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Programa de Atualização Técnica

Ciclo de Palestra – Gestão da Manutenção Centrada na


Sustentabilidade
© 2008 SENAI-RJ

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SENAI_RJ
Av. Graça Aranha 1 - Centro - Rio de Janeiro
www.firjan.org.br

Texto disponibilizado no ambiente de transmissão das palestras


Reprodução autorizada desde que citado a fonte e autor
S umário
1. Resumo ..........................................................................................................4

2. Introdução ......................................................................................................4

3. A legítima QUALIDADE como veículo da transformação ...............................5

4. Papel do TREINAMENTO, CAPACITAÇÃO e VALORIZAÇÃO dos


profissionais no processo de transformação ......................................................6

5. A importância dos RECURSOS como sustentação física das mudanças ......7

6. Atuação da LIDERANÇA/GERÊNCIA na transformação para a nova ordem 8

7. Influências da mudança na escolha das POLÍTICAS adequadas ..................9

8. Questões estratégico-institucionais associadas à Gestão da Manutenção


Centrada na Sustentabilidade ..........................................................................10

9. Conclusões .................................................................................................. 11

10. Referências Bibliográficas .......................................................................... 12


1 Resumo
A luminária de um centro cirúrgico que queima durante uma operação, o motor
que engasga e faz o carro parar à noite numa estrada erma, o elevador cheio
que enguiça entre dois andares altos... De vez em quando, recebemos sinais
de alerta de que materiais e equipamentos têm uma vida útil limitada e
precisam ser conservados em perfeitas condições, colocando em realce uma
atividade de vital importância para a economia das nações e a vida de todos
nós, mas que só é lembrada quando os problemas acontecem: a Manutenção.
Filha bastarda do "Império da Produção" instaurado pela Revolução Industrial,
a Manutenção experimentou uma impressionante evolução nestes pouco mais
de 100 anos de existência formal - sendo hoje já apontada como a mais
importante Função da Engenharia - numa trajetória que a levou a desempenhar
o papel estratégico de protagonista na preservação da saúde e
sustentabilidade empresariais. Os dados recentes da ABRAMAN respaldam
tais assertivas, revelando que a Função representa, no Brasil, um mercado da
ordem de US$ 53 bilhões por ano, empregando mais de 23% da força de
trabalho própria das empresas, com valores atingindo US$ 300, US$ 175 e US$
130 bilhões nos EUA, Japão e Alemanha. Tais números e a mencionada
importância estratégica da Atividade, como fiadora da competitividade,
produtividade e lucratividade das organizações, clamam, assim, pelo
estabelecimento de uma mentalidade de gestão da Manutenção centrada na
Sustentabilidade, dotando-a da necessária visão institucional para o pleno
reconhecimento da sociedade. Para tanto, são aqui analisadas as influências
de diversos fatores, tais como Qualidade, Treinamento/Capacitação, Recursos,
Liderança/Gerência e Políticas de Manutenção.

Palavras-chave: Sustentabilidade, Manutenção, Estratégia

2 Introdução
Ao longo de sua História, o Ser Humano vem demonstrando que seus melhores
esforços de avanço e desenvolvimento são oriundos de épocas de crise e
dificuldade, quando parece que suas potencialidades criadoras mais se
sobressaem e desabrocham, no sentido da busca de soluções aparentemente
inexistentes, mas que, como por milagre, sempre acabam surgindo. Foi assim
em todas as eras, vem sendo assim no presente e, sem dúvida, será assim no
futuro, em todos os campos de conhecimento humano.

A Manutenção, criação tipicamente humana, não poderia, assim, escapar deste


contexto. Filha quase bastarda do “Império da Produção” instalado pela
Revolução Industrial, ela sofreu uma impressionante transformação em seus
métodos e práticas ao longo destes poucos anos de existência. Assim, quatro
marcos podem ser considerados como fundamentais no balizamento destas
transformações, todos os quatro, como sempre, frutos da necessidade de
racionalização e otimização imposta por instantes de crise. São eles:

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• O nascimento da Função como Manutenção Corretiva;
• O advento da Manutenção Preventiva;
• O surgimento da Manutenção Preditiva;
• A disseminação da Manutenção Centrada em Confiabilidade (MCC).

