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O Livramento Geral

John Wesley

'Porque a ardente expectação da criatura espera a manifestação dos filhos de Deus.


Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que
a sujeitou, Na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão
da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que
toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora'.
(Romanos 8:19-22)

1. Nada é mais certo do que, como 'o Senhor ama cada homem', então, 'sua
misericórdia é sobre todas as suas obras'; todos que têm consciência; todos que são
capazes de prazer ou dor; de felicidade ou miséria. Em conseqüência disto, 'Ele abre
sua mão, e preenche todas as coisas vivas com abundância. Ele prepara alimento
para o gado', assim como 'as ervas para os filhos dos homens'. Ele provém para os
pássaros, 'alimentando os jovens corvos, quando eles clamam por ele'. 'Ele envia as
fontes para os rios, que correm entre os vales, para dar de beber a todas as bestas do
campo', e até mesmo 'os asnos selvagens podem extinguir sua sede'. E,
adequadamente a isto, ele nos direciona a sermos ternos, até mesmo, para com as
criaturas mais desprezíveis; e a mostrarmos misericórdia a estas também. 'Tu não
deves amordaçar o boi que esmaga o milho': -- Um costume que é observado nas
regiões orientais, até hoje. E isto, de maneira alguma, é contestado pela pergunta de
Paulo, em (I Coríntios 9:9) 'Porque na lei de Moisés está escrito: Não atarás a boca
ao boi que trilha o grão. Porventura tem Deus cuidado dos bois?'. Sem dúvida que
sim. Nós não podemos negar isto, sem contradizer plenamente sua palavra. O
significado claro do Apóstolo é: isto é tudo que está inserido no texto? Ele não tem
um significado mais além? Ele não nos ensina que nós devemos alimentar os corpos
desses a quem desejamos que alimentem nossas almas? Entretanto, é certo que Deus
'dá grama ao gado', assim como 'ervas para o uso dos homens'.

2. Mas como essas Escrituras são reconciliadas para o estado presente das
coisas? Como elas são consistentes com o que vemos diariamente a nossa volta, em
todas as partes da criação? Se o Criador, Pai de todas as coisas viventes, é rico em
misericórdia em direção a todos; se Ele deseja que até mesmo o mais desprezível
deles seja feliz, de acordo com seu nível; como se explica que tal complicação de
males oprima; sim, subjugue a eles? Como é que a miséria de todos os tipos se
espalha sobre a face da terra? Esta é a questão que tem embaraçado os mais sábios
filósofos em todas as épocas. E ela não pode ser respondida, sem recorrermos aos
oráculos de Deus. Mas, tomando esses por nosso guia, nós podemos inquirir:

I. Qual era o estado original da criação bruta?

II. Em que estado ela se encontra no momento?

III. Em que estado ela estará na manifestação dos filhos de Deus?

I
1. Nós podemos inquirir, em Primeiro Lugar, qual era o estado original da
criação bruta? Não podemos aprender disto, até mesmo do lugar que foi designado a
eles; ou seja, o jardim de Deus? Todas as bestas do campo, e todas as aves do céu
estavam com Adão no paraíso. E não há dúvida de que o estado deles era adequado ao
lugar deles: Ele era paradisíaco; perfeitamente feliz. Sem dúvida, ele exibia uma
semelhança próxima ao estado do próprio homem. De maneira que, tendo uma visão
resumida de um, nós podemos conceber o outro. Agora, 'o homem foi feito à imagem
de Deus'. Mas 'Deus é um Espírito': E assim, por conseguinte, era o homem. (Apenas
este espírito, sendo designado para habitar na terra, foi alojado em um tabernáculo
terreno). Como tal, ele tinha um princípio inato de movimento próprio. E, assim,
parece que tem todo espírito no universo; esta sendo a diferença peculiar, entre o
espírito e a matéria, que é totalmente, e essencialmente, passiva e inativa, como
aparece de milhares de experimentos. Ele foi, segundo a semelhança de seu Criador,
dotado com entendimento; uma capacidade de apreender quaisquer que fossem os
objetos trazidos diante dele, e de julgar concernente a eles. Ele foi dotado com uma
vontade, manifestando-se nas várias afeições e paixões. E, por fim, com a liberdade,
ou a liberdade de escolha; sem o que, todo o restante teria sido em vão, e ele não seria
mais capaz de servir ao seu Criador do que um punhado de terra, ou um pedaço de
mármore; ele teria sido tão incapaz da imoralidade ou virtude, assim como qualquer
parte da criação inata. Nesses, no poder do automovimento, entendimento, vontade, e
liberdade, consistiu a imagem natural de Deus.

