) (50%)
2ºgrau   
→ exclui

Fundamentação da partilha: art. 1.829, I; art. 1.833 e art. 1.834

Essa sucessão se dará em 1º grau: regra do art. 1.833. Se tiver um mais próximo,
elimino os mais distantes.
Tendo um descendente, será ele chamado a suceder.
O art. 1.829, I tem que estar em todas as fundamentações de sucessão em linha reta.
Em alguns casos, concorrerá com o cônjuge ou o companheiro.
No art. 1.829, I: descendentes são os primeiros e herdarão por direito próprio.
Quanto vão herdar? O art. 1.834 diz que partilharão por cabeça, tendo o mesmo valor:
partes iguais.

Exemplo 2:

→ Viúvo falece
 
1ºgrau (50) (50) → “pré-morto”
2ºgrau   

25 25

Fundamentação: art. 1.829,I; art. 1.834; art. 1.835 e art. 1.855

A sucessão se dará em 1º grau, descendo até encontrar o primeiro descendente vivo.


Exclui os de 2º grau. Isso conforme o art. 1.833.
O art. 1.835 garante o direito de representação em caso de pré-morto.
Os netos sobem para representar o pai. Estes herdam representando um herdeiro de 1º
grau.
Conforme o art. 1.855, os netos herdam por cabeça dentro da representação, dividindo
em partes iguais.
Exemplo 3:

 R$ 100

1º grau  “pré-morto”  “pré-morto”  “pré-morto”


2º grau

    
20 20 20 20 20

A sucessão se dará em 2º grau.


Aqui não há direito a representação, pois todos são netos e recebem por direito próprio,
ganhando em partes iguais.
Fundamentação: art. 1.829, I; art. 1.833 e art. 1.834

Exemplo 4:

falece

1º grau 1/3 “pré-morto” “pré-morto”


2º grau

    
1/6 1/6 1/6

1/6

Sucessão em 1º grau.
Descendentes em linha reta sobem quantos graus precisar. Não existindo limite de grau
para subir em se tratando de linha reta descendente.
Fundamentação: art. 1.829, I; art. 1.834 e art. 1.835
Exemplo 5:

 falece

1º grau  “pré-morto”  “renunciou”  “indigno”


2º grau

    
1/5 1/5 1/5 1/5 1/5

Primeiramente analisamos o indigno e por fim a renúncia.


Indigno: o efeito é como se morto fosse, portanto, os netos herdam.
Renuncia: acresce aos herdeiros da mesma classe. Se não houver, passará para a classe
seguinte. Ao renunciar, tira o direito dos filhos de representar.
Neste caso, os netos herdam por direito próprio. Não representam herdeiro renunciante.

Exemplo 6:

 falece

½ ½
1º grau 1/2  “renunciou” “indigno”
2º grau

    
1/4 1/4

29/04/2008

b) Ascendentes:
Em 2º lugar na ordem da vocação hereditária, sendo chamados a suceder se não
houver descendentes.
Art. 1.829, II → Direito
Art. 1.836 → Partilha em linha
Art. 1.852 → Não há direito de representação

O art. 1.829, II sempre estará presente quando houver sucessão em linha reta
ascendente (ele é que concede o direito).
Independente do regime, o cônjuge/companheiro (por força do art. 1.790) vai
concorrer com ascendente.

Exemplo 1:

Linha paterna Linha materna

2º grau === ===


1º grau
==========
50 50

Fundamentação: art. 1.829, II e art. 1.836

Os ascendentes de grau mais próximo excluem os outros.


Os colaterais somente serão chamados a suceder quando não houver ascendentes. Neste
caso o irmão só seria chamado a suceder se não tivesse pais vivos.
Forma de partilha: por linha (art. 1.836), recebendo o de grau mais próximo. Uma parte
caberá a linha paterna e a outra a linha materna.
A condição de herdeiro se dá por ser pai e mãe, não importa o regime de bens entre
eles.
→ Colaterias e descendentes partilham por cabeça.
→ Ascendentes partilham por linha.