É evidente que muitos outros aspectos foram e são importantes neste processo
de contínua evolução – o desenvolvimento da mentalidade da Qualidade, a
integração Manutenção-Operação na filosofia de TPM (Total Productive
Maintenance) e o papel do Treinamento poderiam ser citados, dentre outros –
mas julgamos que os quatro já mencionados ilustram e ancoram melhor aquilo
que queremos dizer com “progresso movido à crise”.

A situação atual do Planeta, que vive momentos difíceis de escolha de rumos,


escassez crescente de recursos naturais, graves problemas trazidos pelo
aquecimento global, inexistência de largos horizontes e 2,8 bilhões de pessoas
vivendo com menos de US$ 2.00 por dia – ou seja uma grande “panela de
pressão” – permite-nos supor, com base nas experiências passadas, que
estamos próximos de grandes conquistas, sejam elas sociais, políticas,
tecnológicas ou – por que não? – até mesmo no ramo da Manutenção, que vem,
inclusive, sendo apontado como o melhor investimento para o Desenvolvimento
Sustentável. Uma análise mais apressada poderia concluir que deveríamos
apostar todas as nossas fichas na massificação da MCC (ou RCM - Reliability-
Centered Maintenance) como o futuro certo e próximo da Atividade. Porém,
acreditamos que podemos ser um pouco mais ousados e ambiciosos.

Assim, dadas as atuais condições de efervescência incubada já descritas e as


novos imperativos impostos pela questão da Sustentabilidade, pensamos que
esta contribuição é apenas uma gota no oceano perfeitamente plausível de
acontecer num futuro não muito distante, permitindo visualizar a efetiva
conquista, pela Manutenção, da categoria de Ciência, transformando a
atividade na “MEDICINA DE SISTEMAS©”.

Neste processo, julgamos ser importantíssima a participação não só da MCC e


de outras filosofias/políticas de Manutenção - como, por exemplo, a Gestão de
Ativos Industriais (Industrial Asset Management) - além de diversas disciplinas
que vêm ocupando espaços cada vez maiores nas oficinas e escritórios do
Setor, mas que atuam de maneira ainda desordenada e pulverizada.
Acreditamos que, no momento em que pudermos integrar todos estes esforços
e voltá-los principalmente para a preparação, qualificação e capacitação do(a)
Profissional da Área, dotando-o(a) da necessária conscientização para a
transformação preconizada, estaremos a um passo da meta almejada, quando
aquele(a) mesmo(a) especialista em "quebrar galhos", "dar um jeitinho" ou
"fazer uma gambiarra" finalmente desempenhará o papel que sempre lhe
esteve reservado, por mérito e justiça: o de “MÉDICO(A) DE SISTEMAS E
MÁQUINAS©”. As formas de atuação de cada uma destas disciplinas –
Qualidade, Treinamento, Recursos, Gerência e Políticas de Manutenção – no
sentido da busca desta desejável integração, são, a seguir, discutidas.

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3 A legítima QUALIDADE
transformação
como veículo da

A própria definição ou conceituação da Qualidade nos leva a meditar sobre o


papel do cliente na transformação proposta: “adequação ao uso”. Assim, o
cliente deve sinalizar, indicando o caminho a ser seguido pela Manutenção, no
sentido de obter ou alcançar a Qualidade estabelecida. Este é o ponto de
partida para a implementação, e não implantação pura e simples, de um
Sistema de Gestão da Qualidade, ou seja, de um sistema de trabalho que nos
leve a alcançar o nível de Qualidade negociado.

A transformação necessária para atingir este patamar de desenvolvimento


passa, necessariamente, pela tomada de consciência, pelo Homem/Mulher de
Manutenção, da importância de sua contribuição. É preciso, então, fornecer
condições para que ele/ela enxergue no produto final a sua marca, identifique
sua participação e se orgulhe do resultado final do seu trabalho e do grupo,
para que se possa obter o engajamento e a integração de todos no projeto de
transmutação da Função em Ciência, em “Medicina de Sistemas©”.

