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MARCELO MATTOS
FLORIANÓPOLIS
2001
ii
MARCELO MATTOS
Dissertação apresentada ao
Programa de Pós-Graduação em
Engenharia de Produção da
Universidade Federal de Santa
Catarina como parte dos requisitos
para obtenção do título de Mestre em
Engenharia de Produção.
Área: Planejamento e Estratégia
Organizacional
FLORIANÓPOLIS
2001
iii
MARCELO MATTOS
___________________________________
Prof. Ricardo Miranda Barcia, Ph.D.
Coordenado do curso
Banca Examinadora:
___________________________________
Profa. Maria Ester Menegasso, Dra.
Orientadora
Universidade Federal de Santa Catarina
___________________________________
Prof. José Francisco Salm, PhD
Universidade Federal de Santa Catarina
___________________________________
Prof. Antônio Alves Filho, Dr.
Universidade Federal de Santa Catarina
___________________________________
Prof. Valdir Valadão, Msc.
Universidade Federal de Santa Catarina
iv
Ficha Catalográfica
MATTOS, Marcelo
Comunicação interna e mudança cultural em instituições bancárias: um
estudo de caso. Florianópolis, UFSC, Programa de Pós-Graduação em
Engenharia de Produção, 2001.
Ix, 75 p.
Dissertação: Mestrado em Engenharia de Produção (Planejamento e estratégia organizacional)
Orientadora: José Francisco Salm
1. Comunicação interna 2. Mudança comportamental 3. Estratégia
I. Universidade Federal de Santa Catarina
II. Título
v
AGRADECIMENTOS
SUMÁRIO
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA........................................................... 11
2.1 Organização Burocrática .................................................................11
2.2 Mudança Organizacional .................................................................14
2.3 Cultura...................................................................................................18
2.3.1 Cultura brasileira ....................................................................20
2.3.2 Cultura organizacional............................................................24
2.3.3 Cultura organizacional brasileira...........................................31
2.4 Comunicação ......................................................................................40
2.5 Comunicação Organizacional ........................................................41
2.6 Comunicação Interna........................................................................43
ix
6 REFERÊNCIAS................................................................................. 82
7 APÊNDICE ....................................................................................... 87
x
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Relacionamento dos membros com a organização ....................................14
Figura 2 - As camadas de uma cebola ...........................................................................21
Figura 3 - Traços brasileiros e características-chaves .................................................22
Figura 4 - Traços culturais comuns a partir das intercessões entre os subsistemas
.............................................................................................................................................34
Figura 5 - Sistema de ação cultural brasileiro................................................................36
Figura 6 - Modelo de aprendizagem organizacional.....................................................47
Figura 7 - Modelo Organizacional Proposto pela COTEC ...........................................61
Figura 8 - O modelo de arquitetura organizacional adotado em 1995/96.................62
Figura 9 - Construção de uma cultura coesa, para superar uma mudança................77
Figura 10 - Comunicação Multidirecional no Banco do Brasil organizacional .........78
Figura 11 - Relação de causalidade entre aspectos da comunicação e a
mudança cultural em uma organização...........................................................................80
xi
LISTA DE TABELAS
RESUMO
O mercado financeiro está em constante mudança. Com isso, é
necessário que as instituições bancárias estejam sempre mudando para se
adaptarem a esse mercado. Mas a mudança de uma organização não se limita à
alteração em suas estruturas. É necessário que haja a mudança cultural de seus
funcionários.
Fez-se um estudo de caso no Banco do Brasil, que experimentou uma
profunda mudança em 1995/6, passando de uma estrutura departamentalizada
para a de Unidades Estratégicas de Negócios. O objetivo desta dissertação é
estudar o papel da comunicação interna nessa mudança. Fez-se, também, um
estudo bibliográfico sobre alguns aspectos. Do modelo de administração
burocrática e da mudança organizacional como forma de superá-lo e tornar mais
ágil a adaptação estratégica de uma empresa. Da mudança cultural que se faz
necessária para tornar efetiva a mudança organizacional. E da cultura brasileira
para melhor entender a cultura de suas organizações.
Também se fez o estudo bibliográfico da comunicação, partindo do ponto
de vista sociológico, passando pela comunicação empresarial como um todo e
chegando à comunicação interna como uma ferramenta estratégica para auxiliar
na mudança organizacional.
Foram feitas entrevistas junto aos gestores da mudança e pesquisa
documental para entender como o BB a comunicou a seus funcionários. Fez-se
uma pesquisa de campo, qualitativa, através de observação participativa,
questionários e entrevistas, para saber como esses funcionários receberam essa
comunicação.