Exemplo 2: Sucessão em linha reta ascendente em 1º grau

Linha paterna Linha materna

2º grau === ===→avós não podem representar.


1º grau
==========→ “pré-morto”
100

Fundamentação: art. 1.829, II + art. 1.836 + art. 1.852
O art. 1852 veda a representação no caso de ascendentes.

Exemplo 3:

Linha paterna Linha materna

25 25 50
2º grau === ===→ “pré-morto”
1º grau
“pré-morto” ==========→ “pré-morto”

Metade da herança vai para cada linha.
Fundamentação: art. 1.829, II + art. 1.836
Enquanto houver um naquele grau, não subo para o próximo e nem permito a eles
descerem.
As regras da indignidade e da representação também valem aqui.

Exemplo 4:

Linha paterna Linha materna

2º grau === ===


1º grau
“indigno” ==========→ passa p/ mulher a parte dele
100
não pode subir   
Neste caso o filho não poderá subir para representar o pai “indigno”. Não há diferença
nenhuma se for renúncia ou indigno.
A representação é vedada em sucessão de ascendentes.
SUCESSÃO EM LINHA COLATERAL:

Art. 1.829, IV → Direito


Art. 1.839 → sem cônjuge
Art. 1.840 → partilha por cabeça (irmãos bilaterais)
Art. 1.841 → irmãos BI e UNILATERAIS
Art. 1.842 → irmãos UNILATERAIS
Art. 1.843 → outros colaterais
Art. 1.853 → representação: filho de irmão falecido com irmão
Art. 1.855 → partilha por cabeça dentro da representação.

Exemplo 1:
“pré-morto” ======= “pré-morto”

  
50% 50%

Base legal: art. 1.829, IV, art. 1.839 e art. 1.840

Não tem ascendente nem descendentes vivos, nem cônjuge ou companheiro: chama-se os
colaterais.
Irmãos são colaterais de 2º grau. Recebem a herança por cabeça.
O art. 1.829, IV deve estar presente sempre que a sucessão for de colaterais.

Exemplo 2:
“pré-morto”
=======

     
↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓
vale 1 vale 2 falece vale 2 vale 1 vale 1
irmão unilateral
irmãos bilaterais irmãos unilaterais

Soma-se o valor das cabeças: 1 + 2 + 2 + 1 + 1 = 7 (São 5 herdeiros e 7 cabeças.)


Divide o nº total da herança pelo nº de cabeças. O resultado multiplica pelo valor da cabeça
de cada um. Base legal: art. 1.829, IV; art. 1.841 e art. 1.839
Ao contrário dos descendentes, há discriminação em relação aos irmãos.

Exemplo 3:
“pré-morto”
=======

   pré-morto 
2ºgrau (1) (2) falece (2) (1) (1)

3º grau      
(1) (1)

sobem p/ representar

Fundamentação – Irmãos: art. 1.829, IV; art. 1.841 e art. 1.839


Fundamentação – Sobrinhos: art. 1.829, IV; art. 1.841; art. 1.839; art. 1.853 e art. 1.855

O único caso possível de representação de colateral é filho de irmão falecido concorre com
outros irmãos. (art. 1.853)
Se eliminar todos os irmãos, os sobrinhos passam a herdar, não por representação, mas por
direito próprio.

Exemplo 4:

=======

     
2ºgrau (1) (2) falece (2) (1) (1)
3º grau      
(1) (2) (2) (2) (1) (1)

Fundamentação: art. 1.829, IV; art. 1.843 e art. 1.839

05/05/2008
Sucessão colateral em casos que não sejam irmãos:
Se eliminar todo o 2º grau (irmãos), o art. 1.843 começa a tratar de outros colaterais que
não sejam irmãos.

Exemplo 1:

=======

     
2ºgrau falece

3º grau        
(1) (1) (2) (2) (2) (2) (1) (1)

4º grau
  → não podem representar.

