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É PRECISO IR ADIANTE

Nessa semana completa 10 anos que minha mãe desencarnou, o tempo passou rápido e quantas
transformações aconteceram em minha vida...
Hoje, sei perfeitamente que a perda da minha mãe era necessária para que eu adentrasse ao
espiritismo, pois se não fosse isso, continuaria com pavor de espíritos.
E uma coisa que também aprendi, é que todo sofrimento não vem à toa, na verdade, ele quer nos
ensinar algo.
Se a dor fecha uma porta, é porque está na hora de abrir outra.
Que se hoje sofremos perdas, saibamos que elas são necessárias para a nossa evolução
espiritual.
Claro que devemos sofrer com a perda de um ente querido, porém, esse luto não deve e nem pode
ser eternizado, porque se nos ligarmos à tristeza, não seremos capazes de enxergar os novos
horizontes que irão surgir e podem acreditar, sempre surgem.
Não é porque somos espíritas e compreendemos a eternidade do Espírito que não iremos sofrer
com a separação, derramar lágrimas, se sentir desprotegido, afinal não é uma situação fácil,
porém, não podemos deixar de viver nossa vida, precisamos chorar sim, mas depois, com o
tempo, voltarmos a sorrir, lutar pelos nossos objetivos e continuarmos o caminho que o Pai nos
deixou.
Ainda há muito a ser vivido, ainda há muito a evoluir e a realizar nessa encarnação.
Não podemos ficar presos ao passado, porque o amanhã é o nosso destino.
Não devemos nos sentir culpados pelo que deixamos de dizer ou realizar em prol da pessoa que
partiu.
Porque o remorso ou a culpa apenas paralisam nossos movimentos.
Cada um de nós sempre realiza atitudes de acordo com o seu grau de evolução, como pedir a uma
criança, responsabilidades de um adulto?
O Pai sabe de nossas fragilidades e não nos cobra pelos tempos de ignorância. Por essa razão,
também não devemos nos cobrar pelo que deixamos de dizer ou fazer.
Lembro que minha mãe ficou internada por algumas semanas e eu ficava no hospital a maior parte
do tempo. No dia que ela desencarnou, o meu irmão chegou mais cedo e trocamos de lugar,
assim, fora do horário de costume eu fui para casa, chegando lá, me surpreendi ao encontrar de
almoço, as comidas que mais gostava e fazia tempo que eu não me alimentava bem.
Depois do almoço, me veio um sono e acabei dormindo, quando acordei, fui rapidamente para o
hospital, chegando 10 minutos depois do desencarne dela.
Passei um bom tempo me culpando, afinal eu queria estar ao lado dela, na minha cabeça era como
se eu pudesse impedir a sua partida, então não aceitava o fato de não estar presente.
Hoje, sei perfeitamente que a minha retirada do hospital foi providenciada pela espiritualidade,
porque minha presença certamente estava dificultando o desligamento.
Mas na época, não tinha esse conhecimento, então me senti culpada por não estar lá nesse
momento, justo eu que era filha e sempre estivera presente? Também sentia muito remorso por
achar que não havia feito o bastante, de não ter cuidado como deveria, de não ter dito que a
amava mais vezes, enfim, de não ter demonstrado mais carinho.
E assim a dor que já era difícil, se complicou mais ainda.
Prova de que quando nos culpamos, tudo a nossa volta apenas piora, deixamos de nos sintonizar
com o Alto e apenas pensamentos negativos nos rodeiam.
Nos sentimos fracos e sem saída.
Por isso, a importância de mantermos a fé em todos os instantes de nossa vida, principalmente
naqueles em que a dor é imensa.
Sempre fui a queridinha, sou a caçula e única mulher entre dois homens, então sempre fui
paparicada e super protegida.
Costumo dizer que até os meus 22 anos, era tratada como uma princesa, vivia num castelo, com
uma grande governanta que tudo fazia para me agradar.
Tinha as melhores roupas, pagar uma conta no banco ou ir a feira? Raríssimas vezes.
Arrumar a cama ? Que isso? Levantava é o meu café já estava pronto no copo, com pão quente e
tudo qe a princesa merecia.
Lavar roupa, limpar a casa? Cruzes....
Cozinhar? Hã????
Então imaginem como foi perder a mãe e se tornar a única responsável por tudo a sua volta?
Ih, a coisa pegou e como.
Só que como sempre digo, nunca estamos sozinhos, por mais que eu me achasse desamparada,
sentia que havia alguém me protegendo. Tinha momentos que era como se uma luz me
envolvesse, na época achava que estava ficando louca, mas hoje sei que era o velho e bom Aniel.
