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RESUMO
Com o advento das tecnologias de informação e comunicação (TIC) as bibliotecas e serviços de
informação assumem cada vez mais uma função fundamental no momento em que a sociedade é
identificada como da informação e do conhecimento, propiciando mecanismos para o acesso e o uso
inteligente de repositórios de informação em meios eletrônicos. Em decorrência dessa conjuntura, o foco
na competência em informação (information literacy) tem crescido fortemente em vários segmentos da
sociedade, como pode ser verificado em estudos elaborados por organismos internacionais na
identificação de qual cenário, neste século, em que se desenvolverá a educação e as dimensões de
contexto de suas transformações. Sendo assim, além da devida competência para desenvolver
programas que vem sendo ofertados pelas bibliotecas e serviços de informação, desde longa data, tais
como: pesquisa bibliográfica, orientação bibliográfica, metodologia para pesquisa científica, entre outros
tipos de tutoriais, os profissionais da informação devem estar aptos a exercer a liderança no processo de
formação da cultura de agregação de valor à informação na sociedade contemporânea. Além disso,
deverão apresentar um perfil de competências desejável para a inserção nos programas de ensino e
aprendizagem, contribuindo como facilitadores nesses ambientes. O presente trabalho tem por finalidade
oferecer o resultado de estudo exploratório realizado em bibliotecas de universidades paulistas, acerca
da visão e valores que se fazem presentes na gestão desses ambientes em torno dos conceitos e
concepções que envolvem a competência em informação e seu espectro, e que serão utilizados para dar
continuidade às pesquisas na área.
1
Palavras-chave: Competência em informação (information literacy);Profissionais da informação, perfil de
competências; Profissionais da informação, capacitação.
1 Contexto mundial
2
Proporcionar pontos de acesso à informação e desenvolver capacidade de
leitura;
(WSIS, 2006)
Essa questão também tem sido abordada em vários estudos elaborados por
organizações internacionais como a UNESCO, Banco Interamericano de
Desenvolvimento - BID, Organização de Co-operação Econômica e Desenvolvimento –
OCED, Banco Mundial, entre outros, e também pela Federação Internacional de
Associações de Bibliotecários – IFLA, que desde de 1994 lança campanhas e realiza
estudos alertando sobre a importância do acesso aberto à informação e o papel
significativo das bibliotecas, que são instituições essenciais para o desenvolvimento
humano em sua plenitude.
(IFLANET, 2006)
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informação, em especial, devem desempenhar para que tais espaços e ações gestoras
possam estar adequados e se transformem em locais de aprendizado contínuo, a fim
de poderem desenvolver trabalhos em parceria com os programas educacionais
desenvolvidos pelas escolas e universidades. Se à biblioteca cabe o papel de mediar a
construção da competência e da autonomia na busca e uso da informação de forma
inteligente, por outro lado, os governantes, em todas as esferas executivas, devem
estar cientes que é de suma importância o estabelecimento de políticas para dotar a
sociedade de condições e recursos suficientes para o desenvolvimento pleno da
educação e da cultura.
Segundo Brunner (2004), o encontro da educação com as TIC tem sido uma
revolução que ao mesmo tempo gera esperanças e incertezas, e que atualmente existe
“um verdadeiro fervilhar de conceitos e iniciativas, de políticas, de associações e
organismos, de artigos e livros” (p.17) e que, no atual estágio, pode-se afirmar que
desse encontro surge uma poderosa indústria, a indústria educacional, decorrente
dessa convergência, sendo que atualmente gastam 10% do produto interno dos países
gerando uma série de transformações. Ele afirma que “embora a discussão da
educação são formuladas em considerar essa base tecnológica, a comunicação e os
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sistemas de comunicação são pensadas como sistemas tecnologicamente implantadas,
como a comunicação oral, da criação do alfabeto e da escrita (...) do surgimento da
imprensa, que contemporaneamente, da comunicação eletronicamente mediada, até
alcançar a forma da sociedade da informação baseada nas tecnologias de rede, e em
particular, na Internet “ (p.12).
Se a nova sociedade está sendo construída com o uso dessas tecnologias e a sua
base está voltada para o conhecimento, é possível efetuar novas representações e
significados, e expandir as fronteiras do cognoscível. As mudanças em andamento
estão criando novos conceitos de trabalho, lazer, ensino, comércio, poder e mesmo de
tempo e espaço, sendo que a informação é o recurso para o desenvolvimento e
aprendizagem, e aprender é a condição de sobrevivência do ser humano na sociedade
(MORESI, 2000).
1
“Habitualmente define-se globalização como a crescente integração das economias nacionais (...) entretanto, além disso, fala-se
crime organizado. No entanto, quanto aos impactos pertinentes da globalização e os efeitos que produzem no âmbito dos sistemas
e das políticas educacionais, a definição “generalista” mais de acordo seria a de Held et al (2000), o qual o referido fenômeno pode
ser entendido como os “processos que encarnam a mudança na organização espacial das relações e transações sociais, gerando
fluxos e redes transcontinentais e inter-regionais de atividade, interação e exercício do poder (...) e que podem ser descritos e
comparados em quatro dimensões: extensão das redes globais; intensidade dos fluxos e níveis de atividade; à velocidade dos
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Mercado de trabalho (necessidade de novas demandas de competências,
habilidades e conhecimento);
Disponibilidade de TIC para a educação (crescimento contínuo do uso das
tecnologias para a aprendizagem);
Mundo de vida (compromisso com a transformação do contexto cultural de
sentidos e significados).
