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Faculdade 2 de Julho

Curso: Direito
Disciplina: Direito Comercial I

Ponto 02. Determinação da qualidade jurídica dos comerciantes e suas obrigações


comuns. Registro de empresa. Agentes auxiliares do comércio

Capítulo 4 de Fábio Ulhoa

1. O empresário:

O art. 966 define o que seja empresário:


“Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade
econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de
serviços”.
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão
intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso
de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir
elemento da “empresa”.

O empresário, isto é, aquele que operacionaliza a empresa, pode ser pessoa física e
aí será chamado empresário individual ou pessoa jurídica, quando então teremos as
sociedades empresariais ou empresárias.

Aqueles que fazem parte de uma sociedade empresarial serão ditos sócios e não se
confundem com a denominação de “empresário”. Estes serão chamados de
empreendedores ou investidores.

Em se tratando de empresário individual e, portanto, pessoa física, os requisitos para


que possa exercer a atividade empresarial é, primeiro com relação à sua capacidade
e segundo, com referência a inexistência de proibição legal para tal exercício.

No tocante à capacidade, esta é a capacidade para os atos da vida civil, quaisquer


que sejam eles, e fundamenta-se no fato de que a lei pretende preservar aqueles que
possuem insuficiência de discernimento dos riscos atinentes à atividade econômica.

Está disposta nos arts. 972, 974 a 976, do Código Civil na parte em que trata do
direito de empresa. E a classificação de quem é ou não considerado incapaz
encontra-se na parte geral, art.3º e 4º também do CC.

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Quanto ao exercício de empresa por menor, a emancipação legal deste (por
intermédio do outorga dos pais, do casamento, nomeação para emprego público
efetivo, estabelecimento por economia própria, obtenção de grau em curso superior)
cessa a sua incapacidade.

Além disso, a jurisprudência também tem acatado a participação de menor integrar


sociedades empresariais desde que o capital social esteja totalmente integralizado e
que não assuma o menor funções de administração.

A autorização para o exercício da empresa

A emancipação cessa a incapacidade do menor tornando-o apto para todos os efeitos


da vida jurídica. Há casos, no entanto, em que a incapacidade para os atos da vida
civil persiste e, para tanto, buscar-se-á a autorização judicial.

A autorização é feita por representação ou assistência (vide arts. 3º e 4º do CC)


perante um juiz que a concederá mediante alvará, documento do qual constará os
termos da autorização, a nomeação do representante ou o assistente ou ainda de um
terceiro como gerente do negócio, bem como a relação dos bens existentes ao tempo
da autorização.

A autorização só existe para dar continuidade a negócio existente, isto é, para dar
prosseguimento a empresa constituída ao tempo da capacidade, ou pelos pais do
menor ou pela pessoa de quem o incapaz é sucessor.

No concernente à existência de proibição legal, a proteção não se reflete na pessoa


que exerce a empresa, mas aos terceiros que com ela poderiam contratar. Nesse
passo, existem inúmeras searas do direito em que se prevê tal tipo de proibição, a
saber:

Principal delas é a proibição do falido não reabilitado. O empresário que teve sua
quebra decretada judicialmente só poderá retornar a exercer a atividade após a
reabilitação também decretada pelo juiz. Se ocorreu crime falimentar deverá também
aguardar a sua reabilitação penal.

Proibição do falido não reabilitado

Lei 11.101/05 (nova lei)

Art. 102. O falido fica inabilitado para exercer qualquer atividade empresarial a
partir da decretação da falência e até a sentença que extingue suas obrigações,
respeitado o disposto no § 1o do art. 181 desta Lei.

Parágrafo único. Findo o período de inabilitação, o falido poderá requerer ao juiz


da falência que proceda à respectiva anotação em seu registro.

Art. 181. São efeitos da condenação por crime previsto nesta Lei:

I – a inabilitação para o exercício de atividade empresarial;

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§ 1o Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, devendo ser
motivadamente declarados na sentença, e perdurarão até 5 (cinco) anos após a
extinção da punibilidade, podendo, contudo, cessar antes pela reabilitação
penal.

Há também a proibição derivada de crimes cuja pena vede o aceso à atividade


empresarial, vide artigo 35 da Lei de registro de Empresa Lei nº 89434/94, a saber:

Art. 35. Não podem ser arquivados:

II - os documentos de constituição ou alteração de empresas mercantis de


qualquer espécie ou modalidade em que figure como titular ou administrador
pessoa que esteja condenada pela prática de crime cuja pena vede o acesso à
atividade mercantil;

Outras proibições que interessam ao direito comercial, indiretamente:

No direito constitucional, proíbe-se o exercício de determinadas atividades


econômicas ao estrangeiro ou às sociedades não sediadas no Brasil, ou não
constituídas em conformidade com a nossa legislação. Ex: Art. 199. § 3º, CF/88

Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.

§ 3º - É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais


estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei.

