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1. IMPORTÂNCIA DO TEMA
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Palestra proferida no 8° Congresso Goiano de Direito do Trabalho e Processo do Trabalho – Goiânia
junho/1999 – com atualização posterior de alguns dados estatísticos.
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Procurador Regional do Trabalho – PRT 18ª. Professor de Direito do Trabalho na Universidade Católica
de Goiás. Membro do Instituto Goiano de direito do Trabalho e da Academia Goiana de Direito.
Palestra CELG - Edson Braz da Silva
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Cartilha Polícia e Acidentes de Trabalho – FUNDACENTRO - SP - 1998
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Palestra CELG - Edson Braz da Silva
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Lei 8.213/91
Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do
trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação
funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.
Art. 11. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas
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Palestra CELG - Edson Braz da Silva
VII - como segurado especial: o produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais, o garimpeiro, o pescador
artesanal e o assemelhado, que exerçam suas atividades, individualmente ou em regime de economia familiar, ainda
que com o auxílio eventual de terceiros, bem como seus respectivos cônjuges ou companheiros e filhos maiores de
14 (quatorze) anos ou a eles equiparados, desde que trabalhem, comprovadamente, com o grupo familiar respectivo.
(O garimpeiro está excluído por força da Lei nº 8.398, de 7.1.92, que alterou a redação do inciso VII do art. 12 da Lei
nº 8.212 de 24.7.91).
§ 1º Entende-se como regime de economia familiar a atividade em que o trabalho dos membros da família é
indispensável à própria subsistência e é exercido em condições de mútua dependência e colaboração, sem a
utilização de empregados.
§ 2º Todo aquele que exercer, concomitantemente, mais de uma atividade remunerada sujeita ao Regime Geral de
Previdência Social é obrigatoriamente filiado em relação a cada uma delas.
§ 3º O aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social– RGPS que estiver exercendo ou que voltar a exercer
atividade abrangida por este Regime é segurado obrigatório em relação a essa atividade, ficando sujeito às
contribuições de que trata a Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, para fins de custeio da Seguridade Social.
(Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.032, de 28.4.95)
§ 4º O dirigente sindical mantém, durante o exercício do mandato eletivo, o mesmo enquadramento no Regime
Geral de Previdência Social-RGPS de antes da investidura. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97)
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Conceitos extraídos da Cartilha Polícia e Acidente de Trabalho – FUNDACENTRO – SP - 1998
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Lei n° 8.213/91
Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes entidades mórbidas:
I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a
determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência
Social;
II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o
trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso I.
a) doença degenerativa;
b) a inerente a grupo etário;
c) a que não produza incapacidade laborativa;
d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva, salvo comprovação de
que é resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho.
§ 2º Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída na relação prevista nos incisos I e II deste artigo
resultou das condições especiais em que o trabalho é executado e com ele se relaciona diretamente, a Previdência
Social deve considerá -la acidente do trabalho.
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Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei:
I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte
do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica
para a sua recuperação;
IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e h orário de trabalho:
§ 1º Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras necessidades
fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado é considerado no exercício do trabalho.
CLT:
Art. 157 - Cabe às empresas:
I - cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho;
II - instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às precauções a tomar no
sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais;
lIl - adotar as medidas que lhe sejam determinadas pelo órgão regional competente;
IV - facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente.
Lei 8.213/91:
Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do
trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação
funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.
§ 1º A empresa é responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e individuais de proteção e segurança da
saúde do trabalhador.
§ 2º Constitui contravenção penal, punível com multa, deixar a empresa de cumprir as normas de segurança e
higiene do trabalho.
§ 3º É dever da empresa prestar informações pormenorizadas sobre os riscos da operação a executar e do produto a
manipular.
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Norma Regulamentadora n.º 1.
• elaborar ordens de serviço sobre segurança e medicina do trabalho, dando ciência aos empregados, com os
seguintes objetivos: (101.002-6 / I1)
III - dar conhecimento aos empregados de que serão passíveis de punição, pelo descumprimento das ordens de
serviço expedidas;
IV - determinar os procedimentos que deverão ser adotados em caso de acidente do trabalho e doenças profissionais
ou do trabalho;
II - os meios para prevenir e limitar tais riscos e as medidas adotadas pela empresa;
III - os resultados dos exames médicos e de exames complementares de diagnóstico aos quais os próprios
trabalhadores forem submetidos;
• permitir que representantes dos trabalhadores acompanhem a fiscalização dos preceitos legais e regulamentares
sobre segurança e medicina do trabalho. (101.004-2 / I1)
• cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho, inclusive as ordens de
serviço expedidas pelo empregador;
1.8.1. Constitui ato faltoso a recusa injustificada do empregado ao cumprimento do disposto no item
anterior.
