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CDD-700.7
Créditos
MATERIAIS EDUCATIVOS DVDTECA ARTE NA ESCOLA
Organização: Instituto Arte na Escola
Coordenação: Mirian Celeste Martins
Gisa Picosque
Projeto gráfico e direção de arte: Oliva Teles Comunicação
MAPA RIZOMÁTICO
Copyright: Instituto Arte na Escola
Concepção: Mirian Celeste Martins
Gisa Picosque
Concepção gráfica: Bia Fioretti
Ficha técnica
Gênero: Documentário com depoimentos de artistas e do crí-
tico de arte Alair Gomes.
Palavras-chave: Artista-curador; contato com o público; pro-
vocar o espectador; poética do efêmero; ativar sentidos; diálo-
go com a matéria; escultura; espaço; Geração 80.
Foco: Mediação Cultural.
Tema: A exposição: 3x3: 3 artistas, 3 dimensões desde o seu
conceito curatorial, a organização, a montagem e as obras dos
artistas em processo de criação.
Artistas abordados: Maurício Bentes, Marcelo Lago, Luiz
Pizarro e Franz Weissmann.
Indicação: A partir da 7ª série do Ensino Fundamental.
Direção: Malu de Martino.
Realização/Produção: Doc-Vídeo Produções.
Ano de produção: 1998.
Duração: 23’.
Sinopse
A exposição 3x3: 3 artistas, 3 dimensões realizada na Casa de
Cultura Laura Alvim em 1988, na cidade do Rio de Janeiro,
aponta os caminhos da arte nos anos 80. A partir das produ-
ções de Marcelo Lago, Luiz Pizarro e Maurício Bentes, o
documentário revela as relações entre obra, espaço e público.
Apresenta também os artistas trabalhando em seus ateliês,
cenas da montagem da exposição, depoimento do crítico de arte
Alair Gomes e entrevistas com transeuntes sobre escultores e
esculturas. Os artistas falam dos seus processos de criação, a
materialidade de suas obras, conceitos de arte contemporânea,
intervenções no espaço expositivo e suas intenções de provo-
car experiências estéticas.
Trama inventiva
Museus, galerias e instituições culturais abrigam exposições,
acolhem visitantes. Curador, museólogo, formas de expor,
montagem, ação educativa e professor mostram as obras aos
caminhantes, oferecendo acesso, afetando-os. Olhos-corpos
sensíveis se movem dentro das obras e ao redor delas. O visi-
tante vive a vida lenta. Experiência estética: múltiplas sensa-
ções, percepções, reflexões. Às vezes, a experiência é solitá-
ria, em seu próprio ritmo. Algumas vezes, é compartilhada com
outros numa visita mediada. Seja como for, a mediação propõe
um acasalamento entre a carne do nosso corpo e a carne das
obras de arte, também na escola. Neste documentário, tudo
parece mirar para o território Mediação Cultural da cartogra-
fia. Na geografia dos passos, celebremos a vida cultural!
O passeio da câmera
No espaço das ruas, pessoas são convidadas a lembrar de
nomes de escultores e a pensar sobre uma questão: o que você
sente ao ver uma escultura? Desde o início, é possível perce-
ber como o documentário, assim como os artistas, preocupa-
se com as relações entre a obra de arte, o público e o contexto
onde está situada.
Efeitos de imagens e música também preparam o nosso olhar
para entrar no espaço e acompanhar os preparativos da mon-
tagem da exposição 3x3: 3 artistas, 3 dimensões, na Casa de
Cultura Laura Alvim/Rio de Janeiro, em 1988.
Nos ateliês e na galeria, vemos os artistas produzindo seus tra-
balhos. Maurício Bentes fala do seu trabalho com a luz. O fogo
é sua fonte de interesse e aquece os argumentos do artista. O
ferro é aquecido para dar forma às idéias de Bentes, fragmentos
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material educativo para o professor-propositor
3X3: 3 ARTISTAS, 3 DIMENSÕES: MARCELO LAGO, MAURÍCIO BENTES, LUIZ PIZARRO
Sobre os artistas
Luiz Pizarro (Rio de Janeiro/RJ, 1958)
Luiz Pizarro estuda na Escola de Artes Visuais do Parque Lage1 ,
local em que atua como artista participando da exposição Como
vai você, Geração 80? 2, com Marcelo Lago, Maurício Bentes,
Leonilson, Leda Catunda, Beatriz Milhazes, Tunga, Nuno Ra-
mos, entre outros. Nessa escola, também trilha o caminho de
professor do Núcleo de Pintura. Sua primeira exposição indivi-
dual acontece em 1984. No mesmo ano, integra o Ateliê da Lapa
com Angelo Venosa, Daniel Senise e João Magalhães.
