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PUC/SP - 2004
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Ana Claudia Mei Alves de Oliveira,
grande mestra, grande amiga.
Agradeço aos que deixam rastros de amor,
linhas de amizade e pontos de luz em meu
caminho, imprimindo em meus corpos e
pensamentos marcas do que são.
Resumo ....................................................................................................... 06
Abstract ....................................................................................................... 07
Resumo
Abstract
Pode-se afirmar que o sujeito texto é
não apenas um provocador e convocador dos
sentidos, mas também um transformador
especializado em aglutinar as sensações (...),
para que elas processem em conjunto as
apreensões do todo e de suas partes. A base
desse fazer é a de conduzir por um circuito
sinestésico outros sujeitos, fazendo-os sentir,
sensorialmente, os componentes da expressão.
1
Ana Claudia de Oliveira. “A semiótica na gravitação dos sentidos”. in: Nexos: Revista de
Estudos de Comunicação e Educação. São Paulo, Universidade Anhembi Morumbi, número 3,
agosto 1998, p.100.
9
Design-ando modelos
pelos traços da moda inseridas no seu corpo, então publicitário dos valores e
dos estilos de vida com os quais se relaciona.
2
Eric Landowski. Presenças do outro: ensaios de sociossemiótica II. Trad. Mary Amazonas
Leite de Barros. São Paulo, Perspectiva, 2002, p. 96.
3
Gilles Lipovetsky. O Império do Efêmero. Trad. Maria Lúcia Machado. São Paulo, Cia. das
Letras, 1997, p. 158.
11
Vale ressaltar que a moda, aqui, não está sendo considerada apenas
“idéias” de um tempo e de um espaço demarcados, e nem entramos no mérito
de sua utilidade ou de sua futilidade. Desse modo, estamos considerando a
moda como traços culturais em que são agregados valores para o grupo e
também para os sujeitos. Assim, a moda passa a ser entendida como um modo
de presença, uma das construções da existência ou da porção identitária do
sujeito.
4
Para um detalhamento maior em relação às particularidades da criação, produção e
comercialização de tecidos, bem como objetos de adorno, vide: José C. Durand. Moda Luxo e
Economia. São Paulo, Babel Cultural, 1988. Nesse trabalho, o autor expõe com clareza as
dificuldades e as associações realizadas em torno das figuras européias que serviam de
referência para o trajar brasileiro. Os imigrantes que trabalhavam com “moda” naquele
momento passaram a deixar marcas de questões sociais pertinentes aos momentos estudados
em suas próprias produções.
12
5
É importante ressaltar que a moda feminina francesa era considerada como a de maior
requinte e sofisticação desde o reinado de Luís XIV – o Rei Sol – (1638 – 1715). Isso
transformou a França, e mais especificamente Paris, a capital da moda, título que a cidade-luz
mantém efetivamente até nossos dias. Para a moda masculina, considera-se a Inglaterra como
de maior importância no cenário internacional devido ao gosto inglês pelos trajes mais
confortáveis e cômodos, propícios para uma melhor movimentação do corpo bem como
impulsionados pelos avanços tecnológicos e econômicos que permitem uma maior produção
de tecidos como a lã, que serão dedicados prioritariamente ao trajar masculino.
6
Mary del Priore. Corpo a Corpo com a Mulher, São Paulo, Senac, 2000. Para ampliar a leitura
sobre tal assunto, também da mesma autora, verificar: “Um olhar sobre a história do corpo e da
moda no Brasil”. in: Kathia Castilho e Diana Galvão. A Moda do Corpo O Corpo da Moda. São
Paulo, Esfera, 2003. História das Mulheres no Brasil, São Paulo, UNESP, Contexto, 1997.
13
Desde a colonização – até nossos dias –, esse tipo de ensino ainda era
direcionado para moças que desejavam desenvolver tais habilidades, que, por
sua vez, eram consideradas importantes para que pudessem cuidar das
necessidades vestimentárias de sua própria família. Além disso, tais cursos
possibilitariam às moças que contribuíssem com um complemento à renda
familiar, pois elas estariam aprendendo e desenvolvendo um “ofício”. Pelo
direcionamento prático e imediato desses estudos, as aulas tratavam
geralmente do “básico” do corte e da costura e eram voltadas à metodologia da
aplicação das técnicas geométricas e de cálculo de modelagem plana, não
tendo, desse modo, vínculo efetivo com as possibilidades de reflexão através
de relações entre a criação de proporções e as formas ou as associações entre
o vestir e as construções de significados e leituras de mundo.
14
7
Denomina-se cadeia têxtil todo o setor produtivo e de confecção relacionados à produção e à
utilização de elementos elaborados através da utilização de materiais têxteis na moda.
8
A esse respeito, verificar: Dorotéia B. Pires. A Prática Social da Produção do Vestuário, sua
teorização e sistematização pela academia: o modo e vestir como componente da educação
feminina. Dissertação apresentada para a obtenção do título de mestre, em 1999, à Faculdade
de Educação da PUC-PR (Curitiba), sob a orientação do Profa. Dra. Maria Elisabeth Blanck
Miguel.
9
O setor têxtil e de confecção no Brasil é o segundo maior empregador, superado apenas pela
construção civil. A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção – ABIT –
representa aproximadamente 30 mil empresas brasileiras que vão desde as produtoras de
fibras até as confecções. Essa Cadeia Produtiva emprega 1,5 milhão de trabalhadores. O Setor
Têxtil e de Confecção é um dos que mais cresce no País. No ano de 2003, o saldo da balança
comercial foi de US$ 600 milhões, o melhor desempenho nos últimos 11 anos. Esses dados
foram comunicados através de Informes ABIT de 12 de abril de 2004.
15
10
O site Moda Brasil – www.modabrasil.com.br – é uma revista digital, lançada pela
Universidade Anhembi Morumbi, em agosto de 1996, sem fins lucrativos, e que publica textos
de colaboradores, alunos, professores jornalistas e convidados. Atualmente o site é parceiro de
conteúdo do grupo UOL, sendo bastante freqüentado e tendo se consolidado no meio
especializado como um espaço de publicação e reflexão a respeito da moda. O site Moda
Brasil conta, desde 2000, com a editoria da jornalista e professora Maria Carolina Garcia
Geraldi.
11
Kathia Castilho e Carol Garcia. “Informatica: um nuovo approccio allo studio della moda
attraverso comunità di aprendimento virtuali”. in: Bernardo Valli, Benedetta Barzini e Patrizia
Calefato. Discipline della Moda – L´etica dell’a’parenza. Bari, Liguori Editore, 2003. E também
Carol Garcia, Kathia Castilho e Sergio Garrido. The influence of virtual learning communities on
fashion on-line teaching experience. New Delhi, IFFIT, 2004.
16
12
Kathia Castilho (Cunha). Configurações de uma Plástica: do corpo à moda. Dissertação
apresentada para a obtenção de título de mestre, em 1998, ao Programa de Estudos em
Comunicação e Semiótica – PUC-SP, sob a orientação da Profa. Dra. Ana Claudia Mei Alves
de Oliveira.
17
o esse expressivo número que nos levou a optar por esse formato
“contemporâneo” de apresentação. É importante ressaltar que tais imagens
foram as que instigaram nosso olhar durante o percurso que desenvolvemos
para este estudo, tendo sido extraídas de revistas e de catálogos de moda
recolhidos ao longo dos anos em que atuo na docência e na pesquisa
acadêmicas. Desse modo, podemos dizer que o corpus de imagens foi se
constituindo ao longo destes últimos anos, por nosso crescente interesse nesta
tematização. A partir da seleção de imagens representativas desse material,
efetuamos, como dissemos, uma organização de categorias que pudessem dar
conta do corpus. Teremos, no conjunto apresentado, imagens de fontes várias,
mas vale a pena chamar a atenção para as diversas referências que são
originárias essencialmente de três revistas inglesas consideradas de
vanguarda, a saber: Dazed and Confused, a Revista I-D e a The Face13.
13
A Revista Dazed and Confused foi lançada em 1991. Apresenta uma linguagem
experimental, inovadora, e idéias anticonvencionais. A Revista I-D foi fundada em 1984, e após
20 anos de edições, virou também livro com o título Símile I-D, publicado pela Tashen em
2003. Por fim, a The Face, que também completou 20 anos com a edição de aniversário de
maio/2000, projetou muitos profissionais especializados nas particularidades dos discursos da
moda, como os stylists e fotógrafos.
É a moda do traje, que mais forte
influência tem sobre o homem, porque é aquilo
que está mais perto de seu corpo e o seu corpo
continua sendo a parte do mundo que mais
interessa ao homem.
Flávio de Carvalho14
14
Flávio de Carvalho. A moda e o novo homem. Texto publicado entre as edições dominicais
da coluna denominada: “Casa, homem e paisagem”, no jornal Diário de São Paulo, no período
de março a outubro de 1956. Os textos de F. de Carvalho foram organizados numa coletânea
pelo SENAC-ESMOD, em ocasião da exposição Modos da Moda ocorrida em 1991 – São
Paulo.
22
Tomando a Medida
15
Kathia Castilho. Configurações de uma Plástica: do corpo à moda. op. cit.
16
A Semiótica Greimasiana, também denominada Semiótica Discursiva (desenvolvida por
Algirdas Julien Greimas e por diversos colaboradores), refere-se a este verbete, no Dicionário
de Semiótica (A. J. Greimas e Joseph Courtés, trad. Alceu dias Lima et alii, 9ª. Edição, Vol. I,
s/d, São Paulo, Cultrix), como sendo “um objeto histórico e uma totalidade de sentido”. Texto é,
então, compreendido como uma combinação de unidades semióticas elementares e que se
define de duas formas não excludentes: como objeto de significação e objeto da comunicação.
No primeiro caso, pode ser tanto de natureza lingüística (verbal, oral, escrito), quanto visual,
gestual ou de natureza múltipla, apresentando então mais de uma expressão. A estrutura
comunicativa é um texto, um mundo construído. O sujeito da comunicação se manifesta no
“texto” pelas suas escolhas discursivas, assim como através destas representa seu destinatário
ideal. Suporte de um conteúdo, o texto é a materialização concreta do discurso.
17
A manipulação, aqui, não recobre nenhum sentido pejorativo, referindo-se simplesmente à
ação de um sujeito destinador que incita um outro sujeito, o destinatário, a realizar a ação
23
proposta. Ambos os sujeitos, desse modo, realizam ações e, por esse motivo, a manipulação
pode ser entendida como um fazer fazer. (vide nota 24).
18
Enquanto a fenomenologia trabalha com a noção de transitividade e de reflexibilidade em
relação ao corpo – o corpo que vê e o corpo que é visto –, segundos conceitos filosóficos que
se concentram nas questões da percepção; a semiótica, por sua vez, considera o corpo como
um termo complexo em que se conjugam o mundo e o sujeito. Nesse sentido, o corpo passa a
significar um estado de alma e, ao mesmo tempo, um estado de coisa, que se refere,
respectivamente, ao sensível e ao inteligível que orientam – conjuntamente ou não – nossas
leituras de mundo.