1.9. O não-cumprimento das disposições legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho acarretará
ao empregador a aplicação das penalidades previstas na legislação pertinente.
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"Assim, é incorreta a afirmação de que a omissão produziu o resultado, uma vez que no plano físico
existem apenas ações. A estrutura da conduta omissiva é essencialmente normativa, não naturalística. A
causalidade não é formulada em face de uma relação entre a omissão e o resultado, mas entre este e a
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fizemos a distinção entre acidente do trabalho real e por ficção legal, entre doença
profissional e doença do trabalho.
conduta que o sujeito estava juridicamente obrigado a realizar e omitiu. Ele responde pelo resultado não
porque o causou com a omissão, mas porque não o impediu realizando a conduta a que estava
obrigado." Damásio E. de Jesus – Direito Penal – Parte geral. 11ª ed. 1° vol. Saraiva, SP 1986 P. 219.
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Código Penal:
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa.
Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.
§ 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só,
produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam -se a quem os praticou.
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O
dever de agir incumbe a quem:
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.
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à esfera de atuação deles, não tendo eles meios para preveni-los ou evitá-los, quase
sempre.
Sendo a empresa uma pessoa por ficção legal, pois não tem
vontade e ação próprias, conduzindo-se segundo a vontade da pessoa física que a
representa, emprestando-lhe também a ação, nunca será ele sujeito ativo de crime,
respondendo pessoalmente por suas condutas todos os que participem da
gestão da empresa: sócios gerentes, diretores, administradores ou gerentes.
Art. 1.522 - A responsabilidade estabelecida no artigo antecedente, n° III, abrange as pessoas jurídicas,
que exercerem exploração industrial.
Art. 1.523 - Excetuadas as do art. 1.521, V, só serão responsáveis as pessoas enumeradas nesse e no
art. 1.522, provando-se que elas concorreram para o dano por culpa, ou negligência de sua parte.
Art. 1.524 - O que ressarcir o dano causado por outrem, se este não for descendente seu, pode reaver,
daquele por quem pagou, o que houver pago.
Art. 1.525 - A responsabilidade civil é independente da criminal; não se poderá, porém, questionar mais
sobre a existência do fato, ou quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no
crime.
Art. 1.526 - O direito de exigir reparação, e a obrigação de prestá-la transmitem -se com a herança,
exceto nos casos que este Código excluir.
Lei 8.213/91, art. 121. O pagamento, pela Previdência Social, das prestações por acidente do trabalho
não exclui a responsabilidade civil da empresa ou de outrem.
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c) lucros cessantes até o fim da convalescença - (tudo que deixou de ganhar em razão
do acidente).
g) dano estético.
i) dano moral. 15
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O DECRETO 52.795 de 31/10/1963 - DOU 12/11/1963 - que aprova o Regulamento dos Serviços de
Radiodifusão, no TÍTULO XVIII - Da Reparação dos Danos Morais - estabelece um padrão de valor
para o dano moral:
ART.165 - Na estimação do dano moral, conforme estabelece o art.84, da Lei nº 4.117, de 27 de
agosto de 1962, o Juiz terá em conta, notadamente, a posição social ou política do ofendido, a situação
econômica do ofensor, a intensidade do ânimo de ofender, a gravidade e repercussão da ofensa.
§ 1º O montante da reparação terá o mínimo de 5 (cinco) e o máximo de 100 (cem) vezes o maior
salário-mínimo vigente no País.
§ 2º O valor da indenização será elevado ao dobro quando comprovada a reincidência do ofensor em
ilícito contra a honra, seja por que meio for.
§ 3º A mesma agravação ocorrerá no caso de ser ilícito contra a honra praticado no interesse de
grupos econômicos ou visando a objetivos antinacionais.
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7. REFLEXO PREVIDENCIÁRIO.
