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Sérgio Alcides
O Ar DAS
CIDADES
Poemas, 1996-2000
2ª edição
c.
http://creativecommons.org/licenses/by-nc/2.5/
2007
Edições Quem Mandou?
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Para
Maria Rita
SUÍTE
Guardado
Revém e disperso.
O armário me desarma
e aberto.
9
Recordação
Sei de cor
porque inventei
10
Lembrança
11
Maquinaria
Levanto o tapa-olho
para espiar melhor
os sete mares do quarto.
En garde!
Em dia de recordação
também tem espetáculo.
Range
porque o cordame
agüenta mal
a volta do velho cenário.
12
Volta ao Coração
Vem o sangue
nadando a montante.
sou eu mesmo
presente / ausente
que não tenho onde escorar
e coro
desamarrado no tempo
jamais devolvido a mim.
13
Coral
14
Frasqueira
Abro o poema,
– cuidado com os estilhaços!
15
Texto
16
O AR DAS CIDADES
Stadtluft macht frei.
(‘O ar das cidades liberta’).
Provérbio alemão do século XIII
Estatueta
Pó de mármore. Memória
só tem nobreza quando, rompida,
não serve mais de ornamento.
Cavalgo em pedaços
para várias direções, recolho
os dias, os quartos, os troncos.
21
Um ‘Slide’
Há muitos destroços
de palavras e luzes, rebites e bits
cobrindo o coração.
22
Se houver um desabamento
o poema ficará no ar
escorado
nos gritos.
Mas os letreiros, não.
23
Acordar na Fonte
Jogos d’água.
Fingimos, imitamos a estátua, que finge.
(desperto)
24
Às Minhas Costas
25
Na Praça
são as oferendas.
26
Vou ao Parque
27
Parecem Ter Pressa, Mas Não
28
Poema de Bolso (Com Brasão)
Passageiro do passageiro,
pensar que é ronda ainda estar vivo.
29
Valsa de Uma Cidade
30
No Botequim
Oiti, oiti,
tenho raízes fincadas em ti.
É ainda o Rio.
Há sempre uma vitrine acesa
que mostra o preço caro do perdido.
31
Poema ‘Que Só Tem o Céu, Que a Todos Cobre’
32
Candeias
A purificação da Virgem
a bala.
33
19 Castanheiras Mortas
34
Orações
35
Não Salvar Como
Nem se salva.
36
Espantalho
37
Vodu
Me espete aqui:
38
APARTAMENTOS
‘Estaba contemplando qué tormento
es este apartamiento’.
Garcilaso
Combustão
43
O Enigma de Um Dia
44
De Passarem Aviões
‘fiquei olhando
as sombras não, mas a memória delas’
J. de Sena
45
Não Vermeer
Delft!
Da janela do trem-bala em sua fuga.
46
Televisão à Janela: Parapeitos
47
Chamada
48
A Voz Humana
do morto:
49
Cama de gato
na minha
cilada.
50
Sonhos
51
‘Vertigo’
Escorreguei no sonho:
um passo em falso?
Acordei (o coração
deixei) suado.
52
Um Corpo Que Cai (Em Si)
Caí em mim
que não estava morto.
Sonhava. O corpo,
soalho de emanações,
sonhava comigo.
Deitado. Dependurado.
53
Hello Dolly
Sou a corrosão
do mesmo ácido.
Varro e sacrifico
meu desperdício,
meu semelhante.
54
Traço
Ei-lo, o Poderoso.
55
Arruína
Sou só um tipo
no seu infinito de acervos.
56
Basculante
Suor de parede.
57
Toada
58
Patife
Abotôo à toa
a gola
a lagoa
que deixa vazar.
Uma flor em
cada
caco
do meu pescoço
chinês.
59
Rodoviário
60
Desaceleração
Recordar é só lembrar
que existe o coração.
61
Poema Trampolim
Ótimo —
de cabeça na piscina rasa deste ó.
62
Metamorfose
63
Graças
com a carícia
que não
me
carboniza.
64
Jogo dos Sete Erros
Por um lado:
65
ÍNDICE
SUÍTE
Guardado 9
Recordação 10
Lembrança 11
Maquinaria 12
Volta ao Coração 13
Coral 14
Frasqueira 15
Texto 16
O AR DAS CIDADES
Estatueta 21
Um ‘Slide’ 22
Acordar na Fonte 24
Às Minhas Costas 25
Na Praça 26
Vou ao Parque 27
Parecem Ter Pressa, Mas Não 28
Poema de Bolso (Com Brasão) 29
Valsa de Uma Cidade 30
67
No Botequim 31
Poema ‘Que Só Tem o Céu’ 32
Candeias 33
19 Castanheiras Mortas 34
Orações 35
Não Salvar Como 36
Espantalho 37
Vodu 38
APARTAMENTOS
Combustão 43
O Enigma de Um Dia 44
De Passarem Aviões 45
Não Vermeer 46
Televisão à Janela: Parapeitos 47
Chamada 48
A Voz Humana 49
Cama de gato 50
Sonhos 51
‘Vertigo’ 52
Um Corpo Que Cai (Em Si) 53
Hello Dolly 54
Traço 55
Arruína 56
Basculante 57
Toada 58
Patife 59
Rodoviário 60
Desaceleração 61
68
Poema Trampolim 62
Metamorfose 63
Graças 64
Jogo dos Sete Erros 65
69
Primeira edição livre.
Terminou-se de gerar
em fevereiro de 2007,
na oficina da Rua Bocaina,
em São Paulo.