E a minha vida que era cor-de-rosa, foi se transformando.
Coisas que nunca havia feito, se tornaram rotina.
Tive que aprender muita coisa.
Foi difícil, lógico, e além do mais, ainda havia a saudade, a dor pela perda.
Eu queria ser igual a minha mãe, eternizar os seus gestos, seguir os seus passos, mas como não
conseguia, me sentia mal e novamente culpada, afinal como eu, a filha, não conseguia seguir os
passos da mãe?
Só que aí, entra a Providência Divina que sempre sabe o que faz e nos auxilia a todo instante,
mesmo quando não percebemos e acreditamos estarmos completamente perdidos.
Como já conhecem a história, um dia adentrei as portas da Seara e aos poucos, fui aprendendo
novos conceitos, que no início foram complicados, mas aquele ambiente de amor e luz que
encontrei, me encantou logo de cara e sentia que meu lugar era lá.
Nossa, quanta coisa vivi, aprendi e a cada dia fui evoluindo.
Hoje não sou mais a princesa, virei rã ??? Mas que maldade....
Na verdade, passei a administrar a minha vida, realizar atividades que nunca havia feito, parar de
esperar que os outros resolvessem tudo por mim, enfim, sai do castelo e fui pra vida.
Administro as minhas contas (não tão bem, of course), da casa também, resolvo pendências, vou
ao banco, feira, mercado e o que pintar, sou a responsável por todos os fatos da minha vida, lavo,
passo, limpo casa, cozinh... tá bom.... tá bom.... nem tudo iremos aprender numa única
encarnação....
Passei também a me ligar as pessoas que estavam ao meu lado, percebendo-as, não vivendo
apenas no meu mundo e aprendi muito com cada uma que encontrei, até com aquelas que antes
eu não tinha nem coragem de me aproximar.
Sim, revi muitos conceitos, conheci novas pessoas, tive novas experiências.
Aprendi que não existem pessoas perfeitas, cada um tem o seu grau de evolução e reagimos de
acordo com a nossa evolução espiritual.
Tirei minha mãe do pedestal, admitindo que ela era uma pessoa normal, como qualquer outra com
inúmeras qualidades e defeitos também,
Que ela fez o seu melhor, mas que a minha vida, era outra história.
Sim, quantas vezes por amor, não endeusamos uma pessoa e deixamos de enxergar as suas
limitações? E aí de quem falar algo contra. Só que no estágio evolutivo onde nos encontramos não
existem anjos de asa e sim seres humanos em constante progresso evolutivo.
A cada dia aprendemos um pouco mais, a cada dia nos aproximamos mais do Pai, que nos espera
de braços abertos.
Substituímos conceitos antigos, vencemos vícios que acreditávamos impossíveis de serem
superados, ultrapassamos obstáculos, enfrentamos nossos medos e admitimos as nossas
fraquezas.
Sim, a reforma íntima é constante.
Hoje sei que mudei muitooo, costumo dizer que existe a Sônia pré e pós desencarne da minha
mãe.
E sei também, que ainda há muito a evoluir, somos Espíritos em constante elevação.
Mas não há motivo para aflições, não estamos sozinhos nessa caminhada, adoro essa frase,
porque reflete o que senti desde a perda da minha mãe, por isso sempre a repito, porque desde o
seu desencarne, sempre tive a sensação de que não estava sozinha, mesmo no início, quando não
compreendia as sensações.
E nunca estamos, meus queridos.
Se temos que atravessar as trevas, tenhamos a confiança de que a luz não faltará.
Se os espinhos nos ferem, logo em seguida nossas feridas serão tratadas.
Se a tempestade cair sobre nossas cabeças, saibamos que haverá um imenso e poderoso guarda-
chuva a nos proteger.
Se nos sentirmos fracos e com vontade de abandonar a jornada, voltemo-nos para o Alto e de lá,
teremos a força para continuarmos.
Estamos num mundo de provas e expiações e muitas serão as dificuldades, assim como,
sofrimentos que iremos enfrentar, mas saibamos que a cada queda, levantaremos mais maduros.
Porém, é preciso que acreditemos, que nos libertemos de sentimentos negativos e abandonemos o
passado, pois ainda temos muito a realizar.
Claro que haverá dias que acordaremos com uma baita angústia, com vontade de chorar, de
abandonar tudo, sentiremos raiva, a solidão baterá, enfim, nos sentiremos incapazes de
prosseguir.
E dará vontade de perguntar: “Por que, Mestre? Atiramos pedra na sua cruz?”