24
19
Em A moda (São Paulo, Publifolha, 2002), a jornalista Érika Palomino explica que atualmente
é preferível usar o termo “grupo” ou “subgrupo” ao invés de “tribo”. Segundo ela, o próprio
conceito de tribo caducou com a consolidação do conceito de “supermercado de estilos”.
Criada na década de 90 pelo historiador e antropólogo T. Polhemus, essa expressão refere-se
à idéia de que “todo o universo e todos os períodos” aparecem como latas de sopa numa
prateleira de supermercado: “Você pode pegar os anos 70 numa noite, os hippies em outra (...),
um moicano punk e um rímel dos anos 60 (...) e, pronto, você tem a sua própria e sincrônica
amostragem de 50 anos na cultura pop”. Ainda que o termo “tribo” pareça estar entrando em
desuso, ele será utilizado neste trabalho porque, para os nossos propósitos, ainda tem validade
pela recorrência da terminologia e sua difusão. De fato, a miscelânea de estilos constitui as
aparências e o que parece não ser um estilo já o é – face à simultaneidade de tempos, que vai
caracterizar o contemporâneo. Essa construção “híbrida”, formada por traços distintivos de
diferentes categorias vem ao encontro do corpo publicitário hoje propagado pela mídia, uma
25
vez que ele também se faz pela complexificação. Assim, a noção de “tribo”, temporariamente,
aqui, continua servindo à interpretação genérica de nossos propósitos: apontar a
“desorganização organizada” sob a qual se constroem as eleição de modas.
20
André Leroi-Gourhan. O Gesto e a palavra 2 – Memória e Ritmos. Trad. Emanuel Godinho,
Albin Michel. Lisboa, Edições 70, 1965, p. 21.
21
Apesar disso, pudemos acompanhar, nos últimos dois anos, várias publicações importantes
que têm o corpo como foco de estudos. A bibliografia que apresentamos no final deste trabalho
assinala o acompanhamento das publicações presentes no mercado editorial brasileiro.
26
22
Entende-se como segunda pele o vestuário quando sobreposto ao corpo já que este
possibilita construções discursivas que atualizam posições ou revelam dados sobre o sujeito
através de exercícios de construção e reorganização de linguagem – como, no caso,
vestimentar. De fato verificamos que o discurso primeiro de qualquer indumento se sobrepõe
ao corpo. O traje reconstrói a forma e as proporções do corpo, além de dotá-lo de nova textura,
cor, etc. e, assim, contribui para indexalizar, apontar e dirigir o olhar sobre determinadas partes
do corpo em que as possibilidades de elaboração dos modelos e formas de roupas se
estruturam segundo a base da anatomia humana.
23
Cristiane Mesquita. Incômoda Moda: uma escrita sobre roupas e corpos instáveis.
Dissertação apresentada para a obtenção do título de mestre, em 2000, ao Programa de
Psicologia Clínica, PUC-SP, sob a orientação da Profa. Dra. Sueli Rolnik, p. 92.
27
24
A manipulação pode ser manifestada de várias formas: uma ordem, um pedido, uma súplica,
etc. Dentre as figuras que recobrem esse ato, esse fazer fazer, há quatro que são comumente
tratadas nos mais variados tipos de interação. A sedução e a provocação trabalham em torno
de uma imagem positiva e negativa, respectivamente, do destinatário: se ele quiser manter a
imagem que se constrói dele no discurso ou, ao contrário, se ele quiser alterar tal imagem, ele
aceita ou não a manipulação proposta. Do mesmo modo, a tentação e a intimidação também
são imagens construídas, mas, agora, não mais voltadas ao sujeito e sim aos objetos com os
quais o sujeito vai se relacionar: se o objeto for positivo (prêmios) ou se ele for negativo
(castigos), desencadeia-se, nele, a assunção – ou não – do contrato proposto na manipulação.
29
25
Ana Claudia de Oliveira. “A estesia como condição do estético”. in: Ana Claudia de Oliveira e
Eric Landowski (eds.). Do inteligível ao sensível: em torno da obra de Algirdas Julien Greimas.
São Paulo, Educ, p. 234.
32
26
Comentaremos com detalhes essas transformações e alterações no capítulo II.
33
27
Noção que será desenvolvida no capítulo II. (vide nota 84).
35
28
Para maiores informações a respeito das divergências que constituem o universo da
propaganda e da publicidade, consultar: Priscila Tesser. Estudo sobre a propaganda de Moda
na mídia impressa brasileira. Monografia de Conclusão de Curso apresentada ao Programa de
Pós-graduação do Instituto Brasileiro de Moda, em 2003, como requisito parcial para a
obtenção do título de MBA em Marketing de Moda e Design, sob a orientação da Profa. Kathia
Castilho e do Prof. Sérgio Pio Bernardes. Esses conceitos ainda voltaram a ser comentados
em “Riscando o molde: marcação de um corpo possível” e “Registro para a constituição de um
tempo na moda”, pois são basilares para nossa argumentação referente ao corpo publicitário.
37
29
Hipermodernidade é o termo que define um conceito em cuja imagem se pode apreender o
que vem a ser o tempo atual, segundo Gilles Lipovetsky, em Les Temps Hypermodernes.
Nessa publicação, o autor revela que o termo pós-moderno realmente não faz muito sentido
visto seria simplesmente a manifestação de uma nova modernidade. Assim, conforme declara
em entrevista para o jornalista M. F. Peres, no Caderno “Mais”, do jornal Folha de São Paulo,
em 14 de março de 2004: “(...) existe apenas a modernidade que se inicia, grosso modo, no
século XVIII e se estende até os anos 1950, 1960, quando a hipermodernidade ainda
começava intensificando-se de forma brutal nos anos 1980, por causa da globalização, do
ultraliberalismo, das novas tecnologias de comunicação – a internet sobretudo (...)”. Dessas
idéias, pode-se abstrair que na hiperealidade coexistem excessos: não basta ser moderno é
preciso ser mais moderno do que o moderno.
38
30
Semanalmente Robson Pereira escreve a coluna “Ponto WEB”, para o Jornal O Estado de
São Paulo, Caderno “Cidades”. Dentre informações diversas em relação ao que se passa na
rede, que vão desde análises de sites a casos e histórias esdrúxulas, destacamos a matéria
“Clones virtuais multiplicam-se na internet” (10 de março de 2004, p. 3). Nela o jornalista
analisa os corpos construídos na rede que servem como interlocutor do usuário ao adentrar no
site, pois, segundo ele, “cada vez mais, grandes empresas recorrem aos clones virtuais para
impulsionar vendas”. Vejam-se, por exemplo, os seguintes endereços:
http://hostelvisnumberones.com; http://trivia.odd-cast.com; http://www.stephenking.com;
http://www.poderdasideias.org; entre outros.
31
O reconhecimento aqui acontece através de identificação de IPI, número de máquina/usuário
e de cookies (biscoitinhos) – pequeno programa informático que se insere automaticamente no
seu disco rígido – que são marcas deixadas em suas páginas de visitação, ou seja, no passeio
ou navegação suas visitas podem ser monitoradas, cada perfil que se preenche oferece
condições de seleção e reconhecimento das preferências de cada sujeito.
40
32
É justamente a presença do “outro” que cria a possibilidade de manifestações textuais e
condições da cristalização do sentido. Tal conceito é desenvolvido por Eric Landowski em
“Viagem às nascentes do sentido”. in: Ignácio Assis Silva (org.). Corpo e Sentido. São Paulo,
UNESP, 1996, p. 21-43.
43
33
Marina Quevedo. O corpo da Mídia e o corpo do homem – texto escrito em 16/03/03 e
publicado na biblioteca on-line do Centro Interdisciplinar de Semiótica da Cultura e da Mídia –
CISC: http://www.cisc.org.br/biblioteca.
44
34
Andréa Semprini, em sua última vinda ao Brasil no ano 2000, apresentou em palestra, no
SENAC Moda – São Paulo, o conceito de mundo real e mundo possível, e sua aplicabilidade
nos discursos da Alta Moda e sua relações com mercado de consumo através da análise
semiótica. Mundo possível é uma construção imaginária que coloca em cena um universo
alternativo ao Mundo real devendo dispor, porém, de uma certa coerência e de alguns critérios
de identificação com o mundo que lhe serve de base referencial. Outras referências a esses
estudos podem ser encontradas em A. Semprini, Le marketing de la marque: approche
sémiotique. Paris, Edition Liasions, 1995, e também em A. Semprini (org.) Lo Sguardo
Semiótico. Pubblicità, Stampa, Radio. Milano, Franco Angeli, 1993.
35
Naomi Klein. Sem Logo A tirania das marcas em um planeta vendido. Trad. Ryta Vinagre.
São Paulo, Record, 2002.
45
36
Renzo Rosso, apud N. Klein, ibidem.
46
37
O nome branding é dado ao processo de criação da imagem da marca, algo intangível e
subjetivo associado a um produto, tangível. O conceito de marca – agregada à idéia de valores
e estilos de vida – pode ser considerado um brand.
47
38
Gilles Lipovetsky. O Império do Efêmero. op. cit., p. 185.
39
A publicidade ou mensagens subliminares são um tipo de construção textual em que são
transmitas informações que vão diretamente para o inconsciente, sem com que o receptor
tenha noção delas. Agregam-se, a esses textos, códigos que, num primeiro momento, não são
identificados e, assim, são considerados portadores de discursos “camuflados”. São, aqui,
tratadas, independentemente dos conceitos que recebem, como recursos estratégicos de
fixação de marcas ou de produtos, mas desde que possam realmente ser apreendidas no texto
48
enquanto construção discursiva. Caso contrário, escapam-nos as análises a partir das próprias
construções textuais “palpáveis”.
40
As idéias do artista performático australiano, Sterlac, resumem o que significa a
obsolescência do corpo físico. Em sua home page, além de fotos dos seus trabalhos,
encontram-se vários manifestos que visam a questionar os limites e obsolescência do corpo
humano. Diz, o artista: “É hora de se perguntar se um corpo bípede, que respira, com visão
binocular e um cérebro de 1.400cm3, é uma forma biológica adequada. Ele não pode dar conta
da quantidade, complexidade e qualidade de informações que acumulou; é intimado pela
precisão, pela velocidade e pelo poder da tecnologia e está biologicamente mal equipado para
se defrontar com o seu novo ambiente. O corpo é uma estrutura nem muito eficiente, nem
muito durável. Com freqüência ele funciona mal (...). Agora é o momento de reprojetar os
humanos, torná-los mais compatíveis com suas máquinas”. Para maiores informações,
consultar: http://www.stelarc.va.com.au/obsolete/ obsolete.html. Ver também Diana Domingues
(org.). A arte no século XXI: a humanização das tecnologias. São Paulo, UNESP, 1997, p. 52.
