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Procura não te intimidares

diante da simples menção da


morte. Familiariza-te com ela
através da meditação
constante, para que possas ir
ao seu encontro quando as
circunstâncias assim o
exigirem.

1
Que coisa é verdadeiramente
grandiosa?
Elevar-se acima das ameaças e
promessas do destino e não
considerar coisa nenhuma
como desejável.
Que valor possui aquilo que
ambicionas?
Quando voltas para as
preocupações mundanas
depois de te ocupares das
divinas, sentir-te-ás ofuscado
como quem saiu da luz do sol
para a profunda sombra.

Não sopra nenhum vento favorável


para quem não sabe aonde vai.

Reza um velho provérbio que é na


arena que o gladiador deve aconselhar-
se.

Mais importante do que apurar o que


foi feito, será saber o que fazer.

Quando leve, uma carga faz do outro


um devedor;
Pesada, faz dele um inimigo.

2
O que é grandioso? Suportar a
desgraça com coragem e tenacidade.
Recusar o supérfluo quase com
indignação.
Não ser audacioso nem covarde.
Não esperar pelos favores do destino,
mas toma-lo decididamente nas
próprias mãos.
Seguir avante nos bons e maus
momentos sem temor nem hesitação.
Não se deixar perturbar nem pelo
clamor da desgraça nem pelo
esplendor da felicidade.

A consciência deve ser a linha de


conduta dos nossos actos.
O falatório alheio deve deixar-nos
indiferente.

O que me impede de considerar como


futuro filósofo aquele que desconhece
inteiramente a literatura específica?
Pois a sabedoria não se baseia na
literatura específica!

Creiam-me, a verdadeira alegria é uma


coisa séria.

O destino guia os cordatos e arrasta


consigo os obstinados.

3
Não deves amontoar pedras para erigir
um templo à divindade
Vale mais consagrar-lhe um santuário
em cada coração.

Qualquer um serve a si mesmo quando


serve os outros.

A única forma condigna de venerar a


Deus está em levar uma vida correcta.

Recolhe-te o mais possível em ti


mesmo.
É preciso dispor de tempo para si
próprio a fim de podermos contemplar-
nos interiormente.

Procura apenas a companhia daqueles


que possam contribuir para tornar-te
melhor.
Permite apenas a aproximação de
pessoas que tu possas melhorar.
Desse modo o estímulo interior será
mútuo, pois aprendemos na medida em
que ensinamos.

Esconde-te no teu ócio, mas ao mesmo


tempo dissimula-o.

4
A fealdade do corpo não deve afectar a
alma; uma bela alma enobrece o corpo.

Aprende a viver e a morrer,


E adquirirás uma serenidade sublime
diante de todas as coisas terrenas.

Não devemos centrar a nossa


preocupação em viver muito mas em
viver o suficiente.
Para podermos viver muito tempo
necessitamos da ajuda do destino;
Para vivermos o suficiente
necessitamos apenas da correcta
disposição de espírito.
Pois a vida é longa quando é plena.

Aquele que obedece a ordens de boa


vontade exime-se na faceta mais
amarga da dependência, isto é, não se
vê obrigado a fazer o que não quer.
Infeliz não é quem executa ordens mas
o que as cumpre de má vontade.
Portanto, é mais conveniente querer o
que as circunstâncias exigem de nós.

Desperdiçamos demais o nosso tempo!


A vida é suficientemente longa e, bem
aproveitada, chega até mesmo para
concretizar a maior das tarefas...
Eu disponho de tempo, como qualquer
um, desde que haja boa vontade.

5
Somos nós que nos sobrecarregamos
de trabalho, julgando que a
multiplicidade de empreendimentos
contribui para a nossa felicidade.

Concentra-te, durante a tua curta vida,


nas coisas essenciais, e vive em paz
contigo próprio e com o mundo.
Providencia para que as pessoas te
estimem enquanto vivas tu.
Em breve daremos um último suspiro
porém, enquanto respirarmos,
enquanto nos encontrarmos entre os
homens façamos da bondade a nossa
obrigação.
Ninguém te fará reviver os anos
vividos; ninguém te devolverá a ti
mesmo.
Da mesma forma, o teu tempo de vida
decorrerá conforme começou
Sem traçar seu curso uma vez mais
nem se deter
Não fará alarde de si nem te recordará
do quanto passa depressa.
Fluirá simplesmente em silêncio.

Encara cada dia isolado como uma vida


inteira.

Grande parte da liberdade consiste em


ter estômago bem treinado
Capaz de suportar até maus tratos.

6
O que é mais importante na vida
humana?
É tudo observar com os olhos do
espírito e, sendo esta a maior de todas
as vitorias
Vencer os próprios vícios.
Não têm conta aqueles que exerceram
domínio sobre os povos e sobre as
cidades
Pouquíssimos são os que têm domínio
sobre si mesmos.

