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maria cecília mazzariol volpe caio carneiro campos

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cic 214.205.648-20 cic 024.672.198-79

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO


DA_____ VARA CÍVEL DA COMARCA DE ____________

PRIORIDADE NA
TRAMITAÇÃO.
Artigo 71 da lei nº 10741/03
ESTATUTO DO IDOSO

NOME DO RQTE ,
NACIONALIDADE, ESTADO CIVIL, PROFISSÃO, portador da cédula de
identidade RG nº_____________, e inscrito no CPF/MF sob o nº
__________, residente e domiciliado na Rua/AV
________________________, nº____ – BAIRRO, nesta cidade de
_____________, por suas advogadas que esta subscrevem, vem,
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente

AÇÃO ORDINÁRIA COM PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE


TUTELA

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fone/fax: (19) 3232-8558
e-mail: mariinha@sorirama.com.br
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em face da

NOME DO(A) REQUERIDO(A), representada por (NOME DO


REPRESENTANTE) , situada na (ENDEREÇO) – (CIDADE), pelas razões
de fato e de direito a seguir expostas:

I - DOS FATOS

1. O Autor é PROFISSÃO DO
AUTOR (doc. nº 01).

2. Infelizmente, conforme laudo


médico datado de DATA DO LAUDO MÉDICO, o Rqte. descobriu ser
portador de NOME DA DOENÇA DO RQTE(INFORMAR O CID), (doc. nº
02):
“TRANSCRIÇÃO DO LAUDO
MÉDICO FORNECIDO AO PACIENTE, CONTENDO MAIORES
ESPECÍFICAÇÕES ACERCA DA DOENÇA”.

3. . Ainda conforme exame anátomo


patológico anexo, em DATA DO EXAME confirma-se o diagnóstico de
CASO O PACIENTE TENHA ALGUM AGRAVAMENTO NO SEU QUADRO
CLÍNICO, TAL COMO, METÁSTASE, DEVERÁ INDICÁ-LO AQUI (doc. nº
03).

4. Como conseqüência, nesse


mesmo ano , o Rqte. foi submetido à PROCEDIMENTO MÉDICO AO

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QUAL O PACIENTE FOI SUBMETIDO conforme declara o Dr. NOME DO


MÉDICO DO PACIENTE (doc. nº 04).
5. A referida Declaração dá conta,
ainda, de que o Rqte. não está absolutamente curado, encontrando-se
ainda em tratamento, nos seguintes termos:
“(...)
ESPECIFICAÇÃO DO
TRATAMENTO AO QUAL O
PACIENTE ESTÁ SENDO
SUBMETIDO NO PRESENTE
MOMENTO.”

6. Desde então, conforme


documentos acostados à presente (docs. nºs 01 e 05 a 14), anualmente o
Autor vem sofrendo os descontos correspondentes ao Imposto de Renda
em seus vencimentos.

7. Entretanto, não há dúvidas de que


a referida cobrança é inconstitucional. Senão vejamos.

II - DA COMPETÊNCIA.

1. O Superior Tribunal de
Justiça entende ser pacifico que, nas demandas referentes à Isenção de
Imposto de Renda com fundamento no Inciso XIV, artigo 6º da Lei 7.713/88,
a competência para apreciação e julgamento das ações desta estirpe é da
Justiça Estadual.

Nesse sentido:

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“É por demais pacifico na


jurisprudência do Superior
Tribunal de Justiça que, nas
demandas atinentes à isenção de
Imposto de Renda sobre valores
pagos para a complementação de
aposentadoria de servidores
públicos estaduais, a competência
para apreciar e julgara ação é da
Justiça Estadual, por ser ilegítimo
passivamente o Delegado da
Receita Federal”. (STJ, AGA
572637/MG; Agravo Regimental no
Agravo de Instrumento
2003/0214184-2, Min. José Delgado,
1ª Turma, 22.06.2004, DJ 09.08.2004
p. 00179).

