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Introdução
Segue-se então, por uma apreciação dos motivos impeditivos à união dos
Códigos Civil e Comercial, bem como, ainda, se aludirá os pontos doutrinários que
justificam essa união, exaustivamente defendida pela corrente unionista. Tais teorias não
serão aqui discutidas, evitando enfadar o eventual leitor, de vez que a doutrina, já ha
muito se manifesta a respeito.
Por fim, a discussão será concluída mediante uma síntese deste assunto,
apontando um caminho alternativo para a resolução deste embate.
1. O histórico da união do direito privado no Brasil
Para este jurista, havia uma necessidade de união entre o Direito Civil e
Comercial, devido à absorção daquele por este último, pois, aos seus olhos, "é o direito
civil que se funde, por assim dizer, no comercial, influenciado, por sua vez, pelo
interesse social que prima ao individual". (FRAN MARTINS: 1991, p. 36)
Como assevera RUBENS REQUIÃO, "esta revisão foi executada com o escopo
de atender às modificações operadas por leis posteriores, seguir as modernas tendências
do direito, mitigar os excessos do individualismo, incompatíveis coma ordem jurídica
dos tempos que correm, e reduzir a dualidade de princípios aplicáveis aos negócios civis
e mercantis, em prol da unificação de preceitos que devem reger todas as relações de
ordem privada". (1976, p. 19)
Este projeto, entretanto, da mesma forma que os anteriores, não obteve o sucesso
almejado.
Não obstante, essa solução ser uma das mais prudentes dentre as que
apresentaram os defensores da unificação, igualmente às posteriores, não vingou.
Faz-se oportuno abordar algumas das mais relevantes distinções que contribuem
para a cristalização da dicotomia entre o direito civil e o direito comercial.
O Direito Mercantil, Ius Mercatorum, por sua vez, porta certas virtudes que o
identificam, tais como: o universalismo, que viabiliza as negociações de exportação e
importação de serviços e de recursos entre países; a onerosidade, pois não se concebe
em qualquer relação comercial que seja, atos meramente benéficos ou exclusivamente
altruístas, uma vez que à atividade comercial acede a ambição pelo lucro, o desejo pelo
proveito; a pretensão de boa-fé tornando possível a transferência instantânea de títulos
ao portador ou por endosso, facilitando e agilizando as relações; a simplicidade, a
informalidade e a elasticidade legislativa, atributos que decorrem da imperiosa
necessidade de celeridade e solução dos conflitos comerciais que não podem suportar
longas demandas, que suspendam os direitos e, por conseqüência, desacelerem a
dinâmica das atividades econômicas. (AZEREDO: 1972, p.15)
Alegava, como motivação à sua dogmática que "os usos e costumes mercantis
abarcam indistintamente a todos, inclusive os civis, salvo quando legislados ou
positivados; a dificuldade de dirimir a obscura questão relativa á natureza da causa,
defluente da incoerência de uma definição clara dos lindes do Direito Civil e Comercial;
a arbitrariedade discricionária na definição da lei aplicável, a comercialidade duvidosa
do ato e a categoria obscura do agente, sendo considerada, esta faculdade, contra o
princípio de segurança jurídica; a coexistência de dois códigos tratando de um mesmo
instituto gera óbices evidentes à exegese legal, dificultando a conciliação e ensejando
contradições, expõem o estudante de Direito Comercial ao perigo de olvidar a teoria
geral das obrigações, visto que está na legislação, na doutrina e no ensino dividida por
uma perniciosa e espúria muralha que obsta, ou ao menos dificulta, um estudo
imbricado destas matérias, como seria natural e proficiente". (FRAN MARTINS: 1991,
p. 51-2)
Assim, tem-se á vista os mais fortes argumentos pela unificação, ideal este que
tem sido acariciado por muitos doutrinadores nacionais e estrangeiros, favoráveis pela
unificação.
No Brasil, mais do que em outros países, como a França e a Bélgica, que
conservaram a dualidade da jurisdição e do processo, podemos afirmar que a unificação,
em grande parte já se efetuou.
São sobremaneira sedutores tais argumentos, tanto que seus reflexos são
sensíveis em nossa era. Os próprios responsáveis pelo anteprojeto de Código Civil
Brasileiro de 1975 foram seduzidos pela doutrina unionista.
Conclusão
Quando se participa do entendimento de que ainda não chegou a hora nem a vez
de rejeitar a idéia da codificação das leis civis, o que não se tolera é a mitificação de
uma recodificação que não renova nem avança. "Se reforma se consente, é para que
pelo menos sirva como fermento de novos critérios de disciplina, de novas lógicas e de
novas categorias interpretativas, jamais para recauchutar tradições esterilizantes e
opressivas, já superadas pela história". (GOMES, 1983: p. 45)
Referências Bibliográficas
CRUZ, Aloysio Álvares. Compêndio de direito comercial. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 1994.
GOMES, Orlando. Novos temas de direito civil. Rio de Janeiro: Forense, 1983.
HENTZ, Luiz Antonio Soares. Direito comercial atual. 3ª ed. São Paulo:
Saraiva, 2000.
RODRIGUES, Sílvio. Direito civil. 23ª ed. São Paulo: Saraiva, 1995, v. 02.