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A FILOSOFIA NA EDUCAÇÃO MÉDIA EM BELÉM:

um estudo introdutório

Milena Bessa Costa *


milena_ufpa@hotmail.com
Maria Neusa Monteiro*

1- Introdução

O presente artigo originou-se de uma pesquisa que vem sendo


realizada pelo Grupo de Estudos e Pesquisas em “Filosofia, Ética e
Educação”, a qual está integrada no Projeto de Extensão intitulado “A
Metodologia do Ensino de Filosofia no Ensino Fundamental e Médio em
Belém: Educação Continuada como Extensão” desenvolvido pela
Universidade Federal do Pará. As contribuições do ensino da Filosofia no
Ensino Médio e as metodologias utilizadas pelos docentes desta
disciplina neste nível escolar são objetos de estudo desta pesquisa.
Acreditamos que a realização desta pesquisa ajudará de alguma forma
os discentes, os docentes do Ensino Médio, e ao corpo docente do
Curso de Filosofia da Universidade Federal do Pará, enquanto agência
formadora do homem amazônida.
Este texto pretende ser uma reflexão ainda que em construção,
mostrando a importância da disciplina Filosofia e analisando como

*
Graduanda do 7º semestre do Curso de Pedagogia da Universidade Federal
do Pará – UFPA, integrante do Grupo de Estudos e Pesquisas em Filosofia,
Ética e Educação – GEPEFEE, do Centro de Educação da UFPA. Bolsista
PIBEX-UFPA . Endereço: Rua Alacid Nunes, al. Carlos Gomes nº 53. Bairro:
Tenoné. CEP: 66820-020. Tel. (91) 3268- 4640.

*
Orientadora. Pós-graduada em Filosofia. Professora de Filosofia da Educação,
Metodologia Específica do Ensino de Filosofia e Prática de Ensino de Filosofia,
Pesquisadora e Coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisas em Filosofia,
Ética e Educação – GEPEFEE da Universidade Federal do Pará neusa@ufpa.br
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concretamente se efetiva o ensino de Filosofia no Ensino Médio em


duas escolas públicas do município de Belém, verificando também se a
metodologia utilizada pelos professores de Filosofia contribui para a
construção da cidadania do educando.

2- A Importância do Ensino de Filosofia para a Formação da


Cidadania

O ensino de Filosofia nos dar a base para entender o mundo, não


aceitar as coisas de imediato, não acreditar no que parece ser óbvio, e
compreender conceitos, mitos a ponto de nós criarmos os nossos
próprios conceitos. O conhecimento da Filosofia faz com que sejamos
críticos, não aqueles que criticam apenas por criticar, mas aqueles
capazes de criticarem e reelaborarem novos conceitos, conceitos estes
capazes de mudar, transformar e até mesmo revolucionar, tudo para
chegar a um ponto de equilíbrio. Para Cipriano Luckesi (1990) o
exercício de filosofar requer um levantamento, uma seleção e uma
reelaboração de novos conceitos e novos valores; a ação de pensar e
criar os próprios conceitos e valores direciona os resultados para a
humanidade.
O resultado do ensino de Filosofia é tão importante que existem vários
autores que fazem esta discussão. Marilena Chauí (1996) confirma que
a atitude filosófica surge quando nós começamos a não admitir como
evidente as coisas, os fatos, as situações, os valores, as idéias, os
comportamentos de nossa existência cotidiana. Quando passamos a
indagar o que são as crenças e os sentimentos que regem nossa vida.
Para Alejandro Cerletti (2004) o ensino da Filosofia faz com que
tenhamos uma atitude problematizadora e questionadora, causando
assim uma nova maneira de lidar com o mundo e com os
conhecimentos. Faz com que o indivíduo seja capaz de criar seu próprio
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pensamento e não apenas reproduzir de outros. Toda educação deveria


ter o essencial da Filosofia e geraria assim uma auto-educação.
Essa auto-educação que o autor deseja infelizmente em nosso país está
muito difícil de ser concretizada. Pois, os conhecimentos mais
elaborados estão com a pequena elite social do nosso país, e esta
dificulta ao máximo o acesso da população à forma de conhecimento
eficaz.
O Governo Federal sabendo da importância do aprendizado e
conhecendo o resultado que ele traz para as ações humanas, estas
quando bem pensadas, foi que no período da Ditadura Militar proibiu o
ensino da Filosofia em colégios secundaristas e no Ensino Superior ele
era vigiado, tentando assim impedir que o conhecimento do poder do
questionamento e o poder de ver que através deste questionamento
conseguia-se mudar a sociedade da época, chegassem ás mãos de
quem era capaz de saber usar muito bem este conhecimento, a
juventude. Por isso é que Cipriano Luckesi considera que:

[...] Entendem que a filosofia é uma forma de saber que


é perigosa nas mãos dos cidadãos e, por isso, deve ser
abolida, mas que é importante nas mãos dos poderes
constituídos. Isso foi o que ocorreu no Brasil pós-64, por
exemplo. O governo militar brasileiro suprimiu o ensino
de filosofia nas escolas de ensino médio e dificultou-o nas
universidades [...] (LUCKESI, 1990, p.37 ).