41
Segundo Michaelis – Moderno Dicionário da Língua Portuguesa (acessível através do
endereço: http://www1.uol.com.br/michaelis/indexdic.htm), o termo conceito pode ser entendido
como “aquilo que o espírito concebe ou entende; idéia ou noção”. Vale observar que se
menciona a palavra espírito como o agente desta elaboração e entendimento. Poderíamos
dizer que, então, estaria ao nível do sensível, e que o conceito poderia, desse modo, ser
apreendido inicialmente de forma abstrata. A semiótica tem uma aplicabilidade muito
importante no âmbito de também fazer ver e/ou ajudar a construir a coerência do discurso da
marca, mas também oferece a chave de leitura para análise destas construções intrincadas,
plenas de significados que são as imagens publicitárias contemporâneas.
49
pelas mídias, outros, não menos publicitários, são flagrados nas ruas das
cidades apresentando-se em sintonia com os discursos e com as
possibilidades de coerência de mercado e, portanto, de produto. Esses tipos de
corpos fazem parte de um estoque cultural e são, ao serem eleitos,
manifestados na e pela moda, que dita modos de comportamento, de roupa, de
acessórios, da própria moda, etc. Coabitam, esses corpos, os mesmo espaços,
marcando-se como novas possibilidades de ser, e, ao mesmo tempo,
instaurando, além dos novos regimes de visibilidade, novas formas de
presença manifestadas em determinadas tendências que os particularizam e
que atribuem aos sujeitos uma identidade que se pauta também na
corporeidade.
42
Vide nota 24.
43
Vide nota 28.
50
44
Ana A. Mourão. As aparências enganam: Como a industria da moda está mudando nossa
relação com a moda. Monografia de Conclusão de Curso apresentada ao Programa de Pós-
graduação em Moda e Comunicação on-line, em 2003, na Universidade Anhembi Morumbi em
São Paulo, sob a orientação da Profa. Kathia Castilho.
45
Jean Baudrillard. A sociedade do consumo. Trad. Artur Mourão. Rio de Janeiro, Edições 70,
1991, p. 71.
51
46
A tipologia detalhada encontra-se no capítulo III.
47
Estudos que visam a construir hipóteses a respeito de um segmento específico, seja ele o
financeiro, o tecnológico, o educacional, o ecológico, etc. No geral, tratam de esboçar
propostas para a resolução, no futuro, dos problemas do presente.
52
48
Para verificar aplicabilidade destes conceitos de tempo rápido e lento consultar: Denise B. de
Sant´Anna. Corpos de Passagem; ensaios sobre a subjetividade contemporânea. São Paulo,
Estação Liberdade, 2001, e também Peter P. Pelbart. Vertigem por um fio. São Paulo,
Iluminuras, 2000.
53
por ela e por sua família. O indumento49 que essa mulher vestia representava a
manutenção de um dado posicionamento na hierarquia social que constituía
seu meio cultural. O aparecimento do requinte cada vez maior em torno da
preparação dos tecidos, o desenvolvimento das técnicas de confecção e o
desejo de ascensão social propiciaram o conseqüente nascimento da moda, no
final do século XIV, com o significado que tem hoje50. A fabricação e
industrialização também deixaram, ao longo de sua história, os fazeres da
preparação e da confecção de trajes relegados principalmente às mulheres, só
que, nesse momento da ascensão dos aspectos da modernidade, para aquelas
mulheres que pertenciam a classes sociais menos avantajadas. As outras, isto
é, as de classes mais abastadas, eram afastadas do processo fabril,
independentemente de ser domiciliar ou industrial, e dedicavam-se de forma
exclusiva às artes decorativas: bordavam, ou melhor, segundo o jargão da
época, “pintavam” ou “esculpiam” com agulha e linha – metáforas que
procuravam associar os trabalhos manuais femininos às artes consideradas
“maiores”51, como, por exemplo, a pintura e escultura.
49
Cabe ressaltar o diferencial da terminologia indumento que se refere à forma de trajar, cuja
característica é exatamente a ausência de mudanças e a manutenção da forma, a favor da
ordem e permanência para que a mudança a ser operada demore muito. A moda, por sua vez,
impõe desde seus primórdios o gosto pela troca periódica do traje em ritmos crescentemente
acelerados ao longo dos séculos.
50
Desde a Idade Média, o conceito de moda refere-se a “movimento cíclico” e “mudança na
forma de trajar”. (vide nota 105).
51
A arte pode ser considerada maior ou menor, segundo a permanência que o material de
suporte oferece em relação ao tempo de preservação e à dificuldade técnica de execução e
criação. É nesse contexto que as artes decorativas são consideradas “arte menor” enquanto as
artes plásticas são denominadas “arte maior”.
54
52
John K. Galbraith. A era da incerteza. Trad. F. Nickelsen Pellegini São Paulo, Pioneira, 1980,
p.105.
55
Fig. 9 – Instalação de teares em Derby, 1850. Até metade do século XIX existiam
mais de 1 milhão de trabalhadores na indústria têxtil. As máquinas à esquerda
são de produção de tecidos em jacquard – observam-se os cartões perfurados
para a produção de desenhos pendurados na parte superior.
53
Michel Foucault. Vigiar e Punir; história da violência nas prisões. Trad. Raquel Ramalhete.
Petrópolis, RJ, Vozes, 1975. Nessa obra, caracteriza-se a sociedade moderna como sociedade
disciplinaria pela existência de uma série de instituições – a prisão, a escola, a fábrica, o
hospital, etc. – que vigiam controlam, formam, corrigem os sujeitos através da apropriação de
seus tempos e seus corpos.
56
54
Para um aprofundamento nesta questão, apresentada com uma visão bastante crítica, ver:
Naomi Klein. Sem Logo A tirania das marcas em um planeta vendido. op. cit. Nesse volume, a
autora resgata a história e a necessidade de divulgação, individualização e promoção da marca
no primeiro capítulo para, nos seguintes, desenvolver uma postura extremamente crítica ao
excesso de interferência dos mecanismos de marketing na criação e manutenção da marca.
Vários exemplos são diretamente extraídos do mundo da moda. Outra obra que também
merece destaque é Meeting points: soluções de Marketing para uma sociedade complexa, de
Egeria di Nallo (São Paulo, Marcos Cobra,1999). Nela, a autora traça, no primeiro capítulo, um
percurso histórico do marketing, sendo os demais pautados por análises relacionadas a objetos
específicos.
57
55
Gilles Lipovetsky. O Império do Efêmero. op. cit., p. 192.
58
56
Richard Sennett. Carne e Pedra – O corpo e a cidadania na civilização ocidental. Trad.
Marcos Aarã Reis. Rio de Janeiro, Record, 2001, p. 17.
59
57
Durante o século XIV, no Pré-Renascimento, a sociedade da época reconhece o valor
criativo/artístico que marca a identidade e o espírito criativo do artista (pintor ou escultor). É
somente a partir deste momento que os artistas assinam suas próprias obras. E, como valor de
troca, seus trabalhos são colocados em evidência no mercado de consumo.
58
O primeiro nome de Alta Costura foi Charles Frederic Worth, um cidadão inglês, que, em
1857, na França, abriu a primeira Maison em Paris e assinou as primeiras etiquetas da roupa.
Worth foi o costureiro oficial da Imperatriz Eugênia e inaugurou a profissão de couturier, grande
costureiro, ditando a elegância que influenciaria determinantemente o Ocidente até os anos 60,
época em que se consolida o prêt-à-porter (vide também as notas 64 e 65).
59
Alan Soral. La Creation de Mode. Paris, SIS, s/d., p. 48.
60
ibidem, p. 48-49.
61
Gilda de Melo e Souza. O Espírito das roupas: a moda no século dezenove. São Paulo, Cia.
das Letras,1987.
60
que será revestida pela moda e, assim, sua aparência estará vinculada à
construção da idéia de poder que detém o homem com quem ela vive62.
62
Para uma visão geral dos modos de o homem estarem inseridos na moda, consultar: Valerie
Steel (ed.). Fashion Theory: a revista da moda, corpo e cultura. São Paulo, Anhembi Morumbi,
n.4, dezembro 2002.
63
Anne Hollander. O Sexo e as Roupas. A evolução do traje moderno. Trad. Alexandre Tort.
São Paulo. Cia da Letras, 1996.
61
64
A “alta costura” é adotada apenas para as mulheres. Para os homens, diz-se “alfaiataria”.
65
Nasce o termo como ready to wear, expressão que será traduzida por empresários
franceses, em 1948, como prêt-à-porter. A França será o primeiro país a adotar métodos
americanos para a difusão de suas criações. A expressão prêt-à-porter diferenciará, então,
produtos com novo processo industrial das roupas de confecção sem estilo, qualidade se
comparados aos da Alta Costura. De qualquer forma, será uma roupa com assinatura para a
produção em série.
66
Charle Baudelaire. O pintor da vida moderna. apud T. Coelho. A modernidade de Baudelaire.
Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1988.
62
67
Tal como o Musée Galiera e Musée d´Arts Decoratifs, em Paris; como o Museu do Palazzo
Pitti, em Florença; o Fashion and Textile Museum, em Londres, além das várias salas e
reservas técnicas que apresentam coleções dedicadas à indumentária.
68
A última exposição citada refere-se exclusivamente à moda, – a penúltima também, mas em
menor escala; as outras, por sua vez, tratam das figuratividades do corpo e conquistaram um
63
Gilles Deleuze, ao comentar a lógica dos sentidos, diz que ela “dirige-
se ao cérebro e age por intermédio do cérebro”, ao contrário da lógica da
sensação, “que age imediatamente sobre o sistema nervoso que é a carne”70.
E é justamente pelo limite da sensação, da pele e da carne, que essa
exposição oferece um deleite à estética contemporânea, questionando a
sociedade em relação aos tipos de corpos que ela oculta, oprime ou rejeita,
espaço nas instituições por causa dos modos como conseguiram expor as relações de
estranhamento dos corpos apresentados.
69
Felipe Fortuna. “Individualismo Sensacional”. in: Folha de São Paulo, Caderno “Mais”, 23 de
novembro de 1997, p. 6.
70
Gilles Deleuze, apud Laymert G. Santos. “Sensação da contemplação”. in: Folha de São
Paulo, Caderno “Mais”, 23 de novembro de 1997, p. 6.
64
Fig. 14 - Damien Hirst. Away from the Flock, 1994 e This little piggy went to market, this
little piggy stayed at home, 1997.
71
Conf: Josélia Aguiar. “Londres expõe a carne como espetáculo”. in: Folha de São Paulo, 03
de dezembro de 2000.