2. Quão longe seu poder de automovimento estendeu-se, é impossível a nós


determinarmos. É provável que ele teve um grau mais alto de vivacidade e força, do
que, alguma vez, teve alguém de sua posteridade; muito menos, tiveram algumas de
suas criaturas inferiores. É certo que ele possuía tal força de entendimento, como
homem alguma vez conseguiu. Seu entendimento era perfeito em sua espécie; capaz
de apreender todas as coisas claramente, e de julgar concernente a elas, de acordo com
a verdade, sem qualquer equívoco. Sua vontade não possuía tendência errônea de
qualquer sorte; mas todas as suas paixões e afeições eram regulares; sendo,
firmemente e uniformemente, dirigidas pelos preceitos de seu entendimento infalível;
abraçando nada, a não ser o que é bom; e todo bem, em proporção ao seu grau de
bondade intrínseca. Sua liberdade igualmente foi totalmente guiada pelo seu
entendimento: Ele escolheu, ou recusou, de acordo com a direção dele. Acima de
tudo, (o que foi sua excelência máxima, muito mais valiosa do que todo o restante),
ele foi uma criatura capacitada por Deus; capacitada para conhecer, amar, e obedecer
a seu Criador. E, de fato, ele conheceu a Deus; sinceramente o amou, e,
uniformemente, obedeceu a ele. Esta foi a suprema perfeição do homem; (como foi a
de todas as existências inteligentes): o buscar contínuo; o amar e o obedecer ao Pai
dos espíritos de toda carne. Do estado correto e do correto uso de todas as suas
faculdades, sua felicidade naturalmente fluiu. Nisto, consistiu a essência de sua
felicidade; mas ela aumentou, através de todas as coisas que o circundavam. Ele viu,
com prazer inexplicável, a ordem, a beleza, e a harmonia de todas as criaturas; de toda
natureza viva e inanimada; a serenidade dos céus; o sol brilhando; a roupagem
docemente matizada da terra; as árvores, os frutos, as flores, e o espaço líquido das
fontes murmurantes. Nem este prazer foi interrompido pelo mal de qualquer tipo. Não
houve mistura prejudicial de tristeza ou dor, se no corpo, ou na mente. Por quanto
tempo ele foi inocente, ele foi impassível; incapaz de sofrimento. Nada poderia
macular sua pureza de alegria. E, para coroar tudo, ele era imortal.
3. Para esta criatura, dotada com todas essas faculdades excelentes, assim
qualificadas para sua sublime responsabilidade, diz disse em (Gênesis 1:28) 'E Deus
os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e
sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo o
animal que se move sobre a terra'. E assim o salmista em (Salmos 8:6) 'Fazes com
que ele tenha domínio sobre as obras das tuas mãos; tudo tu puseste debaixo de seus
pés: Todas as ovelhas e bois, assim como os animais do campo, As aves dos céus, e os
peixes do mar, e tudo o que passa pelas veredas dos mares'. De modo que o homem
era o representante de Deus sobre a terra; o príncipe e o governador do mundo; e
todas as bênçãos de Deus fluíam, através dele, para suas criaturas inferiores. O
homem era o canal de comunicação entre seu Criador e toda a criação bruta.

