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A técnica 5W2H é muito utilizada na resolução de
problemas no ambiente corporativo e consiste em
responder a sete perguntas, de forma a identificar
e orientar a sua resolução. A sigla vem do inglês, e
são as iniciais das perguntas a serem respondidas:
What (o Quê), Why (Por quê), Where (Onde), Who
(Quem), When (Quando), How (Como) e How
Many (Quanto). Literalmente, cinco ‘W’s e dois
‘H’s.
Esta técnica foi criada por profissionais da
indústria automobilística japonesa e, neste artigo,
procuraremos traspor a sua aplicação para a
resolução de problemas de investimentos.
Acredito que a força contida nesta série de perguntas
simples está na identificação daquilo que realmente
importa na hora de investir e ajudar na busca de
soluções para cada um dos problemas. Em outras
palavras: a técnica ajuda a estabelecer prioridades
para se traçar um plano de investimento.
De forma geral, cada uma das perguntas é orientada
a uma determinada dimensão do investimento:
What  objeto do investimento – Quais os tipos
de investimento encontram-se ao meu alcance
e disponibilidade? Qual deles devo ter em meu
portfolio? Renda fixa ou renda variável? Dentre as
opções da renda fixa, devo ter CDB, DI ou Tesouro
Direto (LFT, LTN, NTNs)? E na renda variável,
devo escolher ações, opções, títulos cambiais?
• Why  objetivo do investimento – Por que é
que estou investindo? O que eu quero do meu
investimento: apenas garantir a manutenção do
meu patrimônio ou buscar sua ampliação? Qual a
minha tolerância para a perda e inclinação para o
risco? E mais especificamente: por que devo escolher
fundo DI ao invés do CDB? Qual o diferencial de
uma empresa em relação às demais que faria com
que eu adquirisse suas ações? Por que devo ter uma
exposição maior em renda variável, se que o risco
envolvido é também maior?
• Where  alocação do capital – Dentre os
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5W2H – 1a Parte
Ricardo Consonni - ricardo@4profit.com.br
investimentos que estão disponíveis para mim,
tendo traçado o meu perfil de investidor, onde vou
colocar meu dinheiro? Por exemplo: devo aplicar em
fundos ou é melhor comprar os títulos propriamente
ditos e fazer eu mesmo a administração?
• Who  agentes do investimento – Quem são as
pessoas envolvidas no processo de investimento?
Você conversa só com seu gerente da agência
bancária ou há um especialista de cada área para
assessorá-lo? A mesma instituição atende todas as
suas necessidades?
• When  timing do investimento – Este é o
momento certo de investir? Qual o horizonte de
maturação de cada opção de investimento?
• How  modus operandi do investimento – Como
proceder para adquirir um dado investimento? Qual
a estratégia que se adapta melhor ao meu perfil de
investimento?
• How Many  diversificação do portfolio – Quantas
opções tenho disponíveis para diversificar minhas
aplicações? Como a diversificação do meu portfolio
irá mitigar o risco envolvido?
Vamos discutir cada uma dessas perguntas com
mais detalhe a seguir.
What
Antes de mais nada, é importante conhecer as
opções de investimento disponíveis, e as condições
para investir em cada uma delas. Existem inúmeras
opções, desde fundos a clubes de investimentos,
até a negociação direta de títulos e instrumentos
derivativos.
• A opção mais básica é a poupança. Ela paga
a inflação, mais 6% ao ano, e tem seu depósito
assegurado até um certo valor (R$20.000), pelo
Governo.
• Os fundos de renda fixa são uma opção mais
rentável, mas exigem depósitos e movimentações
maiores. Os fundos RF são pré-fixados, enquanto
os fundos DI são pós-fixados. Em geral, as taxas
de retorno e de administração ficam mais atraentes
à medida que os valores envolvidos aumentam.
Alguns destes fundos são alavancados, buscando

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um retorno maior do que o CDI, e
portanto, também são mais arriscados.