72
René Descartes foi filósofo, fisiologista e matemático. Nasceu na França a 31 de março de
1596, em La Haye. Contemporâneo de Galileu e Pascal, trabalhou sob as mesmas influências
religiosas repressoras da Inquisição.
68
Ainda nessa exposição, vemos que nos séculos XVIII e XIX ganharam
destaque as representações humanas em três dimensões – esculturas de
estudo do corpo humano, que, na verdade, não são consideradas
prioritariamente artísticas, mas que se generalizaram na Europa pela
praticidade desses corpos esculpidos proporcionarem o exame das
particularidades do corpo humano nas escolas de medicina.
73
Nos anos finais do século XIX, esse tipo de leitura figurativa do mundo realmente despertava
muito interesse em diferentes culturas. Ela, inclusive, contribuiu para a consolidação da
narrativa policial enquanto gênero literário. Vide, por exemplo, as deduções realizadas por
Auguste Dupin e Sherlock Holmes, personagens detetivescas de Edgar Allan Poe e Arthur
Conan Doyle, respectivamente.
70
Spetacular Bodies propõe, por fim, que a ciência também pode vir a
estabelecer um diálogo muito próximo com a arte e, desse modo, justifica-se
com propriedade a exposição de corpos abertos, dilacerados, à mostra, cujos
sujeitos que produziram esse fazer estavam preocupados em entender o
funcionamento interno do corpo humano, que pode, além de ser aprendido,
apreendido até mesmo pelo estranhamento inicial da recepção que se
transforma, num segundo momento, em uma contemplação euforizante.
Fig.19 – Margi Geerlinks. Gepetto 1, 1999. Fig.20 – Margi Geerlinks. Gepetto 2, 1999.
74
Referência ao clássico infantil, Pinocchio, de Carlo Collodi, publicado pela primeira
vez em 1883 – e adaptado pelos estúdios Disney em 1940. Na história, Gepetto constrói um
boneco de madeira, que recebe o dom da vida de uma fada. Essa idéia de criação é recorrente
na literatura e o clássico Frankenstein, de Mary Shelley, de 1818, é considerado por muitos o
maior expoente dessa temática.
73
Seqüência de Provas
(exposição e museus nacionais)
No Brasil, dois importantes acervos de moda são o Instituto Feminino
da Bahia e o Museu Histórico Nacional do Rio de Janeiro, que, inclusive,
conseguiu organizar duas exposições simultâneas de moda com o seu próprio
acervo75. Embora não sejam muito freqüentes iniciativas como essa, nos
últimos anos verifica-se uma preocupação, principalmente por parte da
iniciativa privada, em recuperar a história da moda brasileira76. Talvez um dos
motivos para que esse segmento de difusão de cultura e conhecimento não
tenha recebido a devida atenção gire em torno do fato de que, no Brasil,
sempre houve um impasse histórico e conceitual quanto à existência de uma
moda local. Durante décadas, indagamo-nos a respeito de seu percurso e de
seu significado, mas sempre pontuando a sua existência atrelada aos
movimentos que “vêm de fora”, o que nos possibilita copiar as grandes
tendências, correntes e os estilos internacionais. Desconsidera-se, muitas
vezes, o fato de que nessa “cópia” se imprimiram marcas culturais que
revelassem adequações (ou mesmo a inexistência delas), relações com o
espaço, com o clima e com uma estética que surgiram na e da miscigenação
com a qual se apresenta o traço brasileiro. As releituras que são feitas do que
“vêm de fora” passam pela incorporação de nossas singularidades e geram,
assim, particularidades da cultura brasileira no estilo, então, adaptado.
75
Essas exposições, realizadas de outubro de 2002 a março de 2003, receberam o nome de E
por falar em moda e Uma brisa no ar. Na primeira foram apresentadas peças do início do
século XIX até a atualidade e, na segunda, leques dos séculos XVIII, XIX e XXI (vide:
www.modabrasil.com.br). Na Reserva Técnica do Museu existe um acervo de Indumentária
que tem recebido bastante atenção de sua curadora, Vera Lúcia Lima, que tem se dedicado
com muita competência na captação e na catalogação minuciosa das peças que podem ser
nele encontradas, e que vão desde trajes utilizados pela Corte Imperial a trajes étnicos, como a
capa de um Imperador chinês, e ainda ao vasto material da Belle Époque. Aberto ao público e
gratuito, o Museu ainda disponibiliza uma página na Internet para visitação:
www.museuhistoriconacional.com.br
76
ItaúCultural, 2004: O preço da sedução - do espartilho ao silicone (http://itaucultural.org.br);
SENAC-Moda, 1990: Exposição Modos da Moda.
75
77
Texto de 1856. Jose de Alencar, Crônicas Escolhidas, Editor Fernando Paixão, Ed. Ática,
São Paulo, distribuído pelo jornal Folha de São Paulo, 1995, p. 63.
78
ibidem, p.135. Este texto e o anterior foram publicados na coletânea Ao correr da pena
(18/12/56).
76
79
Gilberto Freire. Modos de homem & modas de mulher. São Paulo, Record, 1986, p. 4.
80
De acordo com Renato Cohen, em Perfórmance como linguagem – criação de um tempo-
espaço de experimentação (São Paulo, Perspectiva, 1989), perfórmance é uma expressão
cênica que relaciona tempo e espaço; é algo que deve estar acontecendo justamente naquele
momento e naquele lugar, dialogando com seu espaço e tempo simultâneos, sendo o foco de
interesse voltado de modo específico para o momento; seria, assim, a apresentação e a
formalização de um ritual. (vide nota 85)
77
81
Tais artigos, como dissemos, foram compilados pelo SENAC-Moda, em 1990, em ocasião da
Exposição Modos da Moda.
82
Em novembro de 1998, Carlos Miele, proprietário da marca M. Officer, organiza a passeata
“Que o homem saia”, em homenagem ao artista Flávio de Carvalho, quando, então, refaz a
mesma perfórmance de Flávio, mas no então novo centro financeiro da cidade de São Paulo, a
avenida Paulista.
83
Para um maior aprofundamento sobre a as perfórmances de Flávio de Carvalho, ver Zeca
Ligiéro, doutor no Estudo da Perfórmance na NYU e professor do Programa de Pós-Graduação
em Teatro da Uni-Rio, em http://www.unirio.br/opercevejoonline/7/artigos/6/artigo6.htm. Além
disso, J. Toledo. Flávio de Carvalho – o comedor de emoções. São Paulo,
Unicamp/Brasiliense, 1994.
78
84
Parangolés: criação que explora a tridimensionalidade da cor e relaciona arte ao corpo que a
faz desempenhar na interação e movimento, alterando, desse modo, os sentidos deles
provenientes.
85
A idéia de perfórmance é hoje bastante apropriada quando relacionada aos conceitos de
moda contemporânea no sentido de aparições públicas e atuação de papéis sociais quando há
o desejo de o sujeito performático aparecer e ser visto.
80
86
Nesse ano, no Brasil, a internet começou a ser acessada por meio de assinaturas.
81
Estrangeira Coerência
87
Um estudo sobre tais características foi realizado pela autora em Monografia de Conclusão
de Curso sobre A Arte e a Moda em Piero della Francesca, trabalho desenvolvido para a
disciplina Significação da Pintura, no Programa de Comunicação e Semiótica na PUC-SP, em
1996, ministrada pela Profa. Dra. Ana Claudia Mei Alves de Oliveira.
82
88
Florence Müller. Arte e Moda. Trad. Vera Silvia Magalhães Albuquerque Maranhão.São
Paulo, Cosac & Naify, 2000.
89
C. Brandstatter. G. Klimt & a Moda. Trad. Samuel Titan Jr. São Paulo, Cosac & Naify, 2000.
90
Ana Claudia de Oliveira. “Expressionismo como Modo de Vida e Moda”. in: O
expressionismo. São Paulo, Perspectiva, 2002.
83
91
Apud Florence Müller. Arte e Moda, op. cit.
84
92
Para maiores informações, consultar João Braga. História da Ciência: Da lei do Contraste
simultâneo das cores de Michel-Eugène Chevreul às criações de Sonia Delaunay em Arte e
Moda, dissertação de mestrado em História da Ciência, apresentada na PUC-SP, em 2002,
sob orientação do Profa. Dra. Maria Helena Roxo Beltran.
85
93
Ana Claudia de Oliveira. “Pós-Modernidade, uma escapatória da Modernidade”. Caderno de
Discussão do IX Colóquio do Centro de Pesquisas Sociossemióticas. São Paulo, PUC-SP,
2003.
87
Fig. 44 – Vestido Alta Fig. 45 – Casaco Alta Costura: Fig. 46 – Vestido Prêt-
Costura: Yves Saint – Yves Saint – Laurent – Van à-porter: Yves Saint-
Laurent – Matisse. Gogh. Laurent – Mondrian.
Por outro lado, sabemos que os suportes das artes, de um modo geral,
ganham importância diferenciada na história das idéias do desenvolvimento
humano. A ele, agregou-se um valor, cujo enquadramento, massa escultória,
etc., volta-se ao conservadorismo e ao tradicionalismo. Na contemporaneidade,
a arte passa a assumir novos valores, questionando-se mesmo em relação aos
suportes e os meios de sua manifestação – vide artes plásticas, por exemplo –,
além de promover a instauração de novas interações entre público/obra,
autor/obra e público/autor. Nessa volta à sensorialidade, a arte retoma a arte
primeira do corpo, que é a inscrição na sua própria pele e, na simultaneidade,
esse corpo é colocado em evidência, via publicidade midiática ou individual, em
relação aos espaços construídos em torno desse corpo e em relação a outros
corpos que com ele compartilham esse espaço.
um corpo: carne e sangue
intriga formas o tempo todo
e se compraz em tomar imprevistos rumos
Rosane Preciosa94
94
Rosane Preciosa. “Caras Imagens”: site Moda Brasil, acessado em 15 de abril de 2004.
http://www1.uol.com.br/modabrasil/acontece/caras_imagens
90
Corpo e cultura
95
Os conceitos do “eu” e do “outro” frente ao estabelecimento das relações interpessoais foram
explicitados e analisados por Eric Landowski: Presenças do outro: ensaios de sociossemiótica
II. op. cit. e, ainda,(vide nota 32)
91
96
É uma palavra grega, derivada do verbo “simbállein”, cujo significado é colocar junto, reunir.
Em origem denotava qualquer objeto que, dividido em duas partes permitia a seus possuidores
de reconhecerem-se recompondo o todo do objeto. Pressupõe a idéia de separação e
unificação, reconciliação. A história do símbolo nos mostra que qualquer objeto pode possuir
um valor simbólico. Reabilitar o valor de um símbolo não significa professar um subjetivismo
estético e dogmático, mas reabilitar seu significado, reaproximar seu objetivo de origem e
fazer-se reconhecer. A percepção do símbolo exclui o comportamento de simples espectador e
exige a participação dos sujeitos envolvidos. A principal característica do símbolo é de
permanecer sugestivo permitindo que cada um ali veja o que seu potencial visível lhe permite
ver.
