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Primeiramente, cumpre a nós, conceituar a boa-fé no direito, e


para isso nada melhor do que a lição do Ilustre Professor Silvio
Rodrigues, que a descreve e conceitua-a como

“...um conceito ético, moldado nas idéias de proceder


com correção, com dignidade, pautando sua atitude
pelos princípios da honestidade, da boa intenção e no
propósito de a ninguém prejudicar.
Numa acepção genérica, derivada de sua própria
etimologia, bona fides, a fides seria honestidade, a
confiança, a lealdade, a sinceridade que deve ser
usada pelos homens em suas relações
internegociais”.

Deste conceito podemos extrair que a boa fé atualmente pode


ser dividida em boa-fé objetiva e subjetiva. A boa-fé objetiva é
aquela intrínseca a cada ser humano, poderíamos até mesmo dizer
que é a boa-fé do direito natural. A boa-fé subjetiva por sua vez, é
aquela sensação do contratado de que esta agindo de maneira
idônea.

Este conceito de boa fé, foi adotado pelo legislador pátrio,


acanhadamente no código civil de 1916 mas de maneira explícita
no código civil de 2002, em seu artigo 422, que diz

“Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do


contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé”

Ressalte-se que o legislador brasileiro fez isso baseando-se em


codificações estrangeiras, como a alemã, italiana e francesa, que
deste muito antes já consagravam este princípio.
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No Direito Romano, já se cogitava esta boa-fé. Nas lições de


Alexandre Correia e Gaetano Sciascia, temos que:

“os pactos acrescentados aos atos de boa-fé tiveram


uma função de grande importância no
desenvolvimento do sistema contratual, pois
contribuíram fortemente para a erosão do antigo
princípio do direito civil que não reconhecia nenhuma
eficácia ao pacto puro e simples (nudum pactum),
despido de formalidades. Substancialmente, os
pactos adjetos eram convenções isentas de formas, e
por isso ineficazes no ius civile. Dado porém que se
acrescentavam, como pactos acessórios, a contatos
reconhecidos civilmente, eram considerados parte
integrante do principal, sendo portanto protegidos
pela mesma ação do contrato principal. O
reconhecimento de tais pactos não foi absoluto, a não
ser no respeito às convenções limitativas do
conteúdo da obrigação principal, exigindo-se em
qualquer outro caso fôsse ela de boa fé e que o pacto
acessório se acrescentasse desde o momento em que
tal contrato se perfez. Assim, p. ex., se depois da
conclusão duma stipulatio, o credor aquiescia em não
exigir do devedor a prestação (pactum de no
petendo), êste podia repelir a eventual pretensão do
credor mediante a exceptio pacti conventi, concedida
pelo pretor para proteger as convenções
acrescentadas a obligationes civil; ao contrário se
dava, mesmo mediante ação, qualquer que fôsse o
conteúdo do pacto acrescentado, se o contrato
principal era de boa fé e fosse concluído desde a
constituição da relação. Por isso se dizia pacta

convena inesse bonae fidei iudicis”.(Manual de Direito


Romano1969).
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Atrelado a este princípio de boa-fé temos que


obrigatoriamente falar da limitação da vontade de contratar pela
idéia de função social do contrato, limite este que está expresso no
artigo 421 do Código Civil, que diz:

“A liberdade de contratar será exercida em razão e


nos limites da função social do contrato.”

A função social do contrato, conceito antigo, mas novo entre


os negócios da atualidade, tem imperiosa aplicação vez que quebra
aquela idéia de que o contrato faz lei entres as partes, pois caso ele
não atinja sua função social, poderá ser desfeito, revisto, com
amparo legal, amparo este que não havia no Código Civil de 1916.

Nos contratos, é sabido que imperava a chamada liberdade


contratual, ou seja, as partes podiam livremente inserir cláusulas
nos contatos que as envolvessem, isso decorria do Princípio da
Autonomia Privada e muitas não atingia-se a chamada justiça
contratual.