Ao ser proposta a modificação e revalorização do conceito de Manutenção, a


classe estará sendo colocada em posição de destaque, como protagonista da
obtenção da Sustentabilidade. Apenas a descoberta de que está sendo
considerado(a) importante já despertará, no(a) Profissional do Setor, a
motivação para participar ativamente, com colaboração decisiva, do processo
de mudança de que será, ele/ela próprio(a), numa primeira etapa, paciente, até
mesmo para que obtenha completo entendimento da sua evolução para
“Médico de Sistemas e Máquinas©”. Afinal, Pasteur teve que se auto-vacinar
para comprovar a eficácia de sua descoberta, e Freud, se auto-analisar, para
criar sua técnica de psicanálise.

Se o Homem/Mulher de Manutenção desperta, então, para a necessidade de


mudar porque ele/ela é fundamental para a obtenção da Qualidade, teremos, a
favor da transformação, o seu orgulho e, como Garantia, a sua
responsabilidade, chamando para si a tarefa e a missão de renascimento do
conceito de Garantia da Qualidade.

4 Papel do TREINAMENTO, CAPACITAÇÃO e


VALORIZAÇÃO dos profissionais no processo de
transformação
Para o advento do novo conceito de Manutenção aqui proposto, é necessário
encarar a realidade de que a transformação prevista não se dará apenas no
campo conceitual, mas também, e fundamentalmente, terá que incluir
profundas alterações de ordem comportamental. Parece claro que toda luta no
sentido desta conquista será infrutífera se os membros da comunidade não
estiverem conscientizados, nem motivados, a participar deste grande esforço,

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de maneira a que atitudes pessimistas ou céticas sejam minimizadas e, até
mesmo, eliminadas.

Nesse contexto, o Treinamento aparece como um dos alicerces em que o salto


qualitativo pretendido terá que forçosamente se apoiar, no sentido do
desenvolvimento de uma nova mentalidade compatível com o papel a ser
desempenhado pelo Homem/Mulher de Manutenção. Desta forma, é importante
ressaltar que os novos programas a serem implementados deverão se
preocupar não apenas com os ensinamentos Técnicos, mas também, e de
maneira profunda, com os aspectos sociólogos que terão que ser ministrados.

Assim, um cuidado especial deve ser dispensado ao aprendizado dos


relacionamentos interpessoais, com os clientes, com as máquinas e até mesmo
com o ambiente, de modo a banir certas posturas e atitudes até hoje existentes.
É preciso que se entenda que os novos tempos não permitirão a existência de
grandes espaços para conflitos pessoais inter/intra-setores, que possam
colocar em risco o espírito de integração fundamental para o sucesso de
qualquer Organização de Manutenção. Será, também, primordial a existência
de um clima de harmonia com nossos clientes: aliás, nunca será tão verdadeira
a velha máxima de que “o cliente tem sempre razão”, tendo o Profissional do
setor que compreendê-la e respeitá-la, para que sua nova postura seja também
respeitada e compreendida.

Por outro lado, o relacionamento com as máquinas terão que sofrer


significativas modificações. As máquinas, instalações e sistemas terão que ser
encarados como verdadeiros “pacientes” e, como tal, merecedores da mais
profunda atenção, ao menor “espirro”. Como sabemos da própria experiência
médica, o desprezo e o desrespeito para com um paciente levam, quase
sempre, à sua morte.

Também será importante a aquisição de conhecimentos relacionados ao trato


com o ambiente externo, seja ele físico, político ou social. Vivemos num mundo
cada vez mais integrado, mais democrático, mais informado, onde os diversos
anseios, por menores que sejam, são cada vez mais levados em consideração.
Assim, o Homem/Mulher de Manutenção terá que estar atento(a) a estas
diferentes influências externas e, para tal, sua Capacitação terá que incluir
subsídios que lhe permitam a aquisição de uma visão holística da Atividade e
do ambiente no qual ela se insere.