Conclui-se que a comunicação utilizada na época foi apenas informativa,
não havendo preocupação com o índice de acesso a ela, com o nível de
entendimento que os funcionários tiveram sobre o assunto e com a motivação
dos funcionários para aderirem à nova estrutura. Sugere-se que o Banco passe a
adotar uma comunicação multidirecional, uma comunicação mais integrada e a
capacitação de líderes democráticos para que possam promover a construção
xiv
ABSTRACT
Financial markets are in constant change. Thus, banking institutions should
be changing accordingly to adapt to such markets. But change at the level of an
organization is not limited to changes in its structures. A cultural change at the staff
level should also take place.
This dissertation encompasses a case study of Banco do Brasil, a financial
institution that experienced deep changes over the period 1995/6, going from a
departmentalized structure to one composed of strategic business units. The
objective of this dissertation is to study the role of internal communication in such a
change. A bibliographical study of certain aspects was undertaken: of the
bureaucratic administration model and of organizational change as a means to
overcome that model and render the strategic adaptation of the company faster; of
the necessary cultural change to bring about effective organizational change; of
Brazilian cultural traits to understand better the culture existing within its
organizations.
A bibliographical study was done also of communications, from its
sociological standpoint, likewise examining business communication as a whole
and touching upon internal communication as a strategic tool to help organizational
change.
Interviews took place with the managers of such change and document
research in order to understand how Banco do Brasil communicated it to its
employees. A qualitative field research was also carried out to assess how said
employees received such communication.
The conclusion is that the communication used at the time was only informative
and as such not preoccupied with the level of access that employees had to it, with
the level of understanding acquired by the staff, and with the motivation to adhere
to the new structure. It is suggested that Banco do Brasil adopt from now on a
multidirectional communication, a more integrated communication system and
xv
1. INTRODUÇÃO
Fatores ganhadores de pedido - são aqueles fatores que fazem com que um
cliente opte por uma organização em detrimento de seus concorrentes. São
esses fatores que fazem uma empresar ser líder de mercado.
1.5. Objetivo
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1
intrapreendimento é um termo que Pinchot usa para se referir à principal
característica de uma empresa inteligente. Pode-se dizer que é uma iniciativa
empreendedora de um ou mais funcionário, para atender a necessidades dos
clientes internos.
16
(2000). De um lado está a Escola Ambiental, que tem como pilar central a Teoria
da Contingência Estrutural, que retrata com fidelidade a filosofia do
Determinismo, e do outro está a Escola da Configuração, que vê a formação da
estratégia como um processo de transformação, que por sua vez dá início à
mudança comportamental, um dos pilares desta dissertação.
Maturana e Varela (apud Morgan, 1996), ao falar da autopoiesis,
consideram que uma organização se auto-reproduz, pois é influenciada pelo seu
meio ambiente, mas é parte integrante dele. O meio ambiente é um reflexo da
organização.
O objetivo aqui não é estudar o determinismo ou o voluntarismo e muito
menos as dez escolas de Mintzberg, mas sim perceber que a dependência entre
uma organização e o seu meio ambiente faz com que as mudanças
organizacionais tornem-se sempre necessárias, pois a empresa precisa estar
afinada com este meio em constante transformação.
A mudança em uma organização é importante, mas segundo Wood Jr.
(2000) para que ela venha ocorrer é relevante que seja acompanhada de
mudanças na cultura da organização. Até a década de 70, a mudança
organizacional correspondia predominantemente a projetos de redesenho
organizacional, a prover a alteração do seu organograma, criação, modificação
ou extinção de cargo e funções. Na década de 80 os administradores
perceberam que, além desses fatores, era necessário mudar os valores e as
crenças dos grupos para que os resultados positivos surgissem.
Para Menegasso (1998), segundo alguns autores, as empresas não se
limitam a passar por mudanças. Mais do que isso, elas sofrem transformações.
Interpretando as definições de Ferreira (1999), percebe-se que a diferença entre
uma palavra e outra é sutil , mas fundamental. A segunda palavra esboça uma
mudança mais profunda, que atinge a raiz do objeto ou fato a ser mudado.
A autora cita diversos autores que propõem novas teorias para a
transformação organizacional e aponta, mais detalhadamente, seis autores.
O primeiro modelo de transformação organizacional é o proposto por
Pinchot e Pinchot (1994). Esse, que é o mais referendado no meio acadêmico
17
2.3 Cultura
Para falar de cultura organizacional é preciso primeiro falar de cultura. A
palavra cultura possui diversos significados. A origem da palavra, latina, refere-se
ao ato de lavrar a terra, ao cultivo da terra, à lavoura (Hofstede, 1991 e Morgan,
1996). Pelo senso comum ela está associada à sabedoria, sofisticação,
educação (escolaridade), volume de leitura etc., servindo, em alguns casos, como
parâmetro para caracterizar a existência de níveis, melhores ou piores, entre
grupos sociais. Nesta dissertação, que visa analisar as características de
pessoas que formarão o contingente de uma organização, serão adotadas
algumas definições como as que se seguem.