“Compete à Justiça Estadual


conhecer de mandado de
segurança impetrado contra
retenção de imposto de renda, no
pagamento de vencimentos de
servidor público estadual”. (CC
10108/SP; CONFLITO DE
COMPETENCIA 1994/0022797-3,
Rel. Min. Humberto Gomes de
Barros, S1 - Primeira Seção,
30.08.1994, DJ 26.09.1994 p.
25576).
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“Consoante a jurisprudência
dessa Corte, com a qual o acórdão
se harmoniza, os valores retidos a
titulo de Imposto de Renda na
fonte dos servidores estaduais
pelos Estados, são de interesse
destes porque são responsáveis
por tais descontos e destinatários
da verba retida, não havendo falar
de interesse da União, por isso, a
Justiça Estadual é competente
para julgar as ações referentes a
tais retenções”. (RESP 258699/MG;
RECURSO ESPECIAL 2000/045406-
0, Rel. Min. Francisco Peçanha
Martins, T2 – Segunda Turma,
15.10/2002 p. 00217).

2. Sendo assim, como preceitua o


Superior Tribunal de Justiça em entendimento pacifico, cabe à
Justiça do Estado de São Paulo a competência jurisdicional para a
apreciação e o julgamento da presente Ação Ordinária

III - DO DIREITO

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1. Dispõe a Lei 7.713, de 22 de


dezembro de 1988, que altera a legislação do Imposto sobre a Renda, em
seu artigo 6º, XIV, que
Art. 6º Ficam isentos do imposto
de renda os seguintes rendimentos percebidos por pessoas físicas:
(...)

XIV - os proventos de
aposentadoria ou reforma, desde que motivadas por acidente
sem serviços, e os percebidos pelos portadores de moléstia
profissional, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose-
múltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia
irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de
Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave,
estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante),
contaminação por radiação, síndrome da imunodeficiência
adquirida, com base em conclusão da medicina especializada,
mesmo que a doença tenha sido contraída depois da
aposentadoria ou reforma; (Redação dada pela Lei nº 8.541, de
23.12.1992) (grifos nossos)

2. Conforme se verifica do
mencionado dispositivo legal, não estão aí abrangidos os rendimentos
percebidos pelos portadores das mencionadas moléstias e que no entanto
encontram-se na ativa, como é o caso do Autor, que é portador de
neoplasia maligna (câncer de próstata).

3. A lei condiciona a isenção à


aposentadoria ou reforma do doente.

4. É sabido que continuar a trabalhar,


não obstante estar doente, melhora as condições do paciente.

5. No entanto, fica claro que o


escopo da lei é propiciar aos portadores de tais enfermidades meios para
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a aquisição dos caros remédios necessários ao tratamento, alimentação e


cuidados diferenciados, entre outras despesas.

6. Nesse contexto, forçoso concluir


que o doente que continua a trabalhar tem iguais necessidades.

7. Importante, ainda, ressaltar que o


doente, trabalhando, continua a ser útil à sociedade e não onera a
Previdência Social.

8. Ora. Tal disparidade de tratamento


não tem razão de ser e, por consubstanciar-se em patente afronta aos
Princípios Constitucionais da Isonomia (artigo 5º “caput”) e da Igualdade
Tributária (artigo 150, II), assim como pelo Princípio da Razoabilidade,
merece ser corrigida pela via do Judiciário.

9. Sendo assim passa a expor os


seguintes princípios:

A) DO PRINCÍPIO DA ISONOMIA E DA ISONOMIA TRIBUTÁRIA

1. Mais uma vez, aqui, cabe ao


intérprete buscar, em análise mais profunda, o verdadeiro espírito da lei,
que é justamente favorecer o tratamento dos portadores das referidas
moléstias graves.