5 A importância dos RECURSOS como sustentação


física das mudanças
Assim como não se consegue mais enxergar um neurologista trabalhando sem
um tomógrafo computadorizado, um “Médico de Sistemas e Máquinas©” não
poderá trabalhar sem o auxílio de instrumentos e equipamentos compatíveis
com uma atuação científica. Desta forma, o monitoramento das condições
operacionais das instalações constitui-se na principal sustentação para o
perfeito exercício das atribuições do Profissional de Manutenção, garantindo o
exato diagnóstico das disfunções e a definição do melhor “tratamento” a seguir
7|Página
- desde a prescrição de “remédios comuns" (re-apertos, limpezas,
balanceamentos, alinhamentos), até a necessidade de “intervenções cirúrgicas”
(revisões, reformas, substituição de componentes).

Para tanto, as Organizações de Manutenção deverão contar com um


instrumental sofisticado para medição, registro e análise de parâmetros
importantes, assim como com pessoal apto a operá-lo e entendê-lo. É claro que
a palavra “sofisticado” provoca arrepios, uma vez que ela sempre é associada a
elevados custos. Porém, a análise custo-benefício efetuada dentro do escopo
aqui apresentado é extremamente vantajosa, em vista do objetivo maior de
inclusão da Manutenção no rol das Ciências, com a conseqüente contribuição
fundamental para a Sustentabilidade.

Não se pode, também, deixar de abordar os recursos de Informática. A partir da


introdução do computador na Manutenção, na década de 70, uma gama de
facilidades cada vez mais ampla, em quantidade e qualidade, vem sendo
oferecida aos Profissionais do Setor. Hoje em dia, já se conta com um sem-
número de programas, sites e serviços eletrônicos on-line que em muito
auxiliam o planejamento, execução e controle da Função. Assim, a
transformação pretendida não poderá prescindir da utilização maciça destes
recursos, com os quais nosso(a)s “Médico(a)s” deverão possuir total
familiaridade, inclusive no sentido de comunicar e divulgar problemas
semelhantes e suas soluções, tal como fazem diversos centros médicos em
todo o mundo.

Por outro lado, é preciso frisar que não basta um bom ferramental para se obter
um bom Profissional. Afinal de contas, o melhor bisturi disponível no mercado
não transforma, por si só, um acadêmico de Medicina num cirurgião
consagrado. Talento, vontade e treinamento, como já visto, são fundamentais,
mas desde que estejam aliados a boas técnicas e bons métodos de trabalho.

Assim, no desenvolvimento do projeto de transformação, será essencial o


estabelecimento de procedimentos ou instruções de serviço que irão compor
um verdadeiro Manual de Manutenção, contendo a descrição do “como”
executar cada tarefa programada. Com isso, poderão ser obtidas a
padronização e sistematização dos trabalhos, permitindo também uma melhor
avaliação da eficiência e produtividade das atuações e um melhor
planejamento dos serviços. Podemos citar, como exemplos práticos dos
avanços de valorização da Função, os Procedimentos de Manutenção
constantes do Manual de Operação das Usinas Nucleares de Angra 1 e 2, da
Eletronuclear – uma exigência de ordem legal que contribuiu decisivamente
para a modificação do próprio perfil da Organização de Manutenção local.

6 Atuação da LIDERANÇA/GERÊNCIA
transformação para a nova ordem
Pelas próprias características da nova atitude e posição do pessoal de
na

Manutenção - participação, conscientização e engajamento - e por ser a própria


mudança um processo que tem que ser assumido pelos “pacientes”, sendo ela
mais efetiva se mais internalizada, um líder ou gerente autocrático estará fora
de sintonia com o modelo proposto. Uma postura autoritária do gerente com
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certeza inibirá a criatividade, a espontaneidade e, conseqüentemente, o
envolvimento e participação dos empregados na nova ordem e na sua própria
transformação.

Por outro lado, por ser este um processo de mudanças profundas na própria
atitude, a sua condução deve ser feita por uma gerência sólida, que consiga
manter o controle durante sua evolução, para que o rumo não seja desviado
dos objetivos propostos. Assim, há um estilo de gerência bem definido para se
adequar ao modelo proposto: o participativo, com poder de decisão e
apropriado suporte pela alta administração corporativa.