97
Marshall McLuhan. Os meios de comunicação como extensão do homem. São Paulo, Cultrix,
1998, p.112.
92
98
Asheley Montagu. Tocar. O significado humano da pele. São Paulo, Summus, 1998. Nessa
obra, o autor apresenta a necessidade de entendermos o tato como sentido que se estende por
toda a pele, chamando a atenção para a qualidade sensorial da mesma em relação ao toque
bem como a texturas.
94
99
A noção de “excitado” parece recobrir bem o modo de ser o homem contemporâneo: “que se
excitou; ativado; estimulado; despertado; animado; encorajado; promovido; suscitado; agitado;
agastastado; encolerizado; exaltado”. Receptáculo de estímulos diversos, o corpo do homem
contemporâneo plasma-se ao ritmo acelerado da vida cotidiana, e isso interfere diretamente
nas formas com as quais ele se relaciona com o “outro” e com o contexto que o circunda. Esse
tempo da aceleração continuamente crescente, que denominamos neurótico e obsessivo faz
com o que sujeito perca a sua identidade, a sua singularidade, etc., e uma das formas de elas
voltarem a fazer parte desse corpo de que se “apaga” realiza-se pelo movimento de o sujeito
interagir consigo mesmo, via exaltação, manuseamento e promoção do próprio corpo,
tornando-o publicitário de si mesmo.
95
100
Michelle Lee, jornalista norte-americana, apresenta, discute e exemplifica o conceito de
McFashion, do Speedy Chic, além de apresentar e propor os dez mandamentos da vítima da
moda discutindo, assim, a problemática da moda contemporânea em relação ao seu mercado e
em sua constituição como objeto de desejo. Em síntese os mandamentos seriam: “1. Pagarás
mais para parecer mais pobre; 2. Usarás objetos inúteis; 3. Possuirás muitas variações para
um mesmo tema. 4. Acreditarás piamente no alcance da marca. 5. Desejarás a validação do
seu próprio estilo. 6. Deverás vestir também suas crianças e animais de estimação; 7. Fingirás
ser atlético; 8. Deverás ser um outdoor ambulante; 9. Deverás verificar como socialites e
celebridades estão vestidas; 10. Deverás cobiçar sem ver”. Para maior aprofundamento: M.
Lee. Fashion Victim: Our Love-Hate Relationship with Dressing, Shopping and the Cost of
Living. New York, Hardcover, 2003, e também através de artigos de Ana Mourão – Miami link
na revista digital Moda Brasil: www.modabrasil.com.br.
101
As análises de discursos procuram descrever, explicar e avaliar criticamente os processos
de produção, circulação e consumo dos sentidos vinculados àqueles produzidos pela
sociedade. Os produtos culturais são entendidos como texto, como forma empírica do uso da
linguagem verbal, oral, escrita, visual ou qualquer outro sistema semiótico no interior de
práticas produzidas pela sociedade e contextualizadas histórica e socialmente.
96
102
Inspirada nas obras de Propp, Saussure e Lévy-Strauss, a Semiótica Discursiva, desde os
anos 60, tem desenvolvido e refinado seu aparato teórico e metodológico. Atualmente, dedica-
se às análises de situações, buscando seus objetos nas relações discursivas que são
construídas pelos textos do cotidiano e nas formas de interação entre os sujeitos. Pequenos
grupos de estudos podem ser encontrados em alguns pontos do Brasil, recebendo notório
destaque o Centro de Pesquisas Sociossemióticas, dirigido por Ana Claudia de Oliveira e Eric
Landowski, que, desde 1994, tem se tornando um ponto de referência para os estudos em
questão, além de funcionar como um espaço de agregação para os pesquisadores de diversas
instituições brasileiras e algumas estrangeiras. Citamos algumas obras de iniciação ou para um
aprofundamento teórico aos estudos da Semiótica: A. J. Greimas. Sobre o sentido: ensaios
semióticos. Trad. Ana Cristina Cruz Cesar et alii. Petrópolis, Vozes (1975); Du sens II. Paris, Seuil
(1983); De l’imperfection. Trad. Ana Claudia de Oliveira. São Paulo, Hacker Editores (2002); A. J.
Greimas e J. Courtés Dicionário de Semiótica. op. cit.; Sémiotique. Dictionnaire raisonné de la
théorie du langage (Compléments, débats, propositions). Paris, Hachette, Vol. II (1986); A. J.
Greimas e J. Fontanille. Semiótica das paixões. Trad. de Maria José Coracini. São Paulo, Ática
(1993). E. Landowski. A sociedade refletida: ensaios de sociossemiótica. Trad. Eduardo
Brandão. São Paulo, Educ/Pontes (1992); Presenças do outro: ensaios de sociossemiótica II.
op. cit.; Ana Claudia de Oliveira. e Eric Landowski. (eds.). Do inteligível ao sensível: em torno da
obra de Algirdas Julien Greimas. São Paulo, Educ (1995).
103
Eric Landowski. “Viagem às nascentes do sentido”. in: Ignacio Assis Silva, (org.), Corpo e
Sentido, op. cit., p. 47.
97
104
Ashley Montagu. Tocar. O significado humano da pele. op. cit., p. 213.
98
105
Foi somente na Idade Média que surgiu a palavra e o conceito de moda no sentido que
conhecemos hoje: movimento cíclico, mudança permanente na forma de trajar. Do latim
“modus” (maneira, medida), o termo moda designa, desde 1393, maneira, depois jeito (“façon”,
em francês, que evoluiu para o termo em inglês “fashion”). Em 1482, aparece pela primeira vez
com o sentido de “maneira coletiva de se vestir”. E vestir-se “à nova moda” torna-se, em 1549,
o “estar na moda”, que perseguimos incessantemente cada vez que abrimos o guarda-roupa e
procuramos formas e meios diferenciados de nos expressar, de articular crenças e criar
vínculos sociais. (cf. Maria Carolina Ggarcia Geraldi, Moda e identidade no cenário
contemporâneo brasileiro – uma análise semiótica das coleções de Ronaldo Fraga.
Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Estudos em Comunicação e Semiótica,
em 2002, na PUC-SP, sob orientação da Profa. Dra. Ana Claudia Mei Alves de Oliveira).
106
Os exemplos trabalhados nesta tese são bastante elucidativos. A eles, acrescenta-se uma
recente reportagem de O Estrado de São Paulo (Caderno “Cidades”, p. 5, de 24/03/04), em
que é apresentada uma nova tendência de sujeitos atrelarem-se aos valores familiares: a
inscrição tatuada dos nomes dos filhos no próprio corpo – a exemplo de sujeitos sociais que
estão constantemente no mundo da mídia. Segundo defendemos, isso é uma das maneiras
pelas quais o homem busca seu próprio “eu” ou uma tentativa de reencontro desse “eu”,
marcando uma identidade corpórea que signifique “fora do coletivo” uma manifestação da
individualidade do sujeito.
99
107
É a cultura quem vai determinar os modos de apresentação deste ou daquele corpo. Na
produção de brinquedos, por exemplo, pode-se verificar como, num percurso diacrônico, as
formas humanas ganham significados atrelados ao aqui e ao agora dos meios culturais com os
quais dialogam. As antigas “bonecas de pano” foram substituídas por Barbies, em cujo corpo
inscreve-se um valor de perfeição baseado no contorno físico da boneca (Vide estudos
realizados por Ana Claudia de Oliveira: “Da boneca às bonequinhas: uma imagem de
construção do corpo”. in: De Signis. La moda, representaciones e identidad. Barcelona, Gediza,
2001). Os super-heróis da TV, que depois ganham espaços nas prateleiras das lojas, ou são,
no contemporâneo, super-humanos, dadas as competências que a eles são associadas, ou
são inumados, dadas suas constituições corpóreas robotizadas.
108
Esta relação foi estabelecida a partir do evento A moda do corpo o corpo da moda realizado
na PUC-RJ, em agosto de 2001, cujos estudos foram organizados em: Kathia Castilho e Diana
Galvão (orgs.). A moda do corpo o corpo da moda. op. cit.
100
109
M. Merleau-Ponty. O Olho e o espírito. Textos Selecionados. Os Pensadores, Abril Cultural.
1980, p. 88.
101
110
Nessa perspectiva, a interação passa a ser um conceito-chave para as ações performáticas
do corpo, dadas sempre para serem vistas pelo “outro”. Os modelos de vivência apresentados
entre, por exemplo, arte e publicidade, levam em conta a vivência experencializada. Na
primeira, a presença física se impõe; na segunda, simula-se tal presença, e é justamente pelos
recursos utilizados que essas manifestações propõem diferentes formas de provocar a estesia
ou de acordar os sentidos. E em ambas, reitera-se, trabalha-se com a noção de carne
enquanto limite do corpo, pois ambas defendem a extensão desse corpo de tal forma que
sugere que os limites humanos são produtos culturalmente determinados pelas diversas
sociedades e formas de cultura. (vide nota 40)
102
111
Vide nota 106.
112
Para maiores informações a respeito dessas práticas, consultar Kathia Castilho.
Configurações de uma Plástica: do corpo à moda. op. cit.
103
113
Celia M. A. Ramos. “Narigudos e Insatisfeitos, Graças a Deus”. Internet, dez. 1997, site
Moda Brasil (www.modabrasil.com.br).
105
caso do corpo aqui estudado, que é própria ruptura dos limites culturais
impostos ao corpo que se coloca em xeque, e é justamente isso que causa o
estranhamento e a inquietação quando se defronta com essas novas formas de
ser dada uma visibilidade ao corpo.
114
Daniele P. R. Pitta. “O corpo situado no trajeto antropológico”. in I. A. Silva (org.) Corpo e
Sentido, op. cit., p. 232.
115
Essa hereditariedade está vinculada às características genéticas do homem e também aos
modos como suas redes cerebrais são conectadas para que sejam apreendidos os sentidos
humanos e mesmo as possibilidades de codificação e de decodificação das trocas de
mensagens. Vide como essa questão é tratada por Helena Katz, que analisa e interpreta as
relações entre o corpo e a dança, em, por exemplo, “A dança, pensamento do corpo”, in: A.
Novaes, (org.). O homem-máquina – a ciência manipula o corpo. São Paulo, Cia. das Letras,
2003.
106
116
André Leroi-Gouhan. O Gesto e a Palavra: 2 - Memória e Ritmos. op. cit., p. 117.