• Os fundos cambiais são uma boa opção quando
há previsão de aumento no valor do dólar – eu
não conheço nenhum fundo de varejo que seja
lucrativo quando o dólar cai, nem de fundos que
sejam atrelados a outras moedas, como o Euro.
• Algumas pessoas mais interessadas no
funcionamento do Mercado podem investir
diretamente nos títulos envolvidos na composição
desses fundos, através do Tesouro Direto. Existem
título pré- e pós-fixados, atrelados a diversos
indicadores econômicos (IGPM,IPCA, Selic, etc).
A decisão do que comprar é inteiramente sua, mas
as taxas para operação são menores.
• Alguns bancos oferecem outros fundos, como de
recebíveis, commodities, imobiliários e outras opções
exóticas. Os valores envolvidos geralmente são
altos, e o risco também. O apelo da diversificação
tem grande influência na escolha destes fundos, o
que muitas vezes é injustificado.
• Na renda variável, a opção mais acessível se dá
através de fundos de ações. Existem dois tipos de
fundos: os Ibovespa Passivos e os Ibovespa Ativos.
O fundo Ibovespa Passivo tenta replicar a carteira
teórica do Índice Bovespa, e dão um retorno um
pouco abaixo de sua variação (devido às taxas de
administração). O fundo Ibovespa Ativo busca um
desempenho superior ao do Ibovespa, o que muitas
vezes acontece, oferecendo porém um risco maior
do que o Passivo. É como andar de táxi – ou você
não tem carro, ou não gosta de dirigir, ou não tem
tempo para ficar prestando atenção no trânsito e
prefere gastar seu tempo com outras coisas – no
final, a sensação e o resultado são diferentes de
dirigir seu próprio carro, pois você não escolhe
o caminho nem a cor do carro, na melhor das
hipóteses, pode escolher um táxi-luxo. De qualquer
forma, se o Ibovespa tiver um bom desempenho, o
retorno compensa o risco adicional.
• Se você não quer ter o índice Bovespa inteiro
em sua carteira (e há vários motivos para isso,
começando por sua tendenciosisdade), e tiver
recursos suficientes, pode investir diretamente em
ações, escolhendo quais empresas irão compor sua
carteira. Isto é feito através de uma corretora, que
se encarrega de executar as ordens de compra e de
venda. O risco envolvido é relativamente maior,
assim como o retorno. Uma forma intermediária de
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investimento entre os fundos e a carteira própria é o
Clube de Investimentos, formado por um grupo de
3 a 150 pessoas, que decide através de assembléias
quais os papéis/empresas onde os recursos serão
investidos. Na minha opinião, é uma excelente
forma de aprendizado, pois as diversas alternativas
são discutidas com detalhe, permitindo que depois
você parta para montar sua própria carteira.
• Ultimamente várias pessoas têm buscado investir
no mercado de ações nos EUA, que é bem mais
líquido e forte do que o nosso. Esta alternatica de
investimento parece ser muito interessante, porém
não tenho informações precisas sobre sua legalidade
e funcionamento.
• O mercado de Derivativos é composto por ativos
derivados de medidas de outros ativos (daí o nome),
negociados no mercado de futuros. O investimento
em contratos futuros de juros, ouro, commodities
e de dólar também são opções populares de
investimento em renda variável. Assim como nas
ações, o risco também é relativamente maior, dado
que algumas alternativas de investimento requerem
conhecimentos específicos, sem os quais o risco
cresce substancialmente. Este tipo de investimento
pode ser obtido diretamente ou através de fundos.
Representam boas opções de diversificação, se bem
empregados.
• O mercado de opções é o ‘canto da sereia’ dos
investimentos. Seus altos retornos e risco, aliados
à velocidade e volatilidade do mercado dão a (má)
fama de ‘cassino’ ao Mercado. Seu alto poder de
alavancagem pode tornar uma pessoa rica ou pobre
em questão de minutos. Dizem que o mercado de
opções é a forma mais fácil de se tornar milionário
– basta começar bilionário! Ainda assim, apresenta
formas de alavancar o investimento e defender
posições em ativos que tornam-no muito útil para a
formação de um portfolio eficiente.