Salvo na concorrência entre irmãos em que há direito de representação, nos outros graus
não há.

Só há representação quando a sucessão se dá no 2º grau, ou seja, só haverá representação


entre filho de irmão “pré-morto” concorrendo com irmão.

Sucessão entre primos:

Exemplo 1:

=========
se a tia estivesse viva 
herdaria tudo- 3º grau


herda porque é primo: 4º grau sucede

Exemplo 2:

=========

(2) (1)

Divide por 3 a herança deste. 2/3 para o primo-irmão e 1/3 para o outro.

SUCESSÃO DO CÔNJUGE:

Regras Gerais:

1ª) Antes de dizer se o cônjuge terá direito a concorrer ou não, terá que preencher
alguns requisitos:
 Não pode estar separado judicialmente na data da abertura da sucessão. O
que rompe o vínculo conjugal é o divórcio. Se estiver divorciado, nem
cônjuge mais é, nem se encaixa aqui.
 Não pode estar separado de fato há mais de 2 anos porque configura
divórcio direto.
Esses dois requisitos estão previstos no art. 1.830. Este dispositivo é mentiroso
porque fala dos 2 requisitos e faz a ressalva: “salvo se um der culpa”. Independe
quem deu culpa, é objetivo o requisito. Não se considera a parte final do artigo que
fala em culpa.
Se estiver separada de fato há 1 ano irá herdar desde que não esteja configurado de
que ela está em outra União estável. Não pode contituir duas relações.
2ª) Reabilitação:

 Se o casal só se separa de fato e voltam, interrompe a contagem do prazo e


recomeça quando separar novamente. Quando um falece, verificar se estão
separados de fato há 2 anos. Em se tratando de separação de fato qualquer
“volta” configura reabilitação.
 Separação judicial somente por reabilitação judicial. Procedimento de
reabilitação judicial: os que estão separados judicialmente, antes do divórcio,
solicitam judicialmente a reconciliação. É procedimento de jurisdição
voluntária, não há lide.

3ª) Direito real de habitação: art. 1.831


A morte, assim como o divórcio, rompe o vínculo conjugal. Assim, nasce ao
cônjuge sobrevivente, em alguns casos, o direito real de habitação.
O cônjuge que cumpre os requisitos passa a ter o direito real de habitação sobre o
único bem do casa ( é direito de família, e não direito sucessório).
O direito real de habitação é dado se o casal tiver um único bem imóvel residencial
a inventariar, independente de quantos outros imóveis tiver.
Isso independe do regime de bens. Só serve para habitar, não é usufruto.
Se o cônjuge sobrevivente tiver outro imóvel residencial em seu nome, não terá
direito real de habitação.
É direito vitalício.
Se alugar, levar alguém para morar (que não seja namorado, companheiro) ou for
morar com outra pessoa, perde o direito real de habitação.

06/05/2008

Sucessão do cônjuge concorrendo com descendentes:

Família Sucessões
Comunhão Universal Meação --------
Comunhão Parcial Meação de bens comuns Participação nos bens
particulares.
Comunicação de aqüestos Meação dos aqüestos Participação nos aqüestos
Separação de bens ---------- Participação nos bens
voluntária particulares.
Separação de bens ------------ ----------
obrigatória

Participação – art. 1.832


• Descendentes comuns: parte igual (cabeça) com reserva de ¼.
• Descendentes só do de cujus: parte igual (cabeça)
• Descendentes comuns + só do de cujus: ?
Lei 11.441/07: Resolução 35 CNJ regulamenta a Lei 11.441.
Separou judicialmente, é possível fazer a reconciliação judicial ou no cartório. A
reconciliação abrange a possibilidade judicial ou cartorária.

Só é feita aplicação da tabela se o cônjuge passou pelos requisitos anteriores.