8. REFLEXO TRABALHISTA:
8. 1 Estabilidade Provisória:
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Redação original do art. 118 da Lei n° 8.213/91: "O segurado que sofreu acidente do trabalho tem
garantida, pelo prazo mínimo de doze meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa,
após a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente de percepção do auxílio-acidente.
Redação dada ao art. 118 da Lei n° 8.213/91 pela Medida Provisória n° ......., que não foi reedita e por
isso perdeu eficácia: "O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo mínimo de doze
meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença
acidentário, desde que, após a consolidação das lesões , resulte seqüela que implique redução da
capacidade para o trabalho que exercia habitualmente."
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10. Glossário
*AUTOR - É quem executa o comportamento descrito pelo núcleo do tipo (quem mata,
subtrai)
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*PARTÍCIPE é o agente que acede sua conduta à realização do crime, praticando atos
diversos dos do autor. Assim, se A instiga B a matar C, este é autor e aquele participa.
ACÓRDÃO
Péricles Piza
Relator
VOTO 7024
APELAÇÃO CRIMINAL 1.145.827-6 - CATANDUVA
JOÃO GERALDO RUETE e
MINISTÉRIO PÚBLICO - apelantes e apelados
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Vejamos.
imputar-lhe prática do ilícito, o que não é a hipótese dos autos pois cuida-se de regra
meramente preventiva e que não permite a devida tipificação.
Mas, ocorre que o culto Magistrado de primeiro grau, após analisar com
acuidade as provas encartadas nos autos, e embora concluindo que reinante tais
irregularidades, julgou improcedente a ação penal sob o argumento de que ausente o
dolo necessário para condenação, haja vista que o réu/empregador, responsável pela
parte financeira da empresa, não teria conhecimento das tais deficiências.
Embora não seja esta a discussão em pauta, de que tenha o réu agido
com dolo ou culpa, sendo ambas aptas a configurar a conduta contravencional, a
atitude do empregador, deixando de cumprir normas de segurança e higiene do
trabalho, revelou comportamento de natureza negativa. Em outras palavras,
caracterizou -se a existência da infração contravencional pois o sujeito ativo, no caso o
réu (empregador), tinha o dever jurídico de praticar o ato de que se absteve, o que torna
sua conduta omissiva.
O fato de, após ter sofrido diversas e múltiplas autuações pela fiscalização
do Ministério do Trabalho (cf. fls. 106/15), haver comprado equipamentos de proteção
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Por tudo que resultou exposto e o mais que dos autos consta, impõe-se a
reforma do julgado, tal qual o objetivado no apelo Ministerial, não assistindo razão
alguma ao mavórtico defensor, com a conseqüente condenação do réu nos termos da
denúncia, parcialmente acolhida.
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PÉRICLES PIZA
Relator
Jurisprudência 17.
EMENTA 039
CONTRAVENÇÃO PENAL LEI Nº 8.213/91. Deixar a empresa de cumprir as normas
de segurança e higiene do trabalho. Agente que não fornece e não exige o uso de
apetrechos necessários a proteção do operário. Caracterização. Existência de dano ou
perigo concreto ao bem juridicamente tutelado. Desnecessidade: Incorre nas penas do
art. 19, §2º, da Lei nº 8.213/91, o agente que, responsável por empresa construtora,
não fornece e não exige o uso dos apetrechos necessários a proteção do operário, pois
age com manifesta negligência punível, sendo absolutamente irrelevante a existência
do dano ou perigo concreto ao bem juridicamente tutelado, por tratar-se de
contravenção penal de perigo abstrato ou presumido. APELAÇÃO Nº 998.343/1, 11ª
Câmara do Tribunal de Alçada Criminal de São Paulo, relator Xavier de Aquino,
processo original da 5ª Vara Regional de Santana da Comarca de São Paulo, feito nº
235/93.
EMENTA 021
HOMICÍDIO CULPOSO.Menor que recebe ordem para pulverizar lavoura de alta
toxidez – Infração aos preceitos do Código de Menores e do Estatuto do Trabalhador
Rural – Delito caracterizado. RESPONSABILIDADE PENAL – Modalidades de culpa –
Equivalência, em princípio, quanto ao tratamento penal. Age culposamente quem,
infringindo normas legais que proíbem trabalho de menor em serviços perigosos,
ordena a este pulverizar lavoura com inseticida de elevada toxidez, máxime quanto,
conhecedor do preparado, deixa de fornecer-lhe indispensáveis artefatos de proteção.