• Uma nova opção de investimento está se tornando
popular no mundo e no Brasil, o FOREX (Foreign
Currency Exchange), um mercado de moedas que
funciona quase 24 horas por dia (fecha praticamente
só no Sábado e metade do Domingo). Neste
mercado é possível comprar e vender praticamente
qualquer moeda do mundo, eletronicamente, com
diversos níveis de alavancagem. Sem dúvida uma
opção a ser estudada com bastante atenção.
A escolha dentre as alternativas de investimentos

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responde à pergunta de ‘no
quê’ investir, de acordo com as nossas
expectativas de retorno, risco e conhecimento,
tornando claro o motivo da escolha de investimento
em uma alternativa em detrimento de outra.
Why
Qual seu objetivo? Por quê você investe? Você quer
garantir uma segurança maior quando se aposentar?
Você quer ter mais conforto para sua família, uma
casa grande, filhos estudando em bons colégios,
uma casa na praia? Ou quer dinheiro para poder
fazer o que lhe der na telha – tirar três meses de
férias, comprar um carro esporte importado ou
uma filmadora digital de última geração?
As respostas a essas perguntas irão orientar na
escolha dos tipos de investimentos que irão compor
sua carteira, e irão fornecer dados para as perguntas
que devem ser respondidas a seguir: como escolher
entre os diversos fundos de investimentos de
mesmo tipo, de bancos igualmente sólidos? Ou,
como escolher entre duas ações de indústrias de
um mesmo setor? Fazer um levantamento das
diferenças das opções de investimentos muitas
vezes irá evitar grandes surpresas nos resultados dos
investimentos.
É fundamental entender o motivo do gerente do
banco não recomendar o investimento em ações.
Ele sabe do que está falando, argumenta que o
mercado está muito volátil, que a taxa de juros
internacional está aumentando, que o risco país está
subindo devido à incerteza do sucesso da rolagem
de uma dívida; ou ele simplesmente diz que um
plano de capitalização é a opção mais sensata no
momento?!
Neste momento, você deve se perguntar: será que
tudo isto me interessa? Vale a pena tentar entender
tudo isto, ou é melhor confiar na expertise da equipe
do banco ou da corretora? Eu, particularmente,
acho que não custa nada saber o suficiente para
poder avaliar se a estratégia proposta faz sentido
ou não.
Where
Qual o motivo de escolhermos um fundo de renda
fixa de um banco de varejo em vez de adquirir
diretamente títulos do Tesouro Direto? Ou por quê
não posso comprar ações através de uma corretora
em vez de comprar quotas de um fundo de ações
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do meu banco?
Complexidade – os bancos têm equipes
especializadas na pesquisa e seleção das carteiras que
compõem seus fundos, e acesso a recursos muito
mais eficientes para a compra e venda de ativos, do
que qualquer um de nós teria.
Custos operacionais – os custos envolvidos na
operação de alguns ativos fazem com que os valores
necessários para tornar a operação rentável tornem-
se muito elevados, o que impede que algumas
pessoas tenham acesso individual a essas opções
de investimento. Por exemplo, para investir em
ações não se recomenda menos de R$5.000, pois
os custos de corretagem fazem com que se necessite
de um lucro de 1% só para pagá-los (pela tabela da
Bovespa).
Comodidade – dado que os bancos fazem todo
trabalho de pesquisa e administração dos recursos,
por que se preocupar com isso? Afinal, eles são
profissionais!
Diversificação – os fundos dos bancos de varejo,
devido a seu volume de recursos, tem possibilidade
de investir em uma gama maior de ativos do que
teríamos individualmente.
Rentabilidade – os fundos de investimentos cobram
taxas de administração, muitas vezes extorsivas, que
reduzem consideravelmente seu retorno real.
Flexibilidade – a possibilidade de escolher em quais
ativos investir é o maior atrativo de possuir uma
carteira própria.
