Avaliação

AVALIAÇÃO DO TRABALHO DESENVOLVIDO NO 1º PERÍODO

Pretendemos com a presente reflexão proceder a uma análise e avaliação do

processo de desenvolvimento do Projecto Curricular de Grupo e do Plano Anual de

Actividades, como forma de suporte ao nosso planeamento.

Defendemos que a nossa acção educativa se deve centrar numa lógica de

articulação de saberes entre as diferentes áreas de conteúdo a desenvolver, pelo que

no decorrer do nosso trabalho enfatizámos conteúdos transversais e a abordagem

globalizante.

Orientámos a nossa intervenção no sentido de permitir o desenvolvimento de

projectos pedagógicos complexos que ampliassem os saberes das crianças, implicassem

um conjunto diversificado de oportunidades de aprendizagem e integrassem a

abordagem de diferentes áreas de conteúdo.

Actividades desenvolvidas:

Nas primeiras semanas, valorizámos a organização do ambiente educativo, de

forma a criar condições para o desenvolvimento de relações interpessoais, de

autoconfiança e confiança no grupo. Como o conhecimento do outro, do espaço, do

tempo e dos materiais é condição de responsabilização e autonomia da criança e do

grupo, cada criança criou o seu símbolo a partir da sua fotografia e identificou o seu

cabide, o dossiê de arquivo dos trabalhos, os materiais de uso pessoal (copo de lápis e

canetas de feltro, o tubo da cola…) e os portefólios. Estabeleceram-se, de comum

acordo, as regras e normas de convivência e funcionamento e elaboraram-se os painéis

organizativos: regras, presenças e aniversários. Situando-se o nosso Projecto

Pedagógico no âmbito da «História e das histórias», todos estes instrumentos de

regulação e monitorização apresentam formas alusivas ao tema (castelo, pergaminhos,

reis e rainhas).

Para o desenvolvimento do nosso Plano Anual de Actividades, partimos do

projecto História e das histórias. O modo como este surge decorre de uma proposta

lançada a todo o Agrupamento de Escolas no sentido de se realizar uma Feira

Medieval, a 9 de Maio, data da atribuição do Foral a Sátão. Com o Projecto História

e as histórias pretendemos que as crianças contactem com alguns factos da nossa

História e com as histórias/lendas que muitas vezes lhe estão associados, se

sensibilizem para a valorização do nosso património e, através das histórias,

desenvolvam o gosto pela nossa História. Paralelamente demos continuidade a outros

projectos iniciados no ano transacto, pela sua dinâmica e interesse criados junto das

crianças e da comunidade escolar. São eles o projecto Ler é Prazer e a Companhia de

Teatro Pozinhos de Perlimpimpim. O primeiro deriva do reconhecimento prestado pela

educadora à importância do papel da literatura em Educação de Infância, mas também

pelo gosto e prazer que sente pela palavra e pela imagem. Vemos os livros e a leitura

como diversão e prazer, onde se comunicam fantasias, se jogam emoções, se recordam

acontecimentos, se exploram valores culturais, sociais ou morais. A Companhia de

Teatro Pozinhos de Perlimpimpim serve de suporte às animações de histórias/leituras

que vão surgindo.

Assim, em termos de actividades/projectos desenvolvidos destacamos:

- Semana da Alimentação: a partir da lenda da Padeira de Aljubarrota,

procedemos a várias actividades, em articulação com o 1º Ciclo, das quais destacamos

a confecção de pão e a animação da lenda. Situando-se esta semana no Outono,

realizámos algumas doçarias de Outono (marmelada e doce de abóbora), as quais nos

permitiram recolher donativos para o Jardim-de-infância.

- Halloween: demos algum relevo a esta festividade pelo facto de falarmos

de castelos, História e histórias e, por isso, quisemos brincar um pouco aos castelos

assombrados, aos seus «simpáticos» habitantes e aos poderes e magias. Apelámos (e

que bem que as crianças aderiram) ao imaginário encantado.

- S. Martinho: a Lenda de S. Martinho foi a segunda lenda apresentada na

hora do conto – com o 1º ciclo – e constituiu a estreia da nova temporada da

Companhia Pozinhos de Perlimpim.