4. Mas quais bênçãos foram estas que eram, então, transmitidas, através do
homem para as criaturas inferiores? Qual era o estado original das criaturas brutas,
quando elas foram, a princípio, criadas? Isto merece uma consideração mais atenta do
que tem sido usualmente dada a ela. É certo que essas tinham, tanto quanto o homem,
um princípio inato de automovimento; e, pelo menos, em um grau tão alto quanto o
que eles desfrutam até hoje. Novamente: Eles foram dotados com um nível de
entendimento; não menor do que aquele que eles possuem agora. Eles possuíam
também uma vontade, incluindo várias paixões, que, igualmente, eles ainda
desfrutam: E eles tinham liberdade; um poder de escolha; um grau do qual ainda é
encontrado em toda criatura vivente. Nem nós podemos duvidar, a não ser que o
entendimento deles era também, no princípio, perfeito em sua espécie. As paixões e
afeições deles eram regulares, e suas escolhas, sempre guiadas, através de seu
entendimento.

5. Qual, então, é a linha divisória, entre os homens e os animais? A linha que


eles não podem transpor? Não é a razão. Coloque de lado este termo ambíguo:
Troque-o por uma palavra clara -- entendimento: e quem poderá negar que os brutos
têm isto? Nós poderemos negar que eles tenham visão, assim como ouvido. Mas trata-
se disto: O homem é capacitado por Deus; as criaturas inferiores não são. Nós não
temos alicerce para crer que elas sejam, em algum grau, capazes de conhecer, amar, e
obedecer a Deus. Esta é a diferença específica, entre o homem e os animais; o grande
abismo que eles não podem ultrapassar. E como uma obediência amorosa a Deus, era
a perfeição do homem, então, uma obediência amorosa ao homem, era a perfeição da
criação bruta. E, por quanto tempo eles continuaram nisto, eles foram felizes, segundo
a espécie deles; felizes, no estado correto, e no uso correto de suas respectivas
faculdades. Sim, e por quanto tempo eles tiveram alguma imagem obscura, mesmo da
bondade moral. Porque eles tinham gratidão ao homem, pelos benefícios recebidos, e
um respeito por ele. Eles possuíam igualmente uma espécie de benevolência, uns para
com os outros, não misturada com qualquer temperamento contrário. Quão belos eram
muitos deles, nós podemos conjeturar daqueles que ainda restam; e não apenas, das
criaturas mais nobres, mas daquelas de uma classe mais inferior. E eles eram todos
rodeados, não apenas com alimento abundante, mas com tudo que pudesse dar a eles
prazer; prazer não misturado com a dor; porque a dor ainda não existia; ela ainda não
havia entrado no paraíso. E eles eram também imortais: Porque 'o Criador não criara
a morte; nem tinha prazer na morte de algum ser vivente'.

6. Quão verdadeira é, então, aquela palavra: 'Deus observou todas as coisas


que tinha criado; e viu que era muito bom!'. Mas, quão longe, isto está do presente
caso! Em que condição está todo o mundo! – para não dizer coisa alguma das
criaturas inanimadas, onde todos os elementos parecem estar fora do curso, e, por sua
vez, em luta contra o homem. Desde que o homem se rebelou contra seu Mestre. Em
que estado está toda a natureza inata! Bem poderia o Apóstolo dizer disto: 'Toda a
criação geme e labuta em dores até agora'. Isto se refere diretamente à criação bruta;
cujo estado presente nós iremos agora considerar.

II

1. Como todas as bênçãos de Deus, no paraíso, fluíram através do homem,


para as criaturas inferiores; como o homem era o grande canal de comunicação, entre
o Criador e toda a criação bruta; então, quando o homem se tornou incapaz de
transmitir essas bênçãos, aquela comunicação foi necessariamente interrompida. O
intercurso entre Deus e as criaturas inferiores pararam, e essas bênçãos não puderam
mais fluir sobre eles. E, então, aconteceu que 'a criatura', todas as criaturas 'foram
subjugadas à vaidade', à tristeza, à dor de todo o tipo, a todas as formas de maldades:
Na verdade, não 'propositadamente'; não, através de sua própria escolha; não, através
de algum ato ou ação própria; 'mas pela razão Dele que a sujeitou', através da sábia
permissão de Deus, determinando tirar o bem eterno desse mal temporário.

