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Arquitetura Desconstrutivista
A forma tal qual a emoção humana ?!
February 12, 2011 às 21:49
“ A arquitetura deve nos fazer sentir diferente, se não, a engenharia já seria o suficiente.” 3
Daniel Libeskind. tweets
retweet
Desconstrução: termo que surge pela primeira vez em um texto de E. Husserl, trata a
desconstrução como decomposição, desmontagem dos elementos da escrita de modo a se descobrir
partes de um texto que estejam dissimuladas. (ponto!)
A partir do termo, o conceito de desconstrução é elaborado por Jacques Derrida, filósofo, afirma que as
palavras não possuem a capacidade de expressar tudo o que se quer por elas exprimir, de modo que
palavras e conceitos não comunicam o que prometem e assim, são capazes de serem modificados no
pensamento. Sendo assim, o que vemos, ouvimos e dizemos só poderia ser de fato uma verdade imutável,
se aceitarmos desconstruir, encontrar a essência, tirar o ambíguo e despertar os sentidos.
Em outras palavras, seria como dizer que para sentir o que um texto, uma obra de arte, ou no nosso caso,
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uma edificação quer realmente lhe transmitir, fosse preciso que os excessos fossem retirados e o
essencial lhe causasse uma inquietação, despertasse uma curiosidade, vontade diferente de querer saber,
descobrir .
Na arquitetura, não apenas baseada na filosofia de Jacques, diz-se que o desconstrutivismo também possui
raízes no construtivismo Russo, sendo que o construtivismo russo prega o uso das formas geométricas
puras e, o desconstrutivismo pega essa forma, desmonta, remonta, desconstrói, transforma e, como os
construtivistas, ainda considera a simplicidade de tais formas como sendo a essência de suas obras. Peter
Eisenman, em um estudo de tal conceito desenvolveu as casas de I à XI, bem como a Casa Guardíola,
que se desenvolve através da desconstrução de um cubo e cria planos em ‘L’ que se interpoem.
Não obstante, arquitetos como Rem Koolhas (fundador do escritório OMA), não apenas descontrói a
forma como também incorpora aspectos que seriam temporários das construções em sua volumetria final
(como faziam os russos).
Particularmente, acredito que é possível encontrar também uma certa influência do cubismo analítico,
basta ver as obras de Frank Gehry, onde se vê formas e conteúdos dissecados e vistos de diferentes
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Lou Ruvo Center, Vegas – Frank Gehry e BMW Headquarters, Munich – Coop Himmelblau
No entanto, o mais importante de se dizer no momento seria que, mesmo tendo se desenvolvendo em
paralelo com o pós-modernismo, publicando textos nas mesmas revistas, se opondo aos mesmos conceitos
modernistas, o desconstrutivismo não pode ser considerado uma corrente pós moderna, já que,
(didaticamente falando)enquanto o pós-modernismo desconstrói ‘conceitualmente’, os desconstrutivistas
lidam diretamente com a estruturação física da arquitetura, as formas, as paredes, os planos, a
volumetria.
Referências históricas à parte, o que realmente faz a Arquitetura desconstrutivista fazer brilhar os olhos de
nós estudantes? O que nos deixa inquietos, faz querer olhar duas, três vezes antes de formar uma opinião,
ou continuar em dúvida a respeito? Até hoje não conheci um aluno de arquitetura que não tivesse ficado
sem reação em sua primeira vez diante de uma obra de Bernard Tschumi, ou até mesmo um desenho, um
croquí da Zaha Hadid. (*—*)
Dancing Towers, Dubai – Zaha Hadid e Park de la Villete, Paris – Bernard Tschumi
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A verdade é que a arquitetura “nasceu” dentro de padrões lógicos, racionais , geométricos, e se baseando
primordialmente nos eixos coordenados e ortogonais do plano cartesiano (x,y,z). Quase 350 anos depois,
ainda é raro andar pela cidade e encontrar uma edificação que não ostente tal ortogonalidade referente
dos projetos iluministas.
Não obstante, a geometria descritiva, com o uso do plano cartesiano e do chamado triedo mongeano,
tornou possível um processo de industrialização da construção e consequentemente tornou os projetos
completamente previsíveis. Se desenhado dentro dos planos ortogonais, cubos, cilindros, pirâmides e
sólidos geométricos no geral, tornam-se comuns como sendo figuras estruturantes do pensamento e prática
projetual.
No entanto o homem não é puramente racional sendo muitas vezes tomado completamente por emoções,
logo, ao desarticular os planos ortogonais, brincar com as formas e criar uma instabilidade perceptiva, Os
desconstrutivistas passam a lidar com o emocional humano e, como já diria Derrida, causar a inquietação
necessária para o questionamento e compreensão da obra apresentada.