No direito previdenciário, a proibição do exercício de atividade empresarial aos


devedores do INSS (Lei nº 8.212/91, art. 95, § 2º, d).

Art. 95. Constitui crime


(...):
§ 2° A empresa que transgredir as normas desta lei, além das outras sanções
previstas, sujeitar-se-á, nas condições em que dispuser o regulamento:

d) à interdição para o exercício do comércio, se for sociedade mercantil ou


comerciante individual;

Conseqüências

Aquele que está impedido de exercer empresa, não observando as vedações, estará
sujeito às conseqüências de caráter administrativo e penal, quando for o caso.

Entretanto, as conseqüências em relação ao direito comercial referente às obrigações


por ele contraídas, não podem ter como escusa para seu cumprimento a alegação de
sua proibição.

Isto é, o empresário não poderá alegar em seu favor que os negócios que realizou ao
tempo da proibição não têm repercussão na seara comercial e, por isso, não podem
ser invocados como fonte de obrigações.

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2.0. Obrigações comuns aos empresários:

- Registro perante a Junta Comercial antes do início do desenvolvimento da


atividade;
- Manutenção da escrituração regular dos negócios;
- Levantar demonstrações contábeis periódicas.

Formalidade e importância das obrigações:

Apesar de natureza formal, a ausência do seu cumprimento tem sérias repercussões


jurídicas, penas inclusive.

Controle da atividade empresarial que tem implicações perante os seus fornecedores


(e demais parceiros), aos credores, ao Fisco, sociedade como um todo.

2.1. Registro de Empresas

Historicamente eram os “Tribunais do Comércio” criados pelo Código Comercial de


1850 e que tinham natureza jurisdicional e administrativa é que procediam aos
registros mercantis, através de suas repartições denominadas Juntas Comerciais.
Foram extintos em 1875 por contrariarem a Constituição Imperial de 1824 que já
estabelecia a separação dos poderes executivo e judicial.

Atualmente:

- Legislação aplicável: Lei n. 8.934/94 e Dec. n. 1800/96.

- Denominação: Registro de Empresas Mercantis e atividades afins.

- Existência de uma Junta Comercial em cada unidade federativa (Estados e


Distrito Federal) e DNRC (Departamento Nacional de Registro de Comércio) em
sede federal, órgão integrante do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior.

Inovação dessa lei em 1994: qualquer sociedade com finalidade econômica podia
efetivar registro na Junta Comercial. (Antes apenas aquelas dedicadas à atividade
mercantil –segundo a teoria dos atos de comércio - é que podiam se registrar.

* Código Civil 2002, - Retomou a obrigatoriedade do registro junto a Junta


Comercial à apenas sociedade empresariais. As sociedades simples são Registro
Civil das Pessoas Jurídicas

CAPÍTULO I / Da Sociedade Simples - Seção I / Do Contrato Social

Art. 998. Nos trinta dias subseqüentes à sua constituição, a sociedade deverá
requerer a inscrição do contrato social no Registro Civil das Pessoas Jurídicas do local
de sua sede.

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Atribuições dos órgãos:

Lei 8934/94:

Art. 3º Os serviços do Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins serão


exercidos, em todo o território nacional, de maneira uniforme, harmônica e interdependente, pelo
Sistema Nacional de Registro de Empresas Mercantis (Sinrem), composto pelos seguintes órgãos:

I - o Departamento Nacional de Registro do Comércio, órgão central Sinrem, com funções


supervisora, orientadora, coordenadora e normativa, no plano técnico; e supletiva, no plano
administrativo;

II - as Juntas Comerciais, como órgãos locais, com funções executora e administradora dos
serviços de registro.

A - DNRC: normatização, disciplina, supervisão e controle do registro.

SUBSEÇÃO I

Do Departamento Nacional de Registro do Comércio

Art. 4º O Departamento Nacional de Registro do Comércio (DNRC), criado pelos arts. 17, II, e
20 da Lei nº 4.048, de 29 de dezembro de 1961, órgão integrante do Ministério da Indústria, do
Comércio e do Turismo**, tem por finalidade:

** Observar se atualmente não é o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

I - supervisionar e coordenar, no plano técnico, os órgãos incumbidos da execução dos


serviços de Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins;

II - estabelecer e consolidar, com exclusividade, as normas e diretrizes gerais do Registro


Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins;

III - solucionar dúvidas ocorrentes na interpretação das leis, regulamentos e demais normas
relacionadas com o registro de empresas mercantis, baixando instruções para esse fim;

IV - prestar orientação às Juntas Comerciais, com vistas à solução de consultas e à


observância das normas legais e regulamentares do Registro Público de Empresas Mercantis e
Atividades Afins;

V - exercer ampla fiscalização jurídica sobre os órgãos incumbidos do Registro Público de