2. Mas em que aspecto 'a criatura'; todas as criaturas ficaram, então, 'sujeitas
à vaidade?'. O que as mais inferiores criaturas sofreram, quando o homem rebelou-se
contra Deus? É provável que elas sofreram muita perda; mesmo em suas faculdades
inferiores: seu vigor, força e vivacidade. Mas, sem dúvida, elas sofreram muito mais
em seu entendimento; mais do que nós podemos conceber facilmente. Talvez, os
insetos e vermes tivessem, então, tanto entendimento, quanto a mais inteligente das
criaturas brutas tem agora. Considerando que milhões de criaturas têm, no momento,
muito menos entendimento do que a terra na qual elas rastejam, ou as rochas, nas
quais elas se aderem. Elas experimentaram ainda mais perda, em sua vontade; em suas
paixões; que foram, então, diferentemente distorcidas, e freqüentemente colocadas em
oposição clara ao pequeno entendimento que ainda restava nelas. A liberdade delas,
igualmente, foi grandemente enfraquecida; sim, em muitos casos, totalmente
destruída. Elas estão ainda totalmente subjugadas, aos apetites irracionais, que têm um
completo domínio sobre elas. Os próprios alicerces de sua natureza estão fora do
curso; estão em declínio. Como o homem foi privado de sua perfeição, sua obediência
amorosa a Deus; então, os brutos foram privados de sua perfeição, sua obediência
amorosa ao homem. A grande parte delas fugiu dele; evitou cuidadosamente sua
presença odiosa. A maioria do restante o colocou em oposição declarada; sim, para
destruir a ele, se estiver em seu poder. Alguns poucos apenas; esses que comumente
denominamos de animais domésticos, retêm mais ou menos de sua disposição original
(através da misericórdia de Deus), e o amam ainda, e prestam obediência a ele.

3. Colocando esses poucos de lado, quão pouca sombra de bondade, de


gratidão, de benevolência, de algum temperamento correto, é agora encontrado em
alguma parte da criação bruta! Do contrário, que fúria selvagem, que crueldade
inexorável, são invariavelmente observadas em milhares de criaturas; sim, são
inseparáveis de suas naturezas! Será que o leão, o tigre, o lobo, entre os habitantes das
florestas e planícies – o tubarão, e alguns poucos mais monstros vorazes, entre os
habitantes das águas, -- ou a águia, em meio às aves, -- são os únicos que rasgam a
carne, sugam o sangue e esmagam os ossos de suas indefesas co-criaturas? Não; os
insetos inofensivos; as laboriosas formigas, as coloridas borboletas, são tratadas da
mesma maneira impiedosa; mesmo pelos inocentes pássaros canoros do bosque! As
tribos inumeráveis dos pobres insetos são continuamente devoradas por eles. E,
considerando que existe a não ser um pequeno número, comparativamente, de bestas
de rapina sobre a terra, é completamente o contrário no elemento líquido. Existe a não
ser poucos habitantes nas águas, se no mar, ou nos rios, que não devoram o que quer
que eles possam dominar: Sim, eles excedem nisto, todas as bestas da floresta, e todas
as aves de rapina. Porque em nenhuma delas se observou fazer de presa sua própria
espécie: Mesmo os ursos selvagens não despedaçam uns aos outros. Mas as bestas
das águas tragam tudo, mesmo de sua própria espécie, que seja menor e mais fraca do
que elas mesmas. Sim, tal, no momento, é a constituição miserável do mundo; a tal
vaidade ele está agora sujeito, de maneira que uma imensa maioria de criaturas, talvez
um milhão delas, não pode, de maneira alguma, preservar suas próprias vidas, a não
ser destruindo suas co-criaturas!

4. E mesmo a forma, a aparência exterior de muitas das criaturas não são tão
horríveis quanto suas disposições? Onde está a beleza que uma vez foi estampada
nelas, quando elas vieram das mãos de seu Criador? Não existe o menor traço
restante: Muito longe disto, elas são repugnantes ao se observar! Mais do que isto,
elas não são apenas terríveis e horríveis de se observar, mas deformadas, e no mais
alto grau. Ainda assim, suas feições, horríveis, como elas são, no melhor das
hipóteses, ficam freqüentemente mais deformadas do que o de costume, quando elas
estão distorcidas pela dor; que elas não podem evitar, não mais do que os filhos
pecaminosos dos homens. Dor de vários tipos, fraqueza, doença, inumeráveis
enfermidades vieram sobre elas; talvez de si mesmas; talvez de algum outro; talvez da
inclemência das estações do ano; do fogo, raio, neve, ou tempestade; ou de milhares
de causas que elas não podem prever ou prevenir.