Para Hofstede (1991:19), “Programação coletiva da mente que distingue
os membros de um grupo ou categoria de outros.”
Morgan (1996:115), quando se refere a cultura, fala de “padrão de
desenvolvimento refletido nos sistemas sociais de conhecimento, ideologia,
valores e rituais quotidianos” e de que “diferentes sociedades manifestam
diferentes níveis e padrões de desenvolvimento social”. Apesar de serem de
autores diferentes, as três definições passam a idéia que os grupos humanos
têm maneiras próprias de pensar, agir e sentir. Quando se pretende provocar
uma mudança comportamental, para tornar efetiva uma mudança organizacional,
é importante considerar a existência dessas diferenças.
Para melhor estudar estas diferenças, Hofstede (1991:23) dividiu a
manifestação da cultura em quatro níveis: símbolos, heróis, rituais e valores. O
autor as apresenta em níveis de profundidade, formando uma figura que se
assemelha a uma cebola, em que os símbolos estão na parte mais superficial
passando pelos heróis e rituais, chegando aos valores em sua parte mais
profunda, conforme mostra a Figura 2.
Símbolos
20
Heróis
São pessoas, vivas ou falecidas, reais ou imaginárias, que possuem
características altamente valorizadas numa determinada cultura e, por isso,
servem como modelo, referencial ou padrão de comportamento. Podem ser
figuras de fantasia, como por exemplo o Zé Gotinha da campanha de vacinação
do Ministério da Saúde ou o Araquém, o Show Man, na Copa do Mundo de
Futebol, de 1982.
Rituais
São atividades coletivas, tecnicamente supérfluas para atingir fins
desejados, mas considerados essenciais numa determinada cultura. São
realizadas para o seu próprio bem, seu fortalecimento. Formas de cumprimentar
ou demonstrações de respeito, cerimônias sociais ou religiosas constituem
alguns exemplos.
Estes três traços, conforme mostra a Figura 2, são percebíveis por alguém de
fora do grupo através das praticas desse grupo, mas o seu significado cultural é
invisível e está na forma como estas práticas são percebidas.
Valores
Na parte mais profunda da cultura estão os valores, que são as primeiras
coisas que as crianças aprendem. Segundo os psicólogos do desenvolvimento,
próximo aos 10 anos de idade as crianças têm o seu sistema básico de valores
solidamente adquiridos, e é muito difícil modificá-lo após essa idade.
21
Símbolos
Heróis
Rituais
Valores Prática
Traço Características-chaves
Hierarquia • Tendência a centralização do poder
dentro dos grupos sociais.
• Distanciamento nas relações entre
diferentes grupos sociais.
• Passividade e aceitação dos grupos
inferiores.
Personalismo • Sociedade baseada em relações
pessoais.
• Busca de proximidade e afeto nas
relações.
• Paternalismo: domínio moral e
econômico.
Malandragem • Flexibilidade e adaptabilidade como
meio de navegação social.
• Jeitinho.
Sensualismo • Gosto pelo sensual e pelo exótico
nas relações sociais.
Aventureiro • Mais sonhador do que disciplinado.
• Tendência à aversão ao trabalho
manual ou metodológico.
Figura 3 - Traços brasileiros e características-chaves
Fonte: Freitas, 1997, p.44
24
Personalismo
A influência portuguesa no Brasil estava pautada no capitalismo, que
acabou por provocar nas pessoas o individualismo. A sociedade brasileira é
bastante hierarquizada, existindo inclusive o papel do senhor e do chefe. Apesar
dessas características, em vista da influência dos escravos africanos, a relação
entre os brasileiros é baseada na ternura, bondade, catolicismo humanista.
Esses traços atingiram até a nossa linguagem sendo caracterizados pelo uso
constante da terminação “ïnho”. Na sociedade patriarcal escravocrata o senhor
passa a ser dono e até responsável moral pelo escravo. Na sociedade atual,
assim como naquela sociedade, o patrão protege o empregado como seu filho
e, com o empregado na mão, controla-o. Por sua vez, o empregado, ao sentir-se
protegido, retribui com lealdade a seu superior. O personalismo da sociedade
brasileira é um tanto quanto paradoxal. No catolicismo impera uma relação
hierarquizada, como a distância entre o céu e a terra, o alto e o baixo, o Todo-
Poderoso e o simples mortal, mas no Brasil esses opostos se comunicam por
meio de um elo extremamente pessoal. Essa relação paradoxal também ocorria
na sociedade patriarcal escravocrata. Na casa grande existia a relação familiar e
a relação escravocrata.