A propósito, interessante é o comentário do Professor Rogério


Ferraz Donnini, que assim ensina:

“Esse modelo de contrato centrado em bases


individuais, segundo uma igualdade formal, que fazia
lei entre as partes, e sua força reconhecida no
brocardo pacta sunt servanda, imperou entre nós até
o final do século passado.
O marco da transformação do contrato no Brasil foi a
Constituição Federal de 1988. Em razão de
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determinação de nosso texto constitucional (art. 170,


inc. V), foi criado o Código de Defesa do Consumidor
(Lei n.° 8.078/1990), que alterou sobremaneira a
noção clássica de contrato”.(Rogério Ferraz Donnini,
AASP, julho de 2.008).

E continua o professor em sua redação, ensinando que o


contrato não mais garantia o equilíbrio contratual entre as partes
pois

“Como essa concepção de contrato não mais atendia


às aspirações e necessidades da nossa sociedade,
visto que não se concebia o que sucedia com
freqüência, isto é, a confirmação de contratos
firmados sem equilíbrio com ausência de boa-fé, sob
o argumento de que havia a autonomia privada e as
partes eram livres para contratar, a relação
contratual foi sendo alterada, sempre com a
intervenção do Estado. Em verdade, o perfil do
contrato alterou-se e foi abandonado o rigor de sua
intangibilidade, de sua força obrigatória, para
adaptá-lo a uma nova realidade social, que buscava,
antes de tudo, uma relação equânime, justa”.( Rogério
Ferraz Donnini, AASP, julho de 2.008).

Concordamos com as lições do professor, pois não raro,


pessoas eram enganadas por gatunos, que se beneficiavam por
gozarem de poder aquisitivo e conhecimento técnico e inseriam
cláusulas que deixavam a outra parte completamente enfraquecida,
beneficiando-se às suas custas.

Podemos até mesmo afirmar que o pacta sunt servanda


atentava contra o princípio da liberdade contratual, pois o objeto
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deste princípio era atingir a igualdade das partes, porém,


antigamente, após feito um contrato, este não mais poderia ser
desfeito, e mesmo que uma das partes fosse prejudicada, nada
poderia fazer.

Feitas estas considerações, e quebrado o mito da pacta sunt


servanda, cumpre-nos esclarecer que, o princípio da boa-fé como
limite à liberdade de contratar, atinge todas as fases de formação
do contrato.

Antes de se realizar o contrato, há uma fase de negociações,


chamada de fase de puntuação, onde as partes ajustam os termos
em que o negócio será feito, trata-se de um período pré-contratual.
Muitas vezes, pela rigidez dos contratos, que faziam lei entre as
partes, estes ajustes da fase de puntuação não eram cumpridos,
porém, com o princípio da boa fé, o juiz pode fazer com que os
termos antes ajustados sejam cumpridos.

Aqui devemos salientar, que a boa fé deve estar presente até


mesmo nesta fase de puntuação, sendo assim constatamos que
exige-se, daqui para frente, honestidade, transparência e fidelidade
aos termos contratados pelas partes.

Ademais, o projeto de Lei 6.960/02, elaborado pelo Professor


Carlos Fiúza, propõe uma alteração no artigo 422 do Código Civil,
que passaria a ter a seguinte redação:

“os contratantes são obrigados a guardar, assim nas


negociações preliminares e conclusão do contrato,
como em sua execução e fase pós-contratual, os
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princípios de probidade e boa-fé e tudo mais que


resulte da natureza do contrato, da lei, dos usos e
das exigência da razão e da eqüidade”.

Interessante é analisar a fundamentação de rejeição


desta proposta feita pelo Deputado Vicente Arruda, citada pelo
professor da rede de Ensino Luis Flávio Gomes, Sávio de Aguiar
Soares:

“Pela manutenção do texto, que fala em “conclusão do


contrato”, que compreende a fase de negociação,
elaboração, assinatura, e da sua “execução”, que
compreende o cumprimento ou descumprimento das
obrigações contratuais, bem como a solução dos conflitos
entre as partes. Não devemos ceder à tentação de deixar
tudo explícito, até mesmo o óbvio” (Sem autoria).

Observe-se que o Professor propõe que seja incluída neste


artigo aquela fase de puntuação.

Comungamos da opinião de que, embora a fase de puntuação


não esteja expressa no artigo 422, deve ela se submeter a este
princípio da boa-fé, afirmamos que o Professor Carlos Fiúza
elaborou tal proposta com a intenção de espantar qualquer dúvida
acerca da obrigatoriedade de boa fé na fase de puntuação.