117
Um dos sentidos mesmo da moda é o de direcionar gostos diversos e gostos pelo troca
permanente do traje. As mudanças, tanto as de trajes como as de exaltação do corpo, são
impulsionadas pelas mídias contemporâneas. Considera-se, assim, que a moda desempenha
um papel que permite ao sujeito determinado desempenho adequado ou não adequado a
ocasiões, específicas ou genéricas, e que pode, por esse sentido mesmo de adequação, ser
descartada e substituída a qualquer momento. Um exemplo pode ser dado pelos adornos: eles
são deslocados de um contexto espácio-temporal e, num determinado momento, quando
repropostos, perdem a “simbologia primeira”, sendo relidos pelos olhos do então em que se
encontram instaurados e com quem estabelecem novas conexões de sentido.
108
118
Instrumentos mecânicos que substituem membros amputados ou debilitados.
119
Aparatos ou instrumentos mecânicos que visam a corrigir deformações, ampliar o
desempenho e melhorar a função de um membro do corpo humano.
110
120
Não se trata apenas de modificar o externo, agregando-lhe novos sentidos por meio de
adições ou subtrações de elementos, mas sim da criação de novas formas de aparência. Uma
retomada dos termos transformação e transmutação já indicam essas duas perspectivas de
ação: transformação, do lat. transformatione, ato ou efeito de transformar(-se); metamorfose;
modificação do estado de um sistema; qualquer operação em que se modifica um ente
matemático, ou em que se mapeia uma configuração em outra; transmutação, do lat.
transmutatione: transmudação; formação de nova espécie por meio de mutações. (Consulta a
Michaelis – Moderno Dicionário da Língua Portuguesa (acessível através do endereço:
http://www1.uol.com.br/michaelis/ indexdic.htm).
121
Lucia Santaela. Cultura, Tecnologia e Corpo Biológico – www.pucsp/~cos-puc/interlab/
santaell/index.htm
111
122
Em recente lançamento no cinema (março/2003), A paixão de Cristo, dirigido por Mel
Gibson, tem causado verdadeiro frisson nos cinéfilos – religiosos ou não. O filme retrata o
Calvário de Cristo até a sua morte, mas o faz de um modo, que, até então, nunca foi
reproduzido no cinema. Pedaços de pele saem, durante as torturas, do corpo dilacerado de
Cristo. Muitos consideram isso extremamente violento, mas é interessante notar que assim o
fazem mais porque se trata de Cristo, e menos por causa da violência em si – discurso que
pode ser apreendido em vários textos em que se estamparam comentários a respeito do filme.
O traço humano de Cristo é o que o faz sofrer, e a humanidade parece não suportar esse
sofrimento devido à santificação do sujeito, isto é, parece que dor humana/divindade são
termos excludentes.
123
Eric Landowski, Viagem às nascentes do sentido. in: Ignacio A. Silva (org.) Corpo e Sentido.
op. cit., p. 22.
113
124
Não trata apenas de uma maquiagem para mulheres e, nesse caso, o patriarcal perde o
sentido. No ano passado, Gaultier lançou em Paris produtos de maquiagem para homens,
conforme descreve e analisa Sylvia Demetresco em, respectivamente,
http://www2.uol.com.br/modabrasil/paris_link/maquiagem_homens/index.htm e “Efeitos de
movimento: mídia dentro da mídia e vitrinas vivas”. in: X Caderno de Discussão IX Colóquio do
Centro de Pesquisas Sociossemióticas, São Paulo, PUC-SP, 2003, p. 471-482. Essa moda
parece já fazer parte, também, da rotina de alguns brasileiros, conforme “E a maquiagem
chega aos homens. E por que não?”, matéria publicada em O Estado de São Paulo, caderno
“Cidades”, em 18 de março de 2004.
114
125
Vide nota 40.
126
As atividades performáticas da arte visam a questionar os limites do corpo físico, assim
como os corpos publicitários também o fazem. De certo modo, nessas formas de manifestação
ressoam traços do movimento dadaísta: antes de tudo, é interessante apreender o processo –
por vezes polêmicos – da própria construção.
117
Fig. 54 – Styling de Katy England e foto Nick Knight para a Dazed and
Confused. A ausência de um dos braços convoca os sentidos pela beleza
da composição da forma através do equilíbrio de proporção de um corpo,
diferente, que se dá a ver por meio da manifestação aceita e difundida de
sua ausência. Trata-se de um discurso da busca pela individualização, do
corpo único, singelo, que expõe marcas particulares de histórias pessoais.
127
Peter P. Pelbart. A vertigem por um fio: políticas de subjetividade contemporânea. São
Paulo, Iluminuras, 2000, p. 32.
119
128
Ana Claudia de Oliveira. “Por uma semiótica da moda”. in: Kathia Castilho e Diana Galvão
(orgs.). op. cit., p. 132.
121
Níveis: Exemplos:
Endodérmico prótese médica interna, chip, silicone
Território instável peircing
Epidérmico tatuagem, cicatriz, escarificação
Território instável prótese médica externa
Extradérmico bengala, crinolina de roupa, óculos
129
Para um maior aprofundamento na questão, verificar: Panorâmica/Medicina (Reuters): “A
tecnologia inserida no corpo humano: Família dos EUA recebe implante de chips contendo
alerta sobre situação médica”. Publicado no Jornal Folha de São Paulo, no dia 11 de maio de
2003.
124
pessoais estabelecidas pelo corpo requer o “outro”, necessário para que o “eu”
possa ser reconhecido enquanto sujeito, no momento mesmo de sua atuação.
Os “eus” construídos por esses recursos são espelhos do “eu” primeiro,
composto por pré-condições para parecer ser esses “outros eus”. Essa cultura
de adequação de imagens – constantemente em construções – pode ser
apreendida nas inúmeras salas de bate-papo existentes na rede, mas também
nos diversos tipos de R.P.G. que se proliferam nesse espaço130. Esses “eus”
construídos realizam interações várias, pois a rede propõe um vai e vem
constante, simultâneo, e que “obriga” mesmo o sujeito a se constituir nas trocas
nela executadas131.
130
R.P.G. significa Role Playing Game, jogo em que os sujeitos interpretam determinadas
personagens, assumindo suas características e agindo como elas, dentro de um grupo que tem
uma história de base pré-definida. Aliás, é a construção das personagens que serve como
núcleo de base para o início e para todo o percurso do jogo.
131
Nessas mídias, entre a rede e a TV por assinatura, naquela existe um efeito de
bilateralidade comunicacional proposto pelas formas de serem construídas as interações, que,
nesta, também existem, mas somente se comparada à TV aberta onde há poucos trabalhos de
propostas de interação que vão além de leituras de email em programas de auditório (ao vivo
ou não), chamadas telefônicas que entram no momento da programação, os votos propostos
pelos reality shows, etc. Na TV por assinatura, por sua vez, esses mesmos recursos interativos
são propostos, mas nela ainda são inseridas outras interações com a própria programação:
mudança do enquadramento da câmera, telas subdivididas e mostrando a programação de
diferentes canais simultaneamente, etc.
132
André Lemos toma como ponto de referência para o nascimento da cybercultura o
surgimento da micro-informática – metade dos anos 70. Segundo o autor de Cibercultura –
tecnologia e vida social na cultura contemporânea (Porto Alegre, Sulina, 2002), é o imaginário
127
134
Vide nota 106.
129
135
Termos que se referem às mensagens publicitárias eletrônicas enviadas a um grande
número de destinatários, quer individualmente em suas caixas de correio, quer coletivamente
na abertura dos sites. Cf. Gabriel Otman, Dicionário da cibercultura. Lisboa, Piaget.
136
Cristiane Mesquita. Incômoda Moda; uma escrita sobre roupas e corpos instáveis. op. cit.
p.131.
131
137
Nízia Villaça e Fred Góes. Em nome do corpo. Rio de Janeiro, Rocco, 1998, p. 57.
132
138
É Harry Pross quem, em 1971, propõe uma classificação dos sistemas de mediação em três
fases: mídia primária (sem aparatos na comunicação), mídia secundária (um aparato
intermediário) e mídia terciária (mais de um aparato envolvido no processo). Norval Baitello
Júnior esmiúça a questão no artigo apresentado no GT Comunicação e Cultura, durante o IX
Encontro Anual da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação –
COMPÓS, Porto Alegre, 2000. O texto, na íntegra, está disponível no seguinte endereço
eletrônico: http://www.cisc.org.br/biblioteca/ tempolento.pdf.
139
Editoriais de moda são textos organizados pela direção do veículo editorial. Neles, vários
profissionais são envolvidos na organização dos trabalhos: produtores, fotógrafos,
maquiadores, etc. O objetivo desses textos é o de apresentarem um conceito de moda
referente às principais tendências da estação. Para compor os editoriais são solicitadas várias
roupas e acessórios dos designers mais destacados e interessantes na temporada em
questão. As revistas de moda comumente apresentam pelo menos um editorial a cada
publicação.
133
140
Cristina Frange. “Impossível não comunicar”. Revista Nexos. Ano VI, n. 09. São Paulo,
Editora
Anhembi Morumbi, 2002, p. 26.
141
As noções de emissor e receptor, aqui, são recobertas por aquelas trabalhadas nas teorias
da comunicação.
142
Marshall McLuhan. Os meios de comunicação como extensão do homem. op. cit., p.113.
134
143
Harry Pross. “A economia dos sinais e a economia política”. Disponível em
http://www.cisc.org.br/biblioteca/sinais.pdf
135
Carretéis e Correntes
Não basta afirmar somente que o homem se confronta com seu corpo
como primeiro meio de inscrição cultural, na qual uma série de relações e
estruturas narrativas se apresentam segundo a competência própria do fazer.
Deve-se verificar em que medida as ações de transformações do corpo
imprimem nele uma série de “correções”: postural, anatômica, estética,
defensora, muitas vezes visíveis, e outras subjetivadas segundo um querer, um
desejo, e até mesmo uma necessidade de ser “outros” – mas sem perder a
idéia de “um”, simultaneamente, funções características do contemporâneo.
Isso demarca culturalmente o corpo que se projeta em diferentes narrativas
com conteúdos articulados e mantidos no seio de cada cultura.
144
Gillo Dorfles. A Moda da Moda. Lisboa, Martins Fontes, 1984, p.24.
145
Ana Claudia de Oliveira. “La Moda Pittura” in: G. Ceriani & R. Grandi. Moda Regole e
Rappresentazioni, Milano, FrancoAngeli, 1995, p.197. trad.nossa.
136
146
Podemos assinalar aqui que a condição de corpo vestido pode ser entendida de forma
corriqueira enquanto corpo que utiliza devidamente roupas e acessórios propostos ou não pela
moda do momento como também revestidos pelos valores – incansavelmente “novos”
processados pela cultura e subjetivados pela idealização do ser contemporâneo que muitas
vezes nos propõe um corpo desvestido - apenas de roupas, visto que não existe nudez no
universo cultural humano.
