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| PSIQUE Paradoxos da OBESIDADE Vocé quer emagrecer? Presta atengao ao que come e a quantidade? Cuidado, isso pode engordar. A regulagao psicoldgica de nosso comportamento alimentar é muito diferente do que gostariamos POR WOLFGANG STROEBE em jd no se sentiu frustrado dante doespelho? Normalmente, quando o verio se aproxima, ol nos nossos pontos fracos com ‘spirito especialmente critico. Concluimos ‘que atinica solugio é emagrecer. Os doces sii banidos ¢ os manuais de dieta passa 2 orientar nossa lista de compas, Convém saber, entretanto, que o emagrecimento cficaz € estatisticamente raro, porque a psicologia do comportamento alimentar € cheia de surpresas. Pesquisas ecentes demonstram que, a0 tentarmos controlar nossos habitosalimen tares mediante éenicase dietasequivocadas, 6 conseguimos engordar mais, Nos paises industrializados, emagrecer tornou-se um esportena 0s dias novas e milagrosas dietas. Parador sale onal, Asrevistas oferecem todos re, oexcesso de peso. obesida rmentam, Nos Estados Unidos de obesos passou de 14, 22,5% em 1991. A proporcio dos que “sé” tinham excesso de peso cheyousa quase 50% 48 SCIENTIFICAMERICANRASIL dda populacio, No Brasil de 1974 a 1997, ‘onmtimero de adolescentes obesos passou de %, Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, 6,7 milhoes de criangas e adolescentes s0 besos no pais Masque signifcam nogdes como “ex ‘cesso de peso” e “obesidade”? No ser hu ‘mano, os valores normais de peso mantém estreita relagio com a altura. Ess é estabelecida pelo Indice de Massa Corporal (IMC), que divide o peso em quilogramas pelo quadrado da estatura em metros. Os valores do peso considerados ideais corres- pondem ao IMC associado a uma menor taxa de morsalidade. Segundo os critérios ‘propostos pela Organizagio Mundial da Sade (OMS), peso normal situa-se entre yim. Os valores situados e 30 kg/m: indicam excesso de peso, 05 superiores a 30 kel! mostram obesi: CO excesso de peso ou a obesidade Yio saudaveis e reduzem a expectativa de vida. As doengas cardiovasculares, 0 diabete € o derrame atingem de forms mais acentuada os obesos. Além disso, uum peso a mortalidade maiselevada quea média, Em) idosos, o IMC correspondente & mortal dade minima comporta valores superiors ‘em duas ou trés unidades. 10 esti claro seo risco adicional ati buido a obesidade tem relagio direta com) ‘0 peso elevado e niio com outros fatores| xo do ideal esté associado a relacionados. Os obesos se movem em mé dia, menos que pessoas com peso normalye sabemos que longas caminhadas cotidianas aumentama expectativa de vida. Presume-se ainda que o padrio de dietas reteradas, cur tase drésticas, habitual entre obesos, cont bbua para a mortalidade elevaday o mesmo] pode ser afirmado da instabilidade de peso Ale ao uso de medicamentos. das conseqiiéncias pa para m tados Unidos mestram is dificuldade para excesso de peso ten CENA Sade ‘easarse, Homense mulheres com IMC ele- vado sofrem mais para encontrarempregoe, «quando o fazem, ganham menos que colegas de peso normal Dadlas as conseqiéncias negativas do cexcesso de peso ¢ da obesidade, & com- preensivel a generalizagao do desejo de emagrecer. Uma pesquisa realizada em 1991 nos Estados Unidos revelou que 33% das mulheres ¢ 20% dos homens estavam naquele momento tentando cemagrecer. AS reducdes esperadas eram, ‘em média, de 10 kg nas pessoas com um Teveexcesso de peso ede 30 kgnas obesas, ‘mas os resultados efetivamente obtidos cram, respectivamente, de 5,6 ¢ 8,2 ke, bem inferiores as expectativas. Astentativasde dita duram,em média, de cinco a seis meses. Com a ajuda de um profissional no ambito de uma terapia com- portamental, porexemplo, o€xito aumenta tum pouco, Pesquisa realizada entre 1985 1990 mostrou que os participantes de um programa deste tipo emagreceramemmédia 8,5 kg em um prazo medio de cinco meses. E