Mas se nos apegarmos a fé, mesmo que ela seja pequenina, iremos ser envoltos por uma cúpula
de luz e teremos a certeza de que sempre seremos amparados, independente dos nossos erros,
mesmo que tivéssemos atirado pedras no Mestre, Ele jamais nos negaria a Sua Mão.
Lembremos sempre disso.
E conscientes, sigamos o Seu caminho, sabendo que nenhuma perda é eterna, somos Espíritos
eternos e um dia reencontraremos os que tiveram que partir antes.
Hoje sinto que minha mãe está bem, continuando a sua evolução e um dia iremos nos encontrar,
assim como, irei reencontrar muitos outros Espíritos que fazem parte da minha história.
Sim, cada um de nós tem uma história, se passamos por determinada situação não é em vão,
encontramos em nosso caminho as pessoas que se fazem necessárias a nossa evolução.
Seja essa pessoa aquele que é nosso super amigo, aquela que estende a mão quando menos
esperamos ou aquela que temos os maiores atritos, todas as pessoas que cruzam o nosso
caminho não são por acaso.
Assim como, toda queda, perda e dor vivida não é à toa, todo sofrimento nos ensina algo, nos
eleva ao Pai, faz com que analisemos o nosso mundo interno e melhoremos nossos atos.
Por isso, a cada sofrimento que se apresenta, choramos, mas também, aprendemos muito e
depois que ele cessa, o quanto estamos mais serenos.
Não nos entreguemos à melancolia, acreditemos em nosso poder de renovação.
Caminhemos para frente, sem medo e sem pensar que somos incapazes de enfrentar os desafios.
Nenhum fardo é tão pesado que não podemos carregar, já nos dizia o Mestre.
Confiemos, choremos sim pelas nossas perdas, mas depois, deixemos o luto e passemos a buscar
por novos horizontes.
Hoje sei que passar pelo que passei era essencial para o meu Espírito, sem isso não teria
evoluído, não teria iniciado as atividades que agora desenvolvo.
Não teria compreendido o verdadeiro significado da caridade e da fraternidade.
E nem conheceria o Amor Verdadeiro.
Cada um de nós já passou por inúmeras provas, algumas bem doloridas, mas após cada uma,
sempre aprendemos uma nova lição e conseguimos um maior equilíbrio espiritual.
Por isso, diante de uma nova prova, não olvidemos que no final, encontraremos a luz.
Repito: quando uma porta se fecha é para que outra se abra.
Não tenhamos medo e acreditemos em nosso potencial, porque quando acreditamos, nossa, muito
realizamos.
Não fiquemos apenas esperando pela felicidade, devemos semeá-la dentro de nós e expandi-la
por onde andarmos. Como querer felicidade, se nos entregamos à descrença?
É preciso acreditar a cada instante, manter a esperança viva e renovar as forças sempre que
necessário.
É preciso viver, viver intensamente cada momento, porque ele é único, não sabemos se voltará da
maneira como hoje se apresenta.
Sempre gosto de aproveitar ao máximo os momentos, seja um bate papo com amigos, ouvir uma
música, escrever um texto, sair, participar de um evento, enfim, seja o momento qual for, procuro
deixá-lo repleto de amor.
Muitas pessoas esperam apenas ocasiões especiais para realizar antigos desejos, guardam
presentes que ganharam, esperando o momento certo de usá –los, porém, o melhor
momento sempre somos nós que determinados.
Pode ser um dia de chuva ou de sol, mas é o nosso íntimo que determinará a cor que ele terá.
E mesmo quando, tivermos deixado de dizer uma palavra ou realizar um gesto de amor para
alguém que já foi, não nos prendamos à tristeza, porque ela apenas nos impedirá de enxergar à luz
a nossa frente.
Ao invés de nos prendermos ao passado, aos erros e enganos, usemos a mente e do fundo
coração, vibremos todo esse sentimento que gostaríamos de ter demonstrado e confiemos, porque
ele chegará ao seu destino, com certeza.
Vivamos o hoje,conscientes de que muitas outras portas se abrirão.
A perda de hoje, se transformará na conquista de amanhã.
A renovação virá e o Mestre estará conosco.
Hoje, ao olhar por tudo que vivi, agradeço por cada momento, pois sei que ele foi necessário e em
cada um deles eu nunca estive sozinho.
Nunca estamos, saibamos disso.
Amigos espirituais e físicos estão ao nosso lado.
O Mestre está conosco.
E o Pai dentro de nós.
Então não tenhamos receio.
É preciso ir adiante.
Sempre....
10/03/2008

Sonia Carvalho
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