Superado o período da Ditadura Militar o ensino da Filosofia não está


mais sendo vigiado, porém atualmente como toda a educação ele sofre
muitas restrições: as péssimas condições materiais do ensino médio
público; no Ensino Superior as Universidades lutam para manter o
curso de Filosofia funcionamento devido ao fato das poucas ou quase
inexistente verbas para financiar pesquisas; as condições sócio-
culturais dos educandos e o aspecto ideológico-político.
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O conhecimento, a apropriação da Ciência liberta um país político,


cultural e economicamente do subdesenvolvimento. Não se faz Ciência
por si só, mas para si, porque fazendo-a para si faz-se filosofia. Os
efeitos da Filosofia se dão no espírito e na cultura de um povo ou de
um indivíduo. Álvaro Vieira Pinto ver uma intrínseca relação entre a
compreensão do ensino filosófico e o como fazer da ciência uma
ferramenta para conseguir a liberdade:

[...] A ciência só pode tornar-se um instrumento de


libertação do homem e do seu mundo nacional se for
compreendida por uma teoria filosófica que a explique
como atividade do ser humano pensante e revele o pleno
significado da atitude de indagação em face da realidade
natural e social [...] (VIEIRA PINTO, 1979, p. 04).

Fazendo com que esta ciência, a Filosofia, entre outras cheguem ao


conhecimento do educando em sua educação básica e este seguindo os
princípios do filosofar viverá, atuará, exercerá melhor a democracia;
conseguirá por consequência uma educação com qualidade; a cidadania
plenamente e até mesmo uma velhice com dignidade; conseguirá
respeitar os conceitos e valores de outras pessoas, de outro povo e
também o respeito dos mesmos para com ele.
O exercício do filosofar nos leva a nos conscientizarmos que podemos
superar as dificuldades encontradas no mundo em que vivemos,
inclusive de derrubar as barreiras impostas pela classe dominante
encontradas no nosso percurso para chegar aos nossos objetivos, seja
eles de ordem econômica, cultural ou até mesmo político.
A maior manifestação do filosofar dar-se na juventude, como já foi
mencionado, pois todo jovem tem como característica própria da fase
em que se encontra a tendência natural de criticar de imediato.
Aproveitando isto o ensino da disciplina de Filosofia no Ensino Médio
pode contribuir para formar as bases para o espírito crítico. Para tanto
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é necessário coloca a disciplina entrelaçada como modo de produção de


sistemas de significação. Celso Favaretto mostra que:

Contra a tendência natural dos jovens de tudo criticar de


imediato, supostamente traduzindo com isto a força do
desejo, o ensino de filosofia pode contribuir para gerar as
condições da criticidade. A crítica, como é sabido, não se
coaduna com a pressa, com a velocidade, o sucesso, a
prospecção, o prazer; com o “ganhar tempo”, com a
eficiência, com tudo isto que nos fala e em que
freqüentemente nos afundamos, pois a crítica suspende a
realidade para melhor vê-la. A crítica é uma intervenção
na realidade; pelo menos neste domínio que nos diz
respeito, aqui e agora, o da relação de educação.
(FAVARETTO, 2004, p.46)

Para o autor a importância do ensino da Filosofia nesta etapa escolar


gira entorno da mesma importância que seu ensino em outros níveis de
escolarização. Se dá pela formação que ele produz, pois, tem como
resultado o desenvolvimento do pensamento crítico devido a mistura
dos conhecimentos filosóficos, a cultura e a experiência de vida.
A presença da Filosofia no currículo do ensino médio é justificada pelo
seu valor, historicamente consagrado, de formação. Cumpre,
entretanto, esclarecer qual é a formação a que se refere quando
pensada como uma disciplina educativa; ou seja, qual a sua
contribuição específica para a efetivação dos objetivos gerais da
educação de nível médio. Considera-se, sem dificuldade, que a filosofia
é requisito indispensável para a elaboração de referências que
permitam a articulação entre os conhecimentos, a cultura, as
linguagens e a experiência dos alunos” (FAVARETTO, 2004, p.48)