Outrossim, se fizermos uma interpretação, tomando por base


todo o Código Civil e a Constituição da República, bem como os
princípios que os norteiam, chegaremos a conclusão de que o
legislador de forma alguma teve a intenção de excluir alguma fase
contratual ao alcance da regra da boa-fé.
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Apenas a título de informação, cumpre também informarmos


que o princípio da boa-fé, está presente também nas relações de
consumo, de acordo com os ensinamentos do Prof. Paulo De Tarso
Vieira Sanseverino,

“nas relações de consumo, o princípio da boa-fé


objetiva atua como uma estrada de duas mãos no
vínculo que une fornecedor e consumidor, evitando
que a proteção concedida pelo microssistema do CDC
sirva de escudo para consumidores que, agindo
contrariamente ao princípio da boa-fé objetiva,
busquem a reparação de prejuízos para cuja produção
tiveram decisiva participação.” (Sanseverino, P. De T. V,
1997).

Cabe ainda, esclarecer que o Código de Defesa do Consumidor


foi um dos principais elementos que influírem no abrandamento do
pacta sunt servanda que trouxe expressamente os três pilares do
direito contratual moderno, quais sejam: equidade, transparência e
confiança.

Baseando-se no Código de Defesa do Consumidor,


podemos afirmar que é possível que um contrato já firmado seja
revisto, caso tenha sido firmado fora destes limites impostos pela
leí

Destarte, em um contrato firmado, o juiz poderá verificar os


elementos intrínsecos componentes da composição contratual, ou
seja, o que realmente quis dizer o contrato, e não efetivamente o
que pode estar dizendo.
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Há portanto um abrandamento daquilo que as partes


manifestaram no papel e ratificaram, sendo quebrado o princípio do
pacta sunt servanda, que em nossa modesta opinião, já
consideramos como um princípio ultrapassado, que não se amolda
ao moderno Direito Civil.

Necessário também mencionar o artigo 113 do Código Civil,


que trata da interpretação dos negócios jurídicos, dizendo que
devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de
sua celebração.

Corroborando com o narrado até então, temos a jurisprudência


crescente:

SEGURO DE VIDA E/OU ACIDENTES PESSOAIS -


INDENIZAÇÃO - DOENÇA GRAVE PREEXISTENTE -
OMISSÃO - EXPRESSA E CLARA ADVERTÊNCIA
CONTRATUAL NO QUE CONCERNE A EVENTUAL
INVERACIDADE NAS DECLARAÇÕES - INOCORRÊNCIA
DE OFENSA AO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
– DESCABIMENTO. Segurado que omite doença
preexistente de seu conhecimento na proposta
desafia, sem sombra de dúvida ou interpretação
outra, dicção dos artigos 1443 e 1444 do Código Civil,
não se cogitando de eventual revogação desses
dispositivos pela oportuna proteção hoje dispensada
pelo Código do Consumidor. Segurado e seguradora
são obrigados a guardar no contrato "a mais estrita
boa-fé e veracidade" a respeito do objeto, das
circunstâncias e declarações a ele concernentes regra
o primeiro artigo, completando o subseqüente que,
se o segurado não fizer declarações verdadeiras e
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completas, omitindo circunstâncias que possam