5. Assim, 'como através de um homem o pecado entrou no mundo, e a morte,


através do pecado; mesmo assim, a morte foi transmitida a todos os homens'; e não
apenas ao homem, mas a essas criaturas também que 'não pecaram, segundo a
similitude da transgressão de Adão'. E não apenas a morte veio sobre eles, mas todas
as suas seqüências de males preparatórios; a dor, e milhares de sofrimentos. Não
apenas esses, mas igualmente, todas aquelas paixões irregulares; todos aqueles
temperamentos repugnantes, (que nos homens são pecados, e nos brutos são fontes de
miséria), 'foram transmitidos a todos' os habitantes da terra; e permanecem em todos,
exceto nos filhos de Deus.

6. Durante esta época de vaidade, não apenas as mais fracas criaturas são
continuamente destruídas pelos mais fortes; não apenas os fortes são freqüentemente
destruídos por aqueles que são de igual força; mas, tanto um quanto o outro, estão
expostos à violência e crueldade daquele que é agora o maior inimigo deles, -- o
homem. E, se sua vivacidade e força não é igual à deles, ainda assim, sua habilidade
mais do que supre aquele defeito. Através disto, ele ilude todas as forças deles, por
maiores que elas possam ser; através disto, ele derrota toda a vivacidade deles; não
obstante, seus vários truques e destreza, o homem descobre todos os seus refúgios. Ele
os persegue pelas planícies mais amplas, e através das florestas mais espessas. Ele os
surpreende nos espaços do ar; ele os encontra nas profundezas do mar. Nem as
criaturas mais simples e amigas que ainda permanecem em seu domínio, e são
submissas aos seus comandos, estão seguras, por causa disto, da mais do que brutal
violência; da afronta e abuso de vários tipos. Será que o cavalo generoso, que serve a
necessidade ou o prazer do seu mestre com diligência incansável, -- o fiel cão, que
espera o movimento de sua mão, ou de seus olhos, são exceção a isto? Qual a paga
que muitas dessas pobres criaturas encontram, por seu longo e fiel serviço? E que
diferença terrível existe, entre o que elas sofrem de seus camaradas brutos, e o que
elas sofrem do homem tirano! O leão, o tigre, ou o tubarão causam-lhes dor, por mera
necessidade, com o objetivo de prolongarem suas próprias vidas; e os coloca fora de
suas dores, de imediato: Mas o tubarão humano, sem qualquer necessidade, os
atormenta, de sua livre escolha; e talvez continue a dor prolongada deles, até que,
depois de meses e anos, a morte os liberte.

III

1. Mas 'a criatura'; mesmo a criação bruta, irá permanecer sempre nesta
condição deplorável? Deus proíbe que possamos afirmar isto; sim, ou mesmo acolher
tal pensamento! Enquanto 'toda a criação geme junta' (se homens atendem ou não),
seus gemidos não são dispersos no ar ineficiente, mas entram nos ouvidos Dele que os
criou. Enquanto suas criaturas 'labutam juntas, na dor', ele conhece todas as suas
dores, e as está trazendo, cada vez mais perto do nascimento, que deverá ser concluído
em sua época. Ele vê 'a expectativa sincera', por meio da qual, toda criação animada
'espera' pela 'manifestação' final 'dos filhos de Deus'; em que, 'eles mesmos deverão
também ser libertos' (não pela aniquilação; aniquilação não é livramento) 'da' atual
'escravidão da corrupção, na' medida da 'liberdade gloriosa dos filhos de Deus'.