Há discriminação do cônjuge para fins sucessórios de acordo com o regime de bens
que eles casaram.
Existem 4 regimes de bens, mas para fins e efeitos sucessórios são 5.
Meação é direito de família, não é sucessão.

Comunhão universal: o cônjuge receberá a meação que é dele por direito, mas nada de
herança. Meação de tudo, exceto dos bens gravados com cláusula de incomunicabilidade ou
inalienabilidade.

Comunhão parcial de bens: o cônjuge sobrevivente tem direito à meação dos bens comuns
(metade do patrimônio comum é dele). Se houver bens particulares, o cônjuge leva
participação nos bens particulares, se não houver, não leva nada.
Se concorrer com filhos comuns, leva parte igual, mas no mínimo ¼.

Exemplo:
Regime: Comunhão Parcial de Bens
 Bem particular – 100 – não comunica  Bem comum – 200 – comunica

Meação: 100 ← ========= → Meação: 100


Herança: 200 Bem particular: 33

Bem particular: 33 33
Bem comum: 50 50
Herança (total): 83 83

Tema:
Comunhão parcial
 Bem comum – 200  Bem particular – 50

=======
   (R) 
↓ 10 10 10 10
Não herda 25 25 25 25

Divide entre irmãos e cônjuge


(outra linha entende que o cônjuge
não tem direito)
Divide entre os irmãos
100 – meação do cônjuge sobrevivente
150 – deixa de herança
Cônjuge concorre sobre o restante do bem comum
Cônjuge concorre com filhos comuns e exclusivo do de cujus: não faz reserva de ¼
(entendimento da corrente majoritária da jurisprudência).
12/05/2008
Sucessão do cônjuge concorrendo com ascendente:

Vencidos os requisitos, entra na tabela:


→ O cônjuge participa sempre, independe do regime. Art. 1.829, II

Participação do cônjuge: art. 1.837

• Concorrendo com 2 pais → 1/3


• Concorrendo com 1 dos pais → ½
• Concorrendo com 2 avós → ½
• Concorrendo com 1 dos avós → ½

Quando o cônjuge concorre com ascendente:

→ Primeiro reserva a parte que cabe ao cônjuge.


→ Depois os ascendentes dividem o resto.

Exemplo 1:

== ==
2ª classe
1ª classe ===========
33 33
===→ 100 - meação
 = 200 33 - herança
Comunhão universal de bens
Exemplo 2:

== ==
2ª classe 12,5 12,5 25
1ª classe ===========
===→ 100 - meação
 = 200 50
Comunhão universal de bens

Exemplo 3:
Comunhão Parcial de Bens
 Próprio – 100
 Comum – 200

=========
66 66

=====
Meação: 100
Herança: 200
Cace a ela 1/3 de 200 = 66

Concorrendo com ascendente, como não importa o regime de bens do casamento (ela herda
sempre), também não importa sobre o que ela herda (a natureza dos bens deixados de
herança). Separa a meação e ela concorre sobre todo restante dos bens.
Ascendente concorre com qualquer regime e sobre qualquer natureza de bem.

Exemplo 4 e 5:
Separação Total de Bens
 Particular dele: 2 milhão

1 milhão(1/2) ← =========

Morre depois ===== → não recebe Meação


do filho. (1/2) 1 milhão

o neto recebe → Colateral não herda


SUCESSÃO DE COMPANHEIRO:

O tratamento do companheiro é dado em 4 momentos legislativos diferentes.

1ª) Até o dia 29 de dezembro de 1994: O óbito do companheiro se deu até essa data.
Legislação aplicável: nenhuma
Súmula 380 do STF
Até 1994 o direito a meação era reservado exclusivamente aos bens adquiridos na
constância da união com prova de esforço comum. A súmula não fala em herança:
não tem direito a nada.

2ª) De 29/12/1994 a 10/05/1996:


Em 29/12/94 entrou em vigor a Lei 8.971/94.
Meação: recepciona o que a súmula definiu. É a mesma coisa: o companheiro terá
direito a meação dos bens adquiridos onerosamente, na constância da união, com
prova de esforço comum. O entendimento jurisprudencial virou lei.

