Вы находитесь на странице: 1из 20

POTENCIALIDADES E DIFICULDADES NA APLICAÇÃO DA

AGENDA 21 LOCAL EM PEQUENAS COMUNIDADES


ESTUDO DE CASO: ILHA DE ITAÓCA

Luiz Carlos de A Nascimento 1, Nei Pereira Jr 2 e Denize Dias de


Carvalho Freire3

1 Doutor na Área de Gestão - Escola de Química da Universidade


Federal do Rio de Janeiro (EQ/UFRJ) – luizcnasc@terra.com.br
.
2 Ph.D., Prof. Coordenador do Programa de Pós-Graduação em
Tecnologia dos Processos Químicos e Bioquímicos da Escola de
Química da UFRJ (EQ/UFRJ) – nei@eq.ufrj.br

3 D.Sc., Profa. Chefe do Departamento de Engenharia Bioquímica da


Escola de Química da UFRJ (EQ/UFRJ) – denize@eq.ufrj.br

RESUMO
A preocupação com a preservação ambiental, a busca de um
sadio meio ambiente global e a valorização do homem foram as
principais preocupações que emergiram da Conferência das Nações
Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (Earth Summit on
Environment and Development) realizada na cidade do Rio de Janeiro
em 1992. Neste artigo, mostra-se que um dos documentos produzido
nessa conferência, a Agenda 21, é confrontado com uma dualidade,
onde se, de um lado, ela pode ser entendida como uma forma plena
de expressão de cidadania, por outro lado, sua implementação
enfrenta uma série de obstáculos.
ABSTRACT
The concern with the environmental preservation, the search of
a healthy global environment and the man's valorization the main
concerns that emerged of the Conference of the United Nations on
the environment and Development was (Earth Summit on
Environment and Development) accomplished in the city of Rio of
January in 1992. In that article, it is shown that one of the
documents produced in that it confers, the Calendar 21 is confronted
with a duality where if on a side she can be understood on the other
hand as a full form of citizenship expression your implantation it faces
a series of obstacles.

PALAVRAS-CHAVES: Agenda 21, Desenvolvimento sustentável,


Países em desenvolvimento, Pequenas comunidades, Cidadania.

KEYWORDS: Calendar 21, Maintainable Development, Countries in


Development, Small Communities, Citizenship.

1 - INTRODUÇÃO

Este estudo pretende analisar os pontos necessários ao


estabelecimento de uma Agenda 21 local. Para alcançar tal objetivo
utiliza como uma área piloto, a ilha de Itaóca, localizada no Município
de São Gonçalo, Estado do Rio de Janeiro, parte integrante da Região
Metropolitana do Rio de Janeiro (RMRJ).

Este trabalho integra o Projeto de Desenvolvimento de


Pesquisas voltadas para a solução de problemas ambientais no âmbito
do Projeto do Grupo de Tecnologia e Engenharia do Meio Ambiente

2
desenvolvido na Escola de Química da Universidade Federal do Rio de
Janeiro (EQ/UFRJ).

2 – SOBRE A AGENDA 21
No ano de 1992, foi realizada na cidade do Rio de Janeiro,
Brasil, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e
Desenvolvimento (Earth Summit on Environment and Development),
sendo a maior reunião já realizada em toda a história, por qualquer
motivo. Nela foram elaborados cinco documentos, assinados pelos
Chefes de Estado e representantes presentes: a Declaração do Rio, a
Agenda 21, a Convenção sobre a diversidade biológica, a Convenção
sobre a mudança do clima e a Declaração de princípios da floresta.

A AGENDA 21 é basicamente um programa de trabalho


visando à sistematização de ações na busca do Desenvolvimento
Sustentável, entendido como “aquele que atende as necessidades do
presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras
atenderem as suas próprias necessidades”. O conceito de
Desenvolvimento Sustentável contém dois conceitos-chave: a – o
conceito de “necessidades”, sobretudo as necessidades essenciais
dos pobres do mundo, que devem receber a máxima prioridade e b –
a noção das “limitações que o estágio da tecnologia e da
organização social impõe ao meio ambiente”, impedindo-o de
atender as necessidades presentes e futuras (NOSSO FUTURO
COMUM, 1991, p. 46).