São indistingüíveis as modalidades de culpa sob o ponto de vista da censurabilidade,
eqüivalendo-se, aprioristicamente, quanto ao correspondente tratamento penal. Assim,
tanto faz não prever o resultado previsível, como prevê-lo, confiando em sua não
ocorrência, ou mesmo querê-lo, supondo, erroneamente, não contrário ao direito, pois
que comum a todas as espécies a omissão do dever de precaução ou diligência.
TACrimSP 53
EMENTA 022
HOMICÍDIO E LESÕES CULPOSAS. Engenheiro agrônomo e administrador que
permitem que lavradores apliquem inseticida na lavoura sem a proteção necessária –
Contribuição do agente sob a modalidade de omissão. Se as vítimas também agiram
culposamente, tal quadro não exclui a participação culposa dos agentes, aos quais
cumpria traçar as normas de trabalho em consonância com os cuidados indispensáveis
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Jurisprudência gentilmente cedida pela Coordenadoria da Defesa dos Interesses Difusos e Coletivos Procuradoria
Regional do Trabalho da 2ª Região-SP
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EMENTA 023
HOMICÍDIO CULPOSO. Queda e morte de operário durante execução de reparos na
cobertura de prédio – Culpa do empreiteiro, pela inexistência de segurança. Culpa
alguma se pode imputar ao réu ou ao comitente dos serviços empreitados, mas sim ao
empreiteiro responsável pela execução dos reparos na cobertura do prédio, pois
somente a ele cabia a obligatio ad delingentiam no sentido de acompanhar o conserto
do telhado, cuja parte técnica e medidas de segurança do trabalho eram de sua
exclusiva responsabilidade. JTACrSP – LEX 338/76
EMENTA 024
HOMICÍDIO CULPOSO. Acidente de trabalho – Morte de dois operários decorrente de
deslizamento de terra, em obra, em construção – Responsabilidade do engenheiro e
do mestre de obras bem caracterizadas. As normas de segurança do trabalho nas
atividades da construção civil, exigem que os taludes das escavações de profundidade,
superior a 1,5 m devam ser escorados com pranchas metálicas ou de madeira,
assegurando estabilidade de acordo com a natureza do solo. JTACrSP-LEX 499/80
EMENTA 025
HOMICÍDIO E LESÕES CORPORAIS CULPOSAS. Acidente em obras de demolição
de prédio – Responsável que recruta pessoal inexperiente e desprotegido – Culpa
configurada – Condenação mantida. Se o réu, encarregado de demolição, não planeja
a obra, escolhe operários tecnicamente despreparados e não lhes fornece instrumentos
adequados e equipamentos de segurança, limitando-se a recomendar cuidado, age
com manifesta culpa, por imperícia e por negligência. JTACrSP-LEX 299/83
EMENTA 026
HOMICÍDIO CULPOSO. Negligência – Falta de manutenção de elevador pelo
Engenheiro responsável – Configuração.
HOMICÍDIO CULPOSO. Imperícia – Manutenção de elevador – Empregado sem
capacidade técnica – Defeito não constatado – Configuração. Age negligentemente e
responde pelas conseqüências o Engenheiro responsável pela manutenção de antigo
elevador que violando posturas municipais, deixa de realizar pessoalmente os serviços
contratados, contribuindo, com isso, à morte da vítima. Age imperitamente o
empregado de empresa especializada em manutenção de elevadores que executa
serviços de reparo sem possuir capacitação técnica exigida, e, por isso, não constata
defeito em porta sanfonada interna de elevador antigo, contribuindo assim para a morte
da vítima. RJDTACRIM 90/10
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EMENTA 027
HOMICÍDIO CULPOSO. Engenheiro responsável por obra que, por inobservância de
exigências técnicas, dá causa a morte de Operário – Negligência – Caracterização:
Age com negligência e responde pelo crime de homicídio culposo o Engenheiro
responsável por uma obra que dá ordens para que seja feita uma vala em local
aterrado sem a observância das normas técnicas exigidas, o que a causar a morte da
vítima por asfixia em virtude de desmoronamento, send o irrelevante a eventual
cupabilidade concorrente do Encarregado da turma de Operários, vez que está
presente a relação de causalidade entre o evento e a responsabilidade do agente.