O que mudou?

• O companheiro tem direito a usufruto dos bens do falecido na seguinte


proporção:
¼ - se tem descendentes
½ - se tem ascendentes

Refere-se aos bens da herança, já incluída a meação, limitando o
companheiro a ficar solteiro.

• Herança: entra em 3º lugar na ordem da vocação hereditária – só recebia se


não houvessem descendentes e ascendentes. Não havendo descendentes ou
ascendentes, o companheiro leva tudo.

3ª) De 10/05/1996 até 10/01/2003:


Legislação aplicável: Lei 9278/96
Tratamento dado ao companheiro sobrevivente:
• Meação – deixa de ser necessária a prova do esforço comum. O
companheiro tem direito aos bens adquiridos onerosamente na constância da
união.
• Usufruto: o mesmo tratamento da lei anterior. Mantém a Lei 8.971.
• Herança: também não muda. Mesma situação da Lei 8.971.
• Direito real de habitação: companheiro sobrevivente passa a ter direito real
de habitação. É incompatível com o usufruto. Limitado ao tempo em que o
companheiro permanece solteiro. Se não há ascendente e descendente leva a
propriedade como herança. Se cabe direito real de habitação leva. O usufruto
é residual.
4ª) De 10/01/2003 até hoje:
O Código civil de 2002 traz nova regulação ao direito sucessório em relação ao
companheiro.
Meação: o C.C. diz expressamente que aplica-se a união estável o regime da
comunhão parcial de bens (bens adquiridos onerosamente na constância da união
comunicam; outros, não.)
Usufruto: nada menciona no C.C. Na prática, não se atribui mais usufruto.
Direito real de habitação: o C.C. não menciona nada. Há 3 correntes:
1. Já que o C.C. não tratou, não há direito real de habitação.
2. Aplica o princípio da especialidade: Lei geral (C.C.) não poderia revogar lei
especial (lei 9278/96) que trata somente da união estável. Aplica-se a lei
9278/96 que atribui direito real de habitação ao cônjuge sobrevivente.
3. Analogia: Como a lei não previu, utiliza-se a analogia e aplica-se
analogicamente o art. 1.831 que reconhece o direito real de habitação ao
cônjuge sobrevivente.

A 2ª corrente limita o direito real de habitação enquanto permanecer solteiro o


companheiro.
Para a 3ª corrente é vitalício o direito real de habitação.

Art. 1.790
Inconstitucionalidade:
O TJ-RS entende de forma pacífica que o art. 1.790 é inconstitucional, pois segundo
esse artigo, o companheiro só receberá herança não havendo parentes, concorrendo
até mesmo com colaterais (tios e sobrinhos do falecido).
O entendimento do TJ é que se o companheiro é herdeiro necessário, como o
cônjuge, deve ficar em 3º lugar, recebendo a herança sozinho se não houver
descendentes ou ascendentes.
No TJ-RS não se aplica o art. 1.790 quando o companheiro concorrer com
colaterias. O companheiro leva tudo e o tio/sobrinho não leva nada, a revelia do art.
1.790.
Caput:
Inverte a regra do cônjuge.
Os bens dos quais o companheiro não colaborou (bens comuns), não bota a mão na
herança.
Bens adquiridos onerosamente na constância = bens comuns.

Exemplo 1:

========= → Meação: 100


33

 Comum – 200 mil


500 500  Particular – 1 milhão
33 33
1º) Determina a data da morte para ver qual a legislação aplicar: lei atual (art. 1.790,
C.C.)
2º) Meação

Exemplo 2:

==== → Meação: 100


20 → Herança  Comum – 200 mil
 Particular – 1 milhão

500 500 → herança patrimônio particular


40 40 → herança patrimônio comum
Filhos só do de cujus: cabe ao companheiro a metade do que couber a cada um deles.
O Caput diz que ela não concorra sobre o bem particular. No bem comum ela vale a metade
do que valem as filhas dele.

