Вы находитесь на странице: 1из 3

Escola Básica Integrada 1,2,3 / JI Vasco da Gama

Exma. Senhora Ministra da Educação:

Com Conhecimento a:

Presidente da República
Presidente da Assembleia da República
Primeiro Ministro
Procurador Geral da República
Provedor de Justiça
Grupos Parlamentares
Director Regional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo
Plataforma Sindical
Órgãos de Comunicação Social

Os Professores da Escola Básica Integrada com Jardim de Infância Vasco da Gama,


cientes das suas responsabilidades como cidadãos e professores, têm-se empenhado,
com muito esforço e sacrifício, por cumprir o que legalmente lhes é imposto, no âmbito
do processo de avaliação docente.

Até ao presente, o Conselho Pedagógico realizou as actividades e definiu os instrumentos


tendentes à efectivação de tal avaliação, em conformidade com o regime legal
estabelecido.

No entanto os professores desta Escola, em Reunião Geral de professores realizada em


13 de Novembro de 2008, no Auditório, pelas treze horas e vinte minutos, mostraram o
seu forte desagrado face ao actual modelo de Avaliação de Desempenho, introduzido
pelo Decreto Regulamentar nº 2/ 2008, de 10 de Janeiro, pelos motivos a seguir
enunciados:

1. A aplicação do modelo previsto no Decreto Regulamentar nº 2/2008 tem-se


revelado impraticável, por não ser viável realizá-lo segundo critérios de rigor,
imparcialidade e justiça exigidos.

2. Este sistema de avaliação do desempenho não tem repercussão positiva na


prática pedagógica dos docentes e no sucesso efectivo dos nossos alunos.

3. O modelo de Avaliação do Pessoal Docente ora em vigor pauta-se pela


subjectividade dos seus parâmetros.

4. O Decreto Regulamentar nº 2/2008 não tem em conta a complexidade da


profissão docente que não é redutível a um modelo burocrático, cabendo em

1
grelhas e fichas preformatadas numa perspectiva desmesuradamente
quantitativa e redutora da verdadeira avaliação de desempenho dos docentes.

5. Este modelo de avaliação é, em si mesmo, promotor de conflitos pessoais e


profissionais e causador de um indesejável clima de instabilidade nas escolas.

6. O Decreto Regulamentar nº 2/2008 tem por objectivo melhorar a qualidade da


escola pública. Este pressuposto não pode ser alcançado devido ao clima de
insustentável instabilidade e mal-estar resultante da implementação do concurso
para Professor Titular, concurso baseado em parâmetros arbitrários e por isso
injusto.

7. O Decreto Regulamentar nº 2/2008 impõe quotas para as menções de


“Excelente” e “Muito Bom” e, com isso, desvirtua, logo à partida, qualquer
perspectiva dos docentes de ver reconhecidos os seus efectivos méritos,
conhecimentos, capacidades, competências e investimento na carreira.

8. Não se pode inferir da qualidade do desempenho dos professores a partir das


classificações obtidas pelos alunos nas provas de aferição e exames nacionais.

9. O Decreto Regulamentar nº 2/2008 implica um enorme acréscimo de trabalho


burocrático para os docentes, com grave prejuízo para o envolvimento dos
professores naquilo que é a sua principal função: processo ensino-aprendizagem.

10.Nas diferentes escolas do país, eventuais professores considerados menos


capazes de cumprir a sua função pedagógica servir-se-ão, precisamente, da
burocracia exigida pelo Ministério para apresentar belos dossiês/portfólios
recheados de documentos que permitirão uma avaliação que não traduzirá a
respectiva eficiência profissional.

11. Ao Decreto Regulamentar nº 2/2008, subjaz, reconhecemos, apenas uma estrita


preocupação economicista, na medida em que impede, na realidade, a
progressão na carreira à grande maioria dos professores, muitos deles,
efectivamente, Excelentes e/ou Muito Bons.

12.O Decreto Regulamentar nº 2/2008 obriga ao exercício da avaliação entre pares


quando, de facto, essa não é a função nem a formação da profissão de Professor,
pondo em causa todas as teorias sobre a avaliação, uma vez que esta respeita
sempre a estrutura hierárquica da instituição.

13.A tentativa de operacionalizar o Decreto Regulamentar nº 2/2008 tem obrigado


os professores, nomeadamente os avaliadores, à elaboração dos instrumentos de
avaliação, assim como à reformulação dos diferentes documentos internos
conducentes à implementação do diploma atrás referido. Todo este trabalho
acrescido tem constituído uma efectiva sobrecarga de trabalho, muito para além
das 35h exigidas por lei, com prejuízos evidentes na sua vida pessoal e
profissional.

14.A Delegação de Competências não está publicada em lei, conforme é exigido pelo
Código do Procedimento Administrativo, Artigo 37º.

2
15.Nenhuma falta dada por um docente, ao abrigo da legislação em vigor, deverá
ser penalizadora no processo de avaliação.

16.O Decreto Regulamentar nº 2/2008 condiciona a avaliação do professor ao


progresso dos resultados escolares dos seus alunos. Os professores desta Escola
consideram que mecanismos, como a consideração directa do sucesso educativo
dos alunos na avaliação dos docentes, são incorrectos e injustos e estão em
desacordo com as recomendações da Comissão Científica da Avaliação de
Desempenho.

Pelo exposto, os professores desta Escola reclamam a suspensão da aplicação deste


modelo de Avaliação de Desempenho, pois não o consideram justo nem transparente, ou
seja, não é capaz de contribuir realmente para o fim que supostamente persegue: uma
Escola Pública de qualidade em que o sistema de Avaliação do Desempenho dos
Professores tenha efectivamente uma repercussão positiva na prática pedagógica dos
docentes e no sucesso efectivo dos nossos alunos.

Lisboa, 13 de Novembro de 2008

Вам также может понравиться