RJTDTACRIM 247/23
EMENTA 028
LESÃO CORPORAL CULPOSA. Obra rodoviária – Desabamento de viga de
sustentação – Inexistência de erro de cálculo de engenharia ou de fenômeno irresistível
da natureza – Argüição de caso fortuito repelida. Toda obra, ao ser projetada, obedece
inicialmente a um minucioso trabalho de pesquisa, que envolve basicamente as
condições do solo e bem assim às condições oferecidas pela natureza, para a sua
execução, sendo o estudo realizado tendo como retaguarda – sempre – o designado
"coeficiente de segurança", isto é, avaliação de riscos máximos e as figuras de
prevenção destinadas a cada caso. Assim, salvo hipótese de erro de cálculo de
engenharia ou do fenômeno irresistível da natureza, responde o engenheiro
responsável pela execução da obra, por falha causadora de desabamento de viga de
sustentação. TACrimSP 256.
EMENTA 029
LESÃO CORPORAL CULPOSA. Empregador que contrata menor para auxiliar em
cilindro destinado ao preparo de massa de pão – Anterior acidente na mesma máquina
– Imprudência – Culpa configurada. É manifesta a imprudência de comerciante
que, sabendo dos perigos do manuseio de cilindro destinado ao preparo de massa de
pão, não toma as cautelas devidas, para evitar o acidente, perfeitamente previsível,
ante a ocorrência de fato anterior, que vitimara outro menor. RJDTACRIM 122/1
EMENTA 030
LESÃO CORPORAL CULPOSA. Agente que mantém em seu salão de cabeleireiros
produto com alcalinidade superior à autorizada – Ocorrência de queimadura no couro
cabeludo de cliente – Caracterização. Incorre nas sanções do art. 129 § 6º, do CP, o
agente que, imprudentemente, mantém em seu salão de cabeleireiros produto com
alcalinidade superior à autorizada, que, utilizado por funcionário por tempo excessivo,
vem a provocar queimaduras no couro cabeludo de cliente do estabelecimento, não o
exculpando as alegações de inúmeras pessoas que receberam o tratamento sem
conseqüências, de existirem outros produtos para a mesma finalidade com pH ainda
mais elevado e de a aplicação ter sido feita por terceiro, vez que sua culpa decorre do
fato de manter tal produto em seu estabelecimento. RJDTACRIM 118/20.
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Palestra CELG - Edson Braz da Silva
EMENTA 031
LESÃO CORPORAL CULPOSA. Acidente com máquina agrícola – Responsabilidade
do empregador que deveria tomar providências protetivas – Negligência – Culpa
configurada. De pouco vale dizer que o fabricante do equipamento deveria ser
responsabilizado; talvez também o devesse; mas a punição de empregadores
displicentes acaba sendo forma de compelir-se o fabricante a tomar maiores
providências protetivas, ao invés de simplesmente confiar na diligência de seus
consumidores, afinal negligentes. Descabe pedir absolvição a pretexto de injurídica
isonomia, acarretadora da mais pura injustiça. JTACrSP-LEX 264/83.
EMENTA 032
PERIGO PARA A VIDA OU SAÚDE DE OUTREM. Dirigentes de empresa que
permitem o trabalho com produtos químicos altamente lesivos e nocivos em precárias
condições de segurança. Caracterização. As condições precárias de segurança da
empresa que trabalha com produtos químicos altamente lesivos e nocivos expondo
seus empregados a riscos constantes e iminentes, evidenciam, inequivocamente, que
os responsáveis, conscientemente, admitem e aceitam o risco de produzir resultados
danosos, estando evidente o dolo eventual necessário para a caracterização do delito
do art. 132 do CP. Apelação nº 930.413/7, 15ª Câmara do Tribunal de Alçada Criminal
de São Paulo, relator Borges Pereira, processo original 2ª Vara Regional da Lapa –
Comarca de São Paulo, feito nº 1088/90.