influir na aceitação da proposta, perderá o direito ao
valor do seguro”. (Segundo Tribunal de Alçada Civil
de São Paulo, Ap. c/ Rev. 614.770-00/2 - 4ª Câm. - Rel.
Juiz FRANCISCO CASCONI - J. 27.11.2001. SOBRE O
TEMA: FONTE: Ap. c/ Rev. 614.770-00/2 - 4ª Câm. -
Rel. Juiz FRANCISCO CASCONI - J. 27.11.2001, com a
seguinte referência: ARRUDA e THEREZA ALVIM -
"Código do Consumidor Comentado", RT, 2ª ed., pág.
238. ANOTAÇÃO No mesmo sentido: Ap. c/ Rev.
490.182 - 9ª Câm. - Rel. Juiz FRANCISCO CASCONI - J.
21.5.97
“AÇÃO DE REVISÃO DE CONTRATO DE ALUGUEL.
FIXAÇÃO DO VALOR DO ALUGUEL PROVISÓRIO.
PRINCÍPIO DA BOA-FÉ. INTERPRETAÇÃO SISTEMÁTICA
DO CONTRATO.. AGRAVO INTERPOSTO CONTRA
DECISÃO QUE RETRATOU A FIXAÇÃO DO ALUGUEL
PROVISÓRIO. MATÉRIA JÁ JULGADA EM OUTRO
RECURSO. EXTINÇÃO DO PROCEDIMENTO RECURSAL.
SE A MATÉRIA ESTAMPADA NESTE RECURSO JÁ FOI
JULGADA EM OUTRO AGRAVO INTERPOSTO PELA
PARTE CONTRÁRIA, O PROCEDIMENTO RECURSAL NÃO
PODE SER CONHECIDO POR FALTA DE OBJETO.
AGRAVO DE INSTRUMENTO PREJUDICADO”. (Tribunal
de Alçada do Paraná, AGRAVO DE INSTRUMENTO -
172392400 - CURITIBA - JUIZ CONV. JUCIMAR
NOVOCHADLO - SEXTA CAMARA CIVEL - Julg: 13/08/01
- Ac.: 12002 - Public.: 24/08/01
“ABERTURA DE CRÉDITO. MANUTENÇÃO DA
SENTENÇA. INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULA
CONTRATUAL. INCOMPATIBILIDADE COM OS
PRINCÍIPIOS GERAIS DA BOA-FÉ E DA FUNÇÃO SOCIAL
DO CONTRATO. 1. REVIÃO CONTRATUAL E LIMITAÇÃO
DOS JUROS. OS JUROS ENCONTRAM-SE LIMITADOS EM
12% A.A., NÃO EM FUNÇÃO DA APLICAÇÃO DO ART.
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192, § 3º DA CF, UMA VEZ QUE O STF JÁ DECIDIU QUE


ESTA NORMA POSSUI EFICÁCIA CONTIDA, NEM DA
CHAMADA LEI DA USURA (DECRETO Nº 22.626), E SIM,
EM RAZÃO DE TODA A LEGISLAÇÃO PÁTRIA QUE
HISTORICAMENTE ADOTOU COMO PARÄMETRO
RAZOÁVEL DE JUROS REMUNERATÓRIOS O PATAMAR
DE 12% AO ANO. 2. INCIDÊNCIA DO CÓDIGO DE
DEFESA DO CONSUMIDOR. FILIO-ME A CORRENTE QUE
ENTENDE SER O CONTRATO DE ABERTURA DE
CRÉDITO UM CONTRATO DE ADESÃO, EIS QUE SUAS
CLÁUSULAS FORAM PREESTABELECIDAS
UNILATERALMENTE PELA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA,
QUE É ECONOMICAMENTE MAIS FORTE, SEM QUE O
AUTOR PUDESSE DISCUTIR OU MODIFICAR
SUBSTANCIALMENTE O CONTEÚDO DESTAS.3.
CAPITALIZAÇÃO. APLICACAO DA SÚMULA 121 DO STF.
4. MORA E JUROS MORATÓRIOS. A MORA E IN RE E SO
PODE SER AFASTADA SE O DEVEDOR CONSIGNAR EM
JUÍZO OS VALORESQUE ENTENDE DEVIDOS. O
PERCENTUAL DE JUROS MORATÓRIOS A SER
OBSERVADO É AQUELE DE 6% AO ANO, NA FORMA
DOS ARTIGOS 1.062 E 1.262 DO CC, QUANDO NÃO
HOUVER PACTUAÇÃO. EM HAVENDO DISPOSIÇÃO
EXPRESSAACERCA DOS JUROS MORATÓRIO, ESSES
FICARAO EM 1% AO MÊS”. (Tribunal de Justiça do Rio
Grande do Sul, 00568246NRO-PROC70004665303,
RECURSO APC, DATA 25/11/2002, Segunda
Câmara Especial Cível, Relator: Nereu José Giacomolli,
ORIGEM 3ª VARA CIVEL DE PELOTAS).