Sua implementação deve ser feita pelos governos, agências de


desenvolvimento, organizações das Nações Unidas e grupos setoriais
independentes (ONG) em cada área onde a atividade humana afeta o
meio ambiente. A execução deste programa de ajuste de conduta

3
deve levar em conta as diferentes situações dos países e regiões e a
plena observância de todos os princípios contidos na Declaração do
Rio. Trata-se de uma pauta de ações em longo prazo, estabelecendo
os temas, projetos, objetivos, metas, planos e mecanismos de
execução para os diferentes tópicos abordados na Conferência. Ele é
composto de quatro seções, 40 capítulos, 115 programas, e
aproximadamente 2.500 ações a serem implementadas (GUERRA et
al., 1999, p. 6).

2.1 - AGENDA 21 BRASILEIRA

No âmbito nacional, as implementações desses documentos


ganham outra dimensão face às. novas necessidades a enfrentar,
decorrentes de compromisso também assumido pelo Brasil, entre eles
os projetos de capacitação de recursos humanos que vem sendo
desenvolvidos pelas Universidades e Organismos Governamentais ou
não envolvidos com o problema.
Gestão Ambiental, Educação Ambiental, Controle Ambiental e
Direito Ambiental constituem-se em novas fronteiras do
conhecimento, cuja aplicação é vital para se colocar em prática “as
estratégias de desenvolvimento sustentável, apoiadas pela ação
integrada desses novos saberes. Há necessidade, portanto, de uma
nova postura profissional frente à aplicação de conhecimentos
interdisciplinares” (PHILIPPI JR et al., 2002, p. 4).

Mais que um documento, a Agenda 21 Brasileira é um


processo de planejamento estratégico participativo. Esse processo
está sendo conduzido pela Comissão de Políticas de Desenvolvimento

4
Sustentável e da Agenda 21 Nacional - CPDS.(MMA, 2003) A
metodologia de elaboração da Agenda privilegia uma abordagem
multi-setorial da realidade brasileira, procurando focalizar a
interdependência das dimensões ambiental, econômica, social e
institucional. Além disso, determina que o processo de elaboração e
implementação deve estabelecer parcerias, entendendo que a Agenda
21 não é um documento de governo, mas um produto de consenso
entre os diversos setores da sociedade visando o bem estar comum.

Dois documentos compõem a Agenda 21 Brasileira: a “Agenda


21 Brasileira - Ações Prioritárias”, que estabelece os caminhos
preferenciais da construção da sustentabilidade brasileira, e a
“Agenda 21 Brasileira – Resultado da Consulta Nacional”, produto das
discussões realizadas em todo o território nacional.

Para consecução desses objetivos, esta Comissão decidiu fazer


licitação pública para a realização de seis diagnósticos setoriais que
apontassem o quadro vigente em seis áreas básicas, os problemas,
os conflitos, as estratégias e a ações prioritárias. As áreas escolhidas
foram:
1 – Gestão de recursos naturais;
2 – Agricultura sustentável;
3 – Cidades sustentáveis;
4 – Redução das desigualdades sociais;
5 – Infra-estrutura e integração regional e
6 – Ciência e tecnologia para o desenvolvimento sustentável.
Esses diagnósticos, com as críticas e sugestões incorporadas
em Brasília, transformaram-se no documento Agenda 21 brasileira –
Bases para discussão, que incluía uma síntese dos diagnósticos e
suas propostas, bem como uma visão geral de cada uma das áreas

5
tratadas. Depois dessa e de novas discussões no âmbito da CPDS, o
resultado foi sistematizado na Agenda 21 brasileira. (NOVAES, 2003,
p. 326).