Who
Saiba escolher as pessoas que irão lhe assessorar
- bancos, corretoras, consultores, etc. O melhor
banco não é aquele que dá os melhores brindes,
ou que tem as salas mais bem decoradas, mas que
oferece as opções de investimentos e os profissionais
capazes de atender às nossas necessidades.
Alguns bancos e corretoras têm equipes brilhantes,
formadas por profissionais que conhecem bem
o Mercado onde atuam, estes muitas vezes
especializados em segmentos específicos. Este
trabalho todo tem seu preço, e o volume de capital
necessário para ter acesso a estas instuições é
elevado.
Por outro lado, o serviço oferecido pelo gerente
da sua agência pode ser suficiente para o seu
estilo de investimento. Acredito que é importante

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determinar quais são nossas reais
necessidades antes de mudar de banco
ou corretora. Instituições que oferecem serviços
complexos geralmente são mais caras, e algumas
vezes acabamos pagando por serviços que não
vamos utilizar.
Como a lista é formada principalmente por
clientes de corretoras, apresento uma check-list
para determinar se uma corretora atende à minhas
necessidades, atuais e futuras:
• O valor da corretagem é fixo ou variável? Se for
variável, é utilizada a tabela Bovespa, e a corretora
trabalha com devolução de corretagem a partir de
um determinado giro? Qualquer corretagem que
exceda 0,35% do valor da ordem é excessivamente
alta.
• A corretora cobra custódia? Corretoras ‘sérias’
não cobram
• Você consegue agendar, colocar e cancelar ordens
a qualquer hora do dia ou da noite? Você pode
querer agendar uma ordem às 06:30, antes de sair
para o trabalho.
• Você pode colocar ordens com validade maior
do que um dia ou uma semana? Isto é de suma
importância para quem opera papéis que tenham
muitas ordens com diferença de um centavo, como
NETC4, CMET4 ou qualquer opção.
• A conta onde seus fundos serão depositados estará
em seu nome ou é única para todos os clientes e
o sistema deles manterá registro qual grana é de
quem?
• A corretora trabaha com limite operacional?
Limite operacional é uma porcentagem do valor da
sua carteira que a corretora libera para que você faça
day-trades ou compras, e que deve ser depositada
antes da liquidação da ordem, em D+3.
• Você pode vender suas ações já no dia seguinte
à compra? Todas as corretoras trabalham com
day-trade, mas algumas só liberam as ações para
venda em D+3, ou quando forem depositadas na
tua conta. Isto é muito perigoso em um mercado
volátil.
• A corretora trabaha com ordens start, stop e stop
móvel? Estes tipos de ordens permitem que você
diminua sensivelmente o seu risco operacional,
trazendo mais tranqüilidade às operações.
• O site do homebroker (HB) é estável?
• Caso tenha problemas com o HB, o atendimento
via telefone é rápido e eficiente? Há outros meios
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de atendimento (chat, MSN, etc)?
• Você pode realizar operações com opções?
- Comprar opções
- Lançar opções cobertas
- Montar travas diversas
- Lançar opções descobertas
• A corretora trabalha com aluguel de ações e venda
a descoberto? As taxas são atraentes?
• A corretora trabalha com compra e venda de
Índice futuro e outros Futuros?
• Que tipo de informação a corretora te dá?
- Relatórios e Análises - de empresas e setoriais e
de conjuntura
- Streamer em tempo real
- Melhores ofertas de compra e venda
- Book de Negócios
- Gráficos intraday em tempo real
- Chat com especialistas e consultores
• Há algum convênio entre a corretora e algum
sistema gráfico (Broadcast, CMA, Enfoque,
Apligraf, etc)? Algumas corretoras fornecem um
desses sistemas se você realizar um certo número de
operações por mês.
Eu tenho usado estes critérios há algum tempo, e
têm funcionado bem no meu caso. Infelizmente,
eles eliminam qualquer corretora de banco de
varejo, que seria a opção lógica para alternar o
dinheiro entre a carteira de ações e os fundos de
renda fixa de curto prazo.
No próximo artigo, abordaremos as dimensões que
faltam: When, How e How Many, concluindo nossa
análise. Até lá!