Вы находитесь на странице: 1из 2

As Grandes Correntes Historiográficas - Da Antiguidade ao Século XX

por Pedro Silva

De Heródoto, o "pai da História", ao século XX, diversas foram as formas encontradas de pensar e
escrever a História. O curto texto que se segue, pretende dar a conhecer os passos fundamentais
desse percurso.

De uma forma geral costuma dividir-se a evolução do "Processus" histórico em 3 fases distintas: a fase Pré-
científica que engloba as historiografias Grega, Romana, Cristã-medieval e Renascentista, a fase de transição,
em que se destacam a historiografia Racionalista ou Iluminista e a historiografia Liberal e Romântica e,
finalmente, a fase científica em que temos o Positivismo, o Historicismo, o Materialismo Histórico, no século
XIX, e a escola dos "ANNALES" e a História Nova, em pleno século XX.

Como já vimos considera-se que o "Processus" histórico se inicia com os Gregos e de facto é com Heródoto de
Halicarnasso que em pleno século V A.C. , se faz pela primeira vez uma tentativa de investigação do passado,
eliminando tanto quanto possível, o aspecto mitológico. A história começa a abandonar o estudo das "coisas
divinas" e começa a preocupar-se com as "coisas humanas". Heródoto procurou além disso estabelecer uma
causalidade entre os factos históricos e os motivos que os determinam, factor de extrema importância se
considerarmos que esta forma de actuação, esta perspectiva, não é inata ao pensamento grego. Como afirma
Barraclough, esta é uma invenção de Heródoto. Além de Heródoto, a historiografia grega contou com outros
personagens importantes de que se destacam Tucídides e Políbio. Se Tucídides é importante pelo rigor que
coloca na selecção dos testemunhos e pela imparcialidade que pretende introduzir na narrativa, com Políbio
faz-se a transição da tradição historiográfica para os Romanos, destacando-se especialmente de entre estes,
Tito Lívio e Tácito. No entanto faltou brilho à historiografia romana e em termos concretos pouco se evoluiu
relativamente aos helénicos. Se com Tito Lívio e a sua história de Roma ainda se vislumbra a introdução de
algum método na investigação dos factos, com Tácito e a sua perspectiva pedagógica, encontramos um relato
eivado de parcialidade e preconceitos. Numa análise geral, podemos afirmar que a historiografia Greco-
Romana se caracteriza por um sentido pragmático, didáctico e principalmente com os Romanos, pelo
surgimento de um espírito de exaltação nacional. A História que com Heródoto e Tucídides apresentava um
cariz regionalista, passa com os seus seguidores a assumir uma perspectiva universal.

Com o advento da Idade Média a historiografia sofre um retrocesso e passa a apresentar relações teológicas
que lhe imprimem um carácter providencialista, apocalíptico e pessimista. Deus passa a estar no centro das
preocupações humanas. É o Teocentrismo. A preocupação do historiador passa a ser a justificação da vinda
do filho de Deus ao Mundo, e depois desse evento, analisar as suas repercussões.

A chegada do Renascimento introduz grandes alterações na historiografia, tornando-se de novo o Homem o


objecto de estudo, Assiste-se a um ressurgimento da herança cultural da Antiguidade Clássica, acompanhado
de um desenvolvimento muito sensível das ciências auxiliares da História, como, por exemplo, a Epigrafia, a
Arqueologia, a Numismática, etc. É o tempo do Antropocentrismo.

O período que antecede e acompanha a Revolução Francesa vai ser caracterizado por grandes filósofos, tais
como Voltaire, Montesquieu e Jean Jacques Rosseau, que irão lançar as bases filosóficas de um novo Mundo.
Como é óbvio, isto irá reflectir-se no estudo da História e dá-se uma nova orientação do sentido de estudo,
atribuindo-se mais importância ao estudo das sociedades do que propriamente das grandes personalidades.

A historiografia Liberal e Romântica que surgiria na sequência do movimento liberal que "invadiu" a Europa em
pleno século XIX, irá debruçar-se sobre o Homem, as sociedades e os municípios. É uma História
eminentemente regionalista, com grande simpatia pela Idade Média (advento das nacionalidades) e que
introduz subjectividade na narrativa. É um período de grande divulgação cultural, há um alargamento de
público e os historiadores são, nalguns casos, jornalistas como Thierry e Guizot.

Com Auguste Comte são lançadas as bases do Positivismo que, como diz Colingwood, é a aplicação da
filosofia às ciências da Natureza. Institui-se um método que ainda hoje é, na sua essência, utilizado e a fim de
contrariar a subjectividade romântica, o papel do historiador passa a traduzir-se na pesquisa dos factos
(pesquisa particularmente cuidada) e na sua subsequente organização, fazendo a sua exposição através de
uma narrativa tão impessoal quanto possível.

Porque o rigor do Positivismo não seria, segundo alguns historiadores, integralmente aplicável às ciências
humanas, assiste-se ao surgimento de um movimento denominado Historicista que passa a dedicar grande
atenção à subjectividade e interpretação, embora aproveitando muito do método positivo. A História, que
segundo os positivistas não deveria ser interpretada mas redescoberta, passa a constituir um processo pleno
de subjectividade. É Ranke, que de alguma forma indica a evolução que se vai seguir, ao dar grande
importância ao aspecto económico na evolução das sociedades. No entanto, tal tendência só vira a concretizar-
se com o aparecimento do Materialismo Histórico de Marx e Engels. Estes dois autores defendem que a
História constitui, no seu essencial, uma "descrição" da luta de classes que sempre tem oposto explorados e
exploradores. A economia passa a constituir um aspecto de capital importância na evolução das sociedades,
nomeadamente no que toca à posse dos meios de produção. Marx divide a História em cinco grandes capítulos
e introduz a noção de descontinuidade do processo histórico. O Homem passa a ter um papel mais modesto,
passando o estudo das massas a ser mais atento. Há um aproveitamento da filosofia Hegeliana (Tese-Antítese-
Síntese), defendendo Marx que a realidade não é a concretização do espírito do Homem, como afirmava Hegel,
mas sim o "motor" que condiciona o espírito humano. Segundo Barraclough, o contributo do marxismo é
fundamental pela nova orientação que é conferida ao processo histórico, orientação que irá culminar com a
escola dos "Annales" e a História Nova.

Вам также может понравиться