O que será mais importante?


Elevar o espírito acima das ameaças e
promessas do destino.
Considerar que nada é digno de ser
objecto de esperança.
De facto, que coisa haverá que possas
desejar?
Sempre que, do contacto com as coisas
divinas, voltares a cair nas humanas,
deixarás de ver, tal como sucede
àqueles cujos olhos saem da luz
brilhante do sol para a sombra densa.

O que é mais importante?


Poder sofrer a adversidade com alegria
na alma
Suportar tudo o que acontecer como se
tivésseis querido que acontecesse.
E, na verdade, deveríeis quere-lo se
tivésseis em conta que tudo acontece
por decisão de Deus: chorar, queixar-se
e gemer é uma forma de rebelião.

7
O que será mais importante?
Um espírito forte e tenaz contra as
desgraças, não apenas contrário aos
prazeres mas seu inimigo, que não seja
nem temerário nem cobarde diante do
perigo
Que saiba que o destino não se espera
mas constrói-se e, que,
Intrépido e imperturbável, vá ao seu
encontro, seja ele mau ou bom
Sem se deixar atingir nem pela
perturbação de um nem pelo fulgor do
outro.

O que é mais importante?


Não consentir no espírito más
intenções, erguer em direcção ao céu
as mãos puras, não procurar nenhum
bem que, para o obterdes, alguém
tenha de o dar ou perder.
Desejar possuir uma consciência sã,
coisa que se pode desejar sem que
ninguém se nos oponha.
E, se, por algum acaso, vos couberem
por sorte algumas dessas coisas que os
homens tanto desejam, olhai-as tendo
presente que hão-de ir-se embora pelo
mesmo caminho por onde vieram.

O que é mais importante?


Elevar o espírito acima daquilo que
depende do acaso

8
Lembrarmo-nos de que somos homens,
para que saibais, se fordes felizes, que
só o sereis se julgardes sê-lo.

O que será mais importante?


Estar preparado para morrer; é isso
que vos tornará livres
Não mercê das leis do Estado mas pelo
direito da natureza.
É livre o homem que recusa ser escravo
de si mesmo.
Essa servidão constante e incontrolável
esmaga, durante todo o dia e toda a
noite sem qualquer intervalo nem
descanso
Ser escravo de si mesmo é a mais
pesada das servidões.
Mas fácil é rejeitá-la, se deixardes de
exigir tanto de vós, se deixardes de
procurar o lucro, e se puserdes diante
dos vossos olhos a vossa natureza e
idade, ainda que estejais no começo da
vida, e a vós mesmos disserdes:
"Porque me comporto como um louco?
Porque me canso e suo? Porque dou
voltas à terra e ao foro? Não preciso de
muito nem por muito tempo.

Aquele que a si mesmo propôs o


seguinte programa de vida:

"Eu encararei a morte com o mesmo


semblante com que dela ouço falar.

9
Eu aceitarei as dificuldades, por
maiores que sejam, encontrando no
espírito forças para o corpo.

Eu desprezarei as riquezas as que


estão diante de mim como as que eu
não vejo, e não ficarei mais triste se
elas estiverem longe de mim, nem
mais exultante se refulgirem a meu
lado.

Eu não me ressentirei coma sorte,


quer ela venha quer ela me
abandone.

Eu verei todas as terras como


minhas e as minhas terras como as
de todos.

Eu viverei sabendo que nasci para


os outros e por essa razão ficarei
grato à natureza...
Tudo o que tiver nem o pouparei
com mesquinhez nem o esbanjarei
com prodigalidade.

Não avaliarei os benefícios que


prestar nem quaisquer outros bens
em função da quantidade ou do
valor mas sim do apreço que merece
quem os recebe.
Para mim nunca será demais aquilo
que dou a quem é digno de o
receber.
Nada farei por causa do que os
outros pensem de mim, tudo farei
em função da minha consciência.

10
Tudo aquilo que fizer, sendo só eu a
sabê-lo, fá-lo-ei como se toda a
gente visse.
Para mim, a finalidade de comer e
de beber será a de apaziguar as
necessidades da natureza, e não
encher o ventre e esvaziá-lo.
Serei afável para com os amigos,
brando e indulgente para com os
inimigos. Concederei antes que me
implorem e acudirei aos pedidos
honestos.
Saberei que a minha pátria é o
mundo e que os deuses o governam,
eles que, acima de mim e a meu
lado, são juizes do que faço e do
que digo.
E quando um dia, a natureza me
reclamar o sopro da vida ou a razão
a ele me fizer renunciar, partirei
testemunhando que amei a boa
consciência, as ocupações honestas,
que por minha causa ninguém viu a
sua liberdade cerceada, e muito
menos a minha".
Quem se propuser ou tiver a
intenção ou procurar fazer tais
coisas estará a caminho dos deuses.

Ilustração Original de A. Duarte

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