No estágio pretendido – o Profissional de Manutenção como “Médico de


Sistemas e Máquinas©” – não haverá mais lugar ou justificativa para o
autoritarismo, pois o sucesso deste sistema depende da cooperação, confiança
mútua, honestidade, responsabilidade e disciplina, valores estes muitas vezes
frágeis e susceptíveis a atuações gerenciais desastradas e inadequadas.

Dentro deste contexto, deve também ser ressaltado o papel do Líder de


Manutenção no estabelecimento de uma “Psicologia de Sistemas”, com
atuação análoga à de um psicólogo ou psicanalista. É necessário que se saiba
“ouvir o sistema”, descobrir como ele “pensa”, para que se possa entender a
organização deste “pensamento” e agir corretamente para melhorá-lo.
Ressalte-se ainda que, ao falar de “sistemas”, não estamos nos referindo
apenas aos equipamentos, máquinas e componentes, mas também às pessoas
que com eles interagem, constituindo nossas células de trabalho. Assim, tais
“gerentes-psicólogos” deverão também se preocupar com os aspectos sociais
de seus liderados, de maneira a desenvolver um clima de confiança, harmonia
e respeito que favoreça o cultivo das idéias aqui apresentadas, evitando
atitudes “prontas” e impostas, ignorando o convencional e buscando novos
ângulos de visão, o detalhe, a motivação e o envolvimento com compromisso.

Conclui-se, portanto, que a modificação a ser introduzida é tanto no pessoal de


execução e supervisão, como nos líderes e gerentes, que deverão atuar como
verdadeiros coaches para seu pessoal, com outra postura e outra mentalidade,
o que irá exigir um novo posicionamento, mais democrático, participativo e de
maior integração. Assume, assim, papel importantíssimo a Comunicação
correta, eficaz, inteligente e adequada, pois, mudando os interlocutores, muda
também a mensagem e a atitude do gerente na comunicação com seus
liderados.

7 Influências da mudança na escolha das POLÍTICAS


adequadas
Conforme já sugerido, parece claro que, levando em conta as diversas políticas
ou filosofias de Manutenção existentes, deve-se sempre estabelecer diretrizes
que propiciem uma integração estruturada de todas elas, de modo a se obter o
máximo encaixe da Atividade na analogia aqui discutida. De fato, as práticas
adotadas na Manutenção assemelham-se às existentes na Medicina, como
podemos observar, por exemplo, quando comparamos o monitoramento de
instalações com os check-ups e exames indicados para a detecção de
disfunções humanas. Da mesma forma, a Análise de Tendências (Trending
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Analysis) dos parâmetros monitorados permite a identificação dos sintomas de
“doenças”. Na seqüência, estes sintomas são avaliados em conjunto com um
criterioso estudo do Histórico pregresso (ou seja, a anamnese) para formular
um diagnóstico mais preciso (determinação da root-cause) e prescrever a
melhor terapia não sintomática aplicável, possibilitando intervenções mais
acuradas ("onde" e "como") e oportunas ("quando").

Para se alcançar o objetivo aqui estipulado é ainda fundamental que a Política


adotada incorpore a defesa da participação ativa da Manutenção em todas as
etapas de um empreendimento. Afinal, o acompanhamento médico de um Ser
Humano é feito desde sua concepção e gestação (“projeto”) até a sua fase
adulta (“produção”), passando pela infância (“construção”) e adolescência
(“comissionamento”). Por que não fazer o mesmo com a “Medicina de
Sistemas©”? Ao proceder assim, estaremos certamente dando um grande salto
na direção de uma melhor qualidade para os produtos/serviços e de uma maior
economia dos recursos necessários para sua consecução, favorecendo a
melhoria da Sustentabilidade empresarial.