2. Ora. Tão nobre investida


legislativa, que sem dúvida vem a corporificar a preocupação do legislador
em proteger acima de tudo a dignidade humana, não pode permanecer
restrita aos doentes que se encontram em inatividade, devendo, sem

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dúvida, ser estendida também àqueles que se encontram em atividade


laboral.

3. Com efeito, negar ao portador de


moléstia grave que se encontra na ativa, política fiscal que se reconhece
como verdadeira ação positiva garantida aos inativos, significa legitimar
violenta afronta aos princípios da isonomia e da defesa da dignidade da
pessoa humana.

4. Não há dúvidas de que incumbe à


legislação ordinária dar concreção aos princípios constitucionais,
conferindo, assim, de modo igualitário, meios que favoreçam o
tratamento digno daquelas doenças graves.

5. Sendo assim, propiciar a isenção


instituída pelo artigo 6º, XIV da Lei 7.713/88 somente aos inativos
consubstancia-se, diga-se mais uma vez, em evidente desrespeito à
Igualdade.

6. E não há como se justificar


racionalmente tal discriminação.

7. O artigo 150, inciso II da


Constituição Federal consagrou o princípio da ISONOMIA TRIBUTÁRIA,
que impede a diferença de tratamento entre contribuintes em situação
equivalente, vedando qualquer distinção em razão do trabalho, cargo
ou função exercidos.

8. Revela-se, pois, inaceitável privar


o Autor de um benefício legal que coadjuva às suas razões finais motivos
humanitários.
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9. É o que se pode concluir da


brilhante e esclarecedora obra “Conteúdo jurídico do princípio da
Igualdade”1, do mestre Celso Antonio Bandeira de Mello, que, com
propriedade, estabelece critérios para o reconhecimento das
diferenciações que não podem ser feitas sem quebra da isonomia.

10. Nesse diapasão, o mestre ensina


que é imperioso investigar: a uma, o que se adota como critério
discriminatório. No presente caso, a atividade/inatividade do trabalhador
acometido pelas moléstias graves.

11. Em seguida, há que se verificar a


presença de justificativa racional, ou seja, fundamento lógico para o
tratamento jurídico construído em função da desigualdade proclamada.

12. Por fim, deve-se proceder a uma


análise da correlação lógica concreta entre o fator diferencial e os
interesses abrigados no direito positivo constitucional.

13. Com base neste raciocínio,


forçoso concluir que a diferenciação estabelecida pela Lei, excluindo da
isenção os trabalhadores em atividade laboral e acometidos das doenças
graves não se coaduna com as finalidades reconhecidas como de maior
valor pelo texto da Constituição, quais sejam, a Dignidade da Pessoa
Humana, a construção de uma sociedade justa, assim como uma Ordem
Social que objetiva o bem-estar e a justiça social e um Estado garantidor
do direito à saúde em caráter amplo e integral.

1
Conteúdo Jurídico do Princípio da Igualdade. Malheiros Editores, 3ª ed., ano de 2000,
p.21.
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14. Com efeito, a apontada


desigualdade não se revela adequada, necessária nem tampouco
proporcional ou razoável ao tratamento constitucional isonômico do
Fisco em relação ao contribuinte (artigo 150, II da CF).

B – DO PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE

1. Outro ponto de relevância a ser


analisado é a incongruência do dispositivo legal em análise com o
princípio da razoabilidade, implícito em nosso sistema jurídico.

2. Sobre este relevante tema, Weida


Zancanner 2 preconiza que
“O princípio da razoabilidade que
“propicia a fiscalização da obediência
a todos os demais princípios e regras
albergados pelo sistema”, “é mais do
que mero critério para a verificação
da correta aplicação das normas
encartadas em um direito positivo.
Ele deve ser alçado a “critério de
intelecção” de todo e qualquer
sistema jurídico que pretenda se
perenizar. Não a perenização
estática, mas aquela que implica
movimento, atualização e
aperfeiçoamento das instituições
democráticas, acompanhando o

2
Razoabilidade e moralidade: princípios concretizadores do perfil constitucional do
Estado Social e Democrático de Direito. Estudos em homenagem a Geraldo Ataliba. São
Paulo. Malheiros, p. 619-631.
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incessante ritmo da vida, “pois o


direito é feito para a vida, e não a
vida para o direito”.