Malandragem
De um lado a cultura brasileira é marcada pela hierarquia e, de outro,
apesar da hierarquia, a relação entre chefes e subordinados é pessoal. Sendo
assim, quando o brasileiro se depara com uma lei ou uma situação que ignorem
essa impessoalidade ele apela para um “jeitinho”. Não é muito difícil deparar com
situações assim, pois de um lado existe a Inglaterra, berço da revolução
Industrial, caracterizada pela impessoalidade nas relações; e de outro os
Estados Unidos, o grande propagador do capitalismo, ambos influenciando
fortemente a cultura do Brasil. Por isso o brasileiro se vê, constantemente, tendo
que apelar para as relações e intimidade.
25
Sensualismo
O brasileiro teve duas influências para esse traço. De um lado os
portugueses, que ao conviverem com os invasores árabes e mouros, adotaram
fortes tendências à poligamia. De outro lado havia os índios, que eram polígamos.
Os portugueses, que já tinham alguma influência desses povos europeus,
chegam ao Brasil e encontram as índias nuas e polígamas para satisfazer os
seus desejos. Mais tarde eles têm as escravas africanas, que sendo submissas a
eles, tornam-se meios para satisfação de seus desejos carnais. Esse
sensualismo herdado pelos brasileiros fica evidenciado até na culinária com
bolos e doces com nomes como: beijinho, casadinho e véu de noiva. Mas
indiscutivelmente a maior representação deste traço no Brasil é o carnaval, que
também caracteriza outros traços, como por o personalismo e o espírito
aventureiro.
Aventureiro
Sérgio Buarque de Holanda (apud Motta e Caldas, 1997:52) faz uma
divisão dos povos em caçadores (coletores) e lavradores. A formação dos
portugueses é baseada na economia agrária, que se assemelha mais ao estilo
lavrador, lutando pelo pão de cada dia e que enxerga primeiro a dificuldade a
vencer, não o triunfo a alcançar. Apesar disso o seu estilo está mais para o
caçador, coletor. Quando o autor fala do primeiro estilo, refere-se aos que têm um
espírito mais aventuro, cujo ideal é colher o fruto sem plantar a árvore. Um estilo
mais preguiçoso. Este é o estilo dos judeus, que também tiveram influência na
colonização portuguesa. Este estilo aventureiro, mercantilista, é mais admirado
pelos portugueses do que o lavrador, agrário, e consequentemente o mais
admirado pelos brasileiros. Sérgio Buarque de Holanda (apud Motta e Caldas,
1997:53) diz: “nosso conjunto social (nossa “alma”) está mais para o aventureiro.”
Macunaíma, o filho do Brasil, já dizia - “Ai que preguiça!”
Delimitando o tema em estudo, na seqüência serão apresentados alguns
estudos relacionados à cultura organizacional.
26
com o seu meio (Morgan, 1996), como por exemplo, o desconforto gerado por
uma mudança. Mesmo que para melhor. Nesse momento não se pode ignorar a
participação dos líderes, formais ou informais, pois para o autor a grande
característica de um líder é a habilidade de conseguir construir uma realidade
compartilhada.
O autor fala em metáfora da cultura organizacional. Devons (apud Morgan,
1996, p.138) explica esse termo citando que, nas organizações atuais, a análise
estatística é utilizada para embasar as decisões administrativas, assim como a
magia e adivinhação do feiticeiro eram usadas para embasar as decisões em
sociedades tribais. Se o conselho do feiticeiro falhasse, a culpa era atribuída a
alguma força estranha ou à imperfeição na execução. A culpa normalmente não é
do feiticeiro. Na empresa, se as previsões estatísticas são inexatas, a culpa é do
modelo ou da distorção de alguns fatos. A aparência de racionalidade é
preservada.
Morgan (1996) aponta três pontos da metáfora cultural. O primeiro é que
existe um significado simbólico para a maioria dos aspectos racionais da vida
organizacional. Neste ponto residem padrões subjetivos que são importantes na
compreensão de como funciona a organização no seu dia-a-dia.
O segundo ponto refere-se ao fato de a organização, enquanto grupo
coeso, possuir interpretações semelhantes que criam e recriam suas ações. Isto
permite uma interação da organização com o seu meio ambiente. Interação essa
que, segundo a autopoiesis de Maturana e Varela (apud Morgan, 1996), é reflexo
e parte da própria organização. Esse pensamento caracteriza a administração
estratégica e a consideração de que o ambiente das pessoas é extensão delas
mesmo.
O terceiro e último ponto da metáfora cultural colocado pelo autor refere-se
à sua contribuição para a mudança organizacional. Já que a metáfora cultural
refere-se à interpretação da realidade e que as empresas residem
essencialmente nas mentes das pessoas que a compõem, é possível visualizar
que, conforme abordado no item 1.4 desta dissertação, uma mudança
organizacional não se limita a mudança de estrutura ou de tecnologia. Ela exige
32
Concentração de poder
34
Personalismo
Está representado pela interseção entre o Subsistema dos Líderes e o
Subsistema Pessoal (ou informal).