EMENTA 033
LESÃO CORPORAL CULPOSA. Dono de empresa que permite que funcionário opere,
sem treinamento adequado, prensa desprovida de sistema de proteção, onde vem a
perder parte do dedo da mão. Negligência. Caracterização:
EMENTA OFICIAL. Quem explora atividade econômica tem o dever de resguardar a
segurança e incolumidade física de seus operários, pena de responder por negligência
se a falta de trava de segurança de uma prensa vier a lesioná-los no desempenho de
suas funções. O treinamento a ser propiciado a uma operária semi-alfabetizada e
jovem, sem qualquer formação especial e entregue a uma operação perigosa com
máquina antiga e desprovida de sistema de segurança há de ser completo e suficiente
a evitar acidentes, quanto a tanto se mostrar insuficiente, nítida a negligência do
empregador. A perda do indicador da mão direita de operária que opera prensa
desprovida de sistema de proteção pode ser punida como lesões corporais culposas
sob a modalidade negligência, imputável ao dono da empresa. APELAÇÃO nº
1.038.885/1, 11ª Câmara do Tribunal de Alçada Criminal de Sâo Paulo, relator Renato
Nalini, processo original da 12ª Vara Criminal da Comarca de São Paulo, feito nº
729/95.
EMENTA 034
LESÃO CORPORAL CULPOSA. Agente que designa funcionária sem habilitação
específica para operar máquina que oferece risco pessoal ao operador. Imprudência.
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Palestra CELG - Edson Braz da Silva
EMENTA 035
LESÃO CORPORAL CULPOSA. Gerente geral de empresa que permite que
funcionário atue fora de sua função, operando uma máquina sem o treinamento
necessário, o que vem a causar-lhe a perda da mão. Caracterização: Incorre nas penas
do art. 129 § 6º, do CP, o gerente geral de empresa que permite que funcionário,
atuando fora de sua função, opere máquina injetora de plástico sem o necessário
treinamento, o que vem a causar-lhe esmagamento da mão e conseqüente perda da
mesma por amputação traumática, sendo irrelevante o fato da vítima gostar e ,
inclusive, pedir
para manusear a injetora, pois isto não diminui a responsabilidade de quem se
aproveita dessa disposição para expor operário a risco previsível. APELAÇÃO Nº
863.503/1, 7ª Câmara do Tribunal de Alçada Criminal de São Paulo, relator Antônio
Cortez, processo original da 3ª Vara Regional de Santo Amaro da Comarca de São
Paulo, feito nº 1.334/91.
EMENTA 036
LESÕES CORPORAIS E HOMICÍDIO CULPOSO. Engenheiro e técnico de segurança
do trabalho que, por negligência, permitem o aprofundamento da escavação sem
adoção dos cuidados técnicos exigíveis. Configuração. Ocorrência: caracteriza os
delitos de lesões corporais culposas e homicídio culposo a conduta de engenheiro e
técnico de segurança do trabalho que, por negligência, permitem o aprofundamento de
escavação sem adoção dos cuidados técnicos exigíveis, o que vem a causar acidente,
vez que infringem dever de cautela que lhes incumbe. APELAÇÃO Nº 873.721/6, 8ª
Câmara do Tribunal de Alçada Criminal de Sâo Paulo, relator Paulo Dimas, processo
original da 3ª Vara Criminal da Comarca de Araçatuba, feito nº 04/91.
EMENTA 037
HOMICÍDIO CULPOSO. Construção civil, conserto de telhado. Imprudência.
Caracterização: caracteriza a culpa na modalidade de imprudência a conduta do
agente, encarregado de obra, que atribui a menor inexperiente a realização de tarefa
perigosa, consistente em reparos num velho telhado de um galpão, sendo que para a
execução do serviço praticamente não existiam dispositivos de segurança, sobrevindo
queda e morte deste último. APELAÇÃO Nº 545.997/7, 9ª Câmara do Tribunal de
Alçada Criminal de São Paulo, relator Barbosa de Almeida, processo original da 3ª
Vara Criminal de São Bernardo do Campo da Comarca de São Paulo, feito nº 166/84.
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Palestra CELG - Edson Braz da Silva
EMENTA 038
HOMICÍDIO CULPOSO. Acidente de trabalho: a permissão dada a operário de
construção civil para trabalhar em andaime marcado pela precariedade e sem capacete
ou cinto de segurança, usando sapatos comuns, está a revelar imprudência e
negligência do empregador. APELAÇÃO Nº 304.997/8, 4ª Câmara do Tribunal de
Alçada Criminal de São Paulo, relator Nelson Schiesari, processo original da 25ª Vara
da Comarca de São Paulo, feito nº 415/80.
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