3. Ora. O referido tratamento fiscal


deve e tem que ser UNIFORME, não podendo haver distinção mediante
diferenciação ao se conceder a isenção, se presente a mesma
circunstância de fato que a autorizou.

4. Nessa linha, ao analisar a


presente ação à luz do Princípio da Razoabilidade, o magistrado terminará
por concluir, no momento em que averigua qual a norma aplicável ao caso
concreto, que a melhor interpretação para o dispositivo legal em análise,
em consonância com os valores acolhidos e priorizados pelo
ordenamento, é a que permite estender a referida isenção aos
trabalhadores da ativa, portadores daquelas moléstias graves.

C – DA INTERPRETAÇÃO

1. Finalmente, retornando uma vez


mais à finalidade da Lei que instituiu a isenção do Imposto de Renda aos
portadores de moléstias graves, imperioso adentrar mais fundo no sentido
constitucional do direito à saúde.

2. Por conseguinte, será possível


concluir pela possibilidade de extensão da isenção aos contribuintes na
ativa, e que também são portadores de tais enfermidades.

3. Isto porque, em análise


sistemática da Carta Magna, fica claro que o legislador constitucional

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elegeu a saúde como um direito fundamental inerente a todos, cuja


garantia se configura como um dever do Estado.

4. Para tanto, estabeleceu metas a


ser em atingidas em consonância com a proposta do Estado de
erradicação da pobreza, organização do trabalho e dignidade da pessoa
humana.
5. No entanto, tal função promocional
do Estado só se revela possível diante de prestações positivas que
possibilitem a mudança do status quo.

6. Este raciocínio nos permite ainda,


e de forma mais contundente, qualificar o direito à saúde como um
DIREITO DE SOLIDARIEDADE e um ELEMENTO DE CIDADANIA.

7. Tal conclusão não pode levar a


outra situação senão a de que a sociedade como um todo, e mais ainda, o
Poder Público, precisam estar engajados e envolvidos no sentido de
concretizar o direito à saúde.

8. E, se a Lei, de maneira louvável,


assim o faz para beneficiar com isenção fiscal os trabalhadores inativos
portadores de doenças graves, também deveria fazê-lo para aqueles em
situação idêntica, porém em atividade.

9. Como não o fez, absolutamente


adequado que o faça o Judiciário, fundando-se também na EQUIDADE, e
restabelecendo, ao menos no caso concreto em análise, a Igualdade tão
propugnada pela Constituição.

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10. E nem se diga que estaria o


magistrado impedido, no seu mister de interpretar e aplicar as normas de
direito, de se valer de uma equilibrada ponderação dos elementos lógico-
sistemáticos, históricos, finalísticos e teleológicos que integram a moderna
interpretação das normas jurídicas.

11. Muito ao contrário.


Perfeitamente possível ao intérprete aplicador do direito, fundando-
se em princípios legitimadores dos interesses humanos, estender a
aplicação da isenção aos trabalhadores ativos portadores daquelas
enfermidades.

12. Se assim o fizer, estará


reabrindo o diálogo entre o direito e a ética e conferindo real
efetividade aos Princípios Constitucionais da Isonomia e da
Dignidade da Pessoa Humana.

13. Com efeito, o próprio


ordenamento jurídico assenta como técnica de aplicação do direito à luz
do contexto social, ao enunciar que: “Na aplicação da lei, o juiz
atenderá aos fins sociais a que ela se destina e às exigências do bem
comum” (artigo 5º da Lei de Introdução ao Código Civil).

14. Ademais, o Direito Tributário


admite na aplicação da lei o recurso à EQUIDADE, que é a justiça do
caso concreto.