O Personalismo, que também foi abordado na classificação de Freitas
(1997), no item 2.3.1, ocorre quando uma pessoa se destaca no cotidiano
brasileiro pelo poder de seu discurso ou pelo poder de suas ligações (relações
com outras pessoas) e não por sua especialização. Nesse caso a rede de
amigos é o caminho para obter privilégios. No Brasil o indivíduo isolado e sem
relações é considerado como altamente negativo, um ser marginal em relação
aos outros membros da comunidade. Mais uma vez se percebe uma diferença
entre a sociedade brasileira, que é heterogênea, desigual, relacional e inclusiva,
e a sociedade americana, que é homogênea, igualitária, individualista e
exclusiva. As necessidades das pessoas envolvidas na questão estão acima das
necessidades do sistema no qual a questão está inserida. Isto é personalismo.
Postura de espectador
35
Líderes
Formal Pessoal
Liderados
Evitar conflitos
Este traço é representado pela interseção do subsistema pessoal (ou
informal) com o dos liderados.
A desigualdade existente entre líderes e liderados pode levar a um grau
de alienação, baixa motivação e conseqüente passividade. Essa situação de
desigualdade pode representar também situação latente de conflito. No Brasil a
saída é usar soluções indiretas entre os pólos divergentes, que mantenham as
boas relações pessoais. Vale ressaltar que o traço de evitar conflito é mais
presente no sentido liderado-líder. No sentido contrário o líder não teme o conflito,
37
pois a própria estrutura já indica que o liderado vai encontrar soluções para evitar
o conflito.
Um grande exemplo brasileiro de evitar conflitos foi a saída, nos anos 80,
da ditadura para a democracia. Tancredo Neves se utilizou de acordos prévios
para evitar problemas futuros. A harmonia nas relações pessoais é um valor para
a sociedade brasileira. O brasileiro se utiliza da competição, mas de forma
cooperativa.
Paternalismo
É oriundo da combinação da concentração de poder (interseção do
subsistema dos líderes com o formal) e o personalismo (interseção do
subsistema dos líderes com o pessoal).
Líderes
Concentração Personalismo
de poder Paternalismo
Formal Pessoal
Lealdade pessoal
(institucional) (informal)
Formalismo
Impunidade
lismo
Postura de Evitar
espectador Flexibilidade conflito
Liderados
O paternalismo está presente tanto nos líderes como nos liderados, sendo
o sistema de valores complementares.
39
Formalismo
O formalismo é fruto da articulação da concentração de poder
(interseção do subsistema dos líderes com o formal) com a postura de
espectador (interseção do subsistema formal com o dos liderados). É a
conciliação dos subsistemas dos líderes e liderados, através do subsistema
formal.
Uma sociedade tem necessidade de segurança e de evitar riscos futuros
(controlar as incertezas). A manutenção desta segurança pode ser feita de três
maneiras. Pela tecnologia, quando se constrói aparatos para nos proteger dos
riscos da natureza e da guerra. Pela religião, que através de suas ideologias ou
movimentos dogmáticos, pode proporcionar uma sensação de segurança em
relação a aspectos que transcendem a realidade humana. E pela lei e toda
espécie de regra que protege da imprevisibilidade do comportamento humano –
opiniões divergentes e comportamentos perversos. Na vida real existe um hiato
entre a lei escrita e a prática (entre o direito e o fato). A isso chamamos
formalismo Ramos (apud Motta e Caldas, 1997). Daí surgem algumas
expressões que representam situações em que se ignoram as regras, do tipo:
“fazer vista grossa”, “descobrir o mapa da mina”, “arranjar um pistolão”, “quebrar
o galho”.
O formalismo é visto como normal em países em transformação, como é o
caso do Brasil, mas quando os processos de ajustamento usados para superá-lo
atingem configuração de nepotismo, favoritismo e até de suborno, ele é visto por
alguns autores como patológico.
O formalismo, como é feito no Brasil, pode ser usado como estratégia de
articulação com o mundo. O Brasil utiliza o artifícios da preservação ambiental
para se incluir no clube das sociedades desenvolvidas. Esta é uma estratégia
para regular a relação entre líderes e liderados, buscando criar mecanismo de
suposta estabilidade.
40
Lealdade pessoal
Está caracterizada pela articulação do personalismo (interseção do
subsistema dos líderes e do pessoal) com o evitar conflitos (interseção do
subsistema dos liderados e do pessoal), vinculado diretamente ao subsistema do
pessoal.
Os autores colocam este traço como a forma de articular os subsistemas
dos líderes e dos liderados pelo lado do espaço pessoal. O membro do grupo
valoriza mais as necessidades do líder e dos outros membros do grupo do que
as necessidades de um sistema maior no qual está inserido. O mecanismo de
ampla interligação entre os vários grupos de uma sociedade está centrado na
pessoa, essencialmente nos líderes. A confiança é depositada na pessoa do
líder. Existe uma interação entre a lealdade às pessoas e o formalismo, que é o
traço cultural mais forte do controle da incerteza.