2. Nada pode ser mais explícito: Fora com os preconceitos vulgares, e que a
palavra clara de Deus tome lugar. Eles 'deverão ser libertos da escravidão da
corrupção, para a liberdade gloriosa', -- mesmo uma medida, de acordo com o que
sejam capazes, -- da 'liberdade dos filhos de Deus'.

Uma visão geral disto nos é dada no 21o. Capítulo de Apocalipse: (Apocalipse
21:5) 'E o que estava assentado sobre o trono' teria pronunciado: 'Eis que faço novas
todas as coisas'; quando a palavra será cumprida; 'E disse-me: Escreve; porque estas
palavras são verdadeiras e fiéis'. 'O tabernáculo de Deus será para os homens e eles
serão seu povo, e o próprio Deus será com eles, e será seu Deus': -- então, a bênção
seguinte deverá tomar lugar (não apenas sobre os filhos dos homens; não existe tal
restrição no texto; mas) sobre toda criatura, de acordo com sua capacidade: 'Deus
deverá enxugar todas as lágrimas de seus olhos. E não haverá mais morte; nem
tristeza; nem clamor. Nem existirá mais qualquer dor: Porque as coisas velhas já
terão se passado'. (II Corintios 5:17) 'Assim que, se alguém está em Cristo, nova
criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo'.

3. Para restringir a poucos particulares: Toda a criação bruta irá, então,


indubitavelmente, ser restaurada; não apenas no vigor, força e vivacidade, que ela
possuía, quando da sua criação, mas num grau muito mais alto, do que ela, alguma
vez, desfrutou, em cada um deles. Eles serão restaurados, não apenas para aquela
medida de entendimento que eles tinham no paraíso, mas para um grau dele, muito
mais elevado do que o anterior, assim como o entendimento de um elefante é fora de
alcance para um verme. E quaisquer afeições que tinham, no jardim de Deus, serão
restauradas com um crescimento vasto; sendo nobres e refinadas, de uma maneira,
que nós mesmos não somos capazes de compreender. A liberdade que eles, então,
tiveram, será completamente restaurada, e eles serão livres em seus movimentos. Eles
serão libertos de todos os apetites irregulares; de todas as paixões obstinadas; de toda
disposição que seja tanto um mal em si mesma, quanto tenha alguma tendência para o
mal. Não será encontrada ira em alguma criatura, nenhuma ferocidade, nenhuma
crueldade, ou sede por sangue. Muito longe disto, de modo que 'o lobo deverá habitar
com o cordeiro; o leopardo deverá se deitar com a criança; o bezerro e o jovem leão,
juntos; e a criança pequena deverá conduzi-los. A vaca e o urso deverão se alimentar
juntos; e o leão deverá comer palha, como o boi. Eles não machucarão, nem
destruirão, em meu santo monte' (Isaías 11:6-9).

4. Assim, naquele dia, toda a vaidade, a qual eles estão agora sujeitos, sem
auxílio, será abolida; eles não irão sofrer mais, tanto dentro, quando fora; os dias de
seus murmúrios estarão terminados. Ao mesmo tempo, não poderá haver dúvida
razoável, mas toda a repugnância de suas aparências, e toda a deformidade de seus
aspectos, desaparecerão, e serão restaurados para sua beleza primitiva. E com sua
beleza, sua felicidade irá retornar; para a qual, então, não poderá haver obstrução.
Como haverá nada dentro; então, não haverá coisa alguma fora, para dar a eles
alguma inquietação: Nem calor, nem frio; nem tempestade, nem tormenta, mas uma
primavera perene. Na nova terra, assim como, nos novos céus, não haverá coisa
alguma para trazer dor, mas tudo que a sabedoria e a bondade de Deus pode criar para
dar felicidade. Como uma recompensa pelo que eles uma vez sofreram, enquanto sob
'a escravidão da corrupção', quando Deus 'renovará a face da terra', e seus corpos
corruptíveis tornar-se-ão incorruptíveis, eles deverão desfrutar da felicidade adequada
ao estado deles, sem diminuição, sem interrupção, sem fim.