- à descoberta da História Pessoal: inserido no projecto História e

histórias, fomos à descoberta de algumas características individuais, sociais e sexuais

que nos conduziram à elaboração da Árvore Genealógica. As famílias foram sempre

envolvidas em pequenas tarefas conjuntas. Esta ligação à família constituiu o mote

para a preparação e realização da Festa de Natal.

- Natal: A comemoração do Natal seguiu-se ao trabalho que desenvolvemos

sobre a Família e inseriu-se numa dinâmica de articulação com as famílias e outros

grupos escolares, nomeadamente a EB1 de Pedrosas. Tratando-se de uma época

festiva em que, paralelamente à questão da interiorização de valores religiosos há uma

grande componente profana (e comercial), realizámos uma abordagem de temas

transversais, tais como, a educação multicultural e a educação do consumidor, ou, num

sentido mais alargado, a educação para a cidadania. Começámos por conhecer as

representações das crianças relativamente ao Natal e, decorrente destas, centrámos

a nossa acção no desenvolvimento de atitudes e valores que remetessem para a forma

como cada criança se relaciona consigo própria, com os outros e com o mundo. Não

ignorámos o Pai Natal, o Pinheiro de Natal ou os presentes,... mas partimos deste

mundo da fantasia (e do consumo) para o desenvolvimento de atitudes e valores como o

Amor, a Amizade, a Partilha, o Carinho... Os Pais e Encarregados de Educação

tiveram uma participação muito activa na realização da Festa de Natal.

- Ida ao Cinema: o encerramento do 1º período fez-se com uma ida ao

cinema, a Viseu, com oferta dos bilhetes pela Junta de Freguesia. Para algumas

crianças esta foi a primeira vez que assistiram a um filme no cinema.

- Todos os dias, a tarde iniciou-se com a Malinha das Surpresas, que trazia

um livro, um poema, uma rima,…

Todas estas situações de aprendizagem permitiram-nos enfatizar a linguagem

oral e a abordagem da escrita. Os momentos próprios da nossa rotina diária
(acolhimento, planeamento, revisão e avaliação do dia), a narração de acontecimentos
e histórias, a observação e exploração de imagens, a leitura presencial, a animação de
leitura, a exploração do carácter lúdico da linguagem (canções, poesias, lengas-lengas,
adivinhas, …) ou as actividades lúdicas e espontâneas das crianças nas diferentes
áreas da sala de actividades, criaram uma diversidade de situações de comunicação
que fomentaram o diálogo e o desejo de comunicar. E, porque a linguagem oral se
relaciona com o código escrito, registámos. Realizámos registos de acontecimentos, de
histórias, fizemos as fichas de leitura, escrevemos receitas, cartas, lemos
pictogramas, escrevemos mensagens de Natal uns aos outros… identificámos espaços,
escrevemos o nosso nome… Sensibilizámos ainda para a utilização dos meios
informáticos e para o código informático: escrita/cópia de palavras ou e-mail para os
pais.
Recorremos também às actividades lúdicas e espontâneas das crianças e a
materiais específicos para apoiar o desenvolvimento do pensamento lógico-matemático:
exploração do espaço, os jogos, puzzles, dominós, alguns jogos mais específicos… mas
também o quadro de presenças que é em tabela de dupla entrada. As situações do
quotidiano como a rotina diária, a sequência semanal do quadro de presenças, o
calendário que explicita, mensalmente, as actividades previstas, a escrita diária da
data no quadro de parede ou o calendário do Advento apoiaram a construção da noção
de tempo. Estas noções temporais também se estenderam a diferentes épocas da
história da vida humana (a Árvore Genealógica; factos históricos). Do mesmo modo, a
narração de acontecimentos e/ou histórias, a observação das variações da natureza e
o carácter cíclico de alguns fenómenos naturais, para além de alargarem a noção de
tempo, permitiram-nos favorecer o desejo de saber e a curiosidade, aspectos
subjacentes à área do Conhecimento do Mundo. Aqui, centrámos a nossa atenção no
alargamento dos saberes básicos à vida social (nome, localidade, idade, família,
identidade sexual..), ao meio ambiente (variações da natureza e alterações na vida
das pessoas – Alimentação, Vestuário…)
Em relação aos pais e comunidade defendemos no nosso Projecto Curricular