Daniel Libeskind ao projetar o Museu do Holocausto lidou justamente com os aspectos emocionais de
modo a dar identidade ao seu projeto. Seria fácil fazer alusão à cultura judaica colocando estrelas de Davi
ou signos marcantes e representativos da cultura, no entanto, ele optou por desconstruir a estrela de modo
que o edifício não demonstra explicitamente seu propósito podendo (ou não!) evidenciar o sofrimento
daquele povo durante o holocausto, mas ao se deparar com o mesmo, a primeira tentativa de compreender
a obra causa questionamento e incita a curiosidade do olho.
Seria então essa a origem de nossas reações perante o desconstrutivismo? A curiosidade perante o
implícito, o caos contido? O que quer que seja, poderemos sentir e tentar descobrir de pertinho em breve,
o Rio de Janeiro está prestes a ganhar o Museu da Imagem e do Som, de Diller Scofidio + Renfro. O
escritório de NY se inspirou no calçadão carioca de modo a criar um edifício marcado pelas passarelas e
volumes se interpondo, não deixa de ser a desconstrução da forma.
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Por último, não menos importante, apesar de toda overdose de sensações que o desconstrutivismo nos
causa, não posso deixar de mencionar o fato de que muitas desses obras possuem orçamentos exorbitantes
e, não poderiam ser desenvolvidas sem auxílio das tecnologias disponíveis no mercado hoje. A idéia inicial
sempre parte de um croquí bem elaborado, no entanto, não há mente humana que calcule uma estrutura
projetada por Frank Gehry ou Zaha Hadid sem o auxílio de um computador decente. (NASA que o digaa
amores!)
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Extension to Denver Art Museum MGM Center – Libeskind Evelyn Grace Academy – Zaha
– Daniel Libeskind hadid
Guggenheim Bilbao Museum – Munch Sternesen Museum – Zaha Guggenheim Bilbao – Frank Gehry
Frank Gehry Hadid
Casa dançante – Frank Gehry House X – Peter Eisenman Ciultade de La Cultura, Galicia –
Peter Eisenman
Casa Guardíola – Peter Eisenman Lou Ruvo Center, Vegas – Frank Dancing Towers, Dubai – Zaha
Gehry e BMW Headquarters, Hadid e Park de la Villete, Paris –
Munich – Coop Himmelblau Bernard Tschumi
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Museu Judaico, desconstrução da Museu da Imagem e do Som, RJ Seattle Central Library, Seattle e
Estrela de Davi por Daniel CCTV Headquarters, Pequim –
Libeskind Rem Koolhaas
Esse foi meu segundo post para o Arquitetônico, comente, discutam, opinem e não deixem de ler!!!!!
Zaha Hadid Frank Owen Gehry Um prédio fora do Documentário: Plano Diretor
padrão, em um Esboços de Frank Participativo da
local fora do padrão Gehry FAUUSP
LinkWithin
bruna eu acho o Museu Judaico do Daniel Libeskind uma das coisas mais incriveis que eu já vi, não
pela estrutura(existe outras muito mais complexas), mas pela ideia (a estrela de Davi desmontada é
genial). Não conheço muitas obras descontrutivistas, mas essa em especial sempre me toca!
Maravilhoso post!!!
Reply
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Bruna says:
15/02/2011 at 01:25
Obrigada João! Há também afirmações de que a desconstrução da estrela foi feita de modo a
mostrar a maneira como a cultura judaica foi desmontada e desestruturada durante o período
de guerra. De qualquer forma, sempre achei que a desconstrução da estrela neste caso, coube
perfeitamente para o fim o qual é designada. =)
Reply
Sou leigo no assunto mais a matéria me proporcionou uma visão diante do contexto apresentado,
adorei saber um pouco sobre a Arquitetura Desconstrutivista, Parabéns a Bruna que soube passar
muito bem todos o seu conhecimento. (Em especial gostei da obra Guggenheim Bilbao de Frank
Gehry).
Reply
3. Diogo says:
14/02/2011 at 12:04
Achei muito bom seu post Bruna. Realmente ele traz à tona vários conceitos e ideias que estão por
trás da arquitetura contemporânea.
Gostaria de deixar minha opinião sobre a arquitetura contemporânea, também.
Sem dúvida, essa geração pós-moderna, que começa mais ou menos nos anos 60, e tem reflexos
nessa arquitetura que aparece nesse post, pôs em xeque todo o rigor formalista ortogonal e o rigor
que o modernismo pretendia nas relações entre as pessoas e a arquitetura, entre as pessoas e a
cidade. Realmente a arquitetura e a cidade moderna tornavam-se muito previsíveis, a arquitetura
deveria ser trabalhada com mais liberdade, a cidade deveria ser trabalhada com mais criatividade.