Participa da exposição 3x3: 3 artistas, 3 dimensões envolven-
do com filme plástico elementos como troncos e galhos de ár-
vores. Para ele: “as formas já estão aí. Eu simplesmente as
reconheço. Eu não as penso antes, eu as reconheço e quase
3
que roubo esta forma da natureza”. No jardim em frente ao
centro cultural, a escultura do artista Franz Weissmann, um dos
mais representativos artistas brasileiros na linguagem da es-
cultura abstrata, também recebe a intervenção de Pizarro que
a envolve com material transparente.
O artista expõe na 18ª e 21ª Bienal Internacional de São Paulo e
participa das exposições A imagem do som de Gilberto Gil, no Paço
Imperial/RJ em 2000, Onde está você, Geração 80? no Centro
Cultural Banco do Brasil – CCBB/RJ em 2004, além de diversas
coletivas no Brasil e no exterior. Em trabalhos mais recentes, Luiz
Pizarro discute a apropriação cultural a partir de gravuras de ar-
tistas viajantes europeus do século 16 e 17, cobrindo-as por uma
grossa camada de cera. As estranhas imagens “constituem me-
táforas para o conflito inerente aos choques entre culturas”3.
Os olhos da arte
Se mudanças no conceito de obras de arte andam juntas com
mudanças nos esquemas espaciais genéricos, também a re-
lação do espectador com as obras se modifica.
Alberto Tassinari6
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Luiz Pizarro - Para que lado fica o Paraíso?, 1995
Marcelo Lago
Memórias, sonhos e
reflexões
Detalhe da Instalação
Coleção Gilberto
Chateaubriand - MAM/RJ
meios
Casa de Cultura Laura Alvim/RJ, Escola de Artes artes novos
o ato de expor Visuais do Parque Lage – EAV Parque Lage/RJ meios visuais
tradicionais
contato com o público, montagem, espaços sociais do saber poética do vídeo
desenho museográfico, a leitura do público, pintura, escultura,
estrutura física do espaço expositivo desenho, gravura cinema
artista-curador, crítico de arte, tridimensionalidade, ambiência
fundador de casa de cultura
Saberes
Estéticos e
Culturais
Materialidade
poética do efêmero,
política cultural criação de instituições, políticas públicas
dimensão simbólica da matéria,
poética da transformação
história da arte arte contemporânea, Geração 80
poética da materialidade
procedimentos
suporte potências criadoras percepção, provocação mental, atitude lúdica,
Zarpando coleta sensorial, ativar sentidos
ruptura do suporte, pesquisa
de outros meios e suportes
ação criadora poética pessoal, intenção criativa,
inquietude, diálogo com a matéria
qual FOCO?
ambiência de trabalho ateliê, amigos, filiação a grupos de artistas
qual CONTEÚDO?
o que PESQUISAR?
de trabalho impulsionadores de projetos, convidando você a
recriar e inventar as sugestões aqui expostas, que não seguem
uma ordem linear.
Ampliando o olhar
O espaço de arte apresentado neste documentário é a Casa
de Cultura Laura Alvim, que foi fundada por ela. Moradora
da casa, desde os 4 anos, Laura tornou o sonho de transformá-
la de espaço cultural em uma realidade. Em sua cidade ou
bairro, há casas de cultura? O que oferecem? Preocupam-se
em estabelecer relações entre arte e público? Uma boa idéia
é promover uma visita com seus alunos para conhecer a pro-
dução cultural realizada nesses espaços públicos.
Os alunos já foram a alguma exposição? O que podem lem-
brar sobre ela? Obras expostas, montagem, iluminação,
textos de parede, plaquetas com informações sobre as
obras, a interação pessoal com esse espaço podem reto-
mar experiências vividas e ampliar possibilidades de
compreendê-las pelos aspectos da mediação, da curadoria,
do ato de expor, dos agentes culturais envolvidos, etc.
A criação de uma exposição virtual pelos alunos, através de
uma maquete, ou mesmo por meio de uma apresentação em
Power point, pode desafiá-los a compreender a idéia do fio
condutor que potencializa conexões entre as obras escolhidas.