15. Por fim, sustenta o pugnado uma


INTERPRETAÇÃO TELEOLÓGICA, que permite analisar o sentido
normativo contido no preceito em análise, em conjunto com o
ordenamento jurídico em vigor, bem como com o princípio da
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razoabilidade, o que conduz, inexoravelmente, à relevância dos


argumentos ora declinados.

16. Ora. A tarefa hermenêutica não


pode limitar-se ao exame de uma norma isolada, nem tampouco o texto
constitucional pode ser interpretado de forma fracionada.

17. Há um novo e amplo sistema


constitucional a ser considerado na sua totalidade e integridade, servindo
como fundamento de validade de todas as demais normas.

18. Nesta esteira, Maria Helena


Diniz3 ensina que
“A interpretação extensiva
desenvolve-se em torno de um
preceito normativo, para nele
compreender casos que não estão
expressos em sua letra, mas que
nela se encontram, virtualmente
incluídos, conferindo, assim, à
norma, o mais amplo raio de ação
possível, todavia, sempre dentro de
seu sentido literal. Não se
acrescenta coisa alguma, mas se
dá às palavras contidas no
dispositivo normativo o seu
significado. Conclui-se tão-
somente que o alcance da lei é

3
Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro Interpretada, 3ª ed. São Paulo. Saraiva,
1999, p.161.
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mais amplo do que indicam seus


termos”. (grifos nossos).

19. Finalmente, não se pode deixar


de considerar a circunstância fática objetiva por demais relevante de que
os trabalhadores/contribuintes portadores de tais doenças, como é o caso
do Rqte., acabam por ter despesas bastante elevadas com o tratamento e
melhora de sua qualidade de vida.

20. Com efeito, a saúde, a


recuperação e uma adequada qualidade de vida dos pacientes portadores
daquelas enfermidades precisa ser mantida com a aquisição de remédios,
transportes, exames, cirurgias e tratamentos, o que implica em gastos
elevados, tanto para os contribuintes inativos quanto para aqueles que se
encontram em atividade laboral, como o Autor.

21. É o que comprovam os recibos


anexos, que dão conta de parte das elevadas despesas que o Autor tem
com seu tratamento (docs. nºs 15 a 18).

IV - DO PEDIDO

A) DA ANTECIPAÇÃO DA TUTELA JURISDICIONAL

1. Presente, conforme amplamente


demonstrado na presente, o BINÔMIO PREMÊNCIA E GRAVIDADE, é de
se impor a concessão da ANTECIPAÇÃO DA TUTELA JURISDICIONAL.

2. Demonstrado está que o Rqte. tem


direito a cessação do desconto do Imposto de Renda em seus

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vencimentos, para que possa ter a NECESSÁRIA e URGENTE


assistência à sua saúde, como forma de impedir o agravamento de sua
delicada e grave situação, e por que não dizer a garantia de sua vida.

3. Restaram, ainda,
consubstanciados o ”PERICULUM IN MORA”, evidenciado pela
necessidade de adequado tratamento da doença, que somente poderá ser
garantida com a isenção requerida.

4.Todo o alegado pelo Autor


encontra-se fartamente amparado na documentação acostada,
demonstrando, inequivocamente, a VEROSSIMILHANÇA de suas
alegações.

5. É, também, demonstrativo da
plausibilidade do direito invocado os precedentes jurisprudenciais
consagrados pelos tribunais pátrios, ora trazidos à tona pelo Rqte.
(ANEXO).

6. É obrigação da Rqda., pois,


cessar a incidência do Imposto de Renda sobre os vencimentos do
Rqte.