Da análise das jurisprudências acima, notamos que o direito se


atualizou, quebrando paradigmas que, na mente de alguns, jamais
acabaria. Com isto aqueles que se locupletam às custas de outrem
por conta de um contrato ambíguo e omisso, poderão ver seu
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negócio desfeito, a despeito de ter em mãos um documento


assinado.

Por fim, vale lembrar que o princípio da boa-fé pode ser


entendido como uma cláusula geral, ou seja, deve ser aplicada
indistintamente, a qualquer contrato ou negócio jurídico. Sobre
cláusula geral, temos o posicionamento do Professor Nelson Nery,
que se manifesta da seguinte forma

“o CC está impregnado de cláusulas gerais, que se


caracterizam como fonte de direito e de obrigações. É
necessário portanto, conhecer-se o sistema de
cláusulas gerais para poder entender-se a dinâmica
do funcionamento e do regramento do CC no
encaminhamento e nas soluções dos problemas que o
direito privado apresenta. Há verdadeira interação
entre as cláusulas gerais, os princípios gerais do
direito, os conceitos legais indeterminados e os
conceitos determinados pela f unção. A solução dos
problemas reclama a atuação conjunta desse arsenal”

Para amparar a sociedade, o legislador criou um sistema que


considera como ato ilícito aquele ato que não for praticado com a
boa-fé que dele é esperado. Esta regra esta expressa no artigo 187
do Código Civil, que não tinha correspondente no Código revogado,
que diz:

“Também comete ato ilícito o titular de um direito


que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites
impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa
fé ou pelos bons costumes.” (grifo nosso).
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Em se tratado de ato ilícito, várias asserções podem ser feitas,


como por exemplo, o dever de reparar o dano, estampado no artigo
927 do Código Civil, e caso não haja possibilidade de reparar
monetariamente, as partes deverão ser colocadas no estado
anterior, ou seja, o negócio deve ser desfeito.

Em suma, podemos dizer que a teoria dos contratos foi


modernizada com a chegada do Código Civil de 2002 aliada ao
Código de Defesa do consumidor, possibilitando que contratos
findos sejam revistos, caso extrapolem os limites estabelecidos pelo
legislador nos artigos 113 (boa-fé subjetiva), 421 (função social do
contrato) e 422 (boa-fé objetiva), relativizando o princípio da pacta
sunt servanda, que muitas vezes fazia com que as relações
contratuais não fossem igualitárias.

A revisão contratual não tem por escopo se sobrepor à


vontade das partes e gerar insegurança jurídica, mas manter
equilibrado o contrato visando sua preservação de acordo com o
direito positivo.

Completamente desatualizados são aqueles que alegam que a


revisão judicial dos contratos gera insegurança jurídica, pois o que
caracterizaria insegurança jurídica seria o desequilíbrio contratual,
em que após assinado o contrato, nada mais poderia fazer uma das
partes, eventualmente prejudicada com o ônus contratual.

REFERÊNCIAS
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FIÚZA, Ricardo. O Novo Código Civil E As Propostas de


Aperfeiçoamento. Editora Saraiva, 2004, p. 77.

GOMES, Orlando. Contratos. Rio de Janeiro: Editora Forense, 1999

NERY, Nelson. Novo Código Civil Anotado. São Paulo: Editora Revista
dos Tribunais, 2ª Edição, 2003.

RODRIGUES, S. Direito Civil: Dos contratos e das declarações


unilaterais de vontade. Vol. 3. 29ª Ed. São Paulo, Editora Saraiva,
2003

Rogério Ferraz Donnini, Revisão Contratual sem imprevisão. Revista


do Advogado: Novo Código Civil: cinco anos de vigência, Ed. AASP,
n.° 98, julho de 2.008

SOARES, Sávio de Aguiar. Teoria Geral dos Contratos e


funcionalização no Direito Privado contemporâneo. Disponível em
http://www.lfg.com.br 04 julho. 2008.

SANSEVERINO, Paulo de Tarso Vieira. Estrutura clássica e moderna


da obrigação. In: Faculdade de direito: O ensino jurídico no limiar do
novo século. Antonio Paulo Cachapuz Medeiros (org.). Porto Alegre:
EDIPUCRS, 1997.

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