3- O Ensino de Filosofia na Educação Média em duas Escolas da


Capital Paraense
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A importância do estudo acerca das contribuições da Filosofia no Ensino


Médio para a formação da cidadania se dá essencialmente pelo fato da
Filosofia buscar uma compreensão mais profunda da realidade, o que
permite mergulhar em diversos conhecimentos para a aquisição dessa
compreensão, quando percebemos a Filosofia nessa dimensão abrimos
caminhos para que o educando entenda que o cidadão para
compreender a si mesmo e a sua realidade precisa ter clareza da
relevância da Filosofia em suas ações, enquanto ser político e social
situado na sociedade contemporânea. Nessa perspectiva, é que o
educando poderá dar um importante passo como cidadão em formação,
ou seja, quando começar a entender por esses meios as contribuições
da Filosofia em sua educação média.
O que é ser cidadão? Alguns compreendem o cidadão como o indivíduo
que possui direitos políticos; outros como aquele que possui deveres
sociais; outros, ainda, como aquele que, no contexto de uma sociedade
de mercado, tem acesso aos bens de consumo. No
entanto, o cidadão está para, além disso. Tal palavra deriva do latim
civis, que designava o habitante da civitas, a cidade-estado romana; se
voltarmos um pouco mais, rumo à polis grega, encontraremos uma
categoria de cidadãos muito parecida, da qual tomavam parte os
homens adultos, proprietários, nascidos na cidade; estavam excluídos
da cidadania as mulheres, as crianças, os escravos e os estrangeiros.
Estamos acostumados a falar e a ouvir de cidadania como reivindicação
de direitos; sobre a situação brasileira, Caetano Veloso e Gilberto Gil
cantaram, na música Haiti, que “ninguém é cidadão”. Justamente
porque nossos direitos ou são inexistentes ou não são respeitados. Isso
fica claro, por exemplo, quando vemos a situação de fome nas áreas
mais carentes do nosso país. Muitos brasileiros não tem as mínimas
condições de sobrevivência. São cidadãos de fato?
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Por outro lado, a cidadania nada é se não a exercitarmos. Sendo


inerente à condição de humano, ela depende de nossas ações. Somos
cidadãos de fato quando a conquistamos e construímos coletivamente,
e se alguns estão alijados dela, então ninguém é cidadão. O que fazem
as nossas escolas? No programa de Filosofia no Ensino Médio, existe
um eixo “Ética e Cidadania”, como esse eixo vem sendo trabalhado?
No Brasil de hoje, portanto é urgente que arregacemos as mangas e
nos dediquemos a conquistar e construir uma cidadania que, se é
inerente à nossa condição de humanos, só terá sentido quando a
exercemos de fato. Para essa empreitada, poderá a educação colaborar
de alguma forma? Qual o papel da escola enquanto comunidade? A
educação moral permeia, portanto, toda a estrutura e a vida da escola.
Ela está presente na sala de aula, na forma como o professor se
relaciona com os alunos e estes, entre si, está presente na forma como
a direção da escola relaciona-se com os professores, alunos,
funcionários e vice-versa; está presente nas relações que se travam no
pátio da escola nos momentos de recreio; está presente durante as
aulas de filosofia. Está presente nas avaliações.
O professor de Filosofia deve ser antes de tudo um educador
comprometido com a construção de uma cidadania ativa deve está
aberto à criatividade, ao risco de assumir e realizar experiências,
buscando caminhos para a construção da cidadania e construindo uma
sociedade na qual direitos e deveres dos cidadãos sejam o exercício da
vida cotidiana de cada um e de todos.
Como já foi mencionado anteriormente estamos realizando uma
pesquisa no Ensino Fundamental e Médio na capital paraense com a
parceria da Universidade Federal do Pará. Na tentativa de alcançar o
objetivo geral da pesquisa, visitamos duas escolas: A e B, ambas de
nível médio e estadual para acompanhar as aulas de Filosofia para as
turmas de ensino médio, com a finalidade de fazermos a análise da
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metodologia do professor e verificarmos se ela contribui para a


