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Goiânia, 6 de junho de 2008

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NOTÍCIAS
Improviso oficializado
José Antônio T. e Silva
EDITORIAS
Capa
Opinião É ainda com certa surpresa que constato a triste realidade: a improvisação é
Cidades parte da vida do brasileiro. Isso se justifica, certamente, pelo próprio “jeitinho
Política brasileiro”, chaga cotidiana que se atribui o poder de tudo resolver, pouco
Economia
Mundo importando os meios para tanto.
Esporte
Magazine Mas há situações que não o admitem de forma alguma. Uma delas está no
planejamento urbano, cujos objetivos são claros: planeja-se projetando os
CLASSIFICADOS efeitos de ações presentes no futuro, com vistas a corrigir e/ou prevenir
Vrum
Lugar Certo problemas. O planejamento urbano, que deve abranger a integralidade do
território do município, está previsto como elemento fundamental das ações
COLUNAS públicas em matéria de política urbana. Tal pode ser notado no Estatuto da
Giro Cidade, cujas linhas principais foram devidamente integradas no Plano
Direito e Justiça Diretor de Goiânia.
Coluna social
Memorandum
Crônicas e Não se fala em qualquer tipo de planejamento, mas de um planejamento
outras histórias integrado, que contribua para afirmar o equilíbrio entre as funções da cidade
e aquelas do meio natural que a abriga e que a circunda. Enfim, o equilíbrio
SERVIÇOS entre funções sociais, ambientais, econômicas, culturais... da cidade. O
E-mail bem-estar dos habitantes depende desse equilíbrio, que se afirma no direito
Cartas dos leitores
Assinatura às cidades sustentáveis, e que se completa com o direito ao meio ambiente
Acontece ecologicamente equilibrado, tal como previsto pelo texto constitucional de
Na telinha 1988.
Cinema
Horóscopo
Guia do Assinante Planejar o desenvolvimento espacial, social, econômico de uma cidade é
Central naturalmente necessário. Essa constatação independe de lei para ser tida
do Assinante
como válida. Os destinos de uma vila, de um distrito, de uma cidadezinha ou
de uma metrópole, assim como os de seus habitantes, não podem ser fruto
CHARGE de um laissez faire, laissez aller, laissez passer do mercado imobiliário e/ou
de tendências políticas, mas são – ou pelo menos deveriam ser – fruto de
ESPECIAIS constante planejamento e controle por parte do poder público municipal.
Minimaratona 2007
Maratoninha 2007
Planejamento que exige observação, conhecimento, consultas públicas,
Pensar 2007 ações proativas e prospecção.
Prêmio Propaganda
Um passeio rápido por Goiânia – recomendo o uso do programa Google
SITES Earth, tendo em vista o caos de nosso trânsito – fará saltar aos olhos a falta
OJC de planejamento dessa cidade: são vários os pontos onde há ocupação de
Tv Anhanguera
Goiasnet
áreas públicas e de áreas de risco; onde há setores adjacentes cujas ruas e
Jornal do Tocantins avenidas não se alinham; onde se ocupam áreas de preservação
Fundação J. Câmara permanente; onde há flagrante degradação ambiental (sobretudo dos cursos
Rede Anhanguera
97FM
d’água); e, onde se nota uma extensão desmesurada do tecido urbano, que
Executiva FM contrasta com a enorme quantidade de terrenos vazios em zonas já
urbanizadas.
Anuncie
Esses são alguns dos elementos que denunciam a falta de planejamento da
capital de Goiás, cidade que tem hoje mais de 1 milhão de habitantes e que,
por força do Estatuto da Cidade, tem um plano diretor que prevê, ainda que
tardiamente, o direito às cidades sustentáveis, a democracia participativa
para a gestão urbana, entre outros elementos.

Pois bem, mesmo diante das normas que regem a política urbana, de um
lado, e dos problemas que acometem a gestão urbana da capital, de outro
lado, o poder público municipal, que deveria ser o garantidor do cumprimento
das normas de urbanismo, desrespeita-as monumentalmente na construção
da obra atualmente em curso, na conjugação das Avenidas 85 e T-63. Não
houve previamente nem licenciamento nem estudos de impacto ambiental ou
de vizinhança, nem consulta pública, tampouco estudos mais aprofundados
sobre o terreno que abrigará a obra: descobre-se, somente agora, que há um
lençol freático bastante raso no local, descoberta que leva a construtora
responsável pela obra a declarar, minimizando o problema, que já construiu
até usina siderúrgica sobre um manancial! Em pleno século 21 uma empresa
se gabar de contribuir para a degradação ambiental é algo incompreensível e
ajuda a reforçar o que penso: que essa obra se assemelha ao famoso
“puxadinho” que se faz num barracão, pois apresenta claros indícios da
improvisação, tão característica do brasileiro em geral.

Pergunta-se: com que fim se faz tudo isso?

Espero que a motivação dessa obra resida integralmente no interesse público


e, sobretudo, que a consideração de seus problemas – que chegaram a ser
classificados de “bobagem política” por um alto funcionário da prefeitura –
seja efetiva.

Que ela não fira o direito de todos os goianienses de viver em uma cidade
sustentável, condição que Goiânia, diante da realidade dos fatos, está longe
de alcançar.

José Antônio Tietzmann e Silva é doutor nos direitos ambiental, de ordenamento territorial e
urbanístico, pela Universidade de Limoges (França), professor da UCG e UFG

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