No inciso II está a 2ª inconstitucionalidade do art. 1.790: a desigualdade, desfavorecimento


do companheiro em relação aos filhos é inconstitucional.

1º equívoco do dispositivo: Se o cônjuge concorre com filhos comuns e filhos só do


companheiro? A mesma coisa que os filhos ou a metade?
Aplica-se o inciso II: o companheiro é penalizado com a metade da cabeça.
Não atribui igualdade ao companheiro para não penalizar os filhos só do de cujus que não
receberão esta parte quando a companheira falecer.
2º equivoco: E se não forem filhos, mas netos comuns, que dispositivo se aplica?
O inciso II fala em descendentes (inclui netos, bisnetos). O inciso I fala em filhos comuns.
2 correntes:
1ª) netos comuns receberão em 3º lugar (inciso III)
2ª) entende que o legislador se equivocou ao falar em filhos no inciso I e deveria ter dito
descendentes. Onde se lê filhos, entende-se descendentes e se aplica o inciso I.
3º equívoco: O art. 1.790 não fala quem leva primeiro, se são os ascendentes ou colaterais e
de que grau. O inciso III fala “outros parentes”.
Para aplicação do III quando não tiver dependentes, segue a regra do art. 1.829.

Exemplo:

=========

 Comum – 200 mil ===== Meação: 100


 Particular – 1 milhão
Faleceu no regime no C.C. 2002
A herança se refere a toda a herança (III) ou só a parte definida no caput?
Não há corrente majoritária.

Posição do TJ-RS:
III- “outros parentes” entende-se ascendentes.
Os descendentes estão nos incisos I e II.
Companheiro não concorre com colateral.

Idéias gerais do art. 1.790:


• Inconstitucionalidade do art. 1.790
• No caso de não haver ascendentes e descendentes, aplica a Lei 9278 (não pode
deixar companheiro concorrer com colateral).
• Para descendentes: aplica o inciso I e II.
• Para ascendentes: aplica o inciso III. Entende a totalidade da herança.

Analogia só pode ser usada quando não há disposição expressa. Tem que buscar
interpretação constitucionalizada e buscar equiparação.
27/05/2008
Unidade III

SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA

3.1. Disposições de última vontade

3.1.1. Histórico

Sucessão testamentária acontece quando alguém expressa algo, seu último desejo,
querendo que aconteça quando ele não estiver mais aqui.
No direito romano, o testamento era considerado o ato mais importante na vida de
um cidadão romano. Junto com o testamento, se passava a cidadania romana.
A lei determinava que, falecendo o pai, o filho mais velho assumia sua condição.
Essa era a sucessão legítima.
Fazia testamento quando não tinha filho homem ou quando tinha e não queria que
ele assumisse a sua posição.
O testamento transmitia tudo: patrimônio, cidadania, poder.
O testamento era comicial: reunia o maior número de pessoas que conseguisse
(quanto mais gente ouvia, mais legitimidade o ato tinha) e dizia para quem iria transmitir a
herança. Simbolicamente dava o seu anel a essa pessoa.
Quando ele deixasse de existir como cidadão, o sucessor assumia o seu lugar. O
testamento vale acima de qualquer coisa. Se deixar para alguém, esse alguém leva.
Hoje, testamento e lei convivem.
O fato de fazer testamento não significa que não haja legítima.
A regra se inverteu hoje: no Direito romano, o testamento preponderava sobre a lei.
Hoje a tem preponderância: o testamento vale até o limite da lei. Se o testamento entrar em
conflito com o que diz a lei, vale a lei.

3.1.2. Pacto sucessório

No Brasil, sempre foi proibido pacto sucessório – combinar sobre a sucessão.