137
147
Georg Simmel. La moda e altri saggi di cultura filosofica. Milano, Longanesi&C., 1985.
148
Vide referências filmográficas no final da tese.
138
149
Ver no capítulo I os comentários a respeito da exposição Skin : surface substance + design
(Nova York, 2002).
150
Charles Baudelaire. O Pintor da Vida Moderna. Lisboa,Veja, 1993.
151
Ver no capítulo I os comentários a respeito da exposição Extreme Beauty (Nova York,
2002).
139
152
Duas orientações explicam esse fazer cultural asiático. A primeira leva em conta os leões,
que, ao atacar, objetivam atingir a jugular da vítima. A segunda refere-se a uma interpretação
social da mulher, pois a sobreposição das argolas traduzem a riqueza do homem que mantém
tal mulher, que, portanto, tem meios para adorná-la.
140
Eric Landowski153 quem nos fala sobre esta capacidade quando nos questiona:
“O simples fato de ‘existir’ por acaso não equivale a colocar-se, na ordem da
manifestação, como sujeito visível e, por extensão, a tornar-se seu próprio
cenógrafo?”.
153
Eric Landowski. A Sociedade Refletida, São Paulo, EDUC/Pontes, 1992, p. 92.
154
René Konig. Umanitá in Passarella. Longanesi, Milano, 1988, p. 96. trad nossa.
141
155
Michel Foucault. História da sexualidade: vontade de saber. 13a ed. Rio de Janeiro, Ed.
Graal, 1999.
156
Vide nota 53.
157
Ted Polhemus. “La moda come furto”. in: Bernardo Valli et alli. Discipline della moda. Napoli,
Liguori, 2003.
142
158
Denise Bernuzzi de Sant’Anna. “Entrevista de Georges Vigarello – O corpo inscrito na
história: imagens de um ‘arquivo vivo’”. in: Corpo e Cultura. Revista do programa de estudos
pós-graduados em História e do departamento de História. São Paulo, Educ, 2002.
145
159
Prazeres sensíveis despertados e experimentados fazem do agradável e do belo
necessidades importantes no desenvolvimento e no consumo de produtos e serviços. Surge
dessa necessidade estética em todos os cantos e recantos, em todos os objetos e ações do
cotidiano, a expansão das ocupações ligadas ao bom gosto e à criatividade. Vê-se, por
exemplo, a intrínseca relação vestuário/moda. As qualidades usuais da função da roupa como
objeto, proteção térmica, resistência, evoluem para a funcionalidade mais sofisticada, para a
tecnologia de ponta dos tecidos inteligentes, respaldados também por uma construção estética,
cujo resultado procura satisfazer às necessidades estéticas dos homens. (Ver no capítulo I os
comentários a respeito da exposição Skin : surface substance + design (Nova York, 2002).
146
160
160
Consideramos que as mídias estão retratando a imperfeição da beleza, mostrando que o
diferente também pode ser considerado “belo”.
161
Cf. Eric Ladowski. A sociedade refletida. op. cit.,p. 97.
147
Verificamos que, nos últimos dez anos, o modo através do qual o corpo
freqüentou as mídias diversas foi se modificando: a “pose” dos corpos162 em
publicidade, por exemplo, característica de um período não muito distante,
alterou-se, pois os corpos foram contaminados pelos valores da época de
então. Esse movimento é pertinente, como defendemos, em todos as
manifestações da cultura – popular ou erudita: os corpos “reais” se adaptam ao
meio, criam ideais, desejos, ilusões, etc. e, esses “sonhos”, depois, são
furtados pelas mídias e devolvidos aos sujeitos como objetos de consumo. A
temporalização que compreende nosso corpus abrange as ressignificações, as
metamorfoses e fantasias que se manifestam inseridas no próprio discurso
figurativizado e protagonizado pelo corpo, isto é, nosso material de análise está
imerso num momento mais ou menos marcado das transformações que
sofreram os corpos midiatizados e publicizados no mundo contemporâneo.
162
Gestualidade que constitui, pela aparência, a figurativização do corpo flagrada pelo olhar ou
pela objetiva da câmera fotográfica.
148
os assumem. É difícil, desse modo, ele olhar a sua própria imagem, pois o seu
subjetivo vem de modo já lapidado pela própria mídia. Insistimos que os
sonhos são furtados pela mídias e devolvidos ao espectador como objetos de
valor a serem consumidos. Plasmados nos corpos publicizados, os objetos são
revestidos de valores e estilos de vida desejáveis, queridos, possíveis, etc. Ao
se acostumar e ao seguir essa devolução dos sonhos, o homem tem sua
subjetividade construída pelo discurso e pela textualização midiática, e se
transforma, então, numa mídia de si mesmo, propagando tais discursos e
tendo, seu corpo, como espaço de manifestação desses discursos
163
De modo genérico, fazemos referências às publicidades dos anos 80, período em que a
moda propunha o uso de muitas cores, ressaltando, pelo cromatismo, idéias de alegria, de
descontração, de participação de grupos, de posicionamentos artificiais, etc.
149
164
Assim, criam-se “fibras terapêuticas”, “tecidos com memória de forma”, “algodão ecológico”,
“algodão turbinado”, “tecidos antibacterianos”, “fibras com reflexo condicionado”, “fibras
termocrômicas”, “fibras com cápsulas implantadas”, “fibras com resistência a impactos”, etc.
(Para outros exemplos, vide Tudo – O livro do conhecimento, de Domingo Alzugaray, São
Paulo, Três, 1996).
150
165
Para ampliar o contexto desta relação ver: Alan Soral. La Creation de Moda. Paris, SIS, s/d.
Anne Holander. O Sexo e as Roupas. Rio de Janeiro, Rocco,1996. Gilda de Mello e Souza. O
Espírito das Roupas. São Paulo, Cia das Letras, 1987.
151
166
Massimo Canevacci. Antropologia da comunicação visual. Rio de Janeiro, DP&A, 2001, p.
176.
152
167
Essas idéias de verificação da “qualidade” do olhar surge dos relatos das aulas assistidas
da Profa. Dra. Denise Bernuzzi de Sant’Anna, bem como de sua tese de doutorado: La
recherche de la beauté. Histoire des representations et des pratiques de l´embellissement
féminin au Brésil, 1900 – 1980, Paris, Universidade de Paris VII. Nestas, existe a possibilidade
de verificação da imagem feminina que, no início do século XX instituía à mulher mais velha do
saber que garantia a funcionalidade de determinado produto. Assim, o olhar dirigia-se ao leitor
de forma a perpetuar noções das propriedades e eficiência de determinados produtos. Verso a
metade do século, as mulheres que se inserem no discurso publicitário da época vislumbram
um universo de significação pessoal, individual e subjetiva. Surgem, nesse período, imagens
onde está a construção para a venda do produto voltada para o hermetismo: o observador só
pode ter acesso ao produto, caso ele o experimente, pois a sensação, a mensagem do sujeito
que anuncia é individual, e vivenciada em seu próprio eu. Desse modo, configuram-se olhos
fechados, olhos que não olham o leitor, não convocam, não exibem senão a sensação que o
sujeito do fazer experimenta. E assim fomos levados a verificar nas últimas décadas que tipo
de relação se manifestava na imagem publicitária e seus valores na criação de mundos nas
últimas décadas.
168
Os formantes eidéticos , cromáticos e topológicos referem-se, respectivamente, às formas,
às cores e à distribuição no espaço dos dois primeiros.
153
CORPO PUBLICITÁRIO
Categoria Subcategoria
a) Corpo: presentifi-
cação na distância
156
1 - GROTESCO
169
Personagem infantil, cujo nome também se refere à marca de produtos voltados ao público
infantil feminino.
159
170
Rosane Preciosa. “Está na cara que o rosto dançou”. Texto publicado em Leituras da Moda,
site Moda Brasil: www.modabrasil.com.br
161
2. Erótico
Fig. 71 – I-D. Agosto, 1998. Foto: Fig. 72 – The Face. Maio de 2000.
Andres Serrano. Foto: Mario Testino.
165
3. LÚDICO
171
Sobre manga, anime e cosplay, consultar Mônica Ozeki, responsável pelo Japão link no site
Moda Brasil (www.modabrasil.com.br). No ocidente, manga é um gênero emergente: é uma
designação para a revista em quadrinhos japonesa que se difere das ocidentais, tanto pelo
conteúdo – que não se prende apenas na figura de heróis com super poderes –. quanto pela
sua forma de apresentar os quadros de cada página, que fogem às regras dos retângulos.
Suas histórias trazem o cotidiano para os quadrinhos, box, corridas de carros, futebol, recupera
temas de romances e aventuras de samurais, ninjas e heróis que atraem um público variado -
crianças, jovens e adultos. Esses temas do manga quando vão para a tela, em desenhos,
chamam-se anime e saem do papel ou da tela e os jovens incorporam tais personagens
reproduzindo com fidelidade a roupa de seu herói. A essas vestes denomina-se Cosplay
(junção das palavras customer e play), neologismo criado próprios jovens.
172
Walter Benjamin. Reflexões sobre a criança, o brinquedo e a educação. São Paulo, Duas
cidades, 2002. Ainda para reflexões sobre o aspecto lúdico, ver: Norval Baitello Júnior. O
animal que parou os relógios. São Paulo, Annablume, 1997. Johan Huizinga. Homo Ludens.
São Paulo, Perspectiva, 1971. Roger Callois. Os jogos e os homens. Lisboa, Cotovia,1990.
169
4. ONÍRICO
5. SENSORIAL
O corpo que se apreende aqui não se materializa pela carne, mas por
traços que desenham suas silhuetas, por determinadas partes que o
constituem ou ainda por meio de bricolagem de imagens. Destacam-se aqui as
presentificações simuladas por arames e fios e por roupas, que, sozinhas, pelo
modo como estão dispostas no plano, materializam a idéia de um corpo
ausente. As imagens são construídas apenas com fragmentos do corpo –
perna, pés ou boca de sujeitos de “carne e osso”, ou mão e genitálias de
humanos construídas por materiais diversos. Como partes integrantes de um
todo, esses fragmentos remetem metonimicamente à construção do corpo que
constituem. Por fim, na bricolagem de imagens, tem-se a imagem dentro da
178
6. Estética
pontualmente marcadas, esses corpos são uma grande metáfora dos corpos
que se estendem, se alargam e se dissolvem na rede.
173
Marshall McLuhan. Os meios de comunicação como extensão do homem. op. cit.,
185
174
Um recente diálogo estabelecido entre tecnologia e moda pode ilustrar a afirmação anterior.
O Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) investiu nos wearables, computadores para
vestir, e buscou o apoio dos estudantes da Escola de Moda Frerederick Walton, em Boston,
para dar um estilo a todas as invenções tecnológicas portáteis. Controles remotos, microfones,
antenas, chips, memórias, fios, sensores, etc., foram adaptados às roupas para monitorizar as
mais diversas atividades on line e executar as mais diversas tarefas à distância, wirelles,
contando com o corpo e um conjunto de tecnologias como sua extensão e a seu serviço. (Para
maiores informações, ver Superinteressante, abril, 1998.)