2.2 - A AGENDA 21 LOCAL


No âmbito da administração pública em nível estadual, visando
o cumprimento dos compromissos assumidos durante a Conferência
das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento no ano
de 1992, consolidados e agora sistematizados na Agenda 21
brasileira, foi criado no Estado do Rio de Janeiro, com base na lei
estadual nº 2.787/97, o Grupo Executivo da Agenda 21, Por esse ato
administrativo, as comunidades podem eleger uma série de
indicadores apropriados para suas respectivas realidades.

Objetivando materializar os objetivos preconizados pela Agenda


21 brasileira bem como também a sua adequação ao cenário do
Estado do Rio de Janeiro, o Grupo Executivo sugere a adoção dos
seguintes indicadores:
(1) Redução de desperdício de recursos (naturais, financeiros,
humanos);
(2) Controle e prevenção da degradação ambiental;
(3) Redução do volume de lixo e tratamento do mesmo;
(4) Melhoria nas condições de moradia, saneamento e provisão de
água;
(5) Melhoria no nível de saúde (higiene e prevenção) e educação
básica;
(6) Oportunidades para cultura, lazer e recreação;
(7) Promoção de oportunidades para trabalho e

6
(8) Acesso à informação e aos processos de tomada de decisão.
(AGENDA 21-RJ, 2003, p. 3).

No que se refere à preservação do meio ambiente e da busca


do desenvolvimento sustentável, a aplicação da Agenda 21 local em
paises em desenvolvimento defronta-se com uma dualidade quando
os cenários de sua aplicação são pequenas comunidades com baixo
poder aquisitivo, já que os problemas ambientais no geral e em
particular os de gestão ambiental “estão basicamente ligados à
pobreza, à marginalidade, ao subdesenvolvimento, à corrupção, os
verdadeiros problemas maiores da região. A pobreza significa, entre
outras coisas, um importante processo de deterioração do meio
ambiente, utilizado como recurso final na resolução de problemas
urgentes de subsistência. O meio ambiente é, assim, virtualmente
saqueado em função das necessidades básicas dos mais carentes.
Esse processo pode adquirir proporções gigantescas quando
começam a produzir-se grandes concentrações de populações
marginais, decorrentes da migração campo - cidade, do desemprego,
dos desastres naturais” (ALMEIDA et al., 2000, p. 188).

3 - METODOLOGIA
Na elaboração da Agenda 21 Local para a ilha de Itaóca adotou-
se uma metodologia de pesquisa baseada no Modelo metodológico
proposto por (TACHIZAWA et al., 1991. p. 49).

Por se tratar de um projeto de pesquisa, peculiar no seu


enfoque, já que trata de uma pequena comunidade que habita em
uma ilha margeada de um lado por uma área de manguezais e por

7
outro lado pela Baía da Guanabara, sempre que necessário serão
feitos ajustes no modelo visando uma melhor adequação do mesmo.

Assim considerado, as etapas da metodologia de pesquisa


foram então ordenadas:
Etapa 1 - Levantamento bibliográfico pertinente ao tema com vistas à
fundamentação teórica
Etapa 2 - Levantamento de dados da área sob estudo;
Etapa 3 - Diagnóstico da área sob estudo;
Etapa 4 - Análise e interpretação das informações, e
Etapa 5 – Resultados e conclusões.

3.1 - AS CINCO ETAPAS DA METODOLOGIA

Etapa 1 - Levantamento bibliográfico pertinente ao tema com


vistas à fundamentação teórica
Essa etapa consistiu inicialmente de pesquisa em fontes
convencionais (livros, jornais, revistas e outros), bem como pesquisa
em acervo digital (vídeos, cd-rom e outros).

Foram realizadas também coleta de dados e informações


complementares acerca do assunto junto a entidades, instituições e
pessoas ligadas ao mesmo. Ao fim dessa etapa foi feita uma seleção
e anotação de conceitos aplicáveis ao tema.

Como resultado final foi possível construir a fundamentação


teórica, que serve de suporte dessa pesquisa.