Art. 426, C.C: “proibido contrato que tenha por objeto herança de pessoa viva” –
configura pacto sucessório.
Também configura pacto sucessório o testamento coletivo. São dois tipos de
testamento coletivo:
1. Conjunto: (não comum)
As pessoas se reúnem e fazem o testamento coletivo. Isto vale para marido e
mulher, casados por qualquer regime.
Testamento é individual!!!
Uma pessoa pode ter mais de um testamento, mas não pode um testamento ser
mais de uma pessoa.
2. Correspectivo: Cada um tem o seu testamento, mas vinculam um ao outro.
O art. 1.863 do C.C. proíbe pacto sucessório em testamento.

3.1.3. Liberdade de testar X Proteção da família

Liberdade de testar: exercício da autonomia privada do indivíduo, de fazer o que


quiser com o seu patrimônio.
Chega-se ao meio-termo da liberdade de testar e proteção da família com a legítima
– deixa metade para quem quiser e metade terá que ficar com a família ( ascendente,
descendente, cônjuge ou companheiro).
Exemplo:

50% Parte disponível 50% Legítima

Patrimônio de 100 mil

Pode determinar o que cada herdeiro necessário vai levar da legítima, desde que
respeite a proteção.
Bem de raiz = imóvel

3.2. Testamento

Conceito de Testamento: art. 1.857 e art. 1.858, C.C.


Os dois artigos combinados definem o que é testamento.

3.2.1. Caracteríticas:

Ato de disposição de última vontade que tem as seguintes características:

1º) É um negócio jurídico. Rege-se pelas leis do Código Civil, parte geral, que tratam
de negócio.
Testamento é um negócio que se faz sozinho.
2º) Unilateral: É um negócio porque depende de aceite.
Pode dispor do bem dos outros, desde que até o momento da morte esse bem será
seu. O testamento será válido se quando eu falecer esse bem integrar o meu
patrimônio.
É unilateral porque apenas uma das vontades define o conteúdo. O outro só diz se
aceita ou não.
3º) Personalíssimo: Não pode testar com procuração. É um dos poucos atos
personalíssimos que existem. Art. 1.858, C.C.
4º) Gratuito: Aquele que faz o ato não pode cobrar nada de quem beneficia – se não
configura pacto sucessório.
Não posso exigir nada daquela pessoa a quem estou beneficiando agora, posso
exigir no futuro. Não pode ser eu o beneficiário.
5º) Solene: A falta de um dos requisitos/formalidades acarreta a inexistência. Os demais
atos são formais. A falta de requisito acarreta a nulidade.
Testamento e o casamento: falta dos requisitos acarreta inexistência.
Revogável: art. 1.858, C.C.
02/06/2008

3.2.3. Tendência à simplificação

Característica:

1º) Redução do número de testemunhas: o C.C. de 1916 previa um número muito


grande. Eram 5 testemunhas e custava muito juntar cinco pessoas.
O C.C. de 2002 reduziu o número de testemunhas, passando a ser 2 ou 3.
Representou uma tendência a simplificação.

2º) O testamento só podia ser feito manuscrito e em alguns casos datilografado.


Pelo C.C. de 2002 o testamento pode ser feito por qualquer meio mecânico,
inclusive os digitais. É imprescindível ter cópia impressa.

3º) Idade para testar: foi reduzida para 16 anos. Mesmo aquele que não tem capacidade
civil poderá testar.

4º) O testamento pelo C.C. de 1916 era ato eminentemente patrimonial, ou seja, deveria
haver cláusula patrimonial. Deveria ter um bem para testar. Caso não tivesse um
bem não podia testar, só se tivesse bem de raiz. Isto até 2002.
No C.C. de 2002, o testamento deixou de ser um ato eminentemente patrimonial.

Cláusulas não patrimoniais:

1. Reconhecimento de paternidade – art. 1.609, III. É ato irrevogável.


2. Nomear tutor do filho – art. 1.729, parágrafo único.
3. Dispor do próprio corpo para fins de estudos ou experiências – art. 14.
4. Disposição sobre o funeral.

