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Ignatief 01.03.

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01.03S EX-SECRETÁRIO-GERAL DAS NAÇÕES UNIDAS:


INDEPENDÊNCIA DO KOSOVO CRIA AMEAÇA DE
DESMORONAMENTO DE MUITOS ESTADOS

O ex-secretário-geral das Nações Unidas, Boutros-Ghali, famoso


especialista em Direito Internacional e autor de mais de uma centena de
obras nessa área, disse estar seriamente preocupado com a
autoproclamada independência do Kosovo. É um precedente muito
perigoso, porque ameaça desencadear uma onda separatista não
somente na Europa, mas também no mundo inteiro. A situação criada é
comentada pelo nosso observador Anatoli Potapov.
O problema da independência do Kosovo tornou-se uma constante nas
páginas da mídia européia. O jornal alemão “Dresdner Neueste
Nachrichten” chamou o Kosovo de “um barril de pólvora”. E o “Munchen
Merkur”, também alemão, qualifica as ações dos Estados Unidos no
Kosovo como “unipessoais e fatídicas”.
Conforme recomendado pelos Estados Unidos, o Governo albanês do
Kosovo procedeu à elaboração dos documentos necessários para a
entrada nas Nações Unidas, União Européia, OTAN e Organização para a
Segurança e a Cooperação na Europa. Vale notar que a Assembléia
Parlamentar do Conselho da Europa, que reúne os legisladores de 47
Estados, não reconheceu a independência do Kosovo qualificada como um
atentado ao Direito Internacional. Idêntica opinião foi manifestada pela
Rússia cujo representante permanente junto às Nações Unidas, Vitali
Tchurkin, presidde que a Rússia e a China, ambas membros permanentes
do Conselho de Segurança das Nações Unidas com direito de veto, não
permitirão que esse órgão onusiano recomende a admissão do Kosovo nas
Nações Unidas. Mas na ausência de tal recomendação nenhum Estado
pode aspirar à entrada nessa organização. Moscou está também disposta
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a levantar o problema do Kosovo perante o Conselho para Cooperação na


Área da Segurança russo-francês, o qual se reunirá em Paris em 11 do
corrente. Embora a França reconhecesse a independência do Kosovo, o
diálogo a realizar em Paris promete ser muito sério. Convém indicar que a
própria França enfrenta o sério problema da Córsega, seu departamento
que está exigindo a independência. Na Grã-Bretanha, a Irlanda do Norte,
ou Úlster, está reivindicando a independência já há muito. Ultimamente,
umas exigências no mesmo sentido foram formuladas por alguns políticos
escoceses. Ou, digamos, a Turquia, que após o reconhecimento da
independência do Kosovo lançou uma operação militar contra os
separatistas curdos no Norte do Iraque. A situação é comentada por
Aleksandr Konovalov, do Instituto Nacional de Avaliações Estratégicas:
O precedente criado no Kosovo – diz Aleksandr Konovalov – consiste em
que pela primeira vez desde o fim da Segunda Guerra Mundial fronteiras
européias são alteradas através de uma força militar externa. Isso cria um
precedente para remodelação das fronteiras atuais. Pode ser a Bélgica,
por causa das discordâncias entre os Flamencos e os Valões; pode ser a
Espanha, por causa do espírito independentista no País Basco e na
Catalunha. Se é que se pode no Kosovo, o mesmo poder-se-ia em toda a
parte. Mas isso implicaria uma revisão do mapa europeu – resume
Aleksandr Konovalov.
Segundo estimativas de analistas russos, as reivindicações feitas pelas
minorias étnicas no mundo inteiro poderiam trazer como resultado mais
de 2 mil guerras pela independência. Uma perspetiva bonita, não é? Mas
tal perspetiva não está de todo excluída, na verdade, diante da política
militar unilateral conduzida pelos Estados Unidos a despeito das normas
do Direito Internacional.

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