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B. I.: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . N0 de Estudante: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Licenciatura: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
• Depois de ter realizado o e-Fólio produza um único documento digital (de pre-
ferência pdf) que deve incluir esta folha de rosto e insira-o na página moodle da
unidade curricular em “e-Fólio A” até ao dia 17 de Novembro.
1
1. Conjecture uma expressão para o valor da soma
1 1 1 1
+ + +···+
1·3 3·5 5·7 (2n − 1) · (2n + 1)
e use o princı́pio de indução para provar que a sua conjectura é válida.
2. Considere o conjunto
(x − 3)2
Ω= x∈R: >0 .
log |x − 1|
c) Indique quais das afirmações seguintes são verdadeiras e quais são falsas:
3. Calcule, se existirem, ou prove que não existem, os limites das seguintes sucessões:
b) Seja un o termo geral de uma sucessão monótona e vn o termo geral de uma sucessão
limitada. Seja wn uma sucessão positiva convergente para zero. Suponha que se verifica
a condição
∀n ∈ N, |un − vn | < wn .
Prove que un é limitada. Prove que un e vn são ambas convergentes e que os seus
limites são iguais.
fim
2
resolução do e-Fólio A
1. Comecemos por calcular a soma dada no enunciado para alguns valores de n a fim de
observar se conseguimos inferir daı́ alguma regularidade:
1 1
n=1 : =
1·3 3
1 1 6 2
n=2 : + = =
1·3 3·5 15 5
1 1 1 45 3
n=3 : + + = =
1·3 3·5 5·7 105 7
1 1 1 1 420 4
n=4 : + + + = =
1·3 3·5 5·7 7·9 945 9
1 1 1 1 1 4725 5
n=5 : + + + + = =
1·3 3·5 5 · 7 7 · 9 9 · 11 10395 11
É agora óbvio, por observação destes casos particulares, que a conjectura quanto ao
valor da soma, para um n ∈ N arbitrário, deve ser
1 1 1 1 n
+ + +···+ = .
1·3 3·5 5·7 (2n − 1) · (2n + 1) 2n + 1
n 1 n 1
= + = +
2n + 1 (2(n + 1) − 1)(2(n + 1) + 1) 2n + 1 (2n + 1)(2n + 3)
(2n + 3)n + 1 ((2n + 1) + 2)n + 1
= =
(2n + 1)(2n + 3) (2n + 1)(2n + 3)
(2n + 1)n + 2n + 1 (2n + 1)(n + 1)
= =
(2n + 1)(2n + 3) (2n + 1)(2n + 3)
n+1 n+1
= = ,
2n + 3 2(n + 1) + 1
3
2.a) Sabendo que (x − 3)2 > 0 para todos os valores reais de x excepto x = 3 e que, para
(x−3)2
este, o seu valor é igual a 0, o estudo do sinal da função x 7→ log |x−1|
fica reduzido
ao estudo do sinal de log |x − 1|. Das propriedades conhecidas da função logaritmo
sabe-se que log u = 0 se e só se u = 1 e que é negativa se 0 < u < 1 e positiva se u > 1.
Isto permite concluir que os sinais da função que define Ω são os indicados na tabela
seguinte:
x −∞ 0 1 2 3 +∞
(x − 3)2 + + + +0+
log |x − 1| +0− − 0 + +
(x − 3)2
+ − − +0+
log |x − 1|
2.b) Como o conjunto Ω é a reunião de três intervalos abertos disjuntos é, consequentemente,
também um conjunto aberto, pelo que intΩ = Ω. Pela mesma razão, a fronteira de Ω
é a reunião das fronteiras dos três intervalos abertos disjuntos cuja reunião forma
Ω (note-se que isto não é necessariamente válido se alguns dos intervalos não forem
abertos ou não forem disjuntos); portanto, frontΩ = {0, 2, 3}. Por fim, como R =
(intΩ) ∪ (frontΩ) ∪ (extΩ) e estes três conjuntos são disjuntos, conclui-se que extΩ =
R \ (intΩ ∪ frontΩ) =]0, 2[.
2.c)(i) Sabendo que Ω∩R− =]−∞, 0[, é evidente que se podem ter sucessões neste conjunto
que sejam crescentes e que convirjam para 0, o qual não é um ponto do conjunto; um
exemplo é a subsucessão un = − n1 . Consequentemente a afirmação é falsa.
