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Educação Física e jogos cooperativos: Tudo a ver


Reinaldo Soler
Professor de Educação Física da Rede Municipal de Santos - SP; Professor de Educação
Física da Rede Municipal de Praia Grande - SP; Focalizador de Jogos Cooperativos;
Autor dos livros: Jogos Cooperativos - 2002; Brincando e aprendendo na Educação
Física Escolar - 2002; Jogos Cooperativos para Educação Infantil - 2003; Educação
Física Escolar - 2003; Brincando e Aprendendo com os Jogos Cooperativos - 2004;
Educação Física Inclusiva - 2004, todos pela Editora SPRINT.
Tels: (13) 34737294 / (13) 97786446 (celular).
Email: reinaldosoler@ig.com.br

Atualmente ando pensando muito a respeito dos caminhos e descaminhos da Educação


Física Escolar, e percebo que ela ainda precisa ser transformada, ou como diz Santin,
ressignificada. Isto demanda tempo mas não é impossível acontecer, dependendo
apenas de ações concretas em direção a uma mudança tão esperada. Quando
perguntamos a qualquer professor de Educação Física Escolar o que é preciso para que
ela seja transformada, temos várias respostas positivas. Infelizmente entre a
percepção e a ação existe um espaço, e é justamente ai que nada acontece.
Felizmente a Educação Física militaresca, discriminatória e excludente que as pessoas
conheceram e valorizaram não tem mais como existir dentro da escola, que agora
deve ser para todos sem exceção. Quando o professor de Educação Física Escolar
arranca de um jogo uma criança, ele está negando a ela o conhecimento e também o
direito a uma prática pedagógica, que é fundamental para a formação do tão sonhado
ser humano integral. O professor de Língua Portuguesa, por exemplo, não pede para a
criança que não sabe verbo ficar de fora de suas aulas, pelo contrário insiste com que
ela aprenda. Saindo precocemente do jogo ou da aula sobre verbos ficará privada de
aprender.
É fundamental ver dentro de todas as aulas de Educação Física Escolar, o gordinho, o
magrinho, a menina, o menos hábil , o mais hábil, o portador de necessidades
especiais, enfim todas as diferenças que por uma razão ou outra ainda se encontram
fora dessas aulas, excluídos.
Aquele aluno que geralmente fica de fora das aulas de EFE (Educação Física Escolar), é
quem na realidade mais precisa delas, então o modelo deve ser questionado e revisto.
Sempre que falamos em transformar a Educação Física Escolar, uma pergunta vem à
mente:
Cooperar ou competir, qual a melhor jogada? Na maioria das vezes, por não conhecer
outra forma de se jogar e viver o professor de Educação Física estimula a competição
sem limites, pois cria, participa ou reforça os chamados jogos e campeonatos
escolares, onde só alguns podem participar, reforçando os temíveis binômios:
vencedor-perdedor; melhor-pior e apto-não apto. Será que só existe essa alternativa?
Ou podemos criar uma nova Educação Física, e sonhar mais alto, criando também uma
nova escola onde se ensine que existem outras possibilidades para se jogar e viver,
além da forma competitiva. Que tem pra todos se cada um compartilhar o seu.
Um argumento sempre utilizado por quem escolhe a competição é o de que a criança
precisa aprender a perder, só que na prática acontece uma especialização em perdas,
pois com a estrutura atual (Jogos Competitivos) ela mais perde do que ganha. E quem
perde hoje continuará perdendo amanhã. E sempre perdendo estará com sua auto-
estima no sapato. Para modificar o nosso futuro temos que cuidar do presente,
conhecendo uma nova forma de jogar e conseqüentemente de viver também, e
reforçar a auto-estima positiva. Mas por onde começar esta mudança? Acredito que
investindo nos Jogos Cooperativos, criaremos através de uma pedagogia cooperativa
novas atitudes normas e valores, transformando também a paisagem que enxergamos
pela janela, e que não gostamos, e que podemos interferir, criando a partir daí uma
nova ética: ética cooperativa.
Temos que de alguma forma despertar nossas consciências e mantê-las despertas para
a realidade de estarmos todos jogando num grande e único time, onde cada
possibilidade possa a ser compartilhada, cada participação possa ser valorizada e onde
posso chamar quem joga comigo de "AMIGO".
Então o que são Jogos Cooperativos?
O jogo cooperativo não é algo novo, pois segundo Orlick (1982):
"Começou a milhares de anos atrás, quando membros das comunidades tribais se
uniam para celebrar a vida".
Com toda certeza, os jogos cooperativos sempre existiram, mas começaram a ser
sistematizados na década de 50 nos Estados Unidos, através do trabalho de Ted Lentz.
Um dos maiores estudiosos do tema jogos cooperativos é sem duvida nenhuma Terry
Orlick, da Universidade de Ottawa, no Canadá, que pesquisou a relação entre jogo e
sociedade.
Em 1978, publicou o livro Vencendo a competição, que serve de referencia para
qualquer trabalho sobre cooperação.
Existem muitas definições para cooperação e competição.
Acredito que as definições que mais se aproximam da realidade, sejam as descritas por
Brotto, (1999):

Cooperação: é um processo de interação social, onde os objetivos são comuns, as


ações são compartilhadas e os benefícios são distribuídos para todos.
Competição: é um processo de interação social, onde os objetivos são mutuamente
exclusivos, as ações são isoladas ou em oposição umas as outras, e os benefícios são
concentrados somente para alguns.

Competir e cooperar são possibilidades de agir e ser no mundo. Cabe escolhermos, e


acabar com o mito que é a competição que nos faz evoluir.
Quem vai escolher a forma de jogar é a criança, mas só escolherá se conhecer as
duas, se perceber quais as diferenças, e como se sente melhor : cooperando ou
competindo? O adulto tem a grata missão de apresentar os Jogos Cooperativos para a
criança.
Ser competente é muito diferente de ser competitivo, e devemos investir cada vez
mais em CO-OPETÊNCIAS, ou seja, competências compartilhadas.
Podemos iniciar de uma forma progressiva essa apresentação dos jogos cooperativos,
pois quando um grupo nunca ouviu falar dos jogos cooperativos, é preciso ir devagar.
As aulas de Educação Física até hoje reforçaram muito a competição, o vencer a
qualquer custo, mas acredito que esse modelo já esteja esgotado, e existe a
necessidade de se criar um modelo mais justo e que contemple todas as pessoas, não
só os mais hábeis, mais fortes e velozes. Não acredito que excluindo e segregando
podemos melhorar alguma coisa, pelo contrário, só conservamos o que já existe.
A Educação Física Escolar pode ser um meio extremamente importante para uma
tomada de consciência, e que a mudança que tanto falamos aconteça, ou seja, que
possamos diminuir o número de pessoas excluídas e marginalizadas dentro da escola.
Pois a escola é especialista em reforçar a competição já que não estimula a criança a
amar o aprendizado, mas sim a tirar notas cada vez mais altas. E a Educação Física
por sua vez, não valoriza a pessoa que joga, e sim o jogo, fazendo com que o jogo
seja sempre mais importante que a pessoa que joga, quando na verdade deveria ser
justamente o contrário.
Para que esta mudança enfim aconteça, é necessário que fechemos os olhos e
enxerguemos com o coração, criando novas possibilidades através dos Jogos
Cooperativos.

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