construção da cidadania nos educandos. Aproveitamos este momento
para conversar, trocar idéias tanto com os professores, quanto com os
alunos, tentando perceber a relação entre a teoria e prática do
educador e verificando se elas condizem com as atividades propostas
pelo mesmo. Fizemos uma observação participante, pois, segundo
Chizzotti (2003) a compreensão global do fenômeno é alcançada por
uma observação/conduta participante, pois, o observador entra em
contato com a cultura, com as práticas, com as percepções e com as
experiências dos docentes e discentes procurando entender o
significado social atribuído por cada um ao mundo que os cerca e aos
atos que realizam.
Com o acompanhamento das aulas de Filosofia nas escolas A e B,
acima citadas, somado com as entrevistas, que foram realizadas com
os envolvidos no processo e a análise dos dados foi possível fazer
primeiramente uma reflexão entre nós e que posteriormente ocorrerá
com a comunidade escolar. Estamos usando para análise inicial o
método indutivo, pois, partimos dos dados para a teoria, analisando os
conceitos que são explícitos via propriedades e relações, fazendo uma
análise comparativa de uma amostra pequena escolhida com cautela.
Por se tratar de um estudo na área de Ciências Humanas, mais
especificamente educacional, estamos desenvolvendo uma pesquisa
qualitativa, pela qual conseguiremos alcançar melhor nossos objetivos.
Pois, “a abordagem qualitativa parte do fundamento de que há uma
relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, uma interde pendência
viva entre o sujeito e o objeto, um vínculo indissociável entre o mundo
objetivo e a subjetividade do sujeito...” (CHIZZOTTI, 2003, p. 79).
Os dados recolhidos estão sendo analisados de uma forma bem
considerável, pois não são coisas acontecidas isoladamente, precisamos
ir além de sua aparência para compreender e descobrir sua essência.
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Após uma análise inicial podemos apresentar alguns resultados que de


certa forma trarão benefícios para o ensino da disciplina de Filosofia no
Ensino Médio.
Na escola A, a professora possui várias estratégias de ensino: aula
expositiva; trabalhos em grupo; pesquisa do tipo bibliográfica e
utilizando meios de comunicação, por exemplo, a televisão; seminários;
trabalhos em sala e exposições de vídeos. A sua aula era bem
descontraída, ela conseguia fazer um leque entre a teoria e a realidade
dos discentes. Em uma de suas atividades, ela expôs um assunto sobre
o eixo temático “Ètica e Cidadania” e pediu para os alunos que fizessem
uma relação com um ato político qualquer, tentando fazer com que os
alunos conseguissem compreender de forma coerente os conceitos de
direito, dever, responsabilidade e cidadania, vinculado-os à idéia de
ordem política.
E na escola B, também da rede estadual de ensino, a professora
também formada pela UFPA, utilizava muito da metodologia do resumo
e do fichamento de textos. Pedia para que os alunos fizessem
primeiramente uma leitura dos textos, que eram na maioria das vezes
os de autoria de Marilena Chauí, e depois o resumo ou o fichamento do
mesmo, porém, quase sempre a análise para a turma destes textos não
se concretizava.
As metodologias que geram melhores resultados, que desenvolvem
bastante o espírito do ensino filosófico, são as aulas expositivas e
dialogadas juntamente com os debates em sala de aula, uma vez que
possibilita a troca de idéias entre os educandos e o educador. Porém,
percebemos que alguns alunos em suas intervenções, muitas vezes, se
reportam, de forma ingênua, a fatos de sua realidade mais próxima.
Através dos resultados destas observações podemos perceber que a
compreensão filosófica no ensino médio, com todos os problemas que a
educação em si enfrenta, vem sendo desenvolvida, lógico isto não
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acontece com totalidade – devido a fatores como, por exemplo, as


condições materiais do ensino médio público e as condições sócio-
culturais dos educandos. Mas, observamos que um percentual
considerado de discentes adquirem uma boa educação filosófica.
E se queremos alcançar os objetivos do Ensino de Filosofia no Ensino
Médio, que segundo Ricardo Navia (2004) é o de discutir e fazer refletir
sobre vários temas e problemas de ordem estéticos, antropológicos,
éticos, sócio-históricos e culturais; fazer surgir uma concepção que
tenta achar um antítodo contra o dogmatismo, o fanatismo e a
intolerância e o maior deles que é o de desenvolver as capacidades de
argumentação e discussão de idéias explicitamente fundamentadas
temos que superar as barreiras encontradas e tentar aproximar o
educando do ensino de Filosofia criando estratégias como: modificando
um pouco a linguagem, trocando os textos clássicos por outros que
possuem até mesmo uma linguagem cômica, claro não exagerada, e
que possuem também as inquietações dos adolescentes, uma vez que
os alunos deste nível escolar a maioria é adolescente.
O ensino de Filosofia no Ensino Médio deve ser baseado nos grandes
temas de nosso tempo, analisar filosoficamente os acontecimentos
teóricos ou práticos que compõem a história de nossa época, que tem
ligações com a vida dos jovens e adultos que neste momento vivem e
atuam, tendo o cuidado para não esquecer dos grandes da história da
Filosofia, da história da Ciência ou da história da cultura em geral.

