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Bem-estar: Você pratica alguma atividade

autotélica?
Psicologia do Esporte
Entenda a relação entre corpo, mente, saúde e bem-estar

Por Renato Miranda,

Nos dias atuais a luta por emprego, qualificação e bons salários


parecem ser os resumos para a dita vida de sucesso. Em
conseqüência, há uma tendência exagerada das pessoas se
esforçarem em fazer apenas as coisas que claramente trarão algum
proveito imediato.

"A palavra autotélica originou-se da união de duas palavras


gregas: auto, que significa por (ou de) si mesmo, e telos, que
significa finalidade. Portanto, uma experiência autotélica
refere-se a uma atividade sem a expectativa de algum benefício
imediato ou futuro, a finalidade da tarefa está nela mesma. Ou
seja, a realização da tarefa é a própria recompensa"

Já escutei várias vezes pessoas de meia-idade, por volta dos 40


anos, afirmarem que não praticam esporte porque não vão ganhar
nada com isso, apenas lesões e aborrecimentos, já que “seu
tempo” para praticar esporte já se foi. Outras, vão mais longe e
dizem que a atividade física “rouba” um tempo de dedicação ao
trabalho irrecuperável e mesmo considerando que a atividade física
é benéfica, não há como se dedicar a um programa de exercícios
físicos.

Além disso, existem aqueles que querem usufruir dos benefícios e


dos “ganhos” do exercício físico imediatamente. Em outras
palavras, se pretendem emagrecer, que isso seja de imediato.
Em texto publicado anteriormente pelo Vya Estelar sobre Flow-
feeling (clique aqui), escrevi a respeito da característica autotélica
na realização de tarefas e como ela é positiva para nossas vidas.

Ao entender o significado de uma atividade ou experiência


autotélica nós acreditamos proporcionar uma oportunidade para as
pessoas se motivarem a praticar esportes e exercícios físicos “a
troco de nada” (para usar uma expressão do “mundo estressante”).
A palavra autotélica originou-se da união de duas palavras gregas:
auto, que significa por (ou de) si mesmo, e telos, que significa
finalidade. Portanto, uma experiência autotélica refere-se a uma
atividade sem a expectativa de algum benefício imediato ou futuro,
a finalidade da tarefa está nela mesma. Ou seja, a realização da
tarefa é a própria recompensa.

A princípio, é óbvio que a prática de exercícios físicos, por exemplo,


tenha um objetivo específico (por ex. emagrecer). E isso é
importante, afinal de contas, nos sentimos motivados ao buscarmos
objetivos próprios. No entanto, a atividade quando é autotélica nos
faz liberar energia psicofísica (ex. concentração) para o momento
específico da execução da tarefa e não perdemos tempo em
preocupações ou projeções futuras, que podem desviar nossa
concentração e gerar ansiedade.

Portanto, as conseqüências ou resultados não são objetos da


concentração da pessoa. Toda energia psicofísica despendida é
liberada exclusivamente para a execução da atividade. Isso não
quer dizer que os objetivos a serem alcançados não sejam
importantes, acontece que o envolvimento (esforço) da pessoa com
a experiência não dá “espaço” em sua mente para preocupações
com os resultados futuros. Com isso, executar a tarefa presente é o
que realmente importa. As conseqüências serão os produtos desse
esforço. Logo, nossos objetivos são atingidos espontaneamente e
naturalmente.

É por isso, que quando perguntamos uma criança por que ela gosta
de jogar bola ou andar de skate durante horas, ela simplesmente
responde: “porque eu gosto!” E mesmo para aquele atleta que
treina exaustivamente para se tornar um campeão, no fundo o
motivo principal que o mantém em treinamento é sua satisfação em
praticar esporte e é isso que o absorve em sua rotina. Se
diariamente ele ficar pensando em seu futuro ou como se tornar um
campeão ele possivelmente irá desistir.

Em minhas palestras e consultorias para atletas ou mesmo para


pessoas não-atletas, tento conscientizá-los que o prazer
desenvolvido na execução das tarefas e os esforços dedicados a
estas, são nossos maiores incentivadores e tudo que pretendemos
atingir é uma conseqüência natural de nosso envolvimento.
Assim, se quero emagrecer, não fico liberando energia psíquica
(concentração, tensões, preocupações, etc.) em direção ao meu
objetivo, simplesmente procuro fazer e me envolver com a própria
execução diária da tarefa. Realizá-la dia após dia, usufruir do
sentimento de recompensa, e gerar alegria no processo de
execução torna-se a finalidade propriamente dita.

Jogar futebol (“pelada”) ou praticar outro esporte nos finais de


semana, possivelmente não trará nenhum sucesso ou recompensa
concreta a ninguém, mas a simples satisfação de participar e fazer
o melhor possível já é suficiente para sentirmos bem-estar e alegria.
Ao praticar exercícios físicos regulares e praticar esporte, não é
preciso esperar por resultados pretendidos, eles virão ao seu
tempo. E quando esse momento chegar você irá perceber que o
melhor de tudo é usufruir dos esforços dedicados à própria tarefa.

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Renato Miranda
é graduado em Educação Física (UFJF) e possui mestrado e doutorado
em Psicologia do Esporte com especializações: Escola Superior de
Esporte Alemã e Instituto de Cultura Física de Moscou, prof. de Ed.
Física da UFJF e coordenador da Pós-Graduação da UFJF

Fonte:
Vya estelar UOL
Dezembro 2008

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