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ABAIXO ASSINADO

Exmo. Sr. Presidente do Conselho Executivo da Escola Secundária / 3º CEB Poeta Al


Berto, Sines

Assumindo o pressuposto de que avaliação é um instrumento essencial no interior


de um qualquer sistema e, concretamente, para a eficácia e melhoria do
desempenho profissionais, os professores abaixo assinados declaram o seu mais
veemente protesto face ao novo modelo de avaliação decorrente do Decreto
Regulamentar nº 2/2008, de 10 de Janeiro.

Consideram os professores que este modelo:

- configura uma lógica essencialmente burocrática que desvirtua os princípios e


objectivos da prática educativa;

- funda-se numa divisão artificial da carreira que o primeiro concurso a professor


titular tornou óbvia, já que este assentou em critérios alheios ao mérito e
competência profissionais, traduzindo-se, por isso, em graves situações de
injustiça;

- pressupõe, da parte dos titulares avaliadores, competências científico-pedagógicas


e metodológicas que não foram certificadas e para as quais, as acções de formação
promovidas pelo Ministério da Educação não capacitam;

- cria situações de desigualdade intra e inter departamentos, possibilitando, por


exemplo, que professores de uma área científica sejam avaliados por docentes da
mesma área enquanto que outros o são por docentes cujos conhecimentos
científicos e pedagógicos são alheios às disciplinas em causa; introduzindo,
também, por isso, falta de rigor e de credibilidade no processo;

- colide com o normal funcionamento da escola, uma vez que a sua


operacionalização exige um horário de trabalho que ultrapassa o que está previsto
na legislação para ambas as partes envolvidas no processo: o avaliador e o
avaliado;

- assenta no pressuposto de que a melhoria dos resultados escolares depende do


trabalho isolado do professor, quando existem variáveis inerentes ao aluno e ao
contexto e quando, a experiência e a literatura científica nos mostram que são o
Projecto Educativo da Escola e, em particular, a acção concertada dos Conselhos
de Turma que produzem esse efeito;

- põe em causa a imparcialidade necessária ao processo de avaliação dos alunos,


uma vez que torna os professores parte interessada nessa avaliação;

- não foi alvo de uma ampla discussão pelos principais intervenientes no processo
educativo e, portanto, desconhece a realidade que visa regular;

- tem sido objecto de orientações que contradizem as recomendações do Conselho


Científico para a Avaliação de Professores;

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- estabelece conceitos, parâmetros e critérios imbuídos de uma tal carga de
subjectividade que se tornam inoperacionalizáveis, ou aplicáveis de forma pouco
rigorosa;

- define parâmetros de avaliação de aplicação díspar nas diferentes disciplinas,


uma vez que só algumas delas é que são objecto de provas de aferição e de exames
nacionais, tal como alerta a recomendação nº 2 do Conselho Científico para a
Avaliação de Professores;

- admite a possibilidade de uma tal disparidade de critérios entre escolas


diferentes, que põe em causa a objectividade e a justiça do processo;

- define critérios cuja aplicabilidade exige escolas com condições materiais que, na
realidade, não existem;

- exige a produção de instrumentos de aferição fiáveis e de reconhecida


credibilidade científica o que, segundo a Comissão Científica, é “uma tarefa
complexa e morosa, a desenvolver por instâncias competentes e alheias ao processo
de avaliação de desempenho”;

- admite a necessidade e importância da formação científico-pedagógica sem que


tenham sido criadas condições para a sua realização, no cumprimento da lei;

- fundamenta-se na necessidade de travar a progressão na carreira, portanto com


um objectivo claramente economicista e não de desenvolvimento profissional e de
melhoria dos resultados dos alunos.

Os professores rejeitam, ainda, que deste modelo possa decorrer a penalização dos
seus direitos constitucionalmente protegidos e questionam as razões pelas quais
têm sido ignoradas as recomendações produzidas pela CCAP, órgão cuja
legitimidade tem fundamento legal.

Face ao exposto e, considerando que o que está em causa é a escola pública, a


essência da prática educativa e o futuro dos alunos, em nome de um modelo a que
falta rigor, credibilidade e intenções de justiça, vêm os professores abaixo
assinados, solicitar ao Conselho Executivo, na pessoa do seu presidente, a
suspensão de toda e qualquer iniciativa que ponha em prática a avaliação
preconizada pelo referido decreto regulamentar.

ESCOLA SECUNDÁRIA/ 3º CEB POETA AL BERTO, SINES

Sines, 29 de Outubro de 2008

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