4- Considerações Finais

Apesar do estudo está em andamento e termos um percurso pela


frente, podemos perceber que a disciplina Filosofia no estado do Pará
vem ganhando uma importância relevante, uma vez que ela está sendo
cobrada, desde 2005, no Processo Seletivo Seriado (PSS) da maior e
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mais importante Universidade do estado e da região Norte – a


Universidade Federal do Pará, e em 2006, a Filosofia passou a integrar
o currículo do Ensino Fundamental da rede de ensino municipal de
Belém.
O ensino da Filosofia na Educação Básica contribui para que o aluno
desenvolva em si uma cultura filosófica, o que faz gerar uma
consciência crítica e torna este um ser mais ativo e participativo em sua
própria realidade. A Filosofia então contribui para uma melhor formação
dos jovens, situando estes em seu momento histórico e dando-lhes
base para que possam deixar de serem jovens “alienados” pelas idéias
dominantes, para que assim possam ter idéias próprias e possam expor
suas idéias conscientemente.
Levando em consideração o objetivo do ensino da Filosofia, no Ensino
Médio, ela não pode ser vista apenas como mais uma disciplina do
currículo escolar, principalmente nesta fase de escolarização em que o
jovem está mais aberto a mudanças, mais sim como algo que pode
ajudar na transformação dos educandos em cidadãos críticos que
conhecem a realidade em que estão inseridos e que buscam melhorará
não só para eles usufruírem a mudança, mais também todo o restante
da sociedade.
Ser cidadão é respeitar e participar da sociedade para melhorará suas
vidas e as de outras pessoas. Ser cidadão é nunca esquecer das
pessoas que mais necessitam. A cidadania deve ser divulgada através
de instituições de ensino e meios de comunicação para o bem estar e
desenvolvimento da nação.
A cidadania consiste desde o gesto de não jogar papel na rua, não
pichar os muros, respeitar os sinais e placas, respeitar os mais velhos
(assim como todas as outras pessoas), não destruir telefones públicos,
saber dizer obrigado, desculpe, por favor e bom dia quando
necessário... até saber lidar com o abandono e a exclusão das pessoas,
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necessitadas, o direito das crianças carentes e outros grandes


problemas que enfrentamos em nosso país.
Sabemos aqui que não somos os primeiros, e nem seremos os últimos
a lutar para que mais indivíduos tenham direito a conscientização de
sua cidadania, pois desde que surgiu o termo cidadania, ela vem sendo
almejada por muitos.
Passados tempos, a sociedade se modifica, porém continuamos ver
uma minoria da população tendo direitos em cima de uma maioria. Isso
se mantém até os dias de hoje, hoje muito acentuada com a idéia do
consumismo desenfreado. E para mudar essa idéia, as pessoas devem
criar seus próprios conceitos e a escola aparece como um fator
fundamental.

Referência

CELSO, Favaretto. Filosofia, ensino e cultura. In: KOHAN, Walter


(org.). Filosofia: caminhos para o seu ensino. Rio de Janeiro: DP&A,
2004.

CERLETTI, Alejandro A. Ensinar Filosofia: da pergunta filosófica à


proposta metodológica. In: KOHAN, Walter (org.). Filosofia:
caminhos para o seu ensino. Rio de Janeiro: DP&A, 2004.

CHAUÍ, Marilena. Para que Filosofia? In: Convite à Filosofia. São


Paulo: Ática, 1997, 1º capitulo.

CHIZZOTTI, Antonio. Pesquisa em ciências humanas e sociais. 6ª


ed. São Paulo: Cortez, 2003.

GALLO, Sílvio(coord.). Ética e Cidadania: caminhos da Filosofia:


elementos para o ensino de Filosofia. Campinas, SP: Papirus, 2003.

LUCKESI, C.C. Filosofia, exercício do filosofar e prática educativa.


Em aberto. Brasília, ano 9, nº 45 jan- mar, 1990.

MONTEIRO, M. N. Filosofia da educação no ensino médio em


Belém. Belém: 2000
13

NAVIA, Ricardo. Ensino Médio de Filosofia nas presentes


condições culturais e sociais de nossos países. In: KOHAN, Walter
(org.). Filosofia: caminhos para o seu ensino. Rio de Janeiro: DP&A,
2004.

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