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que a informação e o conhecimento e, em especial a forma de seu acesso e uso, são
competências estratégicas para as pessoas poderem participar de forma plena na
sociedade contemporânea e o desenvolvimento de seu futuro. É exatamente devido às
essas características que a Information Literacy (por nós denominada como
Competência em Informação) vem se expandindo, com o objetivo de analisar como
desenvolver procedimentos de treinamento para o uso da informação, a sua
interpretação e transformação em novos conhecimentos pelos indivíduos e
organizações.
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muitas confusões que resultam da complexidade semântica ou teórica, que tem levado
a uma confusão no desenvolvimento de uma prática que deve propiciar um
procedimento para a área biblioteconômica.
a necessidade da informação,
os recursos disponíveis,
como encontrar a informação,
a necessidade de avaliar resultados,
como trabalhar com os resultados obtidos,
ética e responsabilidade para o uso,
como comunicar ou compartilhar os resultados,
como gerenciar esses conteúdos.
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Além dos estudos mencionados, constata-se também que esse tema vem
aparecendo regularmente em agendas de conferências e sessões de encontros dos
movimentos associativos e de faculdades e, de acordo com estudos realizados pela
Association Research Libraries - ARL, constatou-se que no período de 1991 a 2002, há
um crescimento da participação dos bibliotecários universitários na configuração de
instruções e como consultores de curriculum (ELMBORG, 2006).
Por sua vez, a IFLA também vem realizando projetos na área e implementado grupos
de estudos que resultou na instalação da Information Literacy Section, formalizando
dessa forma a área que já produzia importantes procedimentos e guias para a
compreensão, estudos e aplicação de métodos para as bibliotecas promoverem a
competência em informação. Dentro dessa linha de ação, possibilitou a realização do
Colóquio sobre Competência em Informação, na Biblioteca de Alexandria em novembro
de 2005, que resultou no lançamento do “Manifesto de Alexandria“ delineando a
competência informacional:
que fornece a chave para o acesso, uso e criação efetivos do conteúdo para
dar apoio ao desenvolvimento econômico, à educação, à saúde e aos
serviços, e a todos os outros aspectos das sociedades contemporâneas e,
desta forma, fornece os fundamentos vitais para atingir as metas da
Declaração do Milênio e da Cúpula Mundial da Sociedade da Informação; e
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informação e do conhecimento deve ser exercida tendo em pauta todas as variáveis
destacadas pelos mesmos, para que as pessoas possam ser capazes e habilitadas
para utilizarem todos os instrumentos considerados no sentido amplo do ensino e
aprendizagem, e do acesso e uso da informação para a produção do conhecimento.
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comunicação vem exercendo na sociedade. O desenvolvimento de redes de
telecomunicação, incluindo as tecnologias de televisão digital que estão sendo
projetadas, e as tecnologias multimídias para o tratamento e armazenamento de dados
(conteúdos) com o uso de metadados e protocolos de comunicação adequados,
exercem um impacto drástico em todos os aspectos da vida humana: nos
relacionamentos, no emprego e no convívio familiar.
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processo. Considera-se também que é fator imperativo realizar contínuos estudos para
o aprofundamento e apropriação desse conhecimento, como um processo de educação
continuada, em especial no Brasil, cujo assunto ainda pode ser considerado como
sendo emergente.
QUESTIONÁRIOS ENVIADOS: 92
RESPOSTAS RECEBIDAS: 48 (52%)
PERGUNTAS ENVIADAS COM AS RESPECTIVAS RESPOSTAS CONSOLIDADAS:
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4. Indicar situações em que os conceitos e princípios da Information Literacy (ou
competência em informação) poderão ser úteis para a sua atuação enquanto
profissional da informação. A seguir relacionam-se as situações identificadas, em
ordem decrescente:
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eventos significativos da área no país; Os profissionais e estudantes deveriam ter
mais possibilidades de acesso à educação contínua, por meio de cursos com
custos compatíveis com os salários da classe; Elaborar programas para
professores serem multiplicadores sobre o tema junto aos alunos e
profissionais;Qualificar e conscientizar os profissionais da informação sobre o
assunto; Disseminar o conceito para as demais áreas do conhecimento dentro da
educação formal e informal, para que as pessoas tenham capacidade de buscar e
avaliar a informação; Investir em projetos de infra-estrutura de bibliotecas; Instalar
bibliotecas em escolas, municípios sob a gestão de profissionais qualificados;
Criar programas de incentivo à leitura; Barateamento de livros e publicações;
Maior divulgação pela imprensa sobre publicações em formatos diversos; Prover
a sociedade com mecanismos estruturais para o acesso à informação, impressa e
digital, e capacitar as pessoas para o uso dessa informação; Mudar o perfil do
profissional da área, exigindo maior capacidade de interação, conhecimento e
habilidades para poder agir com competência em informação; Inserir a disciplina
na sala de aula, e também no desenvolvimento das atividades da biblioteca.
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significativas e que deverão ser consideradas nas próximas etapas do estudo
pretendido, além de complementarem os que já estão sendo projetados pelas
autoras deste paper.
3 Considerações finais
4 Referências Bibliográficas
15
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