Flexibilidade
A flexibilidade, que também é citada no item 2.3.1 (Freitas, 1997) é a
articulação entre postura de espectador (interseção do subsistema formal e dos
liderados) e o evitar conflitos (interseção do subsistema pessoal e o dos
liderados).
Pode-se dizer que este traço cultural emana do formalismo, que por sua vez, está
na frente da lealdade às pessoas. Se por um lado existe um arcabouço de
41
normativos a ser seguido, por outro existe uma rede de relacionamento baseada
na lealdade pessoal que busca uma solução para os objetivos pessoais. A
flexibilidade está baseada na adaptabilidade e na criatividade.
A adaptabilidade refere-se tanto às empresas, que têm agilidade para se
ajustarem aos vários planos econômicos, como aos seus empregados, que por
exemplo em contato com técnicos estrangeiros responsáveis pela implantação
de processos tecnológicos importados, apresentam desempenho surpreendente
em pouco tempo. Esta adaptabilidade, como já dito anteriormente, é a busca do
equilíbrio entre o formalismo e a lealdade pessoal. A Criatividade, que está
bastante evidente no carnaval e no esporte, principalmente os coletivos, tenta
criar uma situação em que possa existir a igualdade entre indivíduos, saindo do
domínio hierárquico para um domínio moral. Mas os autores relacionam mais um
traço aos subsistemas de líderes e liderados, embora o subsistema formal e o
pessoal também sejam citados na adaptabilidade. A verdade é que nesse
Sistema de Ação Cultural Brasileiro não se deve, em momento algum, perder a
visão do todo, a visão sistêmica.
Impunidade
Esse código, ao mesmo tempo que faz o fechamento da cadeia de
valores culturais apresentada pelos autores, é responsável pela sua
realimentação, pois a imunidade dos líderes à punição aumenta o seu poder,
fortalecendo o subsistema institucional e influenciando os traços culturais desse
sistema.
No início da abordagem do sistema de ação cultural brasileiro os autores
falam da importância dos traços culturais especiais numa mudança
organizacional. Além disso, percebe-se que a flexibilidade, não perdendo de
vista a sua interdependência com os outros, é fundamental em qualquer mudança
organizacional de uma empresa.
Falou-se em cultura, em cultura organizacional e, além do que diz Freitas
(1991, p.34): “os valores são transmitidos pela comunicação” ou “o indivíduo
comunica a sua cultura ...”. Percebe-se que a comunicação contribui para a
formação da cultura de uma organização, tendo um importante papel
42
2.4 Comunicação
A comunicação não é um fenômeno isolado nem
contemporâneo. Como atividade humana, é necessário
considerá-la integrada aos processos culturais e, para estudar
sua evolução, não é possível desvinculá-la da cultura. (Pinto,
1986, p.05).
Pinto (1986) analisa a comunicação como uma ferramenta usada pelo
homem para se relacionar com seu meio e garantir sua sobrevivência. Ele faz
uma analogia dela com a realidade que circunda o homem. Em outras palavras,
para este autor, a comunicação está intimamente relacionada com a cultura na
qual o homem, objeto dela, está inserido. Dentro desta visão sociológica,
percebe-se os diferentes canais utilizados pela comunicação, como: mímica,
dança, musica, jornais, teatro, cinema, obras literárias etc. A carta de Pero Vaz
de Caminha a D. Manuel citava a mímica, a música e a dança como os
primeiros meios de comunicação entre portugueses e indígenas.
(...) passou-se então, além do rio, Diogo Dias, almoxarife que
foi de Sacavem, que é homem gracioso e de prazer; e levou
consigo um gaiteiro nosso, com sua gaita e meteu-se com eles
[os nativos] a dançar, tomando-os pelas mãos; e eles folgavam
e riam, e andavam com ele mui bem, ao som da gaita; depois
de dançarem, fez-lhe ali, andando no chão, muitas voltas
ligeiras e salto real, de que se eles espantavam e riam, e
folgavam muito (Souza apud Pinto, 1986, p.08).