8
Etapa 2 - Levantamento de dados da área sob estudo.
Nessa etapa de consulta a fonte de dados secundários, visou-se
o levantamento de dados históricos, físicos, sociais, demográficos,
econômicos, ambientais, potencialidade econômica e competitividade
e outros que se fizeram necessários para ser traçado perfil histórico
temporal. Como principal resultado obtido nessa fase, destaca-se a
caracterização socioeconômica dos habitantes da Ilha de Itaóca, bem
como a definição da vocação dos mesmos em relação aos recursos
naturais lá existentes.

A pesquisa se utilizou entre outras, de informações coletadas na


Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); no
Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro (FUNDAÇÃO CIDE);
no Instituto Brasileiro de Administração Municipal (IBAM), na
Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN) e na
Secretaria de Planejamento da Prefeitura Municipal de São Gonçalo.
Informações foram também obtidas através de consulta ao acervo de
organizações não governamentais e a pesquisadores da história do
município.

Etapa 3 - Diagnóstico da área sob estudo


De posse das informações obtidas nas etapas anteriores e do
levantamento preliminar efetuado pela Prefeitura Municipal de São
Gonçalo, foi elaborado um questionário constando de perguntas
fechadas e perguntas abertas visando à obtenção de dados primários
através de pesquisa de campo. Como apoio a essa etapa da pesquisa
foram também realizadas entrevistas com as lideranças comunitárias
locais.

Na elaboração do questionário foi levado em consideração, a


ótica dos representantes setoriais como, por exemplo, a Federação

9
das Industrias do Rio de Janeiro (FIRJAN, 1998) que poderão servir
de balizadores nas futuras ações corretivas.

Etapa 4 - Análise e interpretação das informações


Nessa etapa foram interpretados os dados e as informações
coletadas anteriormente nas diversas fontes de informação
consultadas, estas foram adequadamente tratadas e analisadas de
acordo com o suporte teórico e conceitual da fundamentação teórica
adotada na pesquisa.

Etapa 5 – Resultados e conclusões.


Buscou-se cotejar os resultados obtidos dos levantamentos
realizados nas etapas anteriores com os indicadores sugeridos pelo
grupo executivo da Agenda 21 do Estado do Rio de Janeiro com vistas
a identificar os pontos de contorno para a elaboração da agenda 21
Local

4 - ALGUNS RESULTADOS
A Ilha de Itaóca se constitui em um dos 90 (noventa) bairros
criados no Município de São Gonçalo (pelo Decreto-lei número 1063
de 28/01/94), sendo que o Município de São Gonçalo faz parte do
elenco dos 92 (noventa e dois municípios) constituintes do Estado do
Rio de Janeiro, e é integrante da Região Metropolitana do Rio de
Janeiro (RMRJ) que congrega um total de 19 (dezenove) Municípios.
(PORTAL DO CIDADÃO, 2004; FUNDAÇÃO CIDE, 2004).

10
O bairro de itaóca dista aproximadamente seis quilômetros do
centro de São Gonçalo e possui cerca de 3.019 moradores (PMSG,
1998).

A ilha de Itaóca apresenta características físicas e geográficas


bem peculiares. Está localizada dentro dos limites da Área de
Proteção Ambiental (APA) de Guapimirim criada pelo Decreto Federal
90.225 de 25/09/84, abrangendo também os municípios de Itaboraí,
Guapimirim e Magé. Esta APA é caracterizada por abrigar os maiores
manguezais da Baía da Guanabara. – “As Áreas de Proteção
Ambiental pertencem ao grupo de unidades de conservação de uso
sustentável. Constituídas por áreas públicas e/ou privadas, têm o
objetivo de disciplinar o processo de ocupação das terras e promover
a proteção dos recursos abióticos e bióticos dentro de seus limites,
de modo a assegurar o bem-estar das populações humanas que aí
vivem, resguardar ou incrementar as condições ecológicas locais e
manter paisagens e atributos culturais relevantes” (IBAMA, 2004).