8 Questões estratégico-institucionais associadas à


Gestão da
Sustentabilidade
Manutenção Centrada na

No momento em que cada vez mais se discutem tópicos como


desenvolvimento sustentável, segurança, meio ambiente, saúde e perenidade,
devemos estar preparados para as transfigurações que forçosamente ainda
virão, exigindo a alteração de procedimentos, a revisão de métodos, a
avaliação de perspectivas e a adoção de novas crenças e valores.

Nesta linha, parece lídimo propor que uma das melhores estratégias a ser
perseguida pelas organizações consiste em empregar grande parte de seus
esforços e investimentos no estabelecimento de condições que favoreçam a
efetiva implantação da Gestão da Manutenção Centrada na Sustentabilidade,
para o que deverão ainda ser levadas em consideração as seguintes questões
de caráter também institucional:

• Respeito às culturas, tradições, características e realidades locais;


• Preocupação prioritária com a valorização do Profissional de
Manutenção, fornecendo os subsídios necessários para sua adequada
qualificação;
• Integração com instituições, entidades e associações que possuam
pontos de contato com a área de Manutenção;
• Desenvolvimento da conscientização de que as novas instalações
devem sempre contar com ativos físicos que minimizem e facilitem as
futuras atividades de Manutenção, garantindo a sua manutenibilidade;
• Valorização total da Ética nos relacionamentos pessoais, organizacionais
e contratuais;
• Obediência plena aos preceitos da Qualidade, Segurança Ocupacional,
Saúde, Meio Ambiente e Responsabilidade Social.
• Em articulação com os órgãos pertinentes, busca da normalização e
regulamentação do setor de Manutenção, incluindo a padronização de
sua terminologia e de seus Indicadores;
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• Incremento do ensino da Manutenção nas escolas técnicas e
universidades;
• Incentivo à implantação e administração de sites e bibliotecas eletrônicas
para Manutenção, de modo a otimizar a execução das atividades, facilitar
o intercâmbio de experiências e garantir a atualização do Conhecimento
sobre os métodos, práticas e procedimentos adotados na resolução de
problemas;
• Promoção da comparação com padrões de referência e excelência,
objetivando identificar virtudes e carências para reforçar as primeiras e
eliminar as segundas;
• Celebração de intercâmbios, acordos e parcerias com organizações
estrangeiras, buscando ampliar a divulgação e disseminação da Cultura

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de Manutenção.

Conclusões
Gostaríamos de deixar claro aqui que nossa intenção não é filosofar, nem
assumir atitudes sonhadoras e românticas. Apenas julgamos que, face às
múltiplas evidências acerca dos grandes avanços da Manutenção e das
excelentes perspectivas para o seu futuro na área da Sustentabilidade, não
resta outro caminho para a Atividade a não ser o da conquista de uma posição
mais valorizada e respeitada, através da sua promoção à categoria de Ciência.

Por outro lado, devemos mais uma vez ressaltar que nenhuma conquista se faz
exclusivamente por pressões e influências externas. Claro que tais forças são
importantes e devem ser consideradas, mas o movimento no sentido de uma
grande transformação deve ter seu fulcro principal localizado nas entranhas do
organismo que deseja mudar. Deste modo, o aspecto fundamental a ser fixado
é que a alteração concebida não deverá ocorrer apenas no campo conceitual,
mas terá que acontecer, principalmente, no lado comportamental da questão,
através da mudança de mentalidade e postura de todos os membros da
Comunidade, sejam eles gerentes, planejadores, supervisores ou executantes.

Vale lembrar, também, que os esforços para a adoção deste modelo não
poderão ocorrer de forma isolada. De nada adianta investir só em Qualidade,
só em Treinamento ou só em Recursos. Sem dúvida, para garantir avanços
reais e consistentes, é obrigatória uma abordagem integrada e sistêmica em
todas as áreas.

A colocação em marcha desta abordagem estratégico-institucional parece,


assim, representar uma contribuição decisiva para a consolidação da Ciência
de Manutenção no Brasil, além de oferecer condições para o desenvolvimento
de uma tecnologia e uma cultura sistematizada, avançada e unificada, que
estará capacitada a disputar mercados em qualquer região do Planeta, dentro
do verdadeiro espírito preconizado pela Sustentabilidade.

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