preciso consierar que sio supostamente ‘0 casos mais desesperados que recorrem a programas dieéicos supervisionados por tum profissional Embora uma dicta para emagrecer possa atingir seu objetivo, a perda de peso obs raramente € suficiente para os besos chegarem a1um peso normal. Além disso, é dil conseguie mantera perda de peso deforma duracoura. Partcipantes de programas controlados por profissionais saanharam, em média, mais de 3 kg.um ano apés o término da terapia Quando consideramos periostos mais longos, os resultados das dieas sio ainda piores. Ox participantes deum determinado programa terapéutico que no inicio haviam perdido entre 8% e 12% de peso estavam, 20 SCIENTIFICAMERICEN BRASIL ‘quatro anos depois, somente 4% abaixo do peso original. Naturalmente, ha casos em que as pessoas atingem o peso normal e conseguem manté-o,masso raros. Avalia- se que entre 90% e 95% dos participantes, de programas de dieta retoram, depois de cinco anos, a0 peso orignal, para logo aumento, Esta dura ealidade foi admitida até mesmo pelos defensores das detas. Asopinidesrelativas as dietas mudaram tambémem outrosaspectos, Atualmente, os rutricionistas nao s6 admiter a inefcacia habitual das dietas, mas eomegam a cons: derar seus rises ¢ efeitos colaterais, como a obsessio pelo peso e pela imagem ideal, tum dos principais fatores de risco para surgirem de transtornos de comportamento alimentar entre os adolescents. A descoberta, nos anos 90, do horménio antio- besidade—a lepcina ~gerou grandeses- perangas deencon- trar as causas ge- niéticas do excesso de peso. A leprina 6 prodizida elibe- rada pelas clulasadiposas. Quanto maior ‘© conte lipdico das eétulas, maior sera sua produgio de leptina. Esse horménio, atuando sobre sensores cerebrais, regula a ingestio de comida eo armazenamento dos lipios. Animais que apresentam uma mu- tagio do gene correspondente nao podem. secretara leptina ese tornamextremamente ‘besos, Seria razodvel pensar ue as pessoas ‘obesas no produzem sufcente leptina, mas ‘observou-seo fenmeno oposto: 0s obesos tém um nivel de eptina elevado em relagio a0 peso do corpo. Pesquisadores suspeitam quea sensibilidade dos receptores da eptina ros obesos sea menor Influéncias Genéticas A DIFICULDADE QUE OBESOS experimen- tam para atingir e manter um peso normal no prova que a obesidade seja heredit- ria, Mas & inquestionavel que os fatores xenétcos exercem influgneia considerivel na obesidade, Estudos sobre a genética do comportamento, porém, demonstram que ‘© IMCéherdado conforme uma proporgio que varia entre 25% e 40%. Hs, portan- to, ampla margem de liberdade para 0 ‘comportamento individual. Outro indicio ‘que corrobora essa tese é fornecido pela observagdo de que a obesidade aumentou drasticamente nos tikimos decénios. Ora, € improvavel que um gene da obesidade tenha se propagado com esta velocidade entre a populagao. Assim, felizmente, a rmaioria das pessoas pode decidir quanto «quer exceder em sua alimentagio. O.quede fato limita as tentativas de emagrecimento io 0 excesso de gorduras na alimentagio a falta de atividadefsica. Por que as pessoas comem mais do ue pretendem, mesmo quando querem cemagrecer? Ha décadas essa pergunta ‘ocupa os psicdlogos. As rentativas de res posta partem da hipdtese de que ii uma diferenca na regulagio do comportamento alimentar entre as pessoas obesas as de peso normal. © que leva alguém a comegar a comer? © que determina a quantidade cde comida que ingerimos? Quando damos uma refeigio por concluida? As respostas pparecem simples: comemos quando temos fore e paramos de comer quando estamos saciados. Isto pode ser verdade para pessoas sottnais. No caso dos obesoe, portin, eses sinais do onganismo parecem desempenhar tum papel menor na regulagio do compor ‘amento alimentar. Em 1968, Stanley Schachter, psicélogo social da Universidade Colimbia,em Nova ‘York, formulou sua