2.c)(iii) Comecemos por reparar que R \ Ω = [0, 2] ∪ {3}. Suponhamos que a afirmação
é falsa, i.e., suponhamos que existe pelo menos uma sucessão vn nas condições do
enunciado: uma sucessão estritamente crescente, tal que vn ∈ [0, 2] ∪ {3} e convergente
para 3. O facto de convergir para 3 significa que, para qualquer ε > 0, existe uma
ordem p a partir da qual (i.e., para todos os n > p) se tem |vn − 3| < ε, ou seja
3 − ε < vn < 3 + ε. Sendo vn estritamente crescente, todos os seus termos terão de
ser estritamente inferiores ao limite, ou seja vn < 3, ∀n ∈ N. Mas, como ε > 0 pode
ser escolhido arbitrariamente, pode-se tomar ε < 1, e então, a partir de certa ordem
p, tem-se 2 < 3 − ε < vn < 3, o que significa que vn ∈]2, 3[⊂ Ω. Mas isto contradiz a
hipótese inicial de vn ∈ R \ Ω. Esta contradição prova que a afirmação do enunciado é
verdadeira.
4
n = 1 → 1. Resta-nos estudar o caso de α positivo e diferente
de 1: Se 0 < α < 1 tem-
α
se (n + 1)α − nα = nα 1 + n1 − 1 < nα 1 + n1 − 1 = nα−1 → 0. Analogamente,
α
se α > 1 tem-se (n + 1)α − nα = nα 1 + n1 − 1 > nα 1 + n1 − 1 = nα−1 → +∞.
a m
3.b) Sabendo nós, pelo Teorema 1.3.22, que 1 + m → ea , conclui-se que
3n 3n
n−1 (n + 1) − 2
=
n+1 n+1
3n+3−3
−2
= 1+
n+1
" n+1 #3 −3
−2 2
= 1+ 1−
n+1 n+1
3
→ e−2 1−3 = e−6
Isto, claro está, prova que ambas as sucessões são limitadas, o que, conjuntamente com
a sua monotonia, provada acima, permite-nos concluir que ambas são convergentes
(para limites que, em princı́pio, não teriam de ser iguais, mas, pelo que provámos no
inı́cio desta alı́nea, já concluı́mos que são mesmo iguais).
4.b) Observe-se que, sendo wn convergente, é, necessariamente limitada. Portanto, ambas
as sucessões vn e wn são limitadas, ou seja, existem constantes reais positivas K e L
tais que, para quaisquer n ∈ N, tem-se −K < vn < K e −L < wn < L. A relação entre
un , vn e wn dada no enunciado permite-nos escrever ∀n ∈ N, vn − wn < un < vn + wn
e, portanto,
5
ou seja, un é uma sucessão limitada.
Tendo acabado de provar que a sucessão un é limitada e, sendo dado no enunciado
que ela é uma sucessão monótona, concluimos que é convergente. Seja ℓ o seu limite,
ℓ = lim un . Pretendemos concluir que a sucessão vn é também convergente e que o seu
limite é o mesmo valor ℓ. Utilizando a definição de limite de uma sucessão, pretendemos
estimar |vn − ℓ| e mostrar que esta diferença pode ser tão pequena quanto se queira,
desde que se tome n suficientemente grande. Repare-se que a única informação que
temos sobre este tipo de diferenças é a que resulta da condição dada no enunciado, pelo
que é natural tentar transformar a expressão |vn − ℓ| em algo que envolva |vn − un |.
O modo mais óbvio de fazer isto é adicionar e subtrair un e utilizar a desigualdade
triangular:
|vn − ℓ| = |vn − un + un − ℓ| = |(vn − un ) + (un − ℓ)| ≤ |vn − un | + |un − ℓ| < wn + |un − ℓ|.
δ δ
∀δ > 0, ∃p ∈ N : ∀n > p, |vn − ℓ| < wn + |un − ℓ| < + = δ,
2 2
o que prova que vn → ℓ, como pretendiamos.
5. Para a primeira série, comecemos por observar que o seu termo geral pode ser escrito
como a diferença de dois termos de uma outra sucessão conveniente e que, portanto, se
1
trata de uma série de Mengoli. De facto, podemos escrever (n−4)(n−2) = 21 n−4
1 1
− n−2
e, portanto, para a sucessão das somas parciais da série, tem-se1
N N
! N −4 N −2
!
1 X 1 X 1 1 X 1 X 1
SN = − = − =
2 n=5 n − 4 n=5 n − 2 2 n−4=1 n − 4 n−2=3 n − 2
N −4 N −2
!
1 X1 X1 1 1 1 1 1
= − = + − − =
2 j=1 j j=3
j 2 1 2 N −3 N −2
3 1 1 1 3
= − + −−−→ ∈ R,
4 2 N − 3 N − 2 N →∞ 4
1
Alguns dos passos da dedução poderiam estar ausentes, visto tratarem-se apenas de passos elementares
de manipulação de somatórios. São apresentados apenas para que não surjam quaisquer dúvidas sobre as
manipulações envolvidas.
6
1−n−2 1
−1 ) β → 0
= +∞ =
6 0. Portanto, em qualquer dos casos, o termo
(n2(1−β +n1−2β −1 −n−2β −1 )
geral da sucessão não tende para zero e, portanto, a série é divergente. Investigue-
mos agora o caso β > 1. Pelos cálculos que já fizemos podemos concluir que neste
caso an → 0, o que não nos permite concluir nada quanto à convergência da série.