Dentro dos limites do bairro, existem regiões ocupadas por


catadores de caranguejos e pescadores, exercendo plenamente suas
atividades. A maioria da população que constitui o bairro é formada
por famílias de baixa renda, cujas crianças e adolescentes não
possuem muitas expectativas quanto ao mercado de trabalho. Muitos
dos adolescentes do bairro ajudam suas famílias na pesca e na
catação de caranguejos e siris, além de alguns moradores
trabalharem na separação e comercialização informais de lixo, já que,
na ilha de Itaóca, está localizado o único vazadouro de lixo do
município de São Gonçalo. A dinâmica ambiental do bairro e do
município de São Gonçalo é muito complexa e vulnerável.

11
Hoje a ilha de Itaóca sofre com o crescimento desordenado, que
trouxe como conseqüência o agravamento da dinâmica ambiental,
acarretando com isso uma baixa na qualidade de vida. A mata
atlântica de outrora deu lugar a incipientes culturas de frutas e a
criação de gado; os manguezais, antes imponentes, deram lugar a
loteamentos; os rios, importantes para o equilíbrio da Baía de
Guanabara, viraram verdadeiros depósitos de esgoto “in natura”.

Somando-se a tudo isso, nunca houve, por parte das


autoridades responsáveis, o interesse por questões que
contemplassem a conservação da APA, com a população dependendo
de sua dinâmica ambiental para o sustento de suas famílias,
acrescendo o fato de que a maior parte do bairro de Itaóca está
localizada em áreas de manguezais, sendo estes protegidos por
legislação específica e proibida, durante os meses de outubro a
dezembro, a “catação” de caranguejos, por estarem eles em período
de reprodução (época do defeso). Assim, a população local, que vive
diretamente da pesca e da “catança” de caranguejos, fica vulnerável
quanto ao sustento de suas famílias.

Esse contexto onde se entrecruzam: uma forte degradação do


meio ambiente, a falta de saneamento básico, a ausência do poder
público, uma prestação precária de serviços de transporte coletivo, a
presença de grande quantidade de jovens sem ocupação e de adultos
excluídos do mercado de trabalho, quadro esse agravado pela
constatação “in loco” que alguns de seus habitantes subsistem
extraindo o seu sustento do lixão lá existente incentivou o início do
processo de elaboração de uma Agenda 21 Local para ilha de Itaóca.

12
5 – CONCLUSÕES
A aplicação da Agenda 21 Local é possível de ser realizada em
pequenas comunidades como é o caso da Ilha de Itaóca.

Considerando-se que a pesquisa continua em andamento a


interpretação de alguns dados e informações já coletadas nos permite
listar uma série de pontos de contorno que poderão vir a nortear o
estabelecimento da Agenda 21 local para a Ilha de Itaóca.
O primeiro ponto a ser destacado é a necessidade de resgatar a
confiança dos moradores, na medida em que a presença dos
entrevistadores era nitidamente sentida como uma ameaça para eles,
talvez devido ao fato de não possuírem título de propriedade do
terreno onde estavam edificadas suas residências. Além disso, a
descrença de alguns deles, que externavam descontentamento por
estarem ser sentindo “usados”, já que, para eles, entrevistas eram
feitas e seus resultados e conclusões não eram discutidas com a
comunidade, o que os fazia sentir como meros objetos, “que eram
usados e depois descartados”.

Isso reforça a necessidade de que a agenda 21 Local seja feita


a partir da discussão dos resultados com os moradores buscando-se
soluções simples e coerentes com a realidade local.

Á partir do confronto dos resultados obtidos até o presente


momento com as ações propostas pela comissão pró-Agenda 21
designada pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro que definiu os
parâmetros a serem obedecidos quando do estabelecimento uma
Agenda 21 Local em nosso estado podemos destacar os seguintes
pontos de contorno:

13
Redução de desperdício de recursos (naturais, financeiros,
humanos);
Esse tipo de ação depende para ser bem sucedida de uma
perfeita articulação entre as três esferas de poder da administração
publica federal, estadual e municipal. expressa através da articulação
político administrativo entre as já existentes Secretarias.