teora da externalidade do comportamento alimentar. Segundo Schachter, os obesos simplesmente nao discernem muito bem se estio com fome fou saciados. A sua ingestio de alimentos dependeria muito mais de estimulos ex temos: hora do dia, os aromas exalados pela comida ou a apresentasio dos pratos expostos. O obeso tipico seria alguém que continua a comer por prazer, ainda que esta saciado. Schachter verificou sua teoria com cestudos originais, aproveitando situagdes cotidianas. Observou, por exemplo, ue os judeus obesos tinham menos dificuldade de respeitaro ejum no dia de Yom Kippur quando permaneciam mais tempo na sina oa, isto longe dos estimulos culinos. Nos de peso normal, a0 contritio, nao constatou nenhuma relagéo significativa entrea duragio da permanéncia na sinago- gaa difculdade de respeita ojejum, Em CIENCIA &SAUDE Te ee 0s, magios e normals Sede masa corpo {IMC}, colculodo dvicindo-se ‘Quilos perigosos Esttisiconente, os ‘obesos conrem Foor isco de ‘moraidace. O Gagrama mostra c rlagso ene G odo da atu. 6 0 parémetto usodo pelos moffaidace de alversos grupos de pesos {segundo & Para determinar quanto uma pessoa se [G2 50u peso clea. Sogundo os vatores ‘do poptlagao geral. Os dados se boselam em le proposios iS, pessoas de peso nomal témn IMC entie 18,5 [Dutos padioes, entre 20 e 24. Mas atengdo: 0 [Giz sobre 0 distibuicGo de gordura e ¢ importante Jes160 08 qullos c mas! ouro estudo, um psicdlogo descobriu que cspiloros de avido obesostinham, apés um vo entre Europa e Estados Unidos, menos difuldade para se adaprar aos horérios lees de efeigdo que os seus colegas de peso normal. Neste caso, portanto, a regulacio txtema do comportamento alimentar era uma vantagem. Apds 0 entusiasmo inicial, surgiram as crtcas: as correlagdes descritas eram freqentemente fracas € nem sempre 0s re sitados das pesquisas podiam ser eprodu tids, lém disso, a tora nk dierengasna regulagio do comportamento alinentar. Peter Herman, da Universidade de Toronto, Canad, rentou enfrentaressas «etic propondo a hipétese da “conten G0". Argumentou que quando obesos jgium para reduzir o peso, reprimem a oexplicava as ww SCIAM.COM BR registovam a contiato. ‘Ge compatiigg de seguro de vide americans qua 12 0 peso do seus clientes no. Um valor 200 eartesponde c um rsco de moftaidade ‘vores Malot que O da MEO, ingestio de comida; ora, este seria 0 faror {que os tornaria especialmente suscetveis aos estimulos ligados i alimentagio. Herman elaborou um questionseio para medir a contengo alimentar, cujos valores presentaram uma correlagio com o IMC. Em uma amostra formada por estudantes, 85% dos obesos entraram na categoria dos comedores reprimidos; apenas 15% ram comedores normais, Posteriormente, Herman, em colaboragio com Janet Polivy, ampliou sua teoria em um “modelo-imite do comportamento humano”. Segundo esta hipétese, os comedores reprimidos fixam. “dieta-limite” para controlar a inges- ‘iio de alimentos, na tentativa de modifica, ‘com reggas auto-impostas,a quantidade de alimentos e bebidas que ingerem. A orientagio consciente do compor tamento alimentar exige concentragio © atengio € &, por isto, mais dispendiosa que a regulagio automsitica. Um comedor reprimido consegue manter a dieta quando est concentrado e motivado, mas dois fatores podem alterar o controle consciente cdo comportamento alimentar. O primeiro representado por qualquer distragio que impega a pessoa reprimida de controlar voluntariamente a ingestio de comidas um aborrecimento, por exemplo, pode bastar para que deixe de atentar para o que ¢ {quanto come. O segundo ocorre quando 0 ccomedor reprimidlo percebe que ultrapassou limite de sua dietae entio renuncia total- mente ao controle sobre seu comportamento limentar comendo, até alean: mais alto de sua zona de indifere Esta suposigao foi testada sciennicamenicar "23

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