que enfatizaríamos o envolvimento dos pais na vida quotidiana do contexto do jardim-

de-infância, através de um trabalho cooperativo com os pais e comunidade. Com

efeito, para além dos contactos mais formais (reuniões de pais), privilegiámos os

contactos informais. Só se justificou a realização de uma reunião de pais. No início do

ano lectivo. Nesta, para além da resolução de assuntos de ordem organizacional e de

funcionamento do jardim-de-infância, fizemos uma apresentação do nosso projecto

pedagógico e um levantamento de actividades a constar do Plano Anual. Apresentámos,

também o projecto da página Web do jardim-de-infância. Esta página tem-se

constituído como um elemento fundamental de divulgação, comunicação e articulação

com as famílias e comunidade. De uma forma geral, os pais (e outros amigos da

comunidade) aderiram muito bem a este projecto, acompanham-no e, em alguns casos,

de forma bastante assídua. Foram várias as mensagens de apoio e de felicitação que

recebemos.

As actividades no âmbito da Descoberto da História Pessoal «obrigaram» a

várias colaborações de ambos os pais. Todos estiveram sempre disponíveis nestas

tarefas, como também na realização de animações (4!!!) na Festa de Natal, no

processo de recolha de informações para os portefólios ou na resposta a um

questionário aos pais para obtermos informação que nos permita um maior

conhecimento sobre os seus filhos. Por fim, queremos aqui enaltecer o forte empenho

de todos na consecução de um repto por nós lançado na primeira reunião de pais: a

aquisição de um quadro interactivo. A mobilização para angariação de donativos tem

sido surpreendente e o nosso pecúlio começa a crescer.

Em relação aos outros profissionais de educação, defendemos no nosso

Projecto Curricular um trabalho em parceria/articulação com outros educadores e

professores do Agrupamento, particularmente do nosso Conselho de Docentes e com as

professoras do 1º ciclo da escola de Pedrosas. Com os primeiros, mantivemos uma

colaboração estreita na construção do Projecto do Conselho de Docentes Scriptorium

Medieval e na partilha de ideias, pensamentos e materiais. A página do jardim-de-

infância também disponibiliza recursos. Com as professoras da EB1 de Pedrosas,

sempre que possível, incrementámos uma articulação inter-ciclos, particularmente no

campo da Leitura, com a Hora do Conto (este ano com carácter quinzenal) e através

de actividades conjuntas (Dia da Alimentação; Magusto; Festa de Natal).

No que concerne à avaliação das aprendizagens e do desenvolvimento das

crianças ainda não conseguimos grandes avanços, por falta de competências neste

domínio e ausência de uma disciplina de registos de observação sistemáticos. No final

do período (dia 20 de Dezembro) demos informações escritas a cada encarregado de

educação sobre o desenvolvimento e aprendizagens do/da seu/sua educando/a.

Puderam ainda observar os trabalhos por eles produzidos.

Por fim, uma nota sobre a nossa participação no Conselho de Docentes, na

qualidade de Coordenadora da Educação Pré-Escolar, e no Conselho Pedagógico. Em

qualquer das situações sempre estivemos presentes em todas as reuniões. Quanto ao

Conselho de Docentes, dada a dispersão geográfica das EB1 e Jardins-de-infância,

começámos por incentivar e criar um grupo de contactos via e-mail, que permitiu e

permite a circulação, em tempo útil, de documentação, legislação ou informação.

Sempre que consideramos relevante, temos a preocupação de partilhar materiais ou

recursos. Contribuímos activamente para a elaboração dos documentos do Conselho de

Docentes. Do mesmo modo, no Conselho Pedagógico, empenhamo-nos em contribuir

para a reflexão e deliberação sobre os assuntos propostos e para a participação em

equipas de trabalho. Propusemo-nos para a equipa da Avaliação Interna e contribuímos

para a revisão do Regulamento Interno do Agrupamento, no que concerne à Educação

Pré-Escolar.

Pedrosas, 15 de Janeiro de 2008

A educadora de infância