A comunidade deverá ser incentivada a exercer sua cidadania


plena participando do controle da aplicação dos recursos financeiros
destinados à comunidade.

Controle e prevenção da degradação ambiental;


Essa etapa pode ser influenciada na busca de soluções pela
ação ordenada de implantação de programas de Educação Ambiental
visando contemplar uma articulação entre áreas de maior fragilidade
ambiental e de importância econômica. Na nossa pesquisa fica
evidenciada que no nosso cenário essas áreas são as de manguezais
e as do litoral da Baia da Guanabara.

Entendemos que essa ação deve ser desenvolvida pelo poder


público em parceria com organizações não governamentais, a
associação de moradores e lideranças locais.

Redução do volume de lixo e tratamento do mesmo;


Nessa etapa fica evidenciada a ausência da prestação de um
serviço público que legalmente deveria ser exercido pela Prefeitura
Municipal, visto ser uma atribuição Municipal a coleta e destinação do
lixo.

14
Igualmente nesse caso o problema pode ser minimizado pela
adoção na comunidade de um programa de Educação Ambiental
associado com a busca de destinação adequada dos resíduos
domésticos/urbanos gerados na comunidade.

Melhoria nas condições de moradia, saneamento e provisão de


água;
Essa etapa também pode ser bem realizada quando de uma
articulação entre as esferas de administração estadual e municipal, já
que abarca ações de governo típicas das duas esferas
administrativas.

Do mesmo modo, a criação de atividades de educação


ambiental em muito contribuirá na mudança de hábitos e
comportamentos dos moradores locais no que se refere à arte de
morar.

Melhoria no nível de saúde (higiene e prevenção) e educação


básica;
A consecução dessa etapa poderá em muito se beneficiar da
participação de alguns moradores locais como agentes comunitários
de saúde, os quais serviriam como difusores e multiplicadores do
conhecimento.
Essa ação deve ser precedida de um adequado treinamento
prático-teórico da equipe de agentes em sala de aula, e da confecção
de uma cartilha que, escrita em linguagem de fácil entendimento
poderia potencializar o trabalho realizado pelos agentes comunitários.

15
Uma adequada articulação entre as diversas esferas
administrativas na área da saúde e a comunidade através de seus
representantes poderá em muito contribuir na melhoria do nível de
saúde da comunidade, constituindo-se os agentes comunitários de
saúde como os vetores de mudança de comportamento da
comunidade em relação à saúde e aos hábitos de higiene.

Oportunidades para cultura, lazer e recreação;


Essa etapa pode ser caracterizada pela possibilidade de ser
desenvolvido na comunidade um projeto de educação onde possam
ser resgatados os valores da cultura local, sua memória, as
aspirações dos moradores e bem como suas expectativas.

As atividades comunitárias de lazer, cultura e recreação devem


ser incentivadas já que visam estimular a socialização, a prática de
atividades lúdicas em todas a faixas etárias, o resgate da cultura local
e por extensão a cidadania.

Promoção de oportunidades para trabalho


Nessa etapa fica clara a possibilidade de geração de trabalho
através de um processo de geração de renda com emprego dos
recursos potencialmente já existentes na comunidade.

Como exemplo disso podemos mencionar a criação de um


minhocário que empregando como insumo, dejetos bovinos gerados
na ilha, passariam a produzir húmus que poderiam ser
comercializados na praça local, sendo empregados também como um
motivador para a implementação de hortas comunitárias que se

16
constituem em uma fonte nutricional complementar e numa pequena
fonte adicional de renda.

Por outro lado, a vocação pesqueira da comunidade, já


identificada a partir do diagnóstico, deverá ser incentivada pela
adoção de programa que permitam ao pescador agregar maior valor
ao pescado. Isso poderá ser feito pelo aumento da atuação da
cooperativa de pescadores, realizando cursos como, por exemplo,
obtenção de embutidos a partir de pescado, curso já ministrado
regularmente pelo SEBRAE do Município de São Gonçalo.