186
Mídia corpo
175
Nílzia Villaça. Impresso ou Eletrônico? Um Trajeto de Leitura. Rio de Janeiro, Mauad, 2002.
189
Arremate
176
Maurice Talmeyr. “L´age de l´affiche”, “La revue dês deux mondes”, 1 de set, 1896, (p.216).
apud Leo Charney e Vanessa Schwartz. O cinema e a invenção da vida moderna. op. cit., p.19.
177
Tentamos evitar, durante todo o desenrolar da tese, expressões pautadas no prefixo “pós”,
pós-moderno, pós-orgânico, pós-humano, etc. Isso porque, após poucos anos em uso, essa
terminologia passa hoje a receber duras críticas pelo fato de não ser, de fato, localizável no
tempo.
178
A respeito da mudança de ritmo e percepção do tempo no adensamento destes inventos
através das épocas, verificar: Denise Bernuzzi Sant´Anna. Corpos de Passagem. Ensaios
sobre a subjetividade contemporânea. op.cit
190
179
Vale ressaltar, no entanto, que independentemente das dissoluções, entre um pólo e outro,
tem-se corpos. A questão é que eles se constroem de modo diferenciado, e isso,
obrigatoriamente, altera as relações intersubjetivas.
180
Tom Gunning. “O retrato do corpo humano: a fotografia, os detectives e os primórdios do
cinema”. in: Charney, L. e Schwartz, V. O cinema e a invenção da vida moderna. São Paulo,
Cosac & Naif, 2001, p.76.
191
nova ordem das coisas, traços que ligam o sujeito às formas mundanas de vida
do contemporâneo. Dentre elas, destaca-se a circunscrição dos sujeitos aos
mundos possíveis, onde a referência à realidade, inclusive a física, parece não
interessar, pelo contrário, parece um “estorvo”. Assim, lúdica e
experimentalmente, constituem-se possibilidades de imagens, quer sejam elas
representadas e constituídas pelo grotesco, pela sexualidade, quer o sejam
pelo lúdico, pelo onírico ou mesmo pela sensorialidade.
limites físicos, que, na verdade, prestam-se como uma metáfora do que ocorre
com o corpo nas próprias mídias. O corpo diluído, dissolvido, anestesiado, com
efeitos de apagamento, etc., conforme foi tratado e adjetivado ao longo deste
trabalho, é, de fato, um corpo que se estende, que se expande. A dissolução,
portanto, é a manifestação de um poder fazer, figurativizado na extensão
mesma do corpo, que, na sua multiplicidade, coabita diferentes espaços num
mesmo e único tempo, perdendo sua presença física, encarnada e ganhando
novo modo de presença. Daí, então, o efeito de onipotência do corpo de hoje,
respondendo aos desejos de corpos com extensão performática que visam à
superação dos limites físicos e corpóreos do sujeito. Desses fragmentos ainda
destacamos o corpo maquínico, que constituiu a base do pensar as formas que
se apresentam complexas por natureza, que, aqui, se constrói pela conjunção
entre o humano e a máquina, dialogando também com o contemporâneo e,
nesse caso, com a talvez obsolescência do próprio corpo físico – casulo
insuficientemente desenvolvido para abrigar os avanços tecnológicos que
proporcionariam melhores condições de vida.
com outras duas, ausentes da cena, mas presentes nas linhas digitais da
telefonia.
181
Marshall McLuhan. Os meios de comunicação como extensão do homem. op. cit., p. 113.
182
Sylvia Demetresco. Vitrina construção de encenações. São Paulo, Senac e Educ, 2001,
p.14.
199
***
O tempo, no entanto, mesmo o acadêmico, não é lento, não tem uma cadência
pausadamente marcada, característica necessária às reflexões, principalmente
as que pautam em objetos situacionais tão próximos. Na continuidade deste
projeto, cuja parada fundamental vem a ser a defesa da tese, vislumbramos
outros processares das significações do corpo. E isso nos instaura como
sujeito marcados pelas paixões da curiosidade, da continuidade, da percepção
corpórea, etc. Alumiam-se, portanto, novas idéias, ainda fragmentárias, mas
que vão ganhar corpo, em trabalhos futuros, em que visaremos a dar
continuidade à sintonia entre novas mídias, novos corpos e novas modas, pois
o mergulho nesta pesquisa foi revelador, instigador e indubitavelmente já
aponta para outras projeções, outras instalações que se desdobrarão em
atividades diversas do nosso fazer acadêmico.
O texto vive uma pluralidade de
existências183.
183
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de Moraes. São Paulo, Unesp, 1999.
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• Oddcast: http://vhost.oddcast.com/vhost_minisite/
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• My virtual model: http://www.mvm.com/mvmhome/jsp/home.jsp?
Filmografia
• Uma Cilada para Roger Rabbit (Who Framed Roger Rabbit) – Direção Robert
Zemeckis, EUA, 1988.
Mesclando atores reais com animação, o filme mostra com muita técnica e efeitos
especiais o triângulo amoroso entre um detetive, o coelho Roger Rabbit, e a
estonteante Jessica.
• Corra, Lola, Corra (Run, Lola, Run) – Direção Tom Tykwer, Alemanha, 1998.
O grande mérito do filme é sua estética, bem representativa dos anos 1990. Na corrida
contra o tempo, as diferentes ações de uma jovem constituem-se em alternativas
distintas para uma mesma situação, salvar seu namorado de uma enrascada.
• O Quinto Elemento (The Fifith Element) – Direção Luc Besson, EUA/França, 1997.
No século XXIII, um motorista de Nova York é encarregado de encontrar e proteger o
Quinto Elemento, responsável pela salvação da Terra ameaçada por forças oriundas
de outra dimensão.
• A Paixão de Cristo (The Passion of the Christ) – Direção e texto: Mel Gibson, EUA,
2004.
O filme retrata as últimas 12 horas na vida de Jesus Cristo. Os diálogos são falados
inteiramente em aramaico, latim e hebraico.
• Show de Truman (The Truman Show) – Direção Peter Weir, EUA, 1998.
Truman é casado e trabalha numa seguradora e tem seu pacato cotidiano abalado
quando descobre que sua vida desde que nasceu é totalmente monitorada por
câmeras para um programa de televisão, destinado a registrar todos os seus passos e
que fez dele um verdadeiro sucesso de audiência. Uma boa sátira do poder da mídia
nos Estados Unidos.
Lista de Figuras:
Capítulo I
Fig. 1 – Foto de Terry Richardson, 1995.
Fig. 2 – Revista I-D, n.230, ano 2002.
Fig. 3 – Revista Big, outubro de 2000. Foto: Phil Poynter,1973.
Fig. 4 – Campanha Diesel, 1998.
Fig. 5 – Campanha Diesel: The Daily African, 2000.
Fig. 6 – Campanha Diesel: Save yourself, 2001.
Fig. 7 – Campanha Diesel: Action, 2003.
Fig. 8 – Catálogo da Exposição Spectacular Bodies, Hayward Gallery, Londres, 2000.
Fig. 9 – Teares em Derby, 1850. Foto: acervo pessoal.
Fig. 10 – Catálogo da Exposição Sensation, Royal Academy of Arts, Londres, 1997.
Fig. 11 – Catálogo da Exposição Sensation, Royal Academy of Arts, Londres, 1997.
Fig. 12 – Catálogo da Exposição Sensation, Royal Academy of Arts, Londres, 1997.
Fig. 13 – Catálogo da Exposição Sensation, Royal Academy of Arts, Londres, 1997.
Fig. 14 – Catálogo da Exposição Sensation, Royal Academy of Arts, Londres, 1997.
Fig. 15 – Catálogo da Exposição Spectacular Bodies, Hayward Gallery, Londres, 2000.
Fig. 16 – Catálogo da Exposição Spectacular Bodies, Hayward Gallery, Londres, 2000.
Fig. 17 – Catálogo da Exposição Spectacular Bodies, Hayward Gallery, Londres, 2000.
Fig. 18 – Catálogo da Exposição Spectacular Bodies, Hayward Gallery, Londres, 2000.
Fig. 18.1 – http://www.koerperwelten.com/;
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u11661.shl
Fig. 19 – Catálogo da Exposição Skin, Surface, Substance + Desig, Nova York, 2002.
Fig. 20 – Catálogo da Exposição Skin, Surface, Substance + Desig, Nova York, 2002.
Fig. 21 – Catálogo da Exposição Skin, Surface, Substance + Desig, Nova York, 2002.
Fig. 22 – Catálogo da Exposição Extreme Beauty, the body transformed, Nova York
2002.
Fig. 23 – Catálogo da Exposição Extreme Beauty, the body transformed, Nova York
2002.
Fig. 24 – Catálogo da Exposição Extreme Beauty, the body transformed, Nova York
2002.
Fig. 25 – Catálogo da Exposição Extreme Beauty, the body transformed, Nova York
2002.
Fig. 26 – Flávio de Carvalho, Projeto da experiência n. 3, 1956.
Fig. 27 – Flávio de Carvalho, experiência n.3, 1956.
Fig. 28 –Catálogo da marca M.Officer, 1998.
Fig. 29 – Parangolé de Oiticica. Foto: acervo pessoal.
232
Capítulo II
Fig. 47 – Campanha Prada criada por Tom Sachs.
Fig. 48 – Propaganda: Play more, 2001.
Fig. 49 – Pérolas. Foto: acervo pessoal.
Fig. 50 – Folder da exposição: Polissemia; Karlla Girotto e Suzi Okamoto
Fig. 51 – http://www.bmezine.com (acesso 29 de março de 2004).
Fig. 52 – http://www.neoarte.com.br (acesso 29 de março de 2004)
Fig. 53 – A. Mcqueen por Steeve Seal em http://www.steveseal.com/ (acesso em 29
de março de 2004)
Fig. 54 – Styling de Katy England e foto Nick Knight para a Revista Dazed and
Confused.
Fig. 55 – Imagem para A. Mcqueen por Steeve Seal em http://www.steveseal.com/
(acesso em 29 de março de 2004).
Fig. 56 – Revista Fashion, 1996. Criação de Craig Mac Dean e Jil Sander.
Fig. 57 – Esferas preparadas para o Implante estético subcutâneo.
http://www.neoarte.com.br (acesso 29 de março de 2004).
Fig. 58 – Implante realizado após 3 meses. http://www.neoarte.com.br (acesso 29 de
março de 2004).
Fig. 59 – Publicidade Motorola. Revista Veja, n. 32, agosto de 1999.
Fig. 60 – Adolescente retratado em Tóquio. Revista Colors, 2001.
233
Cap III