No entanto, creio que parte dessa corrente de pensamento perdeu seu sentido em criticar o
formalismo exageradamente rigoroso criando algo mais formalista e com menos propósito. Creio
sim que haja muitas obras fantásticas contemporâneas, mas muitas obras tornaram-se meros delírios
formais. Muitas obras realmente impressionam por suas formas arrojadas, ângulos agudos, materiais
brilhantes e luzes coloridas, não tem como não notar esse tipo de arquitetura. Dentro, há espaços
desconcertantes, com a mesma quantidade de aparatos hi-tech. Mas me questiono muito sobre a
qualidade dos espaços acho que em alguns casos a forma perdeu completamente sua função. Por
muito tempo (e ainda hoje) a arquitetura prezou por criar espaços agradáveis e visualmente
confortáveis, atenta aos detalhes, acho muito lindo quando uma arquitetura é de fácil entendimento,
não precisa de placas para explicar o que são os espaços internos. Ao entrar numa arquitetura
super-formalista me sinto confuso, há um excesso de formas, não dá para saber o que o arquiteto
quer comunicar, não dá para entender os espaços e os caminhos dentro da obra.
Se uma cidade tomada por obras monótonas é sem graça, uma cidade tomada por uma obra
querendo ser mais uma extravagante que a outra também não tem graça.
Não critico o desconstrutivismo, apenas faço ressalvas quanto a alguns caminhos que esse tipo de
arquitetura tem tomado.
O trabalho com a forma, a exploração das capacidades dos métodos construtivos e a crítica do
excesso de racionalismo, também não são inéditos dessa geração. Camillo Sitte, em “Construção de
Cidades Segundo Princípios Artísticos” criticava a cidade “moderna” (na época das reformas
haussmanianas) por ser muito previsível e elogiava a cidade medieval e seus espaços que
proporcionavam diversas e inusitadas perspectivas e tornavam mais agradável andar na cidade.
Frank Lloyd Wright também foi um arquiteto que trabalhou bastante com uma certa desconstrução
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da forma, trabalhando com planos e com as possibilidades formais do concreto armado. Nosso
Oscar Niemeyer trabalhou muito mais as possibilidades da forma, de uma maneira muito elegante e
conjugando brilhantemente forma e estrutura, como é o caso da Catedral de Brasília.
Hoje os arquitetos que, creio, melhor trabalham a forma, sem perder seu controle sobre ela e sobre
os espaços que elas resultam são muitos, dentre eles santiago calatrava, rem koolhaas, herzog & de
meuron, sanaa, shigeru ban.
No entanto acho que muitas obras do Frank Gehry e do Daniel Libeskind são mais um apelo
formalista que uma arquitetura, não dá para se ter idéia da estrutura por trás da forma.
http://www.asfarasicantell.com/archives/img/2004-07-15_chicago1.jpg aqui muitas barras de aço
seguram um enfeite curvo numa obra de Frank Gehry em Chicago.
Também sugiro que os estudantes de arquitetura não se prendam apenas aos exemplos que estão nas
principais mídias e pesquisem. Existem muitos bons arquitetos e boas arquiteturas em diversos
países, inclusive no Brasil, acho que há muito marketing por trás dessas arquiteturas caríssimas e
excessivamente formalistas que invadem as principais mídias.
Reply
Bruna says:
15/02/2011 at 01:18
Não sei bem se foi isso que você quis dizer, porém, quando citamos Frank Lloyd Wright e
Niemeyer como manipuladores da forma, deve-se tomar cuidado para não confundir suas
marcas de projeto com processos desconstrutivistas. =) Frank Lloyd sobrepõe planos e
Niemeyer abusa de curvas, mas, apesar de manipular a forma livremente nenhum deles
mexeu na ortogonalidade, nos eixos de seus projetos bem como não alinha o fundamento de
seu projeto às filosofias desconstrutivistas.
De qualquer modo, aqui segue um vídeo que mostra o processo desconstrutivista da Casa
Guardíola:
http://www.youtube.com/watch?v=JAH97LcQ2Cs
=)
Por último, faço de suas palavras as minhas: “Também sugiro que os estudantes de
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arquitetura não se prendam apenas aos exemplos que estão nas principais mídias e pesquisem.
” A arquitetura , não apenas desconstrutivista, se desenvolve à partir da pesquisa e
curiosidade de cada um de nós.
Reply
4. Guilherme says:
21/02/2011 at 18:29
Baita post legal. A decomposição da forma não é pura brincadeira (apesar de haver o uso do termo
“brincar com a forma”), a meu ver tem que haver critérios. Existe todo um processo, existem
conceitos, não é na base do insight criativo que você vai obter uma boa forma. Você pode até
conseguir algo que os leigos digam “uau, muito louco!”, mas que não condiga com as necessidades
da construção e nem tampouco passe qualquer informação. Pra mim, a melhor maneira de defender
um projeto desses é demonstrando o processo de desconstrução, como demonstrado no vídeo da
casa do Eisenman e também nesse (em duas partes) da 8 House, do escritório Big:
http://www.youtube.com/watch?v=L8ONVseGL2E&feature=related
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6. Mari says:
05/01/2012 at 15:03
olha so.. quem diria, eu em Paris dando uma pesquisada no que posso visitar amanha e me aparece
um post do arquitetonico que cita o parc de la villete!!! ahahahhahahah
achei muito massa encontrar o site de voces como referencia!!!
Reply
7. sarah says:
31/01/2012 at 09:42
hi,i’m iranian girl and i really enjoy for this website,its really fantastice…
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