5. Embora eu não duvide que o Pai de Todos tenha um cuidado terno, até
mesmo com respeito a essas criaturas menores, e, que, em conseqüência disto, ele irá
fazer grandes correções, já que todos eles sofrem, enquanto sob sua presente
escravidão; ainda assim, eu não me atrevo a afirmar que ele tenha o mesmo cuidado
por eles, que pelos filhos dos homens. Eu não acredito que ele veja com os mesmos
olhos, como Senhor de Todos, um herói perecer, ou um pardal cair. De maneira
alguma. Isto é muito bonito; mas é absolutamente falso. Porque, embora a
misericórdia, com a verdade e a graça sem fim, reine sobre todas as Suas obras; ainda
assim, ele se deleita em abençoar, principalmente, sua criatura favorita, o homem.
Deus cuida muito de suas criaturas inferiores; mas ele cuida muito mais do homem.
Ele não cuida da mesma forma de um herói e de um pardal; o melhor dos homens, e o
menor dos brutos. 'Quanto mais o seu Pai celestial cuida de você!', diz Ele 'que está
no seio de Seu Pai'. Esses que se excedem, estão claramente confusos pela sua
questão: 'Você não será muito melhor do que eles?'. Permita que Deus cuide de tudo
que ele criou, em sua própria ordem, e na proporção da medida de sua própria imagem
que está estampada nisto.

6. Posso mencionar aqui uma conjetura, concernente à criação bruta? Qual é o


problema, se agrada ao todo-sábio, ao todo-gracioso Criador, colocá-los, mais alto, na
escala dos seres? Qual o problema, se agrada a Ele, quando nos torna 'igual aos
anjos'; torná-los, no que somos agora, -- criaturas capazes de Deus; capazes de
conhecer, amar e alegrar-se com o Autor de suas existências? Se puder ser assim,
nossos olhos deverão ser maus, porque Ele é bom? O que quer que seja, Ele
certamente irá fazer o que for melhor para sua própria glória.
7. Se tudo isto for objetado (como provavelmente será), 'qual será a
necessidade daquelas criaturas naquele estado futuro?'. Eu respondo a isto com outra
questão: qual a utilidade delas agora? Se forem, (como tem sido comumente suposto),
oito mil espécies de insetos, quem é capaz de nos informar qual a utilidade de sete mil
delas? Se forem quatro mil espécies de peixes, quem poderá nos dizer qual a utilidade
das mais de três mil delas? Se forem seiscentas espécies de pássaros, quem poderá nos
contar a utilidade de quinhentas delas? Se forem quatrocentas espécies de bestas, para
o que servem trezentas delas? Considere isto; considere quão pouco sabemos, mesmo
dos objetivos presentes de Deus; e, então, você não irá se surpreender que nós
saibamos menos ainda, do que ele designa ser feito nos novos céus e na nova terra.

8. 'Mas a que finalidade responde discorrermos sobre esse assunto, que nós
tão imperfeitamente entendemos?'. Considerarmos o quanto nós entendemos; o
quanto Deus tem se agradado de nos revelar, pode responder àquela finalidade
excelente – para ilustrar aquela misericórdia de Deus, que 'está sobre todas as suas
obras'. E pode confirmar plenamente nossa crença do quanto mais ele 'ama cada
homem'. Porque, quão melhor nós podemos frisar as palavras de nosso senhor: 'Não
serão vocês melhores do que eles?'. Se, então, o Senhor cuida dos pássaros do céu, e
das bestas do campo, ele não deverá cuidar muito mais de vocês, criaturas de uma
ordem mais nobre? Se 'o Senhor irá salvar', como os escritores inspirados afirmam,
'ambos, homem e besta', em seus diversos níveis, certamente 'os filhos dos homens
poderá colocar sua fé, sob a sombra de suas asas!'. (Salmos 36:7) 'Quão preciosa é,
ó Deus, a tua benignidade, pelo que os filhos dos homens se abrigam à sombra das
tuas asas'.