Empresas Mercantis e Atividades Afins, representando para os devidos fins às autoridades
administrativas contra abusos e infrações das respectivas normas, e requerendo tudo o que se
afigurar necessário ao cumprimento dessas normas;

VI - estabelecer normas procedimentais de arquivamento de atos de firmas mercantis


individuais e sociedades mercantis de qualquer natureza;

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VII promover ou providenciar, supletivamente, as medidas tendentes a suprir ou corrigir as
ausências, falhas ou deficiências dos serviços de Registro Público de Empresas Mercantis e
Atividades Afins;

VIII - prestar colaboração técnica e financeira às juntas comerciais para a melhoria dos
serviços pertinentes ao Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins;

IX - organizar e manter atualizado o cadastro nacional das empresas mercantis em


funcionamento no País, com a cooperação das juntas comerciais;

X - instruir, examinar e encaminhar os processos e recursos a serem decididos pelo Ministro


de Estado da Indústria, do Comércio e do Turismo, inclusive os pedidos de autorização para
nacionalização ou instalação de filial, agência, sucursal ou estabelecimento no País, por sociedade
estrangeira, sem prejuízo da competência de outros órgãos federais;

XI - promover e efetuar estudos, reuniões e publicações sobre assuntos pertinentes ao


Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins.

B – Juntas Comerciais - Tem funções executivas.

B.1. Prática dos atos registrários, como a matrícula de leiloeiros, arquivamento de


sociedade, autenticação de livros, dentre outros.

B.2. Expedição da carteira de exercício profissional, assentamento de usos e práticas


dos comerciantes.

B.3. Habilitação e nomeação dos tradutores públicos e interpretes.

Art. 8 da lei.

B.4. Vinculação hierárquica das Juntas – Natureza Híbrida.

Em termos de Direito Comercial e registro comercial – ela se submete ao DNRC


Em termos de Direito Administrativo e Financeiro – vincula-se ao governo da unidade
federativa e se estrutura com a legislação estadual respectiva. Opção da maioria das
unidades: autarquia (com autonomia administrativa e financeira), noutras: órgão da
administração direta e geralmente integrante da Secretaria de Justiça.

3.0. Atos do Registro de Empresa:

3.1. Matrícula

Direcionada aos profissionais cujas atividades sujeitam-se tradicionalmente ao


controle das Juntas: leiloeiros, tradutores públicos e intérpretes comerciais,trapicheiros
e administradores de armazéns-gerais. É a matrícula que lhes confere regularidade.

3.2. Arquivamento – Toda a sorte de atos referentes a registros de empresa:


constituição, alteração, dissolução e extinção da sociedades empresariais.
Demais documentos que são arquivados:
- a firma individual (para o empresário individual, pessoa física),
- atos relativos a consórcio,

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- grupos de sociedades,
- autorização de empresas estrangeiras
- declarações de microempresa
- ou qualquer documento que por lei se exija arquivar: ex: atas das assembléias
gerais das S.A.
- além de documentos facultativos: ex: procuração ad negotia

3.3. Autenticação

Refere-se aos instrumentos de escrituração impostos por leis (livros contágeis,


fichas, balanços) aos empresários em geral.

Consideração importante: Os atos perante as Juntas tem natureza meramente


formal, isto é, não cabe à Junta apreciações de mérito do ato praticado.

Empresário Irregular

Não é o registro que identifica ou não um empresário, posto que não é substrato do
seu conceito. Como visto acima, será empresário, nos termos da lei, aquele que
desenvolve atividade profissional de atividade econômica organizada para a
circulação de bens ou serviços, independente de sua inscrição no registro das
empresas.

Ocorre que em não sendo registrado, o empresário estará exposto a conseqüências


que o distinguirá dos demais empresários, como a o fato de não poder usufruir os
beneplácitos inerentes à classe.

Destarte, verificam-se as seguintes restrições:

- o empresário irregular não tem legitimidade ativa para requerer a falência,


recuperação judicial ou mesmo recuperação extrajudicial, nos termos da nova lei
que substitui a antiga Lei de Falências.

Lei nº 11.101/05

Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do


pedido, exerça regularmente suas atividades há mais de 2 (dois) anos e que atenda
aos seguintes requisitos, cumulativamente:

- O empresário irregular também não poderá ter seus livros autenticados no


Registro de Empresa, em virtude da falta de inscrição. (art. 1.181, CC) e, por
conseguinte, não poderá valer-se da eficácia probatória destes.

Outras conseqüências ainda são previstas no que concerne ao empresário pessoa


jurídica, isto é, às sociedades empresariais, como o fato de serem tratadas como
sociedades em comum (art. 990 CC).

Há ainda outras implicações que, embora não decorram diretamente do direito


comercial, nele repercutem atingindo seus sujeitos, como, por exemplo, a

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impossibilidade de participar de licitações nas modalidades de concorrência pública e
tomada de preços (Lei nº 8666/93, art. 28, II e III), dentre outras.

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