Quais materiais poderiam ser utilizados para criar interven-
ções no espaço da escola? Esticar barbantes ou fios de lã
no corredor ou sala de aula, fazendo com que as pessoas
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material educativo para o professor-propositor
3X3: 3 ARTISTAS, 3 DIMENSÕES: MARCELO LAGO, MAURÍCIO BENTES, LUIZ PIZARRO
Valorizando a processualidade
As experiências, as informações e os saberes construídos pe-
los alunos e por você precisam ser avaliados como modo de
valorizar e repensar toda processualidade vivida, percebendo
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os “encontros” com realidades antes “distantes, externas e
estranhas”. O que foi mais significativo em relação aos espa-
ços de exposições e às obras dos três artistas? O que se mo-
difica ao organizarem e apreciarem exposições? Essas e outras
questões, além da leitura dos portfólios dos alunos, podem
ajudá-lo a perceber também o que ficou mais forte para você e
o que transformaria em projetos, a partir deste documentário,
com outra turma de alunos.
Uma visita à DVDteca Arte na Escola potencializará novos
projetos e novas viagens pelo universo da arte.
Glossário
Curadoria educativa – o termo tem sido utilizado por Luiz Guilherme Ver-
gara em seu trabalho frente ao Museu de Arte Contemporânea de Niterói
e no Centro de Arte Hélio Oiticica/RJ. Não implica apenas na escolha das
imagens que são apresentadas aos alunos, mas, também, no trabalho de
seleção que lida com ênfases e exclusões, de combinação e de recorte.
Ampliar o olhar, mais profundo e inquieto, para além do simples reconhe-
cimento de autorias, a curadoria educativa pode despertar a fruição, não
somente centrada na imagem, mas em uma experiência, um caminho que
leve a pensar a vida, a linguagem da arte, provocando leitores de signos.
O professor-propositor prepara esse percurso ativando culturalmente obras
e artistas de todos os tempos, lugares e etnias. Fonte: GRUPO de Pesqui-
sa: Mediação Arte/Cultura/Público. Revista Mediação: Provocações Es-
téticas. São Paulo, v.1, d.1, out. 2005, p. 125.
Earth art – também conhecida como land art ou earthworks, surgiu nos Estados
Unidos no final dos anos 60 como forma de ampliar as fronteiras da arte. Propõe
explorar espaços alternativos e faz interferências em objetos, elementos naturais
ou paisagens. Fonte: DEMPSEY, Amy. Estilos, escolas e movimentos: guia enci-
clopédico da arte moderna. São Paulo: Cosac & Naify, 2003, p. 260-262.
Experiência estética e estesia – ao contrário da anestesia - a impossibi-
lidade ou a incapacidade de sentir, a estesia é, assim como a palavra esté-
tica, originada do grego aisthesis, que significa basicamente a capacidade
sensível do ser humano para perceber e organizar os estímulos que lhe al-
cançam o corpo. Fonte: DUARTE JR., João Francisco. O sentido dos senti-
dos: a educação (do) sensível. Curitiba: Criar Edições, 2001, p. 136-137.
Mediação – “Mediar é estar entre. (...) Ultrapassando a idéia de media-
ção como ponte, compreendê-la como um estar entre implica em uma ação
fundamentada e que se aperfeiçoa na consciente percepção da atuação
do mediador que está entre muitos: as obras e as conexões com as outras
obras apresentadas, o museu ou a instituição cultural, o artista, o curador,
o museógrafo, o desenho museográfico da exposição e os textos de pare-
18 de que acolhem ou afastam, a mídia e o mercado de arte que valorizam
material educativo para o professor-propositor
3X3: 3 ARTISTAS, 3 DIMENSÕES: MARCELO LAGO, MAURÍCIO BENTES, LUIZ PIZARRO
Bibliografia
COSTA, Cristina. Questões de arte: a natureza do belo, da percepção e
do prazer estético. São Paulo: Moderna,1999.
DEMPSEY, Amy. Estilos, escolas e movimentos: guia enciclopédico da arte
moderna. São Paulo: Cosac & Naify, 2003.
ECO, Umberto (org.). História da beleza. Rio de Janeiro: Record, 2004.
FARIAS, Agnaldo. Arte brasileira hoje. São Paulo: Publifolha, 2002. (Folha explica).
GRUPO de Pesquisa: Mediação Arte/Cultura/Público. Revista Mediação:
Provocações Estéticas. São Paulo, v.1, d.1, out. 2005.
MARTINS, Mirian Celeste; PICOSQUE, Gisa; GUERRA, M. Terezinha Telles.
A língua do mundo: poetizar, fruir e conhecer arte. São Paulo: FTD, 1998.