Também em outros relatos de Pinto (1986) pode-se observar o poder da
comunicação para influenciar as pessoas quando cita, por exemplo, a atuação
dos jesuítas no Brasil – neste trabalho pretende-se considerar o ensino uma
forma de comunicação, pois “a sala de aula” é um ambiente perfeito para troca
de informações – ou quando fala da corrente literária – o realismo de Machado
de Assis e Aluísio Azevedo, entre outros - desenvolvendo mais o espírito crítico
sobre a realidade que a cerca. O autor mostra que o governo militar brasileiro,
reconhecendo o poder da comunicação, relata várias de suas iniciativas, como
na ditadura de Vargas, quando se usava a comunicação para vender um regime
44
autoritário que, apesar de ademocrático, foi aceito pelo povo. Dentre essas
iniciativas está a lei de imprensa, de 1934, que introduziu o nacionalismo no
Brasil, proibindo a participação de estrangeiros como proprietários, diretores e
acionistas de empresas jornalísticas e a constituição de 1937 que estabelecia a
censura à comunicação e a criação do Departamento de Imprensa e Propaganda
(DIP), órgão de difusão e de controle ideológico da informação do Estado.
No item 2.3 (pág. 15), a definição de cultura de Hofstede (1991:19) e as
palavras de Morgan a respeito de cultura, ressaltam a existência de diferença
entre grupos culturais. Considerando-se que para Kotler (1998) em uma
comunicação organizacional, para que uma mensagem seja eficaz, é preciso que
o processo de codificação do emissor seja compatível com o processo de
decodificação do receptor, é preciso que o emissor se adapte à cultura do
receptor, anulando a diferença entre ambos. Percebe-se aí, mais uma vez, a
relação entre cultura e comunicação organizacional.
Sendo assim , deve-se passar para o estudo da comunicação
organizacional como um todo, para então entrar no estudo da comunicação
interna especificamente, que é o foco desta dissertação.
houve uma aprendizagem organizacional. Com isso fica claro que numa empresa
que aprende, quem aprende são as pessoas (Senge, 1990). Em uma empresa, é
comum os funcionários, principalmente os do nível operacional, tomarem
conhecimento de importantes problemas organizacionais, mas não conseguirem
comunicá-los aos que têm poder para resolvê-los.
Ação Reflexão
Sistemas de
crenças Resultados Conhecimento
Disseminação
3 METODOLOGIA DA PESQUISA
3.4 População/sujeitos
A pesar de o banco do Brasil possuir, atualmente, aproximadamente 70
mil funcionários, como se trata de uma pesquisa de natureza qualitativa, optou-se
por, além da observação participativa, aplicar um questionário numa amostra de
23 funcionários da Agência Setor Bancário Sul -Brasília/DF e quatro da Unidade
de Função Controles Internos, escolhidos aleatoriamente. Essas duas Unidades
representam níveis diferentes do BB. A primeira representa a Rede de Agências,
nível executivo, e a segunda a Direção Geral, nível diretivo. Além disso a amostra
é composta por funcionários que já estavam no Banco na época da mudança e
por funcionários que entraram na organização depois da mudança. Segundo a
comunicação que foi planejada para o Programa de Reajuste, essas pessoas
deveriam tomar conhecimento da mudança, pelo menos, através do Curso
Excelência Profissional – o caminho para encantar o cliente. Sendo assim essa
pesquisa de campo testa inclusive esse canal de comunicação.
Dos 27 funcionários que responderam ao questionário, três foram
entrevistados para melhor detalhamento das respostas fornecidas. Os 3
entrevistados foram escolhidos porque demonstraram ter mais conhecimentos
54
a extinção da conta movimento mantida pelo Banco Central do Brasil, que lhe
assegurava o suprimento de recursos automático. Em compensação, o Banco foi
autorizado a praticar as operações permitidas aos demais intermediários
financeiros. Na verdade ele passou a precisar dessas práticas para conseguir
recursos para cobrir seus custos. Nesse momento o BB era um banco comercial
como outro qualquer, mas enquanto os bancos privados viviam se mexendo para
se adaptarem às mudanças do mercado, no Banco do Brasil ainda havia a
filosofia de um Banco não voltado para o cliente, e que vivia de um passado
glorioso, mantendo-se inflexível a essas mudanças. Uma empresa que só vive de
um passado de glórias ao invés de satisfazer a necessidade de seus clientes
está-se fadada à falência.
Esta é uma visão mais geral de alguns reflexos do Plano Real na vida
financeira do país, mas o que afetou mais diretamente os bancos foi o fato de
que não tinham mais receita com floating. Com a queda da inflação de 40% ao
mês, no período pré Plano Real, para 3,65% (IGP-DI) ou 2,61% (IPC-r) ao mês no
pós-real, diminuíram substancialmente os ganhos com “floating inflacionário” ou
transferências inflacionárias, que são os juros reais negativos pagos pelo
excedente dos depósitos à vista emitidos por estes sobre o total de seus
encaixes, sejam aqueles depositados no Banco Central ou mantidos em caixa
pelas agências bancárias. Os bancos passam a ter que buscar lucro com
operações de crédito. O problema é que ainda não dispunham de mecanismos
satisfatórios de análise de crédito para fazer frente ao aumento dessa atividade.
O sistema de intermediação financeira foi um dos mais afetados pelo Plano Real.