Acesso à informação e aos processos de tomada de decisão


A concretização dessa etapa é claramente dependente da
articulação entre as esferas de administração federal, estadual e
municipal.

A população poderá ser informada sobre seus direitos e


deveres, através de cartilhas explicando de forma simples e objetiva
as diversas formas de gerenciamento orçamentário, de efetivação das
cooperativas já existentes, e da gestão participativa por parte dos
representantes da comunidade.

O trabalho dos entrevistadores deve ser intermediado com as


lideranças comunitárias e com os componentes da associação de
moradores. Sempre que possível, deve ser buscada uma parceria
com organizações não governamentais que já realizem algum tipo de
trabalho na área.

17
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

ALMEIDA, J. R.; MELLO, C. e CAVALVANTI, Y. – Gestão Ambiental –


Planejamento, Avaliação, Implantação, Operação e
Verificação, Thex Editora Ltda., Rio de Janeiro, RJ, 2000, 259 p.

COMISSÃO PRÓ-AGENDA 21 - RIO – (Coordenadora do Grupo


Executivo da Agenda 21: - Lucia Souto), RJ, 1997, 30 p.

GUERRA, Antonio J. T.; LIMA-e-SILVA, Pedro Paulo; MOUSINHO,


Patrícia; ALMEIDA, Flávio G. de Almeida; MALHEIROS, T.; SOUZA Jr.,
Álvaro Bezerra Dicionário Brasileiro de Ciências Ambientais,
Thex Editora , Rio de Janeiro, 1999, 247 p.

NOSSO FUTURO COMUM – Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente


e Desenvolvimento das Nações Unidas, (Comissão Presidida por Gro
Harlem Bruntdland), Edit. Fundação Getúlio Vargas, 2a ed., RJ, 1991,
430 p.

NOVAES, W. – Agenda 21: Um Novo Modelo de Civilização, in


Meio Ambiente no Século 21, Coordenação André Trigueiro, Edit.
Sextante, 1ª Edição, RJ, 2003, 367 p.

POTENCIALIDADES ECONÔMICAS E COMPETITIVIDADE – Região


Leste, Edit. Fundação Getulio Vargas, Rio de Janeiro, abril/maio 1998,
51 p.

PHILIPPI JR, A. et al. – Meio Ambiente, Direito e Cidadania,


Núcleo de Informações em Saúde Ambiental da Universidade de São
Paulo (NISAM-USP), Edit. Signus, 1ª Edição, São Paulo, 2002, 358 p.

18
PMSG – São Gonçalo e Seus Bairros, CD-ROM Institucional,
Secretaria de Planejamento, Prefeitura Municipal de São Gonçalo, SG,
1998.

TACHIZAWA, T. – Referencial Teórico à Formulação de um


Modelo de Informações. São Paulo, Departamento de
Contabilidade e Controladoria da FEA, USP, 1991 (Dissertação de
Mestrado), Apud TACHIZAWA, T. e MENDES, G. – Como Fazer
Monografia na Prática, Edit. da Fundação Getúlio Vargas, 2a Edição,
1999.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS via Internet

FUNDAÇÃO CIDE – Centro de Informações e Dados do Rio de


Janeiro. Disponível em http://www.cide.rj.gov.br. Acesso em maio de
2004.

FUNDAÇÃO IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.


Disponível em www.ibge.gov.br. Acesso em maio de 2004.

FIRJAN - Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro.


Disponível em http://www.firjan.org.br/. Acesso em maio de 2004.

IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos


Naturais Renováveis. Disponível em www.ibama.gov.br. Acesso em
maio de 2004.

19
PORTAL DO CIDADÃO – Página oficial do Governo do Estado do Rio
de Janeiro. Disponível em http://www.governo.rj.gov.br. Acesso em
maio de 2004.

20

Вам также может понравиться