MEIRA, Marly. Filosofia da criação: reflexões sobre o sentido do sensível.
Porto Alegre: Mediação, 2003.
PILLAR, Analice Dutra (org.). A educação do olhar no ensino das artes.
Porto Alegre: Mediação, 1999.
SALLES, Cecília Almeida: Gesto inacabado: processo de criação artísti-
ca. São Paulo: Fapesp: Annablume, 1998.
TASSINARI, Alberto. O espaço moderno. São Paulo: Cosac & Naify, 2001.
Seleção de endereços sobre arte na rede internet
Os sites abaixo foram acessados em 15 maio 2006.
ARTE CONTEMPORÂNEA. Disponível em: <www.canalcontemporaneo.art.br>
ARTE E MUSEU. Disponível em: <www.artenaescola.org.br>.
BENTES, Maurício. Disponível em: <www.niteroi-artes.gov.br/
mauriciobentes.html>.
CASA DE CULTURA LAURA ALVIM. Disponível em: <www.citybrazil.com.br/
rj/riodejaneiro/cultura.htm>.
LAGO, Marcelo. Disponível em: <www.marcelolago.com.br>.
PIZARRO, Luiz. Disponível em: <http://galeria.anitaschwartz.com.br/
bio.asp?id=14>.
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Notas
1
A escola, que completa 30 anos em 2005, se mantém como o principal núcleo
brasileiro de formação em artes visuais, um fórum de reflexão e debate sobre
os principais problemas da arte atual. Freqüentaram seus cursos muitos dos
mais importantes nomes da produção artística contemporânea do país, confe-
rindo à escola projeção internacional. Fonte: <www.annamarianiemeyer.com.br/
eventos.htm>. Acesso em 30 ago. 2005.
2
Esta exposição teve a participação de cento e vinte jovens artistas que
buscavam a contraposição da arte conceitual dos anos 70, revitalizando a
linguagem da pintura no cenário da arte brasileira. Na DVDteca Arte na
Escola, você encontra o documentário Tela s/ tinta (Geração 80) que aborda
o grupo chamado Geração 80 e documentários sobre os artistas Maurício
Bentes, Leonilson, Leda Catunda, Tunga, Nuno Ramos, entre outros
3
Fonte: <www.mac.usp.br/exposicoes/98/migratorio/pizarro.html>.
Acesso em 15 maio 2006.
4
Fonte: <www.marcelolago.com.br>. Acesso em 15 maio 2006.
5
No documentário Maurício Bentes: esculturas, na DVDteca Arte na Es-
cola, você pode ver o registro destas exposições.
6
Alberto TASSINARI, O espaço moderno, p. 143.
7
Cecília Almeida SALLES, Gesto inacabado: processo de criação artísti-
ca, p. 48.
8
Lygia CLARK. Lygia Clark. Barcelona: Fundació Antoni Tàpies, 1998, p. 233.
9
Nascida do sonho de Laura Agostini Alvim, o centro cultural ocupa a casa
em que viveu desde os 4 anos de idade, na Av. Vieira Souto, 176, em
Ipanema/Rio de Janeiro. Construída entre 1906 e 1913, sem um estilo es-
pecífico, a casa de cultura começa a funcionar em 1986. Hoje lá se encon-
tram: galeria de arte, cinema, música, teatro, museu dividido em três espa-
ços: “o primeiro, ocupado por roupas e objetos pessoais de Laura Alvim; o
segundo dedicado ao pai de Laura, o médico Álvaro Freire Villalba Alvim,
que trouxe para o Brasil o primeiro aparelho de raio-x; e o terceiro espaço,
ocupado por Angelo Agostini, avô materno de Laura, que tornou-se conhe-
cido como caricaturista e pintor, retratando de forma jocosa, políticos do
segundo reinado e início da República. Fonte: <www.citybrazil.com.br/rj/
riodejaneiro/cultura.htm>. Acesso em 15 maio 2006.
10
Umberto ECO (org.). História da beleza, p. 415.
11
Mirian Celeste MARTINS, et al, A língua do mundo: poetizar, fruir e
conhecer arte, p. 75.
12
Ana Claudia de OLIVEIRA, Convocações multissensoriais da arte do sé-
culo XX. In: Analice Dutra PILLAR (org.). A educação do olhar no ensino
das artes, p. 95.
13
Ideologia tem a parceria de Cazuza com Roberto Frejat. Está disponível
em: <www.cazuza.com.br>. Acesso em 15 maio 2006.
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