9. Isto não pode responder a uma outra finalidade; ou seja, nos fornecer uma
resposta completa para uma objeção plausível contra a justiça de Deus, no sofrimento
de inúmeras criaturas que nunca pecaram, e são tão severamente punidas? Elas podem
não ter pecado, porque elas não eram agentes morais. Ainda assim, quão severamente
elas sofrem! – sim, muitas delas, bestas de carga, em particular, quase todo o tempo de
sua permanência na terra; de modo que eles não podem ter retribuição aqui em baixo.
Mas a objeção desaparece, se nós considerarmos que alguma coisa melhor permanece
depois da morte dessas pobres criaturas também; que essas, igualmente, um dia, serão
libertas da escravidão da corrupção, e deverão, então, receber uma ampla reparação
por todos os seus sofrimentos presentes.

10. Uma finalidade, indubitavelmente mais excelente, pode ser respondida


pelas considerações precedentes. Elas podem nos encorajar a imitar a Ele, cuja
misericórdia está sobre todas as suas obras. Elas enternecem nossos corações, em
direção às criaturas mais inferiores, sabendo que o Senhor se preocupa com elas. Ela
pode ampliar nossos corações em direção a essas pobres criaturas, ao refletirem que,
por mais vis que possam parecer aos nossos olhos, nenhuma delas está esquecida, aos
olhos de nosso Pai, que está nos céus. Através de toda vaidade, à qual elas estão agora
submetidas, vamos olhar para o que Deus tem preparado para elas. Sim, vamos nos
habituar a olhar mais adiante, além desta presente cena de escravidão, para o tempo
feliz, quando as criaturas serão libertas disto, para a liberdade dos filhos de Deus.

11. Do que tem sido dito, eu não posso deixar de fazer uma afirmação, que
nenhum homem de razão poderá negar. Se for isto o que distingue os homens das
bestas, -- que eles são criaturas capazes de Deus; capazes de conhecer, amar e alegrar-
se com Ele; então, quem quer que esteja 'sem Deus no mundo'; quem quer que não
conheça, não ame, e não se alegre em Deus, e não seja cuidadoso a respeito do
assunto, em efeito, nega a natureza do homem, e se degrada à condição de uma besta.
Vamos conceder uma pequena atenção a essas notáveis palavras de Salomão, em
(Eclesiastes 3:18) 'Disse eu no meu coração, quanto à condição dos filhos dos
homens, que Deus os provaria, para que assim pudessem ver que são em si mesmos
como os animais'. Esses filhos dos homens são, sem dúvida, bestas; e isto, através de
seus próprios atos e feitos; porque eles deliberadamente e propositadamente repudiam
a única característica da natureza humana. É verdade, que eles podem ter uma parcela
de raciocínio; eles têm a linguagem, e eles caminham eretos; mas eles não têm a
marca, a única marca que separa totalmente o homem da criação bruta. 'Aquele que
sobrevier às bestas, a mesma coisa sobrevirá a eles'. Elas estão igualmente sem Deus
no mundo; 'da mesma forma, o homem' desta espécie 'não tem preeminência acima
da besta'.

12. Tanto mais, permitam que todos, que são de uma mente mais nobre,
afirmem a dignidade distinta de suas naturezas. Que todos os que são de um espírito
mais generoso conheçam e mantenham seu nível na escala dos seres. Não descansem,
até que vocês desfrutem do privilégio da humanidade – o conhecimento e amor de
Deus. Levantem suas cabeças, vocês, criaturas capazes de Deus! Ergam seus corações
à Fonte de suas existências! Conheçam a Deus, e ensinem suas almas a conhecerem as
alegrias que fluem da religião. Dêem seus corações a Ele que, junto com milhares de
bênçãos, deu a vocês seu Filho. Seu único Filho! Permitam sua 'camaradagem'
contínua 'com o Pai, e com o Filho, Jesus Cristo!'. Permitam que Deus esteja em
todos os seus pensamentos, e vocês serão homens de fato. Permitam que ele seja seu
Deus e seu Tudo, -- o desejo de seus olhos, a alegria de seu coração, e sua porção para
sempre.

[Editado por Sarah Anderson, estudante da Northwest Nazarene College (Nampa, ID),
com correções pór George Lyons para a Wesley Center for Applied Theology.]

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