Do início do Plano até dezembro de 1995, houve diversos casos de insolvência
bancárias. (Ver Tabela 02, Cysne, 1996, pág. 55).
Os Bancos públicos sofrem um processo maior de ajuste, pois enquanto
os bancos privados, por causa de uma forte concorrência, já utilizavam as
60
Fase 1: transição
Caracterizada pela transição da estrutura departamental para as Unidades
Estratégicas de Negócios, as Unidades de Assessoramento e as Unidades de
Função. Essa fase também é caracterizada pelo remanejamento de atividades e
pessoas dos antigos segmentos para as novas Unidades e o início da
preparação comportamental/cultural.
Assembléia Geral de
Acionistas
Conselho Fiscal
Conselho de Administração
Auditoria interna
Diretoria
Unidades de
Assessoramento
Desenvovimento Empresarial
Comunicação e Marketing
Secretaria Executiva
Controladoria
Jurídico
Recursos Humanos
Infra- estrutura
Varejo e Serviços
Merc. Capitais e
Investimentos
Internacional
Tecnologia
Distribuição
Finanças
Seguridade
Comercial
Crédito
Governo
Ø Fase 2: adequação
Promoção de ajustes da estrutura organizacional e dos sistemas,
como também a capacitação das pessoas para a nova filosofia de trabalho.
Consolidação da Unidade de Controladoria e conclusão da implantação do
projeto de Gestão Financeira.
Ø Fase 3: preparação
Preparação das Unidades para a gestão por resultados.
Estabelecimento de indicadores de retorno, crescimento, qualidade,
produtividade e custos, a partir dos quais Controladoria e outros órgãos
procederão à analise para subsidiar as decisões do Conselho Diretor.
Ø Fase 5: consolidação
Avaliação, ajustes na estrutura e a sedimentação do novo modelo.
A Nota técnica que deu início ao Programa de Ajustes determinou a
criação de um plano de comunicação com o objetivo de informar aos funcionários
a nova filosofia de trabalho. Apesar de o plano não ter sido escrito, o
conglomerado realizou a comunicação da mudança através de algumas
estratégias, tais como: fita de vídeo, comunicações escritas e cursos.
A Unidade de Função Recursos Humanos do Banco do Brasil lançou, em
outubro de 1996, o vídeo “A nova Arquitetura Organizacional do BB”, destinado a
seus funcionários. O vídeo conta com a participação de Paulo César Ximenes (
então presidente do BB), Moysés Gedanke (vice-presidente da Consultoria Arthur
D. Little, que participou da implementação do novo modelo), Carlos Salles (
Presidente da Xerox do Brasil), Luiz Carlos Cabrera (Professor da Escola de
Administração de Empresas de São Paulo, Fundação Getúlio Vargas - AESP-
FGV, e Diretor da PMC-AMROP International) e Oscar Motomura (Diretor Geral
do Grupo AMANA-KEY). Na fita, estas personagens falam da necessidade de
mudança na estrutura vigente no Banco para se adequar ao novo cenário
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5 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES
MUDANÇA ORGANIZACIONAL
FORMAÇÃO, COMPARTILHADA, DA
CULTURA ORGANIZACIONAL
PROMOTOR DE CULTURA
LÍDER DEMOCRÁTICO
DIRETORIA
UEN,
UEN, UF e UA Comunicação UF e Comunicação UEN, UF e UA
UA
AGÊNCIA
Comunicação
Interna
Integrada
Líder Comunicação
Democrático Interna
Multidirecional
Mudança
Cultural
Organizacional
Realidade
Promotor
compartilhada
de Cultura
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6 REFERÊNCIAS
BLASI, Valéria. Não basta administrar. Bb.com.você. Brasília, Ano 1, n.º 2, p.10-
13, Mai/Jun 2000.
CYSNE, Rubens Penha; COSTA, Sérgio Gustavo S da. Reflexos do Plano Real
sobre o sistema Bancário Brasileiro. Rio de Janeiro: FGV, 1996.
FLEURY, Maria Tereza Leme et alii. Cultura e Poder nas Organizações. São
Paulo: Atlas, 1989.
FREITAS, Sidneia Gomes de. Comunicação, poder e cultura organizacional. In: III
SEMINÁRIO DE COMUNICAÇÃO DO BANCO DO BRASIL, 1966, Brasília.
Anais...Brasília: Banco do Brasil, 1999. Disponível em: Estado, Mercado e
Interesse Público: a comunicação e os discursos organizacionais, pág.55.
Brasília, 1999.
PRATES, Marco Aurélio Spyer e BARROS, Betânia Tanure de. In: MOTTA,
Fernandes C. Prestes e CALDAS, Miguel P. (organizadores) Cultura
Organizacional e Cultura Brasileira, pág.38. São Paulo. Atlas, 1997.
7 APÊNDICE