O C.C. de 1916 também permitia, porém, só era válida a cláusula se estivesse bem
patrimonial testado.
Tipos de testamento:

Codicilo: latim – pequeno codex (livro) – art. 1.881 – art. 1.885


Na prática é um “testamentinho”. Praticamente sumiu, não acontece mais.
Função: disposição extra-patrimoniais. Tinha formalidades diminuídas.
Como o testamento também sofreu diminuições, podendo ser realizado pelo
testamento, perdeu a funcionalidade. Servia para reconhecer filhos e outros tipos de
bens.

Testamento nuncupativo: ou “in extremis” = morrendo.


Via de regra é verbal.
Na prática também perdeu o uso e não é comum.

Testamentos:
Testemunhas:
1916 2002
Público Público: 05 02
♣ Ordinários Privado Privado: 05 03
(art. 1.862) Cerrado Cerrado: 05 02

Marítimo
♣ Especiais Aeronáutico Art. 1.888 – art. 1.892
(art. 1.886) Militar – Art. 1.893 – art. 1.896

Ordinários:

a) Público: feito por escritura pública. Escrito pelo tabelião no livro de notas.
Requisitos: os mesmos da escritura pública, acrescido de 2 testemunhas.
Qualquer lugar é hábil para fazer o testamento, sendo necessário R.G. e taxa para o
testamento por escritura pública.
A publicidade é do ato, não é do conteúdo!!!
É o testamento que pode ser feito pelo analfabeto, pois o tabelião tem fé pública.
O testador que não souber ou não puder assina por arrogo (alguém que assina por
ele, tendo mesma validade).
b) Particular: (privado) art. 1.876
Escrito pelo próprio testador ou por quem ele desejar.
Segue o padrão ata (nº de página, sem parágrafo, sem linha, rubricada cada página).
Pode ser em qualquer língua. São 3 testemunhas (desde que todas conheçam a
língua). Só é válido quando as 3 testemunhas disserem em juízo sobre o ato.

03/06/2008
c) Cerrado: art. 1.868
Realizado em 2 fases:
 Cédula (particular): condição – feito pelo próprio testador por escrito,
manuscrito ou meio mecânico. Pode ser feito em qualquer língua.

 Auto de aprovação (pública): O testador irá ao cartório com 2 testemunhas,


que não saberão o conteúdo do testamento, para entregá-lo ao tabelião. Este
também não saberá do conteúdo do testamento. O tabelião e as testemunhas
assinam sem saber do conteúdo. A cópia vai para o livro de registro e a
original fica com o testador em um envelope. O envelope contendo o
testamento será selado e costurado. Sua validade é de estar intacto quando
falecer o testador. Deverá chegar intacto nas mãos do juiz.
O herdeiro que violar este tipo de testamento poderá dar causa à
indignidade, se provado que violou o testamento (art. 1814). Também é caso
de deserdação.
3.2.4. Capacidade para testar:
A partir do art. 1.860 trata dos incapazes de testar. São eles:
→ Os menores de 16 anos
→ Os mentalmente enfermos ou deficientes. Perda do discernimento pleno.
(permanente)
→ Por incapacidade transitória perde o discernimento.
Testamento Morte (pouco antes)
Incapaz Capaz → não convalida
Capaz Incapaz →não anula

Vale a capacidade no ato em que está testando.

3.2.5. Testemunhas testamentárias:


No C.C. de 1916 tinha dispositivo que dizia quais as pessoas que podiam ser
testemunhas.
O C.C. de 2002 suprimiu o artigo, achando desnecessário. Casou problemas.
Deve combinar com art. 228 do C.C. que diz quem não pode ser testemunha:
→ Os menores de 16 anos
→ Enfermos ou retardados
→ Cegos e surdos
→ Interessado (amigo)
→ Parentes

3.2.6. Beneficiários:

3.2.7. Execução do testamento:

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