7. Ante o exposto, com fundamento


no artigo 273 do CPC, requer seja ANTECIPADA A TUTELA
JURISDICIONAL, inaudita altera pars, para o fim de que V. Exa.
determine à Rqda.:

I - A imediata cessação do
desconto do Imposto de Renda
nos vencimentos do Rqte.;

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II – Seja oficiado ao Departamento


de Recursos Humanos da
UNICAMP/empregadora para que
cesse imediatamente o desconto
do Imposto de Renda nos
vencimentos do Rqte.;

III - A restituição das importâncias


descontadas nos vencimentos do
Rqte. a título de Imposto de Renda
desde novembro de 1999 até a
presente, devidamente corrigidas
e acrescidas de juros legais.

B) DA PROCEDÊNCIA DA AÇÃO

1. A final, espera seja julgada


TOTALMENTE PROCEDENTE a presente ação, para declarar que ficam
isentos do Imposto de Renda os vencimentos do Rqte., determinando-se
ao Departamento de Recursos Humanos da empregadora que cesse os
descontos do Imposto de Renda retido na fonte de forma permanente,
com base em todo o direito já apontado, tornando definitiva, portanto, a
tutela antecipadamente deferida.

2. Requer, ainda, a procedência da


ação para deferir a restituição das importâncias descontadas nos
vencimentos do Rqte. a título de Imposto de Renda desde (DATA EM QUE
O PACIENTE TEVE A DOENÇA DIAGNOSTICADA) até a presente,
devidamente corrigidas e acrescidas de juros legais, caso V. Exa. não
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cic 214.205.648-20 cic 024.672.198-79

tenha entendido por bem deferir este pleito em sede de antecipação de


tutela.

3. Requer seja CITADA a Rqda.,


para que no prazo de lei, querendo, conteste a presente ação, sob pena
de confissão e revelia.

4. Requer, ainda, com fundamento


nos artigos 1.211-A e B do Código de Processo Civil, e artigo 71 da Lei nº
10.741/03 (Estatuto do Idoso), a PRIORIDADE NA TRAMITAÇÃO DO
PRESENTE FEITO, uma vez que o Autor conta com 64 (sessenta e
quatro) anos de idade), além de ser portador de câncer, o que diminui sua
expectativa de vida. CASO O PACIENTE NÃO TENHA A IDADE EXIGIDA
EM LEI PARA QUE A TRAMITAÇÃO DO PROCESSO CORRA DE
MANEIRA MAIS RÁPIDA, DEVERÁ SER USADO A ANÁLOGIA, POSTO,
QUE AOS PACIENTES DE ENFERMIDADES GRAVES PODERÁ SER
ESTENDIDO O BENEFÍCIO DA CELERIDADE PROCESSUAL (VIDE
MODELO DA CARTILHA)

5. Requer, por fim, seja a Rqda.


condenada ao pagamento das despesas judiciais, bem como dos
honorários advocatícios, em valor a ser arbitrado por V. Exa.

6. Protesta provar o alegado, por


todos os meios de prova permitidos, em especialmente pela juntada de
novos documentos, depoimento pessoal dos representantes legais da
Rqda., perícia, provas testemunhais, etc.

7. Requer o recolhimento a final das


custas judiciais referentes ao montante a ser restituído, efetuando, na

av. barão de itapura, 1478, campinas - sp - 13020-432 18


fone/fax: (19) 3232-8558
e-mail: mariinha@sorirama.com.br
maria cecília mazzariol volpe caio carneiro campos
oab 19.369 - sp oab 109.648 - sp
cic 214.205.648-20 cic 024.672.198-79

propositura da presente, o recolhimento do valor correspondente às


prestações vincendas.

8. Dá-se a presente causa o valor de


R$ VALOR DA CAUSA

Termos em que
Pede Deferimento.
Campinas, 20 de setembro de 2004

Maria Cecília Mazzariol Volpe


Advª OAB/SP 19.369

Flavia Travaglini
Advª OAB/SP nº 202.614

Maria Cecília J. B. M. Oliveira


Advª OAB/SP nº 127.918

av. barão de itapura, 1478, campinas - sp - 13020-432 19


fone/fax: (19) 3232-8558
e-mail: mariinha@sorirama.com.br

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