Observe-se, no entanto, que quando β > 1, o termo dominante do denominador de
an é n2β e portanto é natural esperar que o comportamento da nossa sucessão seja
semelhante ao da sucessão análoga cujos numerador e denominador contêm apenas os
2 −1 n2 1
termos dominantes, ou seja (n2n+n−1) β ∼ n2β = n2(β−1) . Isto sugere que se considere a
1
sucessão bn = n2(β−1) e apliquemos o corolário do
P critério de comparação (cf. Sarrico,
1
pǵ. 74). Note-se que as naturezas das séries n n2(β−1) são bem conhecidas: a série
converge se 2(β − 1) > 1 e divergente se 2(β − 1) 6 1. Como se tem
n2 −1
an (n2 +n−1)β n2 − 1 n2(β−1)
= 1 = =
bn n2(β−1)
(n2 + n − 1)β 1
2β 2(β−1) −2
n −n 1−n
= = → 1 ∈]0, +∞[
2
(n + n − 1)β
(1 + n−1 − n−2 )β
a aplicação do corolário
Pdo critério de comparação permite concluir que a série dada
no enunciado e a série n bn são da mesma natureza. Portanto, conclui-se que a série
dada diverge se β 6 23 e converge se β > 32 .
Por fim, para a última série, comece-se por observar que cos(πn) = (−1)n e, como
log 1 = 0, o primeiro termo não nulo da série é o termo n = 2. Observe-se também
que, a partir de n = 3, inclusive, tem-se logn n > 0. Agora, é fácil de concluir que a
série não é absolutamente convergente visto que o termo geral da série dos módulos
satisfaz | cos(πn)
n
log n
| = | logn n| > n1 e como a série cujo termo geral é n1 é divergente, o
critério de comparação permite concluir que a série cujo termo geral é | cos(πn) log n
| é
P cos(πn) log nn
também divergente. Para vermos se a série dada originalmente, n n
, é, ou
não, simplesmente convergente, é agora natural aplicar o critério de Leibnitz (Sarrico,
pág. 73). Como se sabe que logn n → 0, resta-nos concluir que a sucessão logn n é monótona
decrescente para concluirmos que a série dada é (simplesmente) convergente. Para tal,
observe-se que
log(n + 1) log n n log(n + 1) − (n + 1) log n
− =
n+1 n n(n + 1)
n (log(n + 1) − log n) − log n
=
n(n + 1)
1 n
log 1 + n − log n
=
n(n + 1)
1 − log n
< < 0,
n(n + 1)
n
onde a primeira desigualdade vem do facto de que 1 + n1 é uma sucessão monótona
crescente e convergente para e (Sarrico, pp. 40 e 41) e de que a função logaritmo é
estritamente crescente, e a segunda desigualdade vem de que log n > 1 se n > e > 2.
Isto prova o que se pretendia.
P
6. Sabendo an é uma sucessão positiva e n an é uma série convergente,
P concluimos que,
para qualquer N ∈ N, a sucessão das somas parciais de n an , que designaremos
7
por SN , satisfaz SN < S, ∀N ∈ N, onde S é a soma da série. Então, atendendo
a isto, tem-se também bn > 0 e bn = a1 +···+an
n
= Snn < Sn 6 S. Consequentemente,
|an bn | = an bnP
< San e, pelo critério de comparação
P (Sarrico, pág. 71) conclui-se que,
como a série n an é convergente, a série n an bn também é convergente.
Para estudar a segunda série basta retomar a observação feita acima de
Pque a soma
que surge no numerador de bn é exactamente a soma parcial Sn da série n an , a qual
sabemos que é convergente para S. Portanto, para n ≫ 1 é natural esperar que
Sn S
bn = ∼ .
n n
S
Tomemos esta sucessão n
e apliquemos o corolário do critério de comparação (Sarrico,
pág. 74): como
Sn
bn n Sn
S
= S
= → 1 ∈]0, +∞[,
n n
S
P S
concluı́mos
P 1 que as séries sãoP
da mesma natureza e, portanto, como a série n n =
S n n é divergente, a série n bn é também divergente.
Finalmente, pode-se utilizar exactamente o mesmo raciocı́nio para estudar a última
série: como é natural esperar que
2
2 Sn S2
bn = ∼ 2
n n
S2
tome-se agora a sucessão n2
e comparê-mo-la com a sucessão b2n :
2
Sn
b2n n2 Sn2
S2
= S2
= → 1 ∈]0, +∞[.
n2 n2
S2
P 2 P 1
Como a série n Sn2 = S 2 P n n2 é convergente, o corolário